- Bom dia, turma! Nossa, temos uma turista na turma hoje, bem vinda a aula prática de química, vou pedir que se apresente para turma, pois acho que nem todos a conhecem ainda...
Ela levantou os olhos encarando-o, apesar de quase não frequentar as aulas, Ana gosta de sentar na frente até por causa da sua visão. Ela respirou fundo, levantou, virou para turma e abriu um sorriso encantador.
- Bom, aos alunos que são tão turistas quanto eu, me chamo, Ana Rita, tenho dezesseis anos, coisa que acredito que nenhum de vocês tem, devido a terem completado os estudos no tempo regular, consegui me formar com quinze anos, mas devido minha vinda para cá perdi um ano da faculdade, acredito também que se não tivesse perdido, igual nenhum de vocês me conheceria mesmo, e já teria passado por essas matérias e não precisaria mais vê-los, menos ainda me apresentar, muito obrigado pela atenção prestada na minha pessoa, ao invés de estarmos tendo aula que é para isso que o senhor é pago. - Ela virou e olhou para o professor Daniel sentando-se.
- Infelizmente, querida aluna, iremos nos ver em todos os semestres e torça que eu não seja seu orientador! Sua vida pode ter alguns percalços se isso acontecer, pois farei valer o salário que eu recebo...
Um colega gritou do meio da sala interrompendo o discurso do professor.
- Ana Rita Prando? A modelo surfista, que ficou em segundo lugar no mundial juvenil, sério?
Ela não se deu o trabalho de virar para trás e apenas respondeu que sim.
- Depois da aula quero conversar com você, Ana Rita!
“Então, assistir uma aula com o professor mais chato da faculdade... Ainda bem que é prática! Vou tentar fazer uma bomba e explodir esse laboratório.”
- Terminei, posso sair?
Ele a olhou com uma expressão de muita raiva.
- Não! Como terminou?
- Misturei tudo e criei uma fórmula... Diferente da que você passou. Aqui está! Estou saindo.
- Sente-se e faça a fórmula que eu passei, que cheiro é esse?
- Foi o perfume que criei!
Ele pegou o tubo de ensaio de Ana, cheirou e retirou do meio dos demais tubos que estavam vazios...
- Faça um dos testes das fórmulas que te passei! Tome mais um tubo coloque no lugar do que eu retirei. Sabe a fórmula que usou no seu perfume?
- Sim, a tenho totalmente detalhada aqui.
- Vamos patentear isso!
- Tome. – Ela entregou o papel com a fórmula para ele - Eu não preciso disso... Ganho mais com as minhas fotos e as ações que tenho na empresa do meu pai!
Ele a olhou mais bravo ainda.
- Saia agora, e me espere na minha sala!
Ela saiu caminhando, literalmente contando os passos... Em seguida ele a alcançou. Os dois entraram na sala dele.
- Diga. O que é tão importante que não pode ser dito na frente dos meus colegas?
- Sua arrogante, filhinha de papai! Acha que pode fazer o que quer nas minhas aulas? Está enganada. Você é inteligente, sim! Mas não deixarei você tomar conta das minhas aulas, eu mando, sou mais velho e seu professor. Você deve me respeitar...
- Sério? Que é mais velho se vê a quilômetros! Agora, eu não devo ser respeitada? Desde o primeiro dia de aula, ainda não sei o motivo, mas você implicou comigo. Suas observações quanto o viver a vida como quer, ou não precisar estar aqui, ou ser uma turista... Eu estou aqui porque quero, levo minha vida como uma filhinha de papai, sim! Você deveria saber o que é ter uma filha adolescente, pois pela sua idade deve ter pelo menos um filho com a minha idade.
Ele olhou sério para Ana!
- Não tenho filhos!
- Já passou da hora, deve ter quase a idade do meu pai!
Furioso Daniel bateu na mesa.
- Acha que é a única inteligente da sala? Acha que você é a única que se formará antes dos vinte anos? Enganou-se! Sou bem mais novo que imagina...
- Então precisa de uma namorada! Não desconte suas frustrações em cima de mim.
Foi salva quando bateram na porta.
- Entre!
- Bom dia, professor! Aninha, o que faz aqui? Foram na minha sala me chamar! Desculpa, professor, coisa de adolescente, ela não fará mais perfumes na sua aula, né, Ana Rita?
- Ai, ééé! Não farei. – Falou Ana debochando.
