O ônibus chegou e novamente Juan Andrés entrou com a pequena Cris nos braços, viu os assentos cheios e ninguém se levantou para dar um lugar a Paula."Parece que não há mais cavalheiros", resmungou ele, "Não lhes ensinam boas maneiras?", exigiu em voz alta.Os olhos de Paula se abriram, estremecendo quando um homem com um grande facão ao seu lado se aproximou."E quem vai nos ensinar isso, gomelito, talvez você?", ele perguntou e aproximou seu rosto sujo do jovem.Andres torceu o nariz, pois o homem cheirava a aguardente."Sim, aprender nunca é demais"."Paula suplicou suavemente, segurando a mão dele, sentindo o peito dele arfar."Escute sua... namorada." O cara devorou Paula com os olhos, "mamacita, você é bem rica, me dê seu endereço que eu te faço um filho". Ele fez um gesto obsceno com a mão, sorriu mostrando seus dentes amarelos.Paula cerrou os punhos, Juan Andrés estava na frente dela, então ele entregou Christopher a ela e, sem pensar um segundo, deu um soco no nariz daquele
Paula abriu bem os olhos e observou que o homem que minutos antes tentou atacá-la pegou o outro facão. Seu coração batia com uma força brutal. Ela viu Cris bem protegida antes, por isso não hesitou em ajudar Andrés. Aproximou-se dele furtivamente e, quando ele estava prestes a atacá-la, jogou uma pedra nele novamente.O homem cambaleou atordoado, tudo estava girando. Ele colocou a mão na nuca e olhou para o sangue."Puta que pariu!", ele rosnou. Virou-se tentando atacar Paula, mas estava vendo tudo embaçado e duplicado. Então Juan Andrés reagiu e atacou o cara, que caiu no chão. Mas eles não contavam com o outro delinquente que se levantou e feriu Andrés no braço.Paula estava completamente abalada. Andrés grunhiu de dor e imediatamente tentou se defender, mas com apenas um braço era impossível. Então Paula olhou para o tronco da árvore; ela sabia que estava correndo um risco, mas não podia permitir um crime na sua frente.O bandido conseguiu derrubar Andrés. O jovem estava no chão, e
As mãos de Paula começaram a tremer e a suar com a pergunta, seu coração batia com enorme força e seus olhos se encheram de angústia.Juan Andrés notou como ela empalideceu, sentiu seu tremor e teve até medo de que ela desmaiasse, como costumava fazer."Se você não se sente pronta para falar, eu entendo", disse o jovem em voz baixa.Paula ficou em silêncio, não era fácil para ela falar sobre isso, mas ela se lembrava de que os dias dele estavam contados e que, se ele quisesse continuar cuidando do filho, tinha que saber a verdade."Eu... eu vou lhe contar tudo." Ela mordeu o lábio inferior. "Mas preciso que você jure que não contará a ninguém antes, porque a vida de Christopher pode estar em sério perigo." Ela olhou para ele com angústia.O semblante de Juan Andrés mudou completamente, sua respiração ficou suspensa enquanto ele a ouvia."Quem poderia ser o pai, um criminoso?", pensou ele e sentiu um arrepio percorrer sua medula espinhal."Juro que não direi nada, especialmente se for
Paula piscou os olhos e franziu a testa, sem entender a reação estranha dele. Ela se aproximou para ajudar."Você está bem?", perguntou, chegando perto do jovem.Juan Andrés estava com o rosto cheio de suor e lágrimas. Ele parecia atormentado."Eu poderia ter evitado isso. Também sou culpado." Ele agarrou seu cabelo."O que há de errado com você?", perguntou Paula.Juan Andrés reagiu, mas não podia se entregar."Não estou me sentindo bem", mentiu ele, "acho que é efeito dos analgésicos".Paula foi até a cozinha, pegou rapidamente um copo cheio de água e voltou."Beba isso", disse.Juan Andrés obedeceu, tentou se recompor e depois se levantou."Estou começando a me sentir melhor agora", disse ele, com a voz fraca. Esfregou o rosto com a mão, foi para o banheiro, trancou a porta, sentou-se no chão, abraçou as pernas e começou a chorar silenciosamente. Saber que aquela garota era irmã de Paula foi um golpe devastador para ele. "Eu tentei ajudá-la, mas eles não me deixaram", balbuciou, ba
