Andreia caminhou por quase uma hora, mas nenhum táxi chegou para buscá-la. Já estava ficando furiosa quando ouviu o seu telefone chamar. Dona Norma estava ligando. Andreia deu um suspiro antes de atender, estava com um mal pressentimento.
- Diga logo qual é o motivo de você estar me deixando na rua até essa hora. - Andreia esbravejou.
- Todos os meus cartões de crédito foram cancelados e preciso de mais tempo para transferir um pouco de dinheiro de uma das minhas contas no exterior.
- Quanto tempo? - Andréia estava com a voz desanimado, pois estava achando que iria dormir na rua.
- Pelo menos umas 12 horas.
- Eu vou dar outro jeito. Obrigada!
Na manhã seguinte ao ocorrido alguém bate na porta de dona Norma muito cedo. Ela levanta da cama resmungando já que na noite passada não havia dormido muito depois da ligação de Andréia e de ter descoberto que seus cartões estavam todos bloqueados.- Quem é? - Ela pergunta antes de abrir.- Sou eu, seu filho preferido! - Responde Arthur do outro lado da porta.- Oi, meu filho. Porque não me disse que estava vindo? - Ela abriu a porta gentilmente. Pensando que era a oportunidade perfeita para reclamar que seus cartões estavam bloqueados.- Eu queria que fosse uma surpresa.- Que pena, eu poderia ter pedido para
Na semana seguinte ninguém teve notícias de Andreia. Ela havia, simplesmente, sumido do mapa. E ninguém procurou por ela. Alice estava muito preocupada com o avô que tinha tido um infarto e estava internado. Os médicos falaram que não precisavam ter esperança de que ele iria melhorar.Eugênio cuidava do sogro muito bem e Alice passava todos os dias no hospital para verificar como estava, mas seu Vicente estava cada vez mais fraco. Até que numa noite Eugênio ligou do hospital para avisar que o pior havia acontecido. Mesmo sem ter convivido muito com o avô, Alice chorou relembrando os bons momentos.Quase um mês mais tarde, o advogado de Vicente contatou todos para uma reunião. Ele precisava colocar os últimos desejos de Vicente em prática. Então se reuniram
Todos os dias Alice ia para o escritório. Ela aprendeu rápido como funciona dentro da empresa do seu avô mais rápido do que imaginava. Porém ficou com pouco tempo livre para ficar com sua filha. Quando Alice chegava em casa Helena já estava jantando, então brincava com ela por alguns minutos, dava um banho e colocava na cama. Depois que Helena adormecia Alice ficava lá olhando para ela por um longo tempo.- Você não precisa se sentir culpada. - Roberto viu a cena muitas vezes da porta do quarto e sabia como Alice estava se sentindo, mas nesse dia resolveu entrar e abraçá-la.- Eu queria tanto ter mais tempo para ficar com ela. Mas com a empresa do vovô não consigo fazer nada além do que já estou fazendo, são muitas coisas que eu preciso decidir.
As pessoas que estavam ajudando foram para seus empregos e empresas naquela manhã. Ficaram na casa apenas os policiais, o casal desesperado por notícias da filha e Arthur que estava compadecendo da dor deles e sentindo-se como se algo estivesse errado consigo mesmo.Naquela tarde os três estavam tomando um café para manterem-se acordados quando o telefone de Arthur tocou. Era um número estranho e ele estava relutante em atender, então olhou para o celular por um tempo e o guardou. Assim que parou de tocar começou novamente e Arthur resolveu atender acreditando ser alguém da sua rede de lojas que havia trocado de número e estava ligando, afinal se não fosse importante não insistiria.- Alô! - Arthur atendeu e ficou esperando a resposta.
Naquela noite, Roberto e Alice não aguentaram a canseira e foram dormir em sua cama. Apesar do sono eles acordam frequentemente para verificar as chamadas telefônicas e ver se os policiais tinham alguma notícia. Mas não teve nenhuma novidade até a hora deles levantarem de sua cama para tomar café da manhã.Durante a manhã Alice ficou lendo alguns documentos em seu notebook na mesinha de centro da sala de estar. Ela sentou-se no chão e verificou os últimos acontecimentos da empresa. Roberto saiu e foi até os bancos em que tinha conta para verificar a possibilidade de saque da quantia que Andreia pediu. Todos os bancos pediram pelo menos três dias para levantar o dinheiro em espécie, mas Roberto contou a situação e eles tentariam fazer o melhor possível para levantar a quantia em vinte e quatro horas
Alice estava na sala andando de um lado para o outro esperando que alguém viesse e dissesse que a empregada havia dito onde sua filha estava, porém eles passaram por ela com a empregada algemada e a levaram para a delegacia. Roberto acompanhou os policiais enquanto Alice esperava por respostas em casa. O desespero estava tomando conta de Alice, suas olheiras estavam enormes de chorar e não dormir. Ela nunca imaginou sentir uma dor dessas em sua vida.Quando Roberto apareceu em casa Alice já havia secado de tanto chorar e estava sentada no sofá olhando para longe com os olhos vidrados. Parecia que havia morrido, não piscava nem se mexia. Roberto sentiu seu coração apertar ao vê-la assim e o pior era que ele não tinha boas notícias para lhe dar.- Meu amor, eu voltei! - Roberto diss
Estava tudo preparado, Roberto saiu de casa dirigindo seu Porsche dourado. Os policiais estavam colocados atrás da pequena casinha esperando a hora certa para agir. Eles chegaram pela rua dos fundos para que ninguém percebesse a movimentação estranha.Não demorou muito para que Roberto estacionasse seu carro em frente a casa. Um homem espirou pelo vidro e falou algo para alguém que estava com ele na casa.-Como você me achou? - Andréia disse parada na porta de casa. - Trouxe seus amiguinhos policiais contigo?- Eu sou mais esperto do que você imagina. Vim sozinho para buscar minha filha. - Ele respondeu dando um passo a frente. - Se quiser pode me revistar e fazer uma ronda. Você viu mais alguém nessa rua a essa hora.
Andreia empurrou Roberto para dentro do carro juntamente com ela e pisou no acelerador. Até que os policiais entraram em seus carros, o Porsche já estava longe. Porém os policiais foram na mesma direção tentando alcançá-los. Por sorte dos policiais, mas azar de Andréia havia muito trânsito. As ruas cheias dificultaram a fuga.Em uma esquina Andreia virou de repente e o trânsito diminuiu um pouco, então pode acelerar ao máximo.- Vá devagar com esse pé no acelerador. - Roberto disse para Andreia. - Você quer fugir ou quer morrer?- Se não der para fugir é melhor morrer. - Ela riu alto, uma risada muito estranha, parecia que estava enlouquecendo. - Não se preocupe. De que adianta ter um carro dess