Uma luz em nossas Vidas
Uma luz em nossas Vidas
Por: Hortencia Duarte
Capítulo 1

Theo James

As pessoas me veem como um cara frio, arrogante e prepotente só porque eu gosto de trabalhar na linha e sem nenhum erro, tudo tem que sair de acordo com o que eu mandar. Se não, é rua na certa. Pelo menos, na minha empresa consigo manter a ordem, agora na minha casa a coisa é outra.

— AHHHHH me devolve, isso é meu, PAPAI !!!! – a filha mais velha sai dizendo e correndo escada abaixo, atrás dos irmãos pequenos, que pegaram o seu novo celular de última geração.

— Ah por favor deixa a gente brincar só um pouquinho. – o filho caçula implora.

— Já disse que isso não é brinquedo. Josh, me ajuda? – a irmã implora ajuda do irmão do meio.

— O que você quer que eu faça, eles não me escutam – diz o garoto desanimado

— Mas é um tapado mesmo viu, se o James tivesse aqui resolveria na hora. – Reclama – ME DEVOLVE – grita já sem paciência

— Ah deixa mana, ah gente não vai quebrar. – diz a irmã mais nova.

— Deixa, deixa, deixa – começam a pular e a gritar em volta da irmã.

Enquanto isso Yasmim e Josh gritam também dizendo que não podem.

E é nesse barulho que o pai das crianças perde a paciência saindo do escritório. Chegando na sala ele já vai gritando.

— JÁ CHEGAAAA !  – as crianças se afastaram assustadas. – Mas que inferno, nem mesmo na minha própria casa tenho paz.

— Mas pai foi eles que começaram. – Yasmim tenta argumentar

— Eu não quero saber – digo já sem paciência – Só sei que vocês vão calar essa boca e subir para o quarto de vocês até o jantar, me ouviram. – eles ficaram em silêncio – ME OUVIRAM? - grito de raiva, já prevendo uma longa dor de cabeça.

— SIM - disseram juntos e completamente assustados.

—Pai? Mas o que é isso, por que você está gritando com os meus irmãos? - fala o primogênito depois de entrar na sala e vê os rostos dos irmãos completamente assustados e com sinal de choro.

— Isso não é da sua conta, e se está tão preocupado com eles, leva eles para os quartos e faz eles ficaram de bico fechado, se não vai sobrar para você também.

— Tudo bem senhor James, só não grita mais com meus irmãos. - diz ele completamente aflito em ajudar as crianças.

— Então é bom que todos estejam nos seus quartos sem um pio. – Advirto voltando para o escritório.

James

— Vamos crianças? - chamo pegando as mãos dos pequenos e subindo a escada com os outros dois atrás.

— James? – Luiz Miguel me chama puxando minha camisa

— Sim

— O papai não gosta mais da gente? – ele pergunta triste

— Por que você está perguntando isso? – falo

— É que ele sempre briga com a gente – responde chateado

— E nunca mais brincou conosco e nem nos coloca mais para dormir – Bella completa

— Sinto falta da mamãe, queria que ela voltasse - diz quando todos já entraram no meu quarto.

— Vem senta aqui. - Aponto a cama e os outros também se ajeitam em cada canto. Pego meu irmão no colo e beijo sua cabeça vendo-o segurar as lágrimas.

— Escuta eu também sinto falta da mamãe, mas infelizmente ela não pode voltar, mas eu garanto a vocês enquanto nós estivermos unidos nada vai mudar, vamos superar isso juntos é só uma fase. -  Pauso vendo os outros chorarem também. – A mamãe ficaria triste se olhassem vocês chorarem assim, venham me deem um abraço. - Eles pulam no colo do irmão mais velho e ficam ali abraçados um consolando o outro. – Vai passar, não se preocupem, vai ficar tudo bem.

Depois de 10 minutos em silêncio uns chorando outros só pensando. James vê que Bella e Miguel dormiram. Então os deitou corretamente na cama e os cobriu.

— Vocês querem dormir aqui também, tem espaço de sobra. - diz sorrindo para Josh e Yasmim. – Eles analisam bem, e a primeira a responder é a Yasmim.

