LUÍSA
Sentindo-me um tanto ousada porque nunca tinha aparecido sem ser convidada, enviei uma mensagem para Lucas assim que estacionei o meu carro na porta da casa dele.
“Pronto para matar a saudade?” Escrevi.
Lucas: “Pensei que nunca perguntaria.”
Sorri feito uma boba com sua resposta.
Cheguei em casa às nove da manhã e sequer desfiz as malas, apenas dormi o dia inteiro para poder me sentir um pouco mais humana antes de vir encontrar o Lucas. Era por volta das seis da tarde e me perguntei se era muito cedo para começar uma maratona de sexo pela qual estava ansiando há dias.
“Então abra o portão. Estou aqui fora.” Avisei.
Não recebi uma resposta, mas em menos de um minuto Lucas apareceu no portão sem camisa e descalço. Ele
LUÍSAFaltavam apenas duas semanas para o início das aulas na faculdade quando recebi a notícia de que não haviam alunos suficientes para formar turma no curso de licenciatura na universidade em que prestei vestibular. Meu pai usou toda a sua influência e seu conhecimento para tentar me colocar em outra universidade com o meu curso, mas não teve jeito.— Você pode aproveitar e reavaliar a sua ida com Laura para a Londres. — Disse minha mãe.— Eu não quero isso, já disse...Meu pai olhou para minha mãe e ambos ficaram calados enquanto eu despejava na tela, a minha frustração em uma mistura de cores eletrizantes.— E o que você pretende fazer? Perder o ano? — Minha mãe insistiu.— Rosane... Ela não estará perdendo o ano. — Meu pai falou — Ela pode esperar até
LUÍSADepois do episódio com Caio na saída da danceteria, Lucas me levou para a casa dele, mas ao invés de passarmos a noite transando, conversamos até o amanhecer. Ele me segurou em seus braços e me fez sentir tão especial e segura que meu coração, que já estava praticamente entregue, se deu por completo.“Eu estou muito ferrada...” Esse foi meu único pensamento quando percebi meus sentimentos, mas fiz questão de colocá-lo de lado e aproveitar esse momento sem me preocupar com as consequências.Pela manhã, Lucas me deixou na porta do meu condomínio antes de ir para o trabalho e eu estava fazendo a caminhada da vergonha, ainda com meu vestido da noite anterior e minhas sandálias nas mãos, quando fui surpreendida pela minha mãe.— Bom dia querida... — Ela me cumpr
LUCASLuísa: “Você quer mesmo ver os meus quadros?”Recebi essa mensagem da Luísa no sábado pela manhã e me perguntei o que a levou a essa questão. Desconfiado, liguei para ela ao invés de responder à mensagem.— Você sabe que sim. — Respondi assim que ela atendeu.Ela riu, mas era um riso nervoso.— Ok, desculpa pelo que vou dizer agora e sinta-se à vontade para recusar o convite, mas... — Ela fez uma pausa — Minha mãe me pegou na mentira ontem e acabei contando que conheci alguém...Contive um suspiro porque sabia exatamente onde essa história chegaria.— E?— Ela pediu que eu o convidasse para um jantar e... Bom, eu achei que seria uma ótima oportunidade para você ver os meus quadros.— Somos namorados agora? &m
LUÍSADuas semanas depois da minha conversa com Lucas, as aulas começaram e dei graças a Deus por não ter contado sobre meu relacionamento com ele para Amanda. Ele nunca me ligou ou procurou e nunca nos encontramos na academia ou em qualquer outro lugar também, então o clima estranho que poderia ter ficado quando Amanda comprasse as minhas dores por ele ter quebrado meu coração, seria muito ruim. Vinha tentando esquecê-lo, mas a verdade era que além das aulas estarem sendo difíceis de engolir, até a minha arte havia sido afetada por causa do meu coração partido. Eu só vinha pintando sobre ele, o que me deixava um pouquinho mais entristecida.— Vamos sair Luísa, nos divertir... — Laura insistiu — Precisamos aproveitar para ter um pouco de diversão juntas enquanto ainda estou aqui.Era semana de feriadão e
LUÍSAQuase fui embora da festa de noivado da minha melhor amiga quando vi Lucas chegando lindo em toda sua glória masculina de deus grego, mas respirei fundo e suprimi a vontade de chorar quando ele me cumprimentou educadamente como se não tivesse rasgado meu coração jogando meu amor de volta na minha cara meses atrás. Tentei esquecê-lo e foquei na minha amiga que estava ainda mais linda grávida e acabei emocionada quando Ricardo a pediu em casamento. O relacionamento deles podia ser bastante recente, mas sem dúvida, depois do que os dois passaram, mereciam ser felizes.— Estou tão feliz por você... — Dei um abraço apertado em Amanda — Você merece ser feliz, minha amiga.— Você também merece ser feliz, Luísa. Seja feliz nessa nova fase da sua vida!Afastei-me antes de me afogar em lágrim
LUÍSALucas e eu conversamos bastante e concordamos em dar um passo de cada vez nessa nova fase do nosso relacionamento. Continuávamos mantendo as coisas apenas entre nós e apesar de nossos amigos desconfiarem que estávamos juntos, continuávamos negando. Parecia besteira, mas com a minha ida para São Paulo e esse recente reconhecimento de sentimentos, nós só precisávamos de um pouco de privacidade antes de dividir com o mundo, a nossa relação. Afinal, duas semanas após o noivado de Amanda e Rick, eu estava de malas prontas para me mudar.— Tudo pronto? — Minha mãe perguntou ao entrar no meu quarto.— Sim. O caminhão deve chegar pouco antes do almoço amanhã e minhas coisas já estão na garagem. — Confirmei tudo.— Sempre organizada, não é? — Ela me abraçou toda
LUCASNunca pensei que reencontrar Maysa me deixaria tão abalado. Ainda estava em choque com esse reencontro, pois nunca me passou pela cabeça revê-la depois de tanto tempo, mas ver Marcelo me deixou ainda mais atordoado. Há dois dias vinha me perguntando em que momento isso aconteceu... Maysa teve uma criança... Uma criança que um dia sonhamos que teríamos. Sabia que era impossível que Marcelo fosse meu filho, entretanto depois dos questionamentos de Luísa, fiquei intrigado.Mas se Maysa estivesse grávida logo depois de partir para Nova Iorque, eu saberia. Ela não esconderia algo assim de mim, eu tinha certeza. Então por que isso não saía da minha cabeça? Será que eu ainda sentia algo pela Maysa como Luísa afirmou anteriormente?Balancei a cabeça irritado com essas divagações, afinal, sabia que não de
LUCASFazia mais de uma semana desde que voltei da visita que fiz à Luísa e apesar de ela não ter mais tocado no assunto “Maysa”, eu sabia que precisava resolver essa questão. Luísa tinha razão em tudo o que falou aquele dia, que enquanto eu não colocasse uma pedra nesse assunto, nunca seríamos capazes de seguir em frente, mas era muito difícil enfrentar o meu passado assim. Não sabia o que esperar, mas precisava fazer isso pelo meu futuro e pela minha garota.Criando coragem, estacionei meu carro em frente à casa onde passei boa parte da minha infância. A residência de três andares estilo colonial ainda tinha a mesma fachada e o mesmo jardim de sempre, até a cor era a mesma. Toquei a campainha e uma empregada me atendeu. Quando me identifiquei, Yuri, pai de Maysa veio me receber.— Faz anos, Lucas... — Ele me cumprimento