- O perfume foi o de menos! Ela quis me humilhar, me dando a fórmula para patente e dizendo que não precisa disso! Eu também não preciso...
- Ei, espera, Ana Rita o que aconteceu? Você não é assim?
- EU ODEIO ele! Acho que é o professor mais idiota da faculdade!
- Professor, desculpe, posso conversar com minha irmã, sozinho, por favor?
- Pode, também não morro de amores por você... Se quiser podemos fazer um acordo, você só vem nas minhas aulas para fazer as provas, não a reprovarei por faltas.
- Não, nós iremos resolver isso. Ela irá se comportar!
- Não, Gui, eu aceito!
- Não, ela não aceita nada, iremos conversar mais calmos! Com licença professor.
- Eu não quero mais olhar para cara dele, Gui!
- Pare, o que deu em você?
- Ele praticamente me humilhou no inicio da aula, me chamou de turista, eu só faltei duas aulas dele, nenhum dos outros fez isso! Ele fez eu me apresentar para turma... Então eu aprovei e fiz o mesmo com ele, o humilhei!
- Não, Aninha, está tudo errado! Vamos para casa agora, depois, de tarde vamos para praia... O Dennys nos convidou para irmos dar uma volta de lancha hoje. O Kevin vai ir junto...
- UUUH! O Kevin!
Kevin, Ana nem consegue descrever... El não é lindo, segundo Ana, mas ela o acha, 1,78 de altura, asiático, magro, não, muito magro, simpático e... “Sei lá é o Kevin!”
- Sabia que ficaria animadinha! Mas não esqueça, meus amigos não!
- O Kevin não é seu amigo... É irmão de um, se não me engano!
- Realmente, é irmão de um amigo.
- Gui, o que eu faço semana que vem? O papai vai achar que eu não estou estudando!
- Ele nem ficará sabendo o que aconteceu.
- Eu realmente não entendo o que aquele professor quer.
- Esqueça isso! Vamos comer.
- Termina logo, Danny!- Credo, não consigo engolir sem mastigar, faz mal sabia?- Pega na mão e vamos, não quero encontrar o professor Daniel e ele está vindo.- Não faz assim, Ana, faz alguns dias que ele não pega no seu pé.- Dias?- Sim, dias.- Está certa, nossa última aula foi quinta-feira e hoje é terça-feira. Amanhã ele começa. Será a primeira aula com ele na semana.- Está bem! Vamos, irei comendo. Se me der indigestão, a culpa é sua.- Levo você ao médico, meu pai paga...- Nossa, obrigada. Quanta generosidade, vem vamos sair pelo outro lado da lanchonete. Se algum dia disser que não sou sua melhor amiga irei esfregar esse dia na sua cara! Ana passou o braço por cima do pescoço de Danny e deu um beijo em seu rosto.- Obrig
- Aninha, olha quem está ali, não é o Kevin?- Sim, é ele, Danny... Acho que deve estar perdido. Vou ali falar com ele.- Tá, até de tarde! Irei na sua casa para fazer o trabalho...Ana apenas acenou que sim.- Oi, Kevin, não teve aula hoje?- Saí mais cedo...- O Campus do Dennys é do outro lado, vem que eu levo você. Vou para lá também, aproveito para esperar o Gui!- Não, espera! É que... Na verdade, eu, é, vim... Éééé, quer almoçar comigo?- Ou!- Acho que a senhorita tem um trabalho para fazer...Ela olhou pra trás, o agradável professor estava passando, Daniel, um homem elegante, 1,83 de altura, asiático, sério, com uma linda e bem definida boca... “Falando a verdade, tirando a antipatia, que homem lindo”! “Que lugar que tem a
- Pega essa!- Não. Pode ir, Gui!Ana ficou sentada na prancha olhando para a areia. Avistou um casal sentado e ficou imaginando como seria quando ela estivesse namorando com Kevin. Uma onda veio e a derrubou. Guilherme foi ao encontro da irmã.- O que foi isso?- Nada, só me distrai.- Sério? Você se distraiu?- Gui, olha só. Eu caí e deu, simples. Vamos almoçar. Cansei de ficar aqui.- Nossa, o que está acontecendo com você, maninha? Anda meio rebelde nos últimos dias. O campeonato está chegando e você diz que se distraiu?- De tarde eu estarei melhor.- O que o Kevin fez para você?- Que? Não, você acha... Não, ele não fez nada. Nem ao menos tentou! Acho que esse é o problema.- Problema nada, aquele fedelho. Eu o arrebento se tocar em você!- Viu, voc&e
