Capítulo 4

        Nathan

— Meu deus eu sou muito novo pra morrer – Faço uma prece olhando pra cima – Por que você está fazendo isso comigo? – Pergunto olhando no seu rosto. Enquanto ela apenas sorrir tranquilamente, como se minha morte não tivesse com data e hora marcada.

— Para de graça Nathan e me ouça. Quero tudo completamente registrado na nova lei e incluso no meu testamento.

— Tem certeza que Mattew irá aceitar isso ou sua mãe? Ela poderia querer a guarda também – falo. – E outra, temos os pais do Theo, lógico que eles vão ajudar o filho. – Falo não gostando nadinha dessa situação.

— Vamos deixar assinado mostrando que os avós abriram mão da guarda das crianças. Você sabe que as vezes minha mãe nem gosta de ser chamada de avó, nunca que ela vai querer criar 5 crianças. – Informa colocando uma chupeta na boca do Luiz Miguel.

— E os pais de Theo já conversei com eles, e ambos não têm mais esse pique que nós temos para cuidar das crianças. Eles já fizeram o principal cuidaram dos próprios filhos, não seria correto deixar essa responsabilidade para eles, quando é momento de eles curtirem a dois.

— Você está correta, então só sobra o Mattew.

— E Blake Miller — Fala me deixando pasmo. A ex-namorada desaparecida do Mattew, penso completamente confuso.

— Tudo bem, me explica o que a Blake tem a ver com isso?

— Eu sei que você deve estar pensando que estou louca, mas não, minha melhor amiga não deixaria meus filhos desemparados e o Mattew precisa trabalhar, é claro. E tirando mais uma dúvida sua, eles vão ficar juntos cedo ou tarde e se eu chegar a morrer e eles não tiverem se acertado, essa seria uma ótima oportunidade para aproximar os dois. 

— É o Mattew sempre foi louco por ela, mas depois da traição dele e uns rolos que ele se meteu, a Blake ficou chateada ...

— Magoada, com raiva, triste, etc. – diz me interrompendo — Mas, isso não quer dizer que o amor não pode perdoar, ser curado e recomeçado. Eles terão que lutar muito, mas vão conseguir. – Diz certa de que eles vão voltar

— Ok, com eles juntos ou não, você quer deixar a guarda das crianças com eles, tem certeza?

— Absoluta. A menos que o Theo se apaixone de novo, conheça outra pessoa que o faça feliz e as crianças também.

— Então o Theo não tem escolha — Digo. Coitado ele vai ficar perdido.

— É claro que ele tem Nathan. São nossas crianças, ele tem que lutar e continuar a viver por elas, sei que no começo pode ser difícil, mas você como um grande amigo pode alertar ele, dar conselhos. – Ela diz respirando fundo e continua — Ele não pode desistir de tudo, principalmente das crianças e se enfiar no trabalho. Elas vão precisar dele. Ele é um homem incrível, mas sei que também ele é um homem teimoso, duro, arrogante e prepotente quando quer. Conheço o marido que tenho, mas torço que do fundo do meu coração ele não chegue ao ponto de perder nossos filhos por sua indiferença.

— Eu também espero que isso não aconteça e nem quero que nada de ruim aconteça com você. – Digo torcendo para que isso não venha acontecer — Você é uma mulher maravilhosa e mãe excepcional, não seria justo perdemos você. – Falo segurando sua mão.

— Eu sei, obrigada pelas suas palavras. Mas eu preciso deixar meus filhos seguros. Por favor, faça isso. – Ela me pede angustiada.

— É com muita dor no coração e pela amizade que tenho pelo James e o carinho enorme que tenho por você farei isso. – Se é pra morrer que eu morra com dignidade e feito algo bom nessa vida.

— Obrigada Nathan, muito obrigada - ela agradece aliviada.

Lembrança OFF

Theo James

— Eu não acredito nisso. – Falo completamente revoltado. – Por que você fez isso comigo? Você é meu amigo. Que merda deu na sua cabeça de aceitar fazer uma coisa dessa. – Falo alto chamando a atenção das pessoas ao redor.

— Se eu não fizesse isso, ela procuraria outro advogado Theo, o que você queria que eu fizesse? – Pergunta levantando da cadeira pronto para fugir.

— Eu juro pra você, que não se estivéssemos no meio de tanta gente, podendo ser fotografado por paparazzi, eu quebraria sua cara. – Digo cheio de ódio – Senta nessa merda – ordeno apontando a cadeira.

— Tudo bem, eu sento. – Fala erguendo as duas mãos pra cima, com medo da minha reação.

— Quais são os prós e contra? Como meu advogado tenho absoluta certeza que você tem um plano? – Ajo racionalmente, porque se eu agir emocionalmente, é capaz de eu sair quebrando tudo.

