Arthur ouviu tudo com atenção, sentiu raiva quando Alice contou ao dono da fazenda e da reação do pai quando soube de tudo. Para ele os pais deveriam acreditar nos filhos incondicionalmente.
- Acho que agora que você sabe do meu passado, não vai mais querer me conquistar. – Disse Alice com lágrimas rolando pelo rosto.
- Muito pelo contrário. Agora eu quero te provar que sou diferente: que gosto de você de verdade. Seu passado faz quem você é, mas não define para onde você vai.
Os dois se abraçam por um longo tempo, até que os soluços de Alice param e ela resolve levantar e lavar o rosto.
- Vou fazer nosso almoço. Onde está o João Pedro? Você não o deixou sozinho?
- Ele está com a minha irmã. Os doi
- Não sei, mas ele jurou que não deixaria mais ninguém tocar em mim. Eu estou com medo.- Eu não vou deixá-lo chegar perto de você. Tenho um amigo que é um bom investigador. Vou pedir pra ele investigar esse tal Leonardo. Os dois saem de casa de mãos dadas e vão até o restaurante que fica em um bairro simples da cidade. Os dois entram e Alice percebe que mesmo sendo em um bairro mais pobre a decoração é muito bonita, com flores do campo no centro das mesas e um canto com um homem tocando música ao vivo em seu violão deixava o lugar alegre.- Achei que pessoas ricas não gostassem de bairros pobres.- Eu nunca disse isso. Gosto de lugares onde posso ser eu mesmo, sem ter que dar um monte de dinheiro. Esse é outro dos meus lugares favoritos.- &Eacut
- Esse lugar é muito bonito. – Disse Alice admirada com o parque.- Eu trazia o João Pedro para brincar aqui. Minha sogra mora aqui perto. - Ele vê a cara de admirada de Alice e tenta remendar. – A Mãe de Andreia.- Você não precisa explicar. Eu entendi. - Eles caminham mais um pouco e Alice pergunta. – Você sente muita falta dela?- No começo eu senti, mas nosso casamento não andava bem. Brigávamos muito. – Ele pára e fica pensativo e triste.- Desculpe, não quis mexer na sua ferida.- Não tem porque se desculpar. Está na hora de eu superar isso também, mas me sinto tão culpado.- Por quê?- Porque brigamos muito naquela noite e ela saiu de casa. Era uma noite chuvosa. Eu
Alice chega em seu escritório e logo vê uma nova orquídea em sua mesa. Orquídea amarela de uma espécie não muito comum, enorme sobre a mesa. Ela pega e coloca sobre a estante ao lado da azul e pega o cartão.“Para uma mulher muito especial. Espero que tenhamos muitos domingos como o de ontem. Beijos. Arthur”Ela sorri e começa seu trabalho, muitas pessoas a procuraram nesta segunda depois do que viram na casa dos Parkers e ela teria bastante trabalho naquela semana, muitas reuniões com novos clientes e fornecedores.O tempo correu, Alice quase não teve tempo para ligar para Arthur, mas sempre mandava uma mensagem de boa noite. No sábado ao meio dia ela resolveu ligar para ele enquanto terminava de fechar seu escritório.- Oi, você está ocupado? – Perguntou Alice quando
O casal foi para a casa de Arthur e almoçaram lá. Alice aproveitou para brincar um pouco com João Pedro, pois não o via há algum tempo. Depois saíram para ir ao cinema.- Pai, posso te perguntar uma coisa? - João Pedro olhou para o pai com curiosidade.- Pergunte ao meu filho. Pela sua cara é algo bem sério.- Você poderia namorar com a Alice? – Alice olhou para ele que sentiu vergonha de ter feito a pergunta. - É que eu gosto muito dela e se vocês se casarem ela poderá morar em nossa casa e ser minha mãe.Alice fica com lágrimas nos olhos, se abaixa e fica na altura dele para poder falar olhando em seus olhos.- Eu também amo você como se fosse meu filho. – Ela o abraça com força. – Eu e seu pai estamos tentand
Alice sai de perto do Arthur, faz a chamada e coloca o telefone no bolso. Entra na loja e vai para a cessão de lingerie, logo vê uma moça com um cara de nojo se aproximar.- Boa tarde, posso te ajudar.- Oi, sim. Gostaria de um conjunto de lingerie que seja sensual sem mostrar demais. Pode me ajudar com isso?- Você sabe que essa loja é bem cara, não é? – A vendedora olha para Alice demonstrando que ela aparenta não ter dinheiro.- Sim, sei. Mas eu vim para comprar. Também sei que vocês parcelam se precisar.- Talvez você não tenha entendido, essa loja é para ricos.- Mas eu tenho o dinheiro. Do contrário não teria entrado. Você vai me mostrar o que estou pedindo, ou não?- Está
As semanas de inverno foram passando rapidamente e a felicidade morava com Alice. Ela estava feliz com Arthur, estava gostando do seu trabalho e até estava começando uma faculdade no curso de designer de interiores. Tudo estava melhorando em sua vida. Apesar de sua mãe, dona Helena, ainda estar em tratamento médico estava com uma aparência um pouco melhor e agora elas se viam as vezes, pois ela estava frequentando um médico da capital. Um dia Alice chegou ao seu escritório e a secretária lhe falou que Manuella estava esperando por ela na sua sala. Assim que soube foi imediatamente para verificar se tinha alguma coisa que pudesse ajudar.- Bom dia, você queria falar comigo? – Alice entrou na sala com um sorriso no rosto.- Oi! Sim, por favor sente-se. O que temos para conversar é bem sério. - Ali
Alice passou a noite pensando na proposta e na conversa com Arthur para ter uma resposta para a chefe na manhã seguinte. Na manhã seguinte ela contou sua decisão para Manuella que ficou muito feliz.- Que bom que você aceitou, Alice. Agora temos que comemorar. Vou pedir para o advogado cuidar do contrato. – Manuella estava vibrando com a notícia de Alice.- Eu estava com medo, mas acho que Arthur me ajudou a ver com mais clareza.- Vamos dar uma festa de inauguração? Que tal mudar o nome da empresa?- Vamos, eu acho que merecemos.- Claro que merecemos. E quanto ao nome?- As duas pensaram um pouco.- Decorart? – Alice sugeriu.- Gostei. Você é boa nisso também.- Obrigada, sócia.<
Tudo parecia ir bem, o trabalho, o namoro parecia um sonho para Alice, ou melhor, pois nem nos seus melhores sonhos ela não imaginava que seria tão bom. A única coisa que ela não entendia era o medo que tinha de se entregar para Arthur. Ele sempre foi muito gentil, mas sempre que a tocava querendo algo mais, Alice sentia um medo terrível e se afastava, chegava a suar frio e tremer.Alice passou um domingo sozinha em casa pensando sobre isso, mas não chegou a nenhuma conclusão. Quando o sol estava se pondo seu telefone começou a tocar.- Alô!- disse sem olhar o identificador.- Oi! Você está bem? – perguntou Arthur.- Estou, só estava precisando de um dia para descansar e colocar as ideias no lugar.- Preciso te fazer uma pergunta. – Arthur parecia nervoso.