—Ok, mas só hoje porque não quero ficar sozinha, chega pra lá. - diz empurrando o irmão, que ri achando graça.

— E você Josh? – pergunto vendo o quão envergonhado ele está.

— Tudo bem, eu fico.

Assim James acomoda todos na cama os cobres e se deita também, e reza para que o dia de amanhã seja menos intenso.

Theo James

Depois de fazer as crianças calarem a boca, volto pro escritório e encho um copo de uísque. Me sento na minha poltrona e pego a foto da minha mulher.

— Ahh Alex, se você estivesse aqui agora nada disso estaria acontecendo, minha vida está um inferno sem você. Não consigo dar conta de nada, parece que estou andando em círculos e não sei onde me encontrar, aposto que se você estivesse aqui, estaria me dando uma grande bronca, mas me perdoa, não sei como continuar sem você. – Depois de engolir a garrafa inteira de uísque e lamentar a morte da minha esposa, caio num sono profundo e só acordo no outro dia pronto para mais um dia na empresa.

Na empresa

— Senhor? – Betty minha secretária b**e na porta e já vai entrando me tirando da leitura de um documento importante.

— Fala Betty. – Respondo já jogando minha caneta de lado sabendo que lá vem problema pela sua voz.

— Aconteceu um probleminha na sua casa. – diz tentando disfarçar

— Inferno! Mas o que foi que essas crianças aprontaram dessa vez?

— A senhorita Fernanda me disse que a babá foi embora.

— Embora? Como assim embora? Eu não estou pagando rios de dinheiro para ela deixar as crianças sozinha, mas que saco viu. – Respondo irado com a falta de compromisso dessas babás e ainda dizem que são as melhores do mercado, bando de mentirosas.

— O senhor quer que eu chame uma babá temporária?

— Não, vou deixá-los sozinhos um pouco. Era só que faltava, eles ficarem apenas um dia com meus empregados e mesmo assim atearem fogo na casa, aí já é demais. – Respondo tentando me acalmar.

— Fogo! O senhor não acha que está exagerando não? – Betty pergunta achando isso um absurdo.

—Com essas crianças – Rio de nervoso – Nunca se pode fechar os olhos.

— Certo, então vou deixar avisado para os empregados da casa cuidarem deles.

— Faça isso. E não me venha com esse tipo de problema para mim de novo, da próxima vez, resolva você diretamente.

— Sim senhor. – Betty estava de saída sorrindo achando um exagero sobre as crianças, mas torceu o nariz para a cínica da Thereza que vinha com um sorrisinho no rosto pronta pra dá o bote no chefe.

— Problemas querido? – diz Thereza beijando meu pescoço e começou a massagear meus ombros

— Sim, as crianças perderam mais uma babá, não sei mais o que fazer. – Digo exausto

— Você está muito tenso. Mas sobre as crianças se fosse meus filhos já teria os colocados em um colégio interno. – Diz achando um horror ter que cuidar de cinco filhos.

— Ainda bem que não são. – Digo irritado — Entenda de uma vez, por mais que eles aprontam, nunca vou querer meus filhos longe de mim.

— Não é o que parece Theo, você vive brigando com eles, e nunca fica no mesmo lugar por 5 minutos. – diz fingido preocupação

— Quando eu os vejo, consigo identificar cada pedacinho da Alessandra neles, é como se ela ainda estivesse lá. - diz desolado para a infelicidade da mulher ao seu lado.

— Já chega Theo – diz girando a cadeira dele para que possa ficar na sua frente – A Alessandra está morta e você precisa superar isso e encontrar alguém a sua altura. – diz se insinuando

— Sério? Alguém como você Thereza. Você não duraria nem uma semana com as crianças – diz Matthew ex-melhor amigo e sócio de Theo. Depois de escutar a conversa deles antes de entrar na sala.

— Isso não é da sua conta - diz irritada pela intromissão.

— É da minha conta sim, caso não saiba eu sou padrinho delas e tenho como responsabilidade zelar pelo bem estar delas.