- Excelente trabalho para quem não frequenta minhas aulas! O que faz sozinha aqui?- Obrigada, e não estou sozinha meu irmão está lá, surfando... – ela apontou para o meio das ondas. - Estou esperando ele sair para ir embora.- Você é bem mais simpática fora da aula.- E você... Deixa para lá! Meu irmão está vindo.- Aninha! Oi professor. Eu estarei lá na barraca vou pedir algo para comermos, você não está com frio, mana?- Não, vou pegar mais uma onda e vou lá com você, Gui!- Irei te esperar lá! Vamos comigo professor? Podemos esperá-la lá... Aproveita para ver porque ela ficou em segundo lugar...Ela olhou para Guilherme com vontade de matá-lo por ter convidado o professor para ficar. Ficou um tempo ainda digerindo a ideia de ter a presença dele com eles. Saiu corr
- Olha para mim Kevin. E pare de rir...- Ai minha, linda! Desculpe.- Eu não irei sair assim.- O que tem de errado? Ficou muito bom!- Se não tivesse nada de errado você não estaria rindo.- Estou rindo da sua expressão. Não de você, ou melhor, da minha roupa em você. Ficou legal. Estilo skatista. Mas podemos passar na sua casa para se trocar se quiser, ou ainda pode pegar uma roupa da minha mãe.- Está brincando comigo. Que vergonha, vamos lá em casa, não irei aparecer vestida assim na frente das pessoas.- Eu não me importo, mas vamos. Vou pedir para o motorista nos levar.- Por que não vamos com seu carro? Não gosto quando o motorista vai junto, me sinto desconfortável. Ele fica me encarando.- Vestida assim ele nem irá te olhar. Juro!- Viu, olha só você!- Desculpa, eu tinh
-Professor, eu tenho um pergunta!- Faça-a então, Ana...- Qual o tipo e quanta química temos que ter para ter uma relação com uma pessoa?Ele ficou totalmente desconcertado, fez uma careta e baixou a cabeça.- Acho que está fugindo do assunto da aula.- Pelo contrário, professor, estamos falando de química, então acho que química pode ser de todas as substâncias que conhecemos, nossos corpos soltam fluidos corporais que reagem de formas diferentes em contato com diferentes ativos, por exemplo, se eu fizer um perfume para o seu tipo de pele ele reagirá de uma forma, que em contato com o meu reagirá de forma diferente, assim como da Danny será diferente também! Então nossos corpos tem química...- Ana Rita... Depois da aula nós conversamos sobre isso! Não acho apropriado falarmos esse assunto na sala
- Me explica isso, Ana Rita! O que você tem para me dizer?- Pelo menos assim o senhor sabe que eu existo, e me chama para almoçar, isso é uma honra! Chego a ficar emocionada assim, papai...- Emocionada, Ana Rita? Receber uma suspensão da faculdade, você não é mais criança que eu tenha que estar me preocupando.- Ou eu ainda sou uma criança que preciso de atenção?- Você tem tudo que precisa! O que você quer mais? Que eu a proíba de surfar, sair, ou corte sua renda?- Já disse que não preciso do seu dinheiro... O que ganho como modelo, eu poderia me sustentar, sabe disso, por isso que não quer que eu trabalhe e viva dependendo da miséria que o senhor chama de mesada...- Olhe aqui, menina! Ofender um professor em aula, onde estava com a cabeça?- Em qualquer lugar menos na aula dele... Eu já sei tudo
- O que aconteceu, maninha? Explodiu algo aí dentro?- Não foi nada, Gui. Só não entra aqui!Ana havia feito uma fórmula que não deu muito certo. Ela acabou jogando tudo no chão, além do cheiro insuportável dentro do laboratório, ela havia se cortado. Guilherme não se convenceu da resposta da irmã e arrombou a porta, ele entrou e viu Ana com os braços e as mãos sangrando, ficou olhando assustado para ela que estava parada com olhar fixo para o chão e chorando. Após alguns segundos, ela levantou o rosto e fitou o irmão.- O que aconteceu aqui, Ana? Você está toda cortada!- Não é o que você está pensando, foi um acidente, não me cortei de propósito...- Espera, deixa-me chamar a empregada para limpar isso. E você, Ana! Venha tomar um banho para eu levá-la ao mé