"Já estou com fome", foi o sussurro que Juan Andrés e Paula ouviram, interrompendo aquele abraço, tão necessário para ambos.Paula se afastou do corpo de Andrés, olhou para Cris e sorriu."Alguém disse que cuidaria da comida", ele avisou e olhou para Andrés."É isso mesmo", respondeu ele, "você gostaria de comer pizza?""Eu adoro isso!", exclamou o garotinho, com os olhos brilhando.Juan Andrés o observava com ternura, agora ele tinha certeza de que era o filho de seu melhor amigo e que iria cuidar dele e protegê-lo, assim como havia feito no passado com David.Juan Andrés imediatamente pegou seu celular e fez o pedido. Alguns minutos depois, várias batidas soaram no portão da casa.Juan Andrés franziu a testa e foi abrir a porta. Ele arqueou uma sobrancelha quando viu que era uma de suas irmãs e imediatamente a abriu."Oi, tio Andrew", disseram Juliana e Joaquín Jr. Os dois garotinhos o abraçaram pelas pernas."Bem, vejo que vocês sentiram minha falta". Ele sorriu divertido."É que o
Mariela jogou o celular com força no sofá de seu elegante escritório."Por que ele está sendo assim comigo?", ela perguntou. "É porque ele tem outra mulher em sua vida?", ela soluçou, cerrando os punhos.Ela imediatamente pegou o celular e ligou para sua melhor amiga, Irma, a namorada de Juan Miguel."Você já ouviu alguma coisa?""Olá", cumprimentou Irma, "não consegui obter nenhuma informação de Mike, mas o que tenho certeza é que Juan Andrés não está morando em La Momposina, mas não tenho ideia de onde ele está hospedado.""Ele tem outra, tenho certeza disso, mas vou descobrir quem é essa mulher e vou lutar.""Não acho que meu cunhado namorador tenha outra mulher, pare com seu ciúme", recomendou Irma, "com essa atitude você continua a afugentá-lo, deveria ser mais paciente e compreensiva com ele".Mariela bufou."Eu apenas discuti com ele, não sei de onde ele tirou o dinheiro que lhe emprestei, ele me fez uma transferência.""Talvez ele tenha encontrado outra que lhe dê dinheiro e o
Paula reagiu, afastando-se dele de repente."Não brinque comigo", advertiu ela. "Você sempre repetiu que um homem como você nunca olharia para alguém como eu", enfatizou, e saiu correndo para o quarto.Juan Andrés permaneceu estático, levou a mão à testa. Sua arrogância estava cobrando seu preço, ele havia ofendido Paula em várias ocasiões por causa de sua condição humilde, e era lógico que ela achasse que ele estava apenas brincando."Mas o que foi que realmente inspirou Paula?", ele se perguntou.Ele estremeceu e preferiu não responder à pergunta.****Paula sentiu seu coração vibrar, levou os dedos aos lábios, nunca imaginou que teria seu primeiro beijo com alguém que fisicamente parecia um príncipe; no entanto, um leve arrepio percorreu seu corpo e ela se lembrou do que aqueles rapazes milionários haviam feito com sua irmã."Mas Juan Andrés não é o mesmo", ela sussurrou."Mas ele pode brincar com você", respondeu ela mesma."Você não tem mais nada a perder, Paula Osorio, a cada di
Paula bufou, seus olhos se encheram de tristeza. Ela nunca tinha ido a um shopping center, fazia compras no mercado do bairro onde morava."Estou pronto!", gritou Cris. O garotinho apareceu com o cabelo completamente molhado e penteado para trás.Juan Andrés não pôde deixar de rir ao vê-lo."Parece que você foi lambido por um gato", ele brincou, aproximou-se dele e ajeitou seus cachos, depois inalou aquele cheiro forte: "Você usou minha colônia?", ele perguntou seriamente.O menino estremeceu e piscou os olhos."Um pouco, é que você diz que nós, homens, devemos sair bem arrumados e perfumados", disse o menino inocentemente.Juan Andrés olhou para ele com ternura, com o peito inchado de orgulho."Você é um filho digno", disse ele, e pegou-o pela mão: "Diga adeus à sua mãe"."Tchau, mamãe, vou ao cinema com meu pai, vamos ver os Vingadores", disse ele com um olhar brilhante nos olhos."Ao cinema?", perguntou Paula, com a voz embargada. Ela nunca tinha ido a um antes. "Divirta-se muito",