“Tudo vai ficar bem”Era isso que sua mente repetia mesmo quando tudo ao seu redor parecia que não iria e não estava nada bem. Com o coração acelerado, suas pernas trêmulas e a dor de cabeça prestes a explicar o cérebro, ela encarou a paisagem da janela grande seu quarto achando tudo ainda mais bonito. O sol tinha nascido no interior trazendo vitaminas para todos os tipos de pessoas e animais, plantas e tudo acima da terra, uma luz a quem estava triste espantando toda a escuridão da noite, mas não podia arrancar a dor do peito de ninguém.Mel levantou da cama caminhando em pequenos passos até chegar à janela e abriu mais as cortinas sentindo a quentura pegar em sua pele, e aquilo era muito bom. Passou uma mão na barriga não entendendo o motivo de sentir ainda mais cansada ao acordar de uma noite que conseguiu dormir perfeitamente bem depois de quase um litro de leite quente. Será que era normal sentir tanta dor assim? Porque não parecia.Suspirou varrendo todo o quarto atrás do celula
— Então quer dizer que você nunca teve coragem de surfar de noite… - Maurício murmurou novamente passando a página da revista de surfe que achou no carro do seu mais novo melhor amigo — Então você não deve ser o melhor. Eu vi que muita gente faz isso de noite não importa se está chovendo ou não.— Eu não entraria no mar de noite com minha prancha se o céu estivesse ameaçando de chover, nem de dia eu cometeria uma tragédia dessas - Riu de canto sem tirar os olhos da estrada — você precisa entender antes de qualquer coisa, que não é sobre enfrentar uns desafios sendo que pode morrer, é conseguir enxergar a onda e poder surfar nela. Não vai adiantar você se meter num canto perigoso apenas para ser lembrado.— Estou vendo aqui que muita gente tentou pegar o surfe da noite do eclipse. Qual é a diferença? - Bradou fechando a tal revista o olhou para Valério que continuava a rir. Achava graça de tudo que aquele garoto falava, mas gostava de saber que tinha alguém interessado em suas historia
Como outra manhã de segunda, Levi abriu os olhos em meio ao escuro de seu quarto, sentou na cama olhando em volta e se arrependia profundamente de ter tirado sua mesa dali, pois o que ele precisaria era apenas de um banho e um café quente para começar a trabalhar e justamente por causa de Mel, agora ele teria que tomar banho se arrumar e ainda ir trabalhar naquela empresa onde era visto por todo mundo, cumprimentado por todas as mulheres e ainda tinha que dribla todo tipo de decote que era jogado em sua frente.Não soube quando a politica de der em cima dos CEO da empresa e dar certo tinha se concretizado naquela empresa além de seu pai e irmão dormirem com metade do prédio. Não gostava de ver aqueles olhos famintos da maioria das mulheres em cima de si achando que poderiam mesmo chegar perto e conseguirem alguma coisa. Ele não era homem de dormir com qualquer mulher, ainda mais sabendo que os outros ao redor iriam saber.Quando terminou de se arrumar, desceu as escadas escutando pequ
Felipe estacionou o carro no mesmo lugar de sempre, esperou o motor desligar para sair de seu acento olhando ao redor antes de abrir a porta de Levi para que o chefe finalmente pudesse sair. O comando de Levi era algo que não podia ser ignorado, e desde a manhã onde foi ordenado que avisasse a pequena Mel sobre Becca, as coisas tinham piorado de uma vez. Não havia comunicação entre o motorista e chefe como antigamente, nem mesmo com as empregadas estava falando. O prato de comida era colocado sobre a mesa e do mesmo jeito era retirado no dia seguinte, como uma greve de fome.E quem podia parar isso? Ninguém.O terno continuava caro, feito sob medida para seu corpo bonito, desfilou pelos corredores da empresa deixando todos em silêncio e paralisados. Cada dia mais o silêncio e calmaria durante sua passagem do elevador até a sala com seu nome se intensificava e ninguém tinha coragem de perguntar o motivo. E realmente, será que tinha um motivo? Todos conheciam Levi Santiago como um cara
