Lívia LafaieteDesço do carro olhando para os lados conferindo mais uma vez os seguranças ao redor, o celular toca sem parar pela quarta ou quinta vez. Bruno já deve estar entrando em um carro para vir atrás de mim, passo as mãos um pouco suadas contra o vestido justo, bolsa pequena presa pela alça no antebraço e os saltos de tom bege. Não demora muito para um flash aparecer na minha visão periférica, afinal, Afonso Lafaiete, meu sogro foi eleito o mais novo prefeito da cidade de Denver. A mídia tem tentado a todo custo colocar Bruno e eu em alguma polêmica desde o anúncio do nosso casamento relâmpago na Itália. Busquei de todas as formas ficar escondida para evitar lidar com qualquer tipo de noticia que viesse a me magoar, mas a verdade é que tinha medo, só imaginar ligar a televisão e encontrar uma manchete informando sobre a gravidez de Amelia junto com a foto de Bruno como pai do bebê. Mesquinho?Provavelmente, mas a dor de uma traição é capaz de dilacerar a alma de uma pessoa,
Livia Lafaiete Os olhos azuis parecem perfurar cada pedaço do tecido que envolve meu corpo, enquanto as lagrimas mais uma vez se acumulam por culpa dela, como pode fazer algo tão cruel comigo? Mandar a única pessoa que esteve ao meu lado desde que era uma criança indefesa, que amei como uma mãe, mandar Magnolia para longe logo nesse momento em que estou tão fragil com a gravidez. "Seja Bem vindo Bruno!" Patrícia fala com calma ao se levantar na direção do meu marido que desvia o olhar por um único instante.A raiva contida no brilho frio do seu olhar se volta para a freira que parece um objeto pequeno comparado a ele. "Boa tarde, Patrícia" Pronuncia com calma cada sílaba estendendo a mão. "Acredito que não deveria preocupar Lívia, em seu estado, quando poderia ter falado comigo." Minha amiga solta a mão dele encolhendo os dedos contra o peito, posso ver a vergonha que toma as bochechas avermelhadas, os olhos procuram os meus e seja o que quer que tenha visto a faz franzir o cenho
Lívia LafaieteBruno não tem tempo de estacionar direito quando abro a porta do carro furiosa, perco um pouco do equilíbrio nos saltos, mas não dou a mínima para essa merda desde que imponha uma distância entre nós dois. O tecido do vestido balança contra as minhas coxas enquanto o som de cada passada batendo contra o chão cimentado ecoa pelo estacionamento subterrâneo. A luz do sol que entra pelo portão não consegue iluminar todo o espaço fazendo algumas lâmpadas serem acesas com o movimento. Aperto de maneira frenética o botão do elevador. Quando as portas metálicas se abrem dou um passo para dentro encarando no reflexo do espelho o maldito atrás de mim, a mão grande segura meus fios de maneira doloroso girando-me em seus braços muito mais fortes que eu. "Me solta , mentiroso." Grito batendo em seu peito com raiva. "Chega dessa merda, Lívia, você realmente acha que pode viver me ameaçando sem nenhuma consequência, garota tola." O sinal sonoro do elevador ecoa nos meus ouvidos j
Bruno Lafaiete Sinto o corpo inteiro tenso enquanto as batidas passam a sair do compasso de uma maneira tão odiosa e irritante, porquê apenas Livia consegue causar essa mistura de caos e tesão dentro de mim. Desejando quebra-la e fode-la como um animal selvagem, seus olhos tão escuros são atingidos pela luz do elevador exibindo os traços castanhos que me deixam fascinado, com a respiração fora de controle minha mulher está perdida sem o menor controle do próprio corpo. Abro um sorriso convencido, nosso segredo sujo, solto ela quase rindo do desespero contido no seu olhar, antes de puxar a navalha que carrego comigo escondida em um bolso interno do terno. Livia solta a gravata depois de instigar o pior de mim, seguro o decote do seu vestido rodado e florido, abrindo a navalha, seus olhos se arregalam ao ver a lâmina e a respiração fica presa quando em um movimento firme desço o lado cortante por todo tecido, escorregando para baixo até ficar de joelhos aos seus pés. As duas partes d
