Lia Perroni Mais tarde, passei pela escola de Esmel para buscá-la. Encontrei-a sentada com coleguinhas, aguardando seus responsáveis. — Mamãe! — Esmel gritou, saltando em meus braços. Retribuí o abraço. — Oi, querida! Que animação é essa? Você se divertiu hoje? — Sim, aprendemos matemática! — respondeu Esmel, radiante. — Nossa, que legal! Você gosta de matemática? — Amo! — afirmou. — Ok, vamos almoçar fora hoje! Esmel parou de andar, apontando para frente. Virei-me e fiquei em choque. — Marcelo... — murmurei. Ele estava do outro lado da rua, todo de preto, com um boné. Sorriu, acenou e desapareceu. — Mamãe... — Esmel chamou, preocupada. — O papai vai voltar? Forcei um sorriso. — Talvez, querida... não tenho certeza. — Mas se ele machucar a senhora? — perguntou Esmel. — Não vai, eu protegerei nós duas — garanti. — Agora preciso que me prometa uma coisa, que não vai contar para o Kairós, sobre o que aconteceu hoje, ok? Esmel arregalou os olhos. —
Lia Perroni Pego Esmel no colo, tentando protegê-la da confusão. — Vamos, querida. Vamos embora daqui. Esmel, assustada, se agarra ao meu pescoço. — Mamãe, o que está acontecendo? Tento manter a calma. — Não se preocupe, filha. Está tudo bem. Vamos encontrar um lugar seguro. Enquanto Kairós e Marcelo continuam a brigar, rapidamente pago a conta e saio do restaurante com Esmel. Olho em volta, procurando um local tranquilo. — Vamos para o parque — digo, decidida. — Vai ser mais seguro. Esmel chora baixinho, enquanto a conforto. — Shh, filha. Estou aqui. Não vai acontecer nada. No parque, encontro um banco isolado e sento-me com Esmel. — Esmel, você está bem? — pergunto, acariciando seu rosto. Esmel olha para cima, com olhos tristes. — Mamãe, o papai está bravo comigo? Respondo carinhosamente. — Não, querida. Ele está bravo comigo, não com você. Esmel suspira. — Eu não quero que ele machuque você novamente. Abraço Esmel forte. — Não vai ac
Lia Perroni Kairós me pegar no colo e me leva para o quarto, fechando a porta. Kairós me coloca suavemente sobre a cama, seus olhos ardentes me envolvem. Ele se deita sobre mim, nossos corpos se unindo. — Eu te amo, Lia — sussurra, beijando meu pescoço. — Eu também te amo — respondo, envolvendo meus braços em volta dele. Seu toque é suave, mas intenso. Nossos lábios se encontram novamente, perdidos em uma paixão que não pode ser controlada. A mão de Kairós desliza suavemente para dentro da minha blusa, enviando arrepios pela minha pele. Seus dedos acariciam meu corpo, fazendo meu coração acelerar. — Kairós... — sussurro, perdida em seus olhos. — Eu te amo, Lia — repete ele, beijando meu pescoço. Minhas mãos navegam pelo seu corpo, até que chegam no cinto da sua calça, e a retiro com sua ajuda. Com a calça removida, Kairós se aproxima ainda mais de mim. Nossos corpos se unem, envoltos em uma paixão intensa. — Eu quero você, Lia— sussurra ele, olhos ardentes. — Eu
Lia Perroni Acordei com os primeiros raios de sol entrando pela janela. Tentei me levantar, mas fui gentilmente impedida pelos braços fortes de Kairós, que envolviam minha cintura com carinho. Kairós se aninhou mais perto, seu hálito quente em meu pescoço. — Não vá embora — sussurrou, apertando-me com delicadeza. Eu sorri, sentindo-me segura e amada. — Não irei — respondi, virando-me para beijá-lo. Ele me abraça pela cintura. — Bom dia — diz. — Bom dia! — respondo. Ele se inclina sobre mim. — Nem pense nisso, tenho que levar o café da manhã para Esmel — digo, empurrando-o. Ele sorri. — Eu não fiz nada! Ergo uma sobrancelha. — Mas pensou em fazer, que sei! — Está lendo mente agora, querida? — pergunta. — Talvez... — digo. — Então me diga, o que estou pensando agora?" pergunta. Sorrio travessamente. — Está pensando em se levantar, vestir suas roupas e ir embora. É nisso que está pensando — sorrio. Ele me encara sério. — Está me mandando e
