A sensação era de uma péssima ressaca. Mas ela sabia que não tinha bebido.
Seu corpo estava mole, dolorido, e sua garganta estava seca, arranhando. Precisava de água, mas não tinha coragem de se levantar. A cama estava mais macia do que nunca, e os lençóis cheirosos e limpos, parecendo novos. Nem parecia a sua cama.
Outra coisa também fazia com que aquele momento fosse um verdadeiro paraíso: Maddy estava quieta, tranquila e...
Um flash de memória surgiu em sua mente. Tinha encontrado Gavin Randall na saída de seu trabalho. E o pior: tinha entregado Maddy para ele.
Meu Deus! Tinha colocado a sobrinha nos bra&cc
Foi uma voz, exatamente cheia de amor, que a fez olhar para a porta dentro do quarto. ― Maddy, vovó voltou com seu leitinho quente e... Wendy entrou com uma mamadeira enrolada em uma fralda e ficou surpresa ao ver Meredith ali. ― Me desculpa, eu não deveria ter entrado aqui. Eu só queria vê-la... ― explicou-se, sentindo-se uma intrusa. ― Não tem problema. Você é bem-vinda aqui, Meredith. Ela parecia sincera, principalmente ao sorrir. Havia algo naquela mulher que fazia com que Meredith gostasse dela, por mais que tentasse evitar.&
A impressão que tinha era que ela tinha dormido por dias. Talvez meses, mas fazia apenas oito horas que a tinha colocado na cama. Passara a noite inteira em seu quarto, novamente, observando-a. A febre tinha cessado, e, quando ela acordou, parecia mais forte, mais saudável. Especialmente quando quase deu um pulo ao vê-lo ali. ― Você me assusta, sabia? ― ela falou, colocando a mão no peito. ― Desculpe. Não foi minha intenção ― ele disse muito sério. ― Preciso conversar com você. ― Comigo? ― Meredith não podia imaginar qual seria o assunto. Suspeitava que tivesse a ver com Maddy. 
Quando chegaram, ele insistiu em entrar com ela para deixá-la totalmente em segurança. Assim que abriram a porta, no entanto, percebeu nos olhos dela toda a solidão que aquela casa significaria dali em diante. ― Parece tão maior... tão vazio... ― ela não tencionava dizer nada, mas foi quase um pensamento alto demais. ― Meredith... ― Gavin colocou a mão em seus braços e a virou para si. ― Você não precisa ficar aqui. Pode voltar comigo até que se acostume com a ideia. ― Não vou me acostumar se não estiver aqui. Ele suspirou. ― Ent&a
Era estranho acordar e não estar com pressa. Já fazia muito tempo que não conseguia preparar seu próprio café, exatamente do jeito que gostava, e sentar-se à mesa lendo jornal. Tinha telefonado para seus dois patrões e pedido demissão. Por mais que já tivesse se decidido a respeito do pedido de Gavin, não estava fazendo aquilo pois planejava viver uma vida fácil e confortável, mas porque queria recomeçar. Assim que sua vida entrasse nos eixos — se é que entraria —, começaria a procurar por outro emprego melhor. Depois que aproveitou sua manhã, como não fazia há muito tempo, decidiu se arrumar com bastante empenho. Podia ser uma bobeira, mas estava prestes a conversar com seu futuro marido. Por mais que soubesse que seria um casamento de fachada, queria que ele a achasse boni
Wendy gostava de pessoas. Seu finado e querido marido costumava dizer que ela fazia amizade com qualquer coisa que se movimentasse. E não precisava nem falar. Isso ia desde pessoas até coelhos, por exemplo. Gostava que as pessoas confiassem nela, que a vissem como amiga e, principalmente, que apreciassem sua comida. Por isso, quando levou alguns de seus bolinhos de canela para Meredith, na varanda, estava pura e simplesmente tentando conquistá-la. Apenas não contava que a encontraria chorando, sozinha, observando o céu enegrecido pelo anoitecer. Além de triste, ela parecia melancólica, nostálgica. Wendy estava tão feliz com o casamento que nem pensou que aquela moça estaria deixando sua vida toda para trás. Ela estava prestes a mergulhar em um mundo ao qual n&at
Porcaria de dor de cabeça! Precisava urgentemente se lembrar de jamais beber tanto. Uísque e depois quase duas garrafas de vinho na varanda com Meredith. A luz do sol naquela manhã o estava matando. Péssima ideia de Rita, uma das criadas, de abrir todas as janelas da casa para deixá-la mais iluminada. Na verdade, desde o anúncio informal do casamento todos pareciam mais felizes por ali, principalmente porque ninguém sabia que seria um casamento arranjado. Acreditavam que Gavin Randall finalmente tinha sido fisgado. Bem, até mesmo sua mãe parecia mais feliz, apesar de saber que o relacionamento não era de verdade. Parecia que Meredith tinha levado luz até aquele lugar, que andava um pouco triste desde a morte de Steve.&
*** Ele se sentia como um adolescente. Aquela cena fazia com que se lembrasse da noite do baile de formatura, no qual levou Farrah como companhia. Fora ela quem o convidara, e Gavin se lembrava de cada palavra de advertência de Blake quando fora buscá-la em casa, ameaçando-o caso tocasse em sua irmã com qualquer intenção diferente de amizade. Logo Blake, que não tinha o menor respeito pela irmã de ninguém. E ele também nunca soube o que aconteceu no banco de trás do carro de Gavin. Farrah guardara segredo muito bem, e ele decidira fazer o mesmo. Estavam bêbados e nunca acontecera novamente. Agora, porém, ele estava batendo na porta de sua noiva, a mulher com quem
Ela parecia estar pregada na cadeira, como se houvesse amarras a atá-la ali. Simplesmente não queria sair, não queria encarar as pessoas lá fora, não queria... Ah, Deus, ela nem sabia se queria ou não. Passara a noite inteira em claro, pensando nas reviravoltas que sua vida sofrera em tão pouco tempo. Ia se casar! Com um homem que pouco conhecia, mas que fazia com que seu corpo experimentasse sensações extremamente novas. Ela não sabia até que ponto aquilo podia ser perigoso. Até que ponto poderia sair magoada daquela relação? Até que ponto seu coração seria partido? Já tinha perdido pessoas demais em sua vida para suportar mais uma perda. E daquela vez seria em dobro. Se perdesse Gavin acabaria perdendo Madeline