Magnólia WilliamsCaminho pelo campo aberto do jardim em direção a pequena casa próxima a um lago artificial no final da própriedade, quando chegamos a mais de uma semana Anne foi tão solicita que cheguei a ficar assustada, mostrando a suíte de casal na qual ficaria com Gianni, explicando que nunca dormiu lá com ele. Demorei um bom tempo para entender os seus motivos até compreender que toda essa situação envolve sua própria segurança e a do bebê.Esse relacionamento com o Don da máfia italiana é perigoso, podemos ser condenados por quebrar uma lei importante da máfia, manter o respeito a esposa e isso pode levar Gianni a morte, como Anne fez questão de explicar, deixando bem claro que o herdeiro que ela carrega seria o primeiro a sofrer as consequências do nosso romance.Mas quando o homem entrou de madrugada no quarto depois de passar o dia inteiro fora junto com seu segurança, todas as razões pelas quais deveria retornar para os Estados Unidos foram apagadas da minha mente, a barba
Bruno Lafaiete O som irritante incomoda tanto quanto ter que abrir os olhos, sinto a pele macia contra a ponta dos dedos, gosto de ficar acariciando os cachos bagunçados, desfazendo os moldes mesmo sabendo que isso a fará perder um bom tempo na frente do espelho com cremes para deixar todas as mechas alinhadas outra vez. A inspiração profunda junto com o movimento dos ombros deixa claro que vai acabar acordando senão atender logo o celular, por isso beijo a bochecha macia, envolvendo um pouco mais seu corpo com o edredom. Lívia leva a mão a barriga como se até em sonho precisasse conferir nosso filho antes da mão pequena deslizar para o meu peitoral e se aconchegar mais próximo do meu pescoço. Uso o braço livre para atender a ligação que incomoda as três horas da madrugada, conferindo o prefixo sei que é da Itália, onde já deve ser dez horas da manhã."Qual è il problema?""Quella donna che tuo zio insiste per tenere" (Essa mulher que o seu tio insis
Olá amores, nesse capitulo temos mais um crossover entre a máfia italiana e a máfia russa, se quiserem conhecer mais desse universo sugiro a leitura do meu livro Dono do meu inferno que já está finalizado aqui na plataforma.Bruno Lafaiete"Tem certeza disso?"Essa dessa ser a décima vez que Marcos faz a mesma pergunta desde que chegamos na merda desse aeroporto a meia-hora atrás para esperar o avião que trás Hugo Kolstov, o filho da puta é responsavel pelo transporte das garotas causando a maior parte dessa bagunça."Ele quer fugir e eu quero um nome." Repito a mesma resposta pela décima vez.Cruzo os braços observando a movimentação dos homens em direção ao avião para que o convidado especial desça na pista de pouso ao invés de ir para dentro do aeroporto movimentado, qualquer imagem minha relacionada a ele se levada a público irá colocar todos os meus planos no lixo.Mais uma vez Marcos fica em silêncio depois de escutar, preso nos próprios pensamentos, sabemos o risco que é possui
Lívia LafaieteDobro algumas roupas com Patrícia que sorri abertamente para cada um dos adereços de bebê, enquanto Maria abre mais e mais sacolas com caixas dentro cheias de roupinhas brancas, vermelhas e amarelas. Por não sabermos o sexo do bebê, minha mãe biológica resolveu aparecer com todos esses presentes para o futuro neto ou neta.A escolha das cores mais neutras alegrou o meu coração, retirando um pouco do peso que se acumulou nos últimos dias pelas discussões com Bruno. É incrível como pequenos gestos podem mudar nossa visão das pessoas. "Olha só esses sapatinhos Lívia." A mulher abre uma caixa com vários sapatos minúsculos.Avanço rapidamente para perto dela segurando um par de mini ALL stars branco."Ahhhh por Deus que coisa mais fofa, senhora Vasquez." "Ah meu Deus digo eu, Patrícia, me chame de Maria por favor, esse senhora faz com que sinta que estou na terceira idade." Ela responde minha amiga sorrindo.Patrícia sorri acenando mais uma vez, já deve ser a terceira vez