— Bom, como você não comentou nada sobre isso, achei que você estava de boa.

Rio não acreditando na cara de pau dele, como vou estar de boa sabendo que Mattew pode a qualquer momento tomar meus filhos de mim. Ele já demonstrou que seria capaz disso nas duas advertências que eu não tinha me tocado.

— Eu quero uma solução e é agora – Imponho — Não posso perder meus filhos, sei que estou agindo feito um idiota, mas são meus filhos. – Ele me encara e assente com a cabeça.

— Você sabe que a Alessa não terminou a faculdade de direito, e também ela não se aprofundou muito nos casos de Direito Civil como eu. – Ele diz.

— Sim, me lembro disso, ela queria entrar mais na área de Direito Penal. – Informo.

—Correto, e como eu só fera nesses lances de divórcio, adoção e bens – Diz se achando — Tenho que te informar que você não corre tanto risco assim de perder as crianças. – Diz para meu alívio.

— Sério, que ótimo cara, sendo assim podemos processar o Mattew. – Digo já querendo me vingar daquele safado.

— Na verdade não, temos um porém. – Estava bom demais para ser verdade. — Devido a nova lei que foi sancionada dando direito a amigos ou parentes próximos mediante denúncia de negligência, eles poderão ter direito a guarda. – Me informa e eu não estou acreditando nessa palhaçada.

— Então quer dizer que qualquer um pode vir e tomar meus filhos.

— Claro que não, estou falando de laços afetivos. Por exemplo, seus filhos possuem com Mattew, já que o mesmo é o padrinho deles, e você sabe que aquelas crianças amam Mattew, então fica complicado pra você.

Gargalho não acreditando, é muita sacanagem isso. Já não basta tudo o que Mattew me fez e agora ele quer tirar meus filhos.

— Mas fica tranquilo cara, a menos que ele te faça acusações falsas. E isso, ele nunca faria. – Nathan acha que só porque fomos amigos de longa data, o Mattew não teria coragem de fazer isso, mas eu sei muito bem do que ele é capaz.

— É o que você pensa. Aquele Mattew que você acha que conhece não é o mesmo Mattew que eu conheço.

— Tudo bem, não vamos entrar em assunto complicado, mas isso que te contei quando a Alessa foi para o meu escritório é só um desejo que ela impôs, mas perante a lei ela só conseguiria entregar a guardar das crianças para o Mattew com algum erro seu.

— Quero ver ele tentar – Desafio.

— Pois é, então expliquei detalhadamente para ela, que você só correria o risco de perder a guarda das crianças se alguém ou o próprio Mattew provar que seus filhos não tem segurança nenhuma com você. Caso o pai que é você, se tornar um usuário de drogas, não tiver condição social, emocional e financeira para ter a guarda da criança.

— Isso tudo é uma merda, é lógico que tenho todos esses requisitos para cuidar das crianças.

— Não quero ser chato contigo irmão, mas o seu estado emocional e comportamental não está lá essas coisas. – Confessa.

— Como não? Estou perfeitamente bem. – Afirmo.

— Sério! Não sou só eu que posso afirmar isso. Você não passa tanto tempo com as crianças, não fala com elas, quando fala é pra brigar ou colocar de castigo. – Começa apontando minhas pequenas falhas.

— Você pensa que é fácil cuidar de 5 crianças sozinho? – falo alto

— Eu sei que não é. Mas sei que todo tempo livre que você tem, você gasta ficando na empresa ou saindo por aí com alguma mulher, nada contra as mulheres, mas tu tens prioridades.

— Desde quando você resolveu virar homem? – pergunto e ele fecha a cara.

— Eu sou homem tá – diz chateado – Mas até eu, que não sou pai, vejo o quanto você não se importa mais com as crianças. Então, para o Mattew ou para qualquer outra pessoa achar testemunhas contra você, seria fácil, fácil. – Afirma.

— Merda – Digo. Ele tem toda razão.

— E ainda piora a situação quando os avós que seriam os próximos a adquirem a guarda abriram mão, tua mulher era esperta cara. – diz me pegando completamente desprevenido.

— Como é que é? Meus pais sabem disso o tempo todo. – Não estou acreditando que eles viraram cúmplices nisso.

— Sabem, e Alessa me procurou com tudo arranjado. – ele diz sorrindo – Então com esse documento comprovando a vontade da Alessa, o juiz não vai ter outra alternativa do que entregar ao Mattew, já que é o padrinho das crianças e a única pessoa mais próxima deles – ele ri um pouco e depois fala – Eu te falei pra me deixar ser o padrinho, mas você não quis. – ele ri achando tudo uma diversão.

Para ele é fácil agir dessa forma porque não são filhos dele. Mas deixa, tudo que vai nessa vida volta, e quando ele tiver os próprios filhos, eu faço questão de dizer, “eu te avisei”.