— Já chega. – Digo irritado tirando as mãos de Thereza de mim e revoltado pela audácia desse imbecil falar que é sua responsabilidade zelar das crianças. – Você já pode ir. – encaro-a firme

—Mas Theo nós .... - Tenta argumentar, mas a corto

— Agora!  – Thereza bufa e encara com ódio Matthew e ele revida também a encarando da mesma forma. Theo observa isso, mas apenas bufa cansado.

— O que você quer? - pergunta com desgosto, depois que ficaram a sós.

— Vim avisar que vou viajar e ficar um tempo fora, apenas uma semana mais ou menos. – diz já esperando a indiferença do amigo.

— A trabalho por acaso? – pergunto curioso pois já não é de hoje que esse filho da mãe me esconde as coisas.

— Não, na verdade eu vou para ..... - diz animado já que Theo mostrou interesse, mas logo é interrompido.

— Se não for para trabalho também não quero saber, a única coisa que me importa é se tudo vai ficar em ordem no seu setor. – diz interrompendo o ex-amigo.

— Sim, eu já deixei tudo pronto e organizado, qualquer coisa eu volto mais cedo. – diz triste pela falta de interesse do amigo

— Por mim, você podia passar um mês que não me faria diferença alguma.

—Tudo bem. - diz já cansado de ouvir a mesma coisa. – Theo, eu ouvi você falar sobre as crianças, soube que elas estão sem a babá. – Fala mudando de assunto.

— Sim, estou pensando em uma forma de arrumar alguém, que não queira ir embora em menos de dois dias. E você não se meta nisso, esse problema não é seu. - Digo apontando o dedo.

— Como não, Theo eu sou o padrinho deles, tenho todo o direito de ajudar. – Era só o que me faltava.

— M*****a hora que a Alessandra foi chamar você para ser o padrinho das crianças, por mim você nem teria mais contato.

— É, mas pra sua infelicidade eu ainda sou, sei que o que vou dizer vai deixar você puto, mas vou dizer mesmo assim. – fala e reviro os olhos. – Theo, esqueça as babás você precisa encontrar alguém que possa ficar em tempo integral com as crianças, que de amor, carinho, atenção e que tenha muita paciência, porque não foi só você que perdeu alguém que amava, eles perderam a mãe deles Theo, e em vez de você ficar do lado deles para ajudar a superar essa perda, você apenas os afastou e os ignora. – Escuto tudo aquilo em silencio e decido perguntar aonde ele quer chegar.

— Ok, este foi um lindo discurso, mas me diz logo qual é a ideia brilhante imbecil. – Falo já cansado de ficar olhando pra cara dele.

— Você deveria se casar novamente. - Theo saiu da cadeira possesso de raiva e já saiu gritando.

— O QUE? Você ficou maluco? Eu não vou me casar. Você passou de todos os limites. – Digo querendo expulsar ele da minha sala, depois de tudo, ele vem com essa audácia falar em casamento.

— Espera me escuta, já se passou um ano e meio da morte da Alessandra. Você precisa se dar uma nova chance, encontrar uma mulher decente que o ajude a criar as crianças – diz nervoso, temendo que Theo parta pra cima dele.

Rio não acreditando na cara de pau dele. Como se uma nova esposa fosse substituir a Alessandra. E ainda por cima cuidar das crianças, eles não aceitam nem uma babá imagine uma madrasta.

— Veja Theo os meninos precisam de uma figura materna, e você está tão perturbado com a morte da Alex, que esqueceu que ainda possui filhos. Neste momento você precisa pensar neles, no bem estar deles. – Argumenta.

— Oh que grande amigo você é me dando esse conselho. – Zombo. – Não quero e não preciso da sua opinião, faço da minha vida o que eu quiser. – Exclamo.

— Eu sei, esse é meu conselho. Não se esqueça do testamento da Alessandra, se eu não fiz nada até agora, foi por consideração a você. Espero que possa pensar bem no assunto e fazer a coisa certa. — diz indo na direção da porta — E ah antes que eu me esqueça vê se cuida bem das crianças, estou de olho em você. – Diz sumindo da minha vista antes que eu possa lhe responder a altura.

— E que raios de testamento ele quis dizer. Ele fala que eu estou perturbado, porém é ele que devia tomar conta da vida dele, imbecil. – Falo jogando uma pasta qualquer longe. Voltando ao trabalho completamente irritado.

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