No caminho de casa Alice ouviu seu telefone tocar. Olhou e viu que era sua mãe, com um grande sorriso e o coração apertado de saudade, atendeu:
- Oi, mãe! Tudo bem?
- Alice, gostaria que você viesse me visitar.
- Mãe! - Ela falou desanimada e fez uma pausa para pensar em como responder. - Eu sei que você está com saudade, eu também estou. Só que estou trabalhando todos os dias até aos sábados para conseguir fazer tudo que preciso. Quando eu tiver um tempinho eu vou. -Alice ouviu a mãe chorar do outro lado da linha.
- Eu fui ao médico e ele me disse que estou com câncer. Preciso ir pra capital para fazer alguns exames e consultar um médico de lá.
- Então vem. Arrumo um tempinho na minha agenda para te acompanhar. O Papai também po
Arthur estava ficando ansioso com o silêncio e resolveu perguntar:-Então, você resolveu o que vai fazer? Vai voltar para a casa de seus pais? – Ao ouvir essa pergunta Alice deu um suspiro alto antes de responder.- Eu não vou voltar para lá. Já decidi. Meus pais não me ajudaram quando eu precisei. Se minha mãe quiser vir para cá eu a ajudarei, mas voltar eu não vou. Sei que estou sendo egoísta. Talvez algum dia eu me arrependa, mas essa é minha decisão.- Você pode contar comigo, em qualquer decisão que tomar.- Eu sei. Mas agora tenho que ir trabalhar. Já estou atrasada. Pode ficar se quiser.- Eu lavo a louça. Depois eu vou.Alice chegou no seu escritório Manuella já estava esperando.
Quando Alice chegou em casa olhou seu telefone e viu que tinha cinco chamadas do seu pai. Como ele não costuma ligar ela resolveu retornar à ligação, pois podia ser algo grave.- Oi, pai. Tudo bem?- Não, não está tudo bem. Sua mãe está no hospital e você não chegou ainda. – Ele estava com muita raiva e gritando ao telefone.- Pai, eu não vou voltar. Se você quiser que eu te ajude com a mamãe vai ter que trazer ela pra cá. – Respondeu Alice tranquilamente para acalmar o pai, porém isso só piorou as coisas.- Eu não vou levar ela daqui. - Ele desligou o telefone. Alice tentou ligar mais algumas vezes, mas ele não atendeu.Ela ficou pensando no que poderia fazer para ter notícias de sua mãe quando lembrou
Na manhã seguinte Alice acordou cedo para faxinar sua casa, era domingo, mas ela não tinha ninguém para fazer por ela. De repente ouviu seu telefone tocar, era Arthur.- Quer almoçar conosco?- Não posso. Estou no meio de uma faxina.- Te pego em meia hora. Se não estiver pronta te arrasto do jeito que estiver. Amanhã eu faxino para você.- Vou cobrar... – Respondeu ela sorrindo. Ela rapidamente tomou um banho e vestiu roupas quentes, pois estava ventando muito do lado de fora. A campainha tocou e ela correu para atender, pois sabia quem estava atrás da porta. Arthur entrou com uma dúzia de rosas brancas na mão e entregou a Alice que colocou num vaso em seu painel na sala.Os três foram para o parque de diversões, quem não os conhec
Na manhã seguinte Alice levantou-se e teve que fazer uma maquiagem leve para disfarçar as olheiras e a cara de quem passou a noite chorando.- Meu trabalho vai me distrair do acontecido, tenho muita coisa a fazer. – Ela disse para si mesma.Alice chegou no escritório com um pouco de antecedência, mas Carla já estava lá.- Bom dia, Carla! – Ela disse com um meio sorriso.- Bom dia! Chegaram flores para você, coloquei sobre a sua mesa.Quando entrou ela viu um enorme ramalhete com rosas brancas. Já sabia de quem era, colocou num vaso e pegou o cartão. Sua tristeza estava estampada na cara e Manuella que estava na porta percebeu.- Sem coragem para ler o cartão? –- Oi, Manuella. Não vi você! - Disse Alice dando um
No sábado, com tudo pronto, Alice foi ao shopping comprar um vestido de noite e foi ao salão arrumar o cabelo e fazer uma maquiagem. A festa seria de alta classe e ela não queria parecer inferior a ninguém. À noite, quando vestiu o vestido percebeu que era um pouco curto, mas já era tarde para trocar, então vestiu ele mesmo. Um vestido azul bic de mangas longas. Ela também vestiu uma bota preta com salto médio e cano até os joelhos, pois a noite estava fria.Ela chegou na festa quando alguns convidados já estavam circulando e percebeu que não conhecia ninguém além dos donos da casa. Ela os cumprimentou e ficou olhando para a sua decoração de um canto da sala.- Ficou lindo esse lugar, não acha? – Alice ouviu uma voz familiar vindo de algum lugar perto dela. Era Augusto se aproximando.
Sem demorar muito Arthur buscou seu carro esportivo e os dois saíram para a casa de Alice. Quando chegaram, Arthur a acompanhou até seu apartamento e abriu a porta.- Tem um envelope debaixo da porta. – Disse Arthur- Vou pegar para você.Alice abriu e leu a mensagem e se arrepiou toda: “Eu sei onde você está escondida. Não adianta fugir.”- O que foi? Você está pálida. Algo errado? – Alice entregou o bilhete para Arthur e caiu sentada no sofá com lágrimas de desespero no rosto e tremendo. - Você quer falar sobre isso? Você ainda não me contou nada sobre seu passado, talvez eu possa ajudar.Ela não respondeu, ficou ali parada em estado de choque, perdida em pensamentos. Arthur ficou ali olhando-a por um tempo. Depois a abraçou e quando os soluços
Alice morava em um sítio com seu pai, sua mãe e um irmão dois anos mais novo. O sítio ficava em meio a grandes fazendas e vários dos donos delas já haviam feito ofertas por ele, mas senhor Eugenio havia negado todas.Porém o Sítio não estava indo muito bem e depois que terminou o ensino médio Alice pegou o caderno de contabilidade, o estudou e percebeu que havia algo errado: A produção caiu drasticamente nos últimos anos, mas isso não aparentava no trabalho que tinham somente no dinheiro a receber. Logo depois de ver isso ela tentou alertar seu pais que preferiu acreditar nos seus empregados, pois eram amigos a muitos anos.Logo o sítio entrou em colapso e não conseguiu pagar suas dívidas com o banco e teve que ser leiloado. A família Miller foi morar na vila: seu Eugênio começou a trabalhar
Alice gritou com Leonardo:- Senhor Leonardo, você não deveria fazer isso com sua esposa. Ela já está mal o suficiente.- Como se atreve a dizer o que posso ou não fazer com ele. – Ele disse se aproximando de Alice. – Já que não posso fazer com ela eu poderia fazer com você. É isso que você quer?- Eu não disse isso! – Alice começou a andar para trás e bateu em um móvel. – Por favor pare. – Implorou ela.- Agora eu não posso parar, você vai ser minha, sua putinha de merda. Isso é para você parar de se meter onde não deve.- Não, pare por favor. – Ela ainda implorou. - Eu vou gritar.- Não adianta gritar. Aqui todos sabem que não devem se intrometer nos