— Tudo bem, eu já entendi, preciso agir antes que o imbecil do Mattew consiga tirar eles de mim. Só não entendo por que a Alex fez isso comigo. – Digo frustrado, depois de tudo que aconteceu.

— Você não leu a carta? – ele me pergunta completamente alheio a minha aflição.

— Que carta? – pergunto confuso. – Se eu não li nem esse documento imagine uma carta.

— A Alessa mandou eu entregar uma carta pra você junto com o documento.

— Carta? Mas como, eu não recebi nada Nathan. – Afirmo.

— Eu te mandei, entreguei o documento numa pasta amarela para a Betty e a carta estava no meio. – diz convicto – Somente lendo a carta você poderá saber o verdadeiro objetivo dela.

— Tudo bem, eu vou perguntar pra Betty por que ela não me entregou isso. Se era um documento tão importante, ela nunca deixaria passar.

— Concordo com você. –  Ele pensa um pouco e faz a pergunta – E então o que você vai fazer agora?

— Gostaria muito de matar o Mattew, mas ele está muito longe pra isso néh. — digo com raiva – Mas ainda não sei, vou pensar em algo.

— O Mattew ainda não te contou, ele tá .....- interrompo ele dizendo.

— Por aí, tramando mais uma das suas tramoias pro meu lado, querendo me ferrar, mas pode deixar, eu ainda vou acabar com ele, não basta ter me traído, agora quer tirar meus filhos.

— Theo cara, não é nada disso, ele nem sabia disso no começo, só ficou sabendo quando precisamos da sua assinatura. Mas ele negou desde o início, ele achava que você ia conseguir mesmo com essa dor que você está agora.

— Mas mesmo assim Nathan, hoje ele está se aproveitando disso, querendo tirar meus filhos.

— Não sei pra que ele vai querer 5 filhos, sendo que ele está tendo.... – ele resmunga baixinho, quase não consigo ouvir.

— O que foi que você disse?

— Nada, eu não disse nada. – ele responde rapidamente, me deixando desconfiado.

— Ok, eu tenho que ir agora. – Digo me levantando da cadeira.

— Ok, vai lá irmão, qualquer coisa me liga quando você ler o documento. – diz me dando um abraço.

— Ok, valeu irmão. E vê se não bebe muito em – digo preocupado, porque Nathan é o maior cachaceiro que eu já vi na vida.

— É só mais esse, estou de olho em uma morena que não tirou os olhos de mim um minuto – diz o safado lançando uma piscadela para a mulher pronto para o ataque.

— Você não perde tempo mesmo né? – digo rindo.

— Qual é, a noite é uma criança. – diz na maior cara de pau.

— Vê se não chega atrasado amanhã no trabalho. Se não, seu pai come teu coro. – Falo e ele cai na gargalhada.

— Valeu pelo aviso. – Ele diz e eu aceno com a cabeça me retirando do local.

Chego em casa e tudo está em silêncio, as crianças devem estar dormindo. Viro para subir as escadas, mas encontro Paul meu mordomo saindo da cozinha usando seu robe de seda azul marinho.

— Acordado até agora Paul?

Estranho, pois avisei que não precisava me esperar, iria chegar tarde. Ele aperta as mãos nervosamente antes de pronunciar:

— Eu não sei como dizer isto senhor, mas seu filho James, ainda não retornou para casa. – Informa me deixando perplexo.

— Como assim não retornou? – Falo olhando diretamente no seu rosto, esperando que seja uma brincadeira.

— É isso mesmo que o senhor ouviu. Estava até agora esperando o menino chegar, mas até agora nada. – diz completamente nervoso.

— Eu vou matar esse garoto. – Digo alterando a voz, não acreditando depois do que falei, ele vem e faz a merda de novo e pior. Já é quase meia-noite confiro no meu relógio. – Onde esse moleque se enfiou? – digo balançando a cabeça. – Já ligou para a escola Paul? – Pergunto e vejo ele ficar um pouco pálido

— Éh ... bom... então ... – começa a gaguejar.

— Desembucha – ordeno

— É que hoje o James não foi a escola.

— Como não, eu o vi no café da manhã com a mochila da escola. – Afirmo não entendendo mais nada. Muito menos ainda, pois eu estive nessa escola hoje mesmo e aquela diretora não me disse nada. — Como você ficou sabendo disso? – Pergunto

— Digamos que eu liguei para o menino James perguntando se estava tudo bem com Josh, depois que a diretora nos ligou perguntando pela babá responsável pelos garotos, mas como ela se demitiu, eu a transferir para Betty. – Informa e me recordo que por causa da babá eu tive que ir resolver esse problema.

— E então, o que James falou? – questiono.

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