Capítulo 1

- Bom dia, maninha! O que faz aqui essa hora?

- Me arrumando para ir à faculdade, Gui! O que você deveria estar fazendo também...

- Está um dia lindo, vamos para praia, Aninha, amanhã você vai à aula!

- Guilherme, semana passada já fomos surfar, se o papai descobre irá enlouquecer!

- Você acha que ele se importa tanto assim?

- Acho que seremos degolados e jogados aos tubarões...

- Preciso de uma modelo para um projeto que estou fazendo, só mais hoje! De tarde iremos surfar, prometo. Ele pouco liga para nós!

- Tá, vamos, hoje tem aula de análise química mesmo... Só irei por isso. Não quero perder as aulas de laboratório! E a mamãe, onde está?

- Está dormindo, e não se preocupa, ela está mais interessada no próprio umbigo do que em nós... Vamos antes que o Sol fique muito forte.

- Seu amigo me convidou para sair no fim de semana.

- Nem pensar! Meus amigos, são apenas meus amigos. Não quero que se envolva com nenhum deles. O que disse para ele?

- Nada, o deixei sozinho sentado na lanchonete da faculdade.

- Sabe que aqui não é tão seguro como você pensa... Não quero você saindo com ninguém que eu não conheça bem, e tenha certeza que possa sair. Todos acham que você é maior de idade por ser um mulherão, mas não esqueça que acabou de completar dezesseis anos. Sou responsável por sua segurança, já que o papai está ocupado demais para cuidar de nós.

- Posso levar minha prancha? Almoçamos lá!

- Não! Vamos, levamos nossas mochilas, tiramos as fotos, viemos para casa como se nada tivesse acontecido, almoçamos e daí sim, vamos com as pranchas... Não podemos deixar rastros, maninha.

- Gui, eu não quero fazer isso, acho que irei para aula...

- Deixa de ser boba. Lembra que terá aula com aquele professor que pega no seu pé.

- Eu posso ficar quieta na aula dele.

- Eu preciso de você! E tem que ser de manhã.

Os dois foram para praia e passaram a manhã passeando e tirando fotos. Guilherme, tem dezenove anos, lindo, moreno claro, 1,90 de altura e olhos azuis. Está cursando o sétimo semestre da faculdade de artes fotográficas, e Ana Rita, loira, cabelos compridos, olhos verdes, 1,71 de altura, está cursando primeiro semestre de química.  Chegaram há pouco mais de um ano no Havaí, estão amando o lugar, mas sentem muito ainda a distância dos amigos. Seu pai, Felipe Prando, um grande e milionário empresário, sócio de uma enorme seguradora de saúde. Sua mãe, Amanda, é a maior dondoca da face da terra, que só se preocupa com ela mesma e um pouco com seu filho mais velho. Gui é muito protetor, está sempre ao lado de Ana, levando-a junto para todos os lugares que vai, mas da mesma forma que a protege, a leva por caminhos errados. Bebidas, festas, além de matar aula. Os dois tem muita facilidade de aprender as coisas, então... Aproveitam isso para burlarem alguns sistemas, como comprar atestados e não comparecer às aulas.

Chegaram em casa, comeram, ela subiu e ligou para sua amiga, Danny, perguntando sobrea aula, é claro que o professor perceberia sua ausência. Segundo, Danny, ele disse que daria um teste assim que Ana aparecesse. “Drogaaaa”. Ana a convidou para ir surfar com eles. Encontraram-se na praia e ficaram surfando até quase à noite. Chegaram em casa e foram cada um para seu quarto. Ela tomou banho e deitou.

- Posso entrar?

- O que quer, Gui?

- Aninha, notei que ficou chateada com alguma coisa!

- Não foi nada, você pegou minha onda...

- Não! Nunca ficou chateada, sempre me derruba.

- Gui, vamos assistir algo?

- “Flash”?

- Terminei ontem!

- “Gothan”?

- Mês passado...

- “Lúcifer”?

- Pode ser! Onde parou?

- Terceiro episódio da segunda temporada...

- Assim não dá! Eu já estou terminando a terceira.

- Filme então!

- Vamos jogar...

- Xadrez?

- Vou pegar...

- O que vocês dois estão fazendo?

- Iremos jogar xadrez, pai. Por quê? Precisa de algo?

- Não, já é a segunda vez que me ligam da faculdade dizendo que não foram. Acham que meu dinheiro dá em árvores?

- Não mesmo, se desse, você seria mais presente em nossas vidas!

- Gui!

- Não, Ana Rita, ele acha que por nos repreender está nos educando. Acho que está errado papai...

- Não irei falar de novo! Ou vocês dois criam juízo e não faltam mais as aulas ou o surfe acaba para vocês! E, Guilherme, sua irmã não é sua modelo, pare já com as fotos. Não quero mais vê-la em revistas, entendeu? Ela só tem dezesseis anos e eu sou responsável por ela.

- A mamãe assinou os documentos, não pode interferir nisso!

- Já falei, Guilherme! Ou corto os cartões de vocês dois!

- Pai. – ela virou de costas para não ter que encará-lo. - Ganhamos muito mais a cada revista que saio do que os limites dos nossos cartões!

Ele ficou a olhando...

- Filha, nunca falou assim comigo, querida!

- Eu quero continuar sendo a modelo do Gui, pai.

- Não gosto da exposição do seu corpo, embora não saibam quem é você. Eu sei...

- Conviva com isso, sua esposa faz isso todos os dias na praia e não fala nada, ainda dá dinheiro para ela. Eu estou trabalhando com meu irmão e recebendo para isso.

Ele saiu, bateu a porta e gritou.

- AULA TODOS OS DIAS!

Os dois se olharam e começaram a rir...

- “Karatê Kid”?!

- Feito...

- O que deu em você para responder para o papai daquela forma?

- Não sei! Acho que fiquei brava.

- Minha irmãzinha está crescendo... Ficou brava, que linda!

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