Quando abro a porta, me deparo com a última pessoa que imaginei ver novamente. Mas, depois de todas as revelações de hoje, já nem sei mais o que é possível ou não.A cobaia que "resgatamos" na Europa está bem ali, diante de mim. Diferente da última vez que a vi, agora ela parece uma adolescente comum—saia plissada, camiseta branca de gola, um colete por cima. Mas, observando melhor, percebo que ela é uma adolescente. Não deve ter mais do que dezesseis anos.Antes que eu possa reagir, ela simplesmente entra, como se já fosse parte do ambiente. Mais uma vez, me pego pensando sobre essa estranha confiança que certas mulheres parecem ter ao invadir moradias alheias.— Então é aqui que você se esconde. — Sua voz carrega um tom casual, como se fôssemos velhos conhecidos.Ela se vira para mim, estendendo a mão com naturalidade.— Prazer, eu sou Analisa.Antes que eu possa responder, um vulto se move rapidamente ao meu lado. G.E.S.S. surge como um raio entre nós dois, apertando a mão dela com
Passamos um tempo organizando o espaço para passarmos a noite ali. Encontramos alguns colchonetes largados pelo lugar, demos uma boa limpada e os espalhamos pelo chão. Já era noite, bem tarde, e o cansaço pesava nos nossos corpos. Enquanto arrumávamos tudo, G.E.S.S se encarregou de pedir comida—estávamos famintos, exaustos e com alguns machucados.Aproveitei um momento de pausa para entrar em contato com Teresa. Sentia que podia confiar nela, então pedi que viesse nos encontrar na manhã seguinte e passei o endereço.Na manhã seguinte, acordamos espalhados pelos colchonetes. O ambiente parecia ainda mais estranho à luz do dia. Analisa estava sentada na posição de lótus, imóvel, como se estivesse em transe. Observei seus olhos; não havia nada de incomum neles, mas a expressão vazia entregava o que estava acontecendo—ela estava conectada à rede.Pouco depois, conforme combinado, Teresa chegou. Carregava uma sacola com pães e um tubo de pasta que parecia ser algum tipo de patê de soja—ou
Analisa sorri, um sorriso cínico, quase divertido. Teresa e eu trocamos olhares, nossas mentes trabalhando a mil por hora. Se são irmãs, então traçar o perfil familiar e descobrir as origens de Kira será muito mais fácil.Teresa parece hesitante, sem querer interromper o que, aparentemente, é um reencontro familiar. Mas minha mente já está processando informações rápido demais para ignorar a discrepância.Nos arquivos da Europa, quando invadimos a Vortoli e resgatamos Analisa, descobrimos que ela era uma cobaia havia pelo menos dez anos. Já Kira… segundo os registros, ela foi cobaia por apenas quatro anos.Algo não bate.Kira é mais velha que Analisa. Se os dados estiverem corretos, isso significaria que ela foi capturada quando tinha apenas seis anos.Minha cabeça entra em parafuso. O estômago revira. As informações se embaralham na minha mente como peças de um quebra-cabeça que simplesmente não se encaixam. Algo está muito errado nessa história.Teresa percebe meu olhar perdido e se
Quando Killey apareceu sozinho, meu coração já se apertou. Ao me aproximar, ele desabafou: dizia que Kira estava bem, mas algo em sua voz e no brilho evasivo dos olhos denunciava que havia mais por trás daquela afirmação. Mesmo assim, eu sabia que Kira era de fibra inquebrável—implacável e determinada, nunca se deixando abalar.— Killey, por que Kira não voltou com você? — perguntei, intrigado e com uma nota de preocupação que não conseguia disfarçar.— Ela simplesmente se lançou na floresta, lá perto do esconderijo do Dentuço — respondeu, a voz carregada de desdém, como se o episódio fosse apenas mais um detalhe irrelevante.Enquanto ouvia, minha mente fervilhava de questionamentos sobre esses dois personagens tão distintos. Killey, embora não compartilhasse da mesma perícia tática de Kira, demonstrava habilidades bélicas impressionantes. Com seu rifle de assalto, operava com uma precisão quase cirúrgica, e suas manobras no boxe tailandês revelavam uma fluidez e letalidade que transf