Lia Perroni Eu nunca pensei que fugiria de minha própria vida. Mas aqui estou eu, sentada no banco do passageiro de um ônibus, com minha filha Esmeralda dormindo ao meu lado. Eu olhei para trás, para a cidade que deixei para trás. A cidade onde eu conheci Marcelo, o homem que prometeu me amar para sempre, mas que me transformou em uma prisioneira em minha própria casa. Nós nos conhecemos em uma festa, e ele foi charmoso e atencioso. Eu era uma jovem e ingênua, e acreditei que ele era o amor da minha vida. Mas logo após o casamento, tudo mudou. Ele se tornou controlador e possessivo, e eu comecei a perder minha liberdade. Me lembro perfeitamente da primeira vez que ele me bateu. Eu ainda estava grávida de Esmeralda, e ele estava bêbado. "Você é minha", ele disse, enquanto me batia. Eu pensei em fugi, mas o medo dele me encontra e acaba sendo pior, me fez acovardar. Mas desta vez, eu estava determinada a escapar. O ônibus parou em uma pequena cidade no interior do México. E
Lia Perroni No dia seguinte, acordo bem cedo e me arrumo, preparo o café e chamo Esmel.— Bom dia, mamãe! — disse ela, esticando os braços.— Bom dia, meu amor! — eu disse, abraçando-a.Nós tomamos o café juntas e eu a ajudei a se preparar para o primeiro dia de escola.— Estou nervosa, mamãe — disse ela.— Tudo vai dar certo, meu amor. Você vai fazer amigos e aprender coisas novas — eu disse, tentando tranquilizá-la.Kairós chegou pontualmente para nos levar à escola.— Bom dia! — disse ele, sorrindo.— Bom dia! — eu disse, sentindo meu coração bater mais rápido.Na escola, a diretora nos recebeu com um sorriso.— Bem-vinda, Esmeralda! — disse ela.Esmeralda sorriu.— Obrigada — disse ela.Depois de se despedir de Esmel, Kairós me ofereceu uma carona até a loja.— Obrigada — eu disse.No caminho, conversamos sobre nossos planos para o dia.— Você tem planos para o fim de semana? — perguntou ele.Eu hesitei.— Não sei. Ainda estou me adaptando — eu disse.— Eu posso te mostrar a cida
Kairós Chávez Eu estava me preparando para sair com Lia. Queria causar uma boa impressão. Camilla, minha irmã, e Cléber, seu marido, estavam na sala, assistindo TV.— Não exagere no perfume, mano! — disse Camilla, rindo. — Você vai espantar a moça!Cléber, que estava sentado ao lado dela, gargalhou.— Vai espantar, ao invés de conquistá-la! — disse ele, em tom de deboche.Eu sorri.— Não se preocupem, eu sei o que estou fazendo — disse, aplicando mais um pouco de perfume.Camilla revirou os olhos.— Você está usando o perfume "Sedução Fatal" para matar? — perguntou.Cléber riu.— Ou para seduzir? — disse.Eu ri.— Talvez um pouco de ambos — disse, sorrindo.Camilla se levantou e veio até mim.— Sério, Kairós, você está ansioso para impressionar moça? — perguntou.— Estou — disse. — Ela é especial.Cléber se levantou.— Então, vá e conquiste! — disse. — Mas não esqueça de nos contar tudo amanhã.Eu sorri.— Vou contar — disse. — Agora, preciso ir.— Boa sorte! — disse Camilla.— Você
Lia Perroni Eu senti meu coração falhar na hora que Kairós disse que sentia algo por mim. Eu precisava ser racional, não podia me envolver em um relacionamento, ainda mais estando... bem, isso era um assunto complicado.— Como você pode dizer isso, só nos conhecemos há um dia! — eu disse nervosa, tentando esconder meus verdadeiros sentimentos.Kairós sorriu, seus olhos brilhando.— Não importa, um dia foi o suficiente para mim me apaixonar. Acredita em amor à primeira vista? — perguntou.Eu senti meu rosto corar.— Não sei... — disse, tentando evitar sua pergunta.Kairós se aproximou de mim.— Eu acredito — disse. — E sinto que há algo especial entre nós.Eu me senti perdida, dividida entre minha lealdade ao meu passado e meus sentimentos por Kairós.— Kairós, por favor... — disse. — Não posso...— Não, o quê? — perguntou.Eu hesitei.— Não posso me envolver em um relacionamento agora — disse, tentando encontrar uma desculpa.Kairós olhou para mim, surpreso.— Você está... casada? —