— As ruas estão muito bonitas - Maurício avisava enquanto reparava em cada desenho ou enfeite pelas árvores e portes do interior — Como as praias ficam nessa época do ano?— Ah as praias ficam lindas demais, principalmente no ano novo com a queima de fogos. É uma festa muito grande, o natal todo mundo passa em casa, mas no ano novo, é uma luta para conseguir um lugar para sentar na areia e assistir todas aquelas luzes brilharem no céu - Valério fofocava com o garoto sentado no banco de trás do carro, elétrico como sempre, e não importava quantas vezes Mel dizia para que ficasse calmo, ele sempre estaria agitado.— A gente vai assistir a queima de fogos na praia, não é Mel? - Maurício perguntou a outra que apenas assentiu passando a mão na barriga — Será a primeira queima de fogos dos meus sobrinhos e eles precisam ver.— Seus sobrinhos ainda são muito pequenos para ver uma coisa dessas. Vai demorar um pouco para eles assistirem alguma coisa - Brincou do banco da frente fazendo Valério
O sorriso que a mulher mostrava para os espelhos do quarto de luxo era um dos mais bonitos, daqueles que toda noiva merece mostrar. O vestido branco havia sido desenhado por um dos melhores estilista da cidade além do tecido ser um dos mais finos e decorados do mundo, afinal, não estava casando com qualquer homem, e não era de qualquer família.Miranda voltou-se as suas madrinhas mostrando o buquê chique, embora aquela cerimonia não fosse dos seus sonhos, ainda era o casamento que pediu aos céus desde que conheceu Levi.— Então. O que acharam? - As mulheres assentiram e voltaram a beber seu vinho, estavam bebendo desde cedo, cortesia da grande casa de luxo de uma fazenda.— Sendo sincera, minha amiga, achei que quando fosse se casar, a festa duraria alguns dias apenas para ser o mais majestoso e chamativo o suficiente para que todo mundo comentasse por uns anos. Não algo feito numa fazenda.— Mas em compensação, a fazenda é a de nada mais, nada menos que Marlon Santiago, um empresário
— Certeza que ficaremos bem no nosso quarto. - Levi a encarou.— Esse é o seu quarto. O meu é do outro lado - Deu as costas e saiu do lugar deixando-a ali, perplexa.— Espera! - Ele parou depois de ouvir o grito desesperado. Ele podia até não gostar, não querer ficar perto ou estar no mesmo mundo que ela, mas no momento, Miranda era sua responsabilidade… — O que você está fazendo?— Como assim o que estou fazendo? - Estranhou a pergunta da outra, não era óbvio? Será que ele teria que explicar as coisas para ela como se Miranda fosse uma criança? Ela não era uma mulher inteligente, a CEO das empresas do pai? — Não entendi o que está querendo dizer!— Eu que não entendi o que você está querendo fazer - Bradou ainda mais brava, olhou ao redor notando alguns casais saindo de seus quartos no momento, afinal, era uma nova manhã. Voltou a Levi que ainda esperava que ela dissesse alguma coisa, ao menos paciência ele tinha, só não se importava com nada. — A gente acabou de casar.— Sim, e não
Tudo bem.Respira.Certeza que ele estava fazendo aquilo apenas para lhe irritar porque Levi não teria coragem de largá-la ali no meio do nada na lua-de-mel, correto?Ajeitou os cabelos loiros marcando muito bem seu decote e seguiu o mesmo caminho que o homem já tinha sumido. Sorriu para todos quando entrou na festa e as pessoas estavam animadas. Casais dançavam em todos os lugares, o clima de amor e paixão, aquele romance no ar com tantas velas e decorações com flores bonitas. Tudo aquilo lhe enfeitiçava, não iria negar.Era bonito, sofisticado, um lugar onde deveria ter uma marca registrada, algo que eles como casal, jamais deveriam esquecer, mas é claro que aquela noite inteira ela queria esquecer. Não pode ficar no mesmo quarto que seu marido, foi simplesmente, ignorada quando estavam juntos e ele sequer chegou acompanhado ao seu lado. O procurou por dentre as meses e o viu pedir uma segunda dose de bebida, visto que ainda tinha uma em suas mãos.Aproximou-se do marido sentando na