Exausta, depois de noites em claro, Meredith sentia suas olheiras quase em destaque em seu rosto. Sua aparência era péssima, e seus sentimentos não estavam em melhor estado. Principalmente pelo fato de que teria que tomar café da manhã com Gavin.
E a sós, pelo visto.
Já fazia dias que seu comportamento para com ela tinha mudado, e ela apenas perdia mais e mais a esperança.
— Minha mãe foi tomar café com uma amiga. Uma das criadas está com Maddy.
Por um momento Meredith acreditou que ele queria passar um momento a sós com ela,
Ao chegarem na fazenda, ele estacionou o carro, abriu a porta para ela e simplesmente seguiu. — Tenha uma boa noite, Meredith. Depois de dizer isso, ele começou a caminhar na direção da escada, pronto para ir para seu quarto. E ela o deixou ir, vendo-o se afastar, como se fosse para nunca mais voltar, aumentando a distância entre eles cada vez mais. Já estava sozinha na sala, parada no mesmo lugar em que ele a deixou, quando decidiu que estava cansada daquela situação, que tudo tinha um limite. A passos largos, foi até o quarto dele e nem bateu na porta, apenas entrou cheia de decisão e um pouco de raiva também.
Já era dia lá fora. O sol já havia nascido, parecendo quase ansioso para também testemunhar a paixão que tinha renascido naquele quarto. Apesar disso, Meredith não queria que amanhecesse. A noite tinha sido tão mágica que ela não queria que acabasse. Gavin ainda estava adormecido ao seu lado, completamente nu, com apenas um lençol a cobrir sua intimidade. Parecia sereno e satisfeito, mas, enquanto o observava, Meredith se perguntava o que iria acontecer quando finalmente despertasse. Será que continuaria a agir como o marido afetuoso da noite anterior ou novamente se cobriria de frieza? Ela sabia que não iria suportar. Não depois do que tinham compartilhado. Porém, qua
Quando voltaram para casa, Gavin propôs que ela o ajudasse com os trabalhos da fazenda para que não ficasse entediada, Meredith acabou não encontrando nenhuma brecha para iniciar a conversa. E também não queria, novamente, estragar o momento. Por mais que ele não permitisse que fizesse praticamente nada, já que a maioria dos serviços exigiam um pouco de força, ela ficou a observá-lo, encantada com a forma como se sentia à vontade entre seus animais e seus afazeres. Meredith também teve algumas funções: escovou alguns cavalos, tirou leite das vacas, deu de comer a alguns animais; tudo com a ajuda dos criados, que lhe explicavam pacientemente como fazer cada coisa, e sob o olhar atento do marido que se divertia principalmente quando ela fazia alguma besteira ou se sujava, fazendo com que os dois caíssem na gar
Fazia um bom tempo que Gavin não saía para se divertir. Desde a morte de seu pai, dez anos atrás, tornara-se responsável pelos negócios e por cuidar da fazenda e da família. Desta, principalmente depois que Steve morreu e deixou sua mãe devastada. Era bom vê-la sorrir novamente, ao olhar para ele e Meredith, enquanto segurava a netinha nos braços. Apesar de nunca ter reclamado de suas incumbências, era bom poder se ver livre de preocupações e apenas relaxar. Encostado no balcão, enquanto Justin lhe preparava um drinque, Gavin simplesmente não conseguia tirar os olhos de sua mulher. Ela estava com os cabelos castanhos e sedosos soltos, e tinha feito alguns cachos, o que a deixava com um ar ainda mais delicado de princesa. Usava um vestidinho leve, floral, de verão, e ele jurava que assim que chegassem em
Justin olhava para Farrah enquanto ela vasculhava sua bolsa em busca das chaves de sua casa. Já estavam bem na porta, apenas ainda não tinham saído do carro. Até ali tudo estava indo bem. Tinham conversado pouco, até porque Farrah estava sonolenta, afinal, já passava das três da madrugada, e tudo que ele tinha que fazer era deixá-la dentro da segurança de seu lar. Para sua sorte, ela ainda estava bem acordada, então, não teria que carregá-la, como já tinha feito tantas vezes. Não que não gostasse de tê-la nos braços. Na verdade, era a única chance que tinha para isso, e era exatamente esse o problema. A sensação de tê
Os sons noturnos da fazenda sempre o fascinaram. Era por isso que, talvez, ficasse tanto tempo em silêncio. Ao longe — mas não tão longe assim — conseguia ouvir os animais conversando em sua língua secreta, provavelmente organizando seu motim, como em A Revolução dos Bichos, de George Orwell. Naquele instante, também ouvia passos. Alguém se aproximava, trazendo um cheiro que Gavin simplesmente odiava: cigarro. Ali na fazenda ninguém fumava, então, ele sabia que só havia uma pessoa no mundo, abusada o suficiente para atazaná-lo daquele jeito, ainda mais sabendo que já estava bastante irritado. — Quantas vezes vou precisar pedir que não venha fumar na minha casa? — perguntou assim que a pessoa se aproximou o suficiente.
Gavinsorriu enquanto ela se levantava de seu colo e pegava a babá eletrônica,levando-a consigo. Em seguida, pegou a mão do marido e guiou-o até o quarto dosdois. Apesar de gostar das ousadias e dos momentos mais selvagens de Gavin,sabia que daquela vez seria terno, lento e cheio de amor, porque era assim quese sentiam um pelo outro. E Meredith sabia que ambos estavam precisando decarinho.Gavin fez com que ela parasse ao lado da cama, para que pudesse tirar sua roupalentamente, dando atenção a cada peça, cada detalhe. Meredith sentia-sevenerada conforme ele observava seu corpo des
Um barulho fez Meredith despertar de súbito. Poderia ser apenas o produto de um sonho, uma impressão, mas algo lhe soava estranho; sua mente lhe alertava isso. Gavin ainda dormia ao seu lado, parecendo imerso em um sono profundo, e ela pretendia não acordá-lo, até porque não sabia se se tratava apenas de uma paranoia de sua cabeça ou se era sério. Contudo, enquanto se levantava da cama, novamente o som penetrou seus ouvidos. E veio acompanhado por um choro de neném. Era Maddy. O barulho vinha ad babá eletrônica, que, por sorte, ela tinha levado consigo. Seu primeiro pensamento foi: havia alguém no quarto de Maddy. Ela não podia esperar que Gavin despertasse para ver o que esta