Kira é uma jovem alta, com 1,84 m de altura e 79 kg de músculos e ossos tão fortificados quanto aço. Ela é um Sicário, a elite assassina. Soldados, mercenários e agentes como ela são moldados para atuar como armas vivas neste universo brutal. Denominada pelo capitão Yamamoto, conhecido como "Black Death", como Onna Bugeisha (Samurai feminina), Kira sempre carrega uma monokatana, é uma espada que ao invés do aço mais tradicional, ela tem uma lamina translúcida de alta tecnologia. Extremamente afiada, porem bem mais frágil que outros tipos de materiais.Kira está no topo de um prédio, banhada pela luz da lua. Sua pele, tão alva quanto mármore, reluz sob o brilho noturno enquanto ela observa o caos urbano abaixo. Ruas movimentadas, luzes neon piscando, conversas abafadas, tiros, explosões, carros e motos cruzando avenidas intermináveis. Os carros voadores da Niesdra são os esportivos mais famosos – são veículos de impulso vetorial – e cortam o ar sobre a cidade que nunca dorme. Existem a
*Acordo sobre uma maca, todo o ambiente em volta é branco, estou seminua, apenas bandagens em alguns locais me cobrem, um dos meus olhos parece não estar bem, não enxergo através dele, toco em minha face para tentar entender, e logo sinto um tampão o vedando, bandagens em um dos meus braços e noto que ele não é de carne e sim um braço biônico, meu braço direito é todo composto por circuitos.Os ligamentos são feitos em aço e até mesmo consigo sentir a densidade dos fios que conectam minha mão também biônica juntamente com meu cotovelo modificado com uma articulação mais rígida, meu braço coberto com placas parecendo uma blindagem, parece feito de um material fosco, creio ser algo como alumínio. Estou me situando ainda quando vejo uma figura se aproximar, é um homem de pele levemente bronzeada, cabelos lisos e bem penteados, olhos cromados que brilham em tom prateado usando um terno preto, camisa branca e gravata num tom cinza grisalho.Como se uma fúria irrompesse em meu peito, eu me
LABORATÓRIO SECRETO DA PEGASUS MEDMissão - Parte IInvasãoAntes de cruzar o perímetro, Kira se vira para a equipe e dá as últimas instruções:"— Logan, entre em contato com seu pessoal e descubra o que já estão comentando sobre a ação contra os Marombas.""— Chang, fale com a Teresa e veja se alguma informação sobre um possível ataque na Zona Leste já circula nas mídias.""— G.E.S.S., invada os sistemas do laboratório. Priorize os alarmes e câmeras. Provavelmente há dois sistemas de segurança: um conectado à polícia e outro à CorpCop, a segurança privada. Como o laboratório tem uma fachada de um prédio de escritórios, o alerta pode ser acionado por qualquer um deles. Desative tudo que puder.""— Ivan, Dragon, vocês ficam no AV. Mantenham o transporte pronto para uma fuga rápida e fiquem atentos a qualquer movimentação.""— Lucy, só avance quando eu der o sinal de que o caminho está limpo."Poucos minutos depois, Chang se reporta: nenhuma informação sobre o ataque à Zona Leste foi di
O corredor extenso tem varias portas, duas se abrem e saem mais seguranças, um deles possui uma arma de calibre pesado e começa atirar gerando uma área de fogo supressivo. Outros dois seguranças saem com fuzis de assalto, dois portando submetralhadoras.O barulho alto de tiros, Kira está entre tiros da arma de Chang e as armas dos inimigos. Como combustível incendiando o espírito de batalha de Kira, o olhar frio e calculista, passos decididos se movimentando nesse campo de batalha, brandindo sua espada, o corpo leve, iniciando uma dança, a última dança que seus inimigos irão presenciar.Golpes de balanço com muita sutileza, tão rápidos e precisos que após sua movimentação findar e a espada ser embainhada os corpos aos poucos vão de encontro ao chão já sem vida e sem suas cabeças. O silêncio momentâneo sendo interrompido pelo grito de dor do garoto chamado G.E.S.S. Logo mais tiros e pequenas aranhas caem ao chão, o garoto está ferido. Por sorte o ácido usado contra ele não foi em um