《Sthephania》 Acordei com a luz suave filtrando pelas cortinas. Por um instante, levei um tempo para entender onde estava, até sentir o cheiro dele ainda impregnado nos lençóis. Virei-me, esperando encontrar Matteo ali, ao meu lado, mas a cama estava vazia. Sentei-me devagar, com o coração apertando no peito. Talvez ele estivesse na cozinha… ou no banheiro. Levantei, andando descalça pelo apartamento, chamando seu nome em um sussurro quase esperançoso. Nada. Nenhum sinal. Nenhuma anotação. Nenhuma mensagem. Só o silêncio. Meu estômago se revirou, e uma parte de mim tentou racionalizar — talvez tivesse saído para resolver algo rápido… Mas a verdade é que eu nem sequer tinha o número dele. Nem uma forma de perguntar. Senti um nó se formar na garganta. E se a noite passada tivesse significado tudo pra mim… e nada pra ele? Voltei ao quarto, peguei minhas roupas e entrei no banho, tentando me recompor. Era patético me sentir assim, mas não conseguia evitar. Vesti-me no automático,
《 Matteo 》Respiro fundo, irritado, e começo a andar de um lado para o outro, sentindo a frustração ferver no peito. Com certeza ela pensou que eu fugi, já que não me encontrou em casa. Um palavrão escapa dos meus lábios. Claro que ela pensaria isso. Qualquer pessoa pensaria!Esfrego o rosto com as mãos, tentando organizar os pensamentos. Eu devia ter deixado um bilhete, qualquer coisa que não a fizesse pensar que eu só quis usá-la.Conhecendo Phani, ela não vai querer nem olhar na minha cara depois disso.Preciso arranjar um jeito de me explicar. Mas como? - me pergunto, sentindo o peso daquela pergunta pairar sobre meus ombros.Sem ao menos pensar, decido me arrumar. Tomo um banho rápido, visto um terno e me ajeito depressa. Sigo para o apartamento de Phani antes de ir para a empresa. Pego seu frappuccino e os donuts, colocando-os cuidadosamente no carro.Enquanto dirijo, tomo meu próprio café expresso e tento organizar as palavras que quero dizer
《Sthephania》 Assim que passo pela porta, fico surpresa ao ver rostos completamente conhecidos. Matteo ocupa a cadeira da presidência, e Felix está logo à sua direita. Vejo também Diego e Catarina à sua esquerda. Para minha infelicidade, ela também está presente e, diferente de mim, não consegue conter sua raiva iminente. Meus olhos vão diretamente a Matteo, que não consegue disfarçar o sorriso que surge em seu rosto. Por que ele está sorrindo? — me pergunto, desconcertada. Cumprimento todos os presentes, inclusive ele. Tomo o assento ao lado de Felix, já que Humberto puxa justamente a cadeira ao seu lado para que eu me sente. — É bom te ver novamente — sussurra Felix, com um sorriso leve e sincero. Logo Humberto dá início à reunião, mas fico inquieta com o olhar insistente de Matteo sobre mim. — Isso é tudo. Alguém tem algo a dizer? — questiona Humberto, encerrando a pauta principal. — Eu tenho — diz Catarina, com o tom ácido e provocador de sempre. — Não acho que essa garota
《Matteo》 Vejo seus olhos se arregalarem um pouco, como se não esperasse por isso. Por um breve segundo, a vejo morder o lábio inferior, e então a tensão em seus ombros parece diminuir. — Então você não... — Não depois da noite que tivemos. — digo com sinceridade, aproximando-me mais um passo. — Mas precisamos conversar sobre o que aconteceu... e sobre o que faremos a partir de agora. Toco seu rosto com delicadeza, como se quisesse memorizar aquele momento, e a conduzo até um dos sofás no canto da sala. — Vamos conversar? — pergunto, indicando o assento ao lado. Ela se senta, mas não antes de me lançar um olhar sério. — Dessa vez você está disposto a ouvir tudo que tenho a dizer? — Sim, eu prometo. — afirmo, sem hesitação. — Para que isso dê certo, temos que ser sinceros um com o outro. E precisamos resolver todo mal-entendido do passado. — sua voz é firme. — Eu sei. — respondo com um leve aceno. — Não acho que aqui seja o local adequado para conversarmos sobre isso. — diz e
《Catarina》Eu simplesmente não consigo acreditar. Aquela patricinha medíocre teve a audácia de se enfiar na minha empresa. E o pior… ela conseguiu seduzir Matteo de novo. Se eu não agir rápido, não vai demorar para que estejam juntos outra vez. Fiz de tudo — absolutamente tudo — para que Matteo enxergasse quem ela realmente é e voltasse a odiá-la. Mas nada funcionou. Ela o cegou. Completamente. E se eu não der um jeito nisso agora, não vou perder apenas a amizade dele. Vou perder Matteo. Para sempre. Principalmente quando ele descobrir que eu tive parte na separação dos dois.Eu sei que ela vai tentar nos afastar — disso eu não tenho dúvida — e não duvido que ainda arranje um jeito de fazer Matteo me demitir. Mas isso… eu não vou permitir. Eu lutei demais para conquistar a confiança dele. Para que ele finalmente me chamasse para trabalhar ao seu lado, na empresa que ele construiu com tanto esforço. Matteo confiou em mim a sua identidade como CEO da L&
Estou saindo do banho quando alguém bate à porta e, ao atender, me deparo com Catarina. — O que você quer? — pergunto, sem esconder minha surpresa. — É assim que você recebe sua melhor amiga? — Ela me olha feio e entra sem esperar convite. Suspiro, fechando a porta atrás dela. — Só não estava esperando sua visita. Achei que fosse Melyssa, já que ela esqueceu a chave de novo. Eu preciso me vestir. Você espera até eu... Ela me interrompe. — Você faltou à aula hoje. Queria saber se está tudo bem e trouxe as anotações. Além disso, temos um trabalho para terminar juntos. Você esqueceu? Passo a mão pelos cabelos ainda úmidos e solto um suspiro cansado. — Podemos fazer esse trabalho outro dia. Não estou com cabeça para nada hoje.Meu telefone começa a tocar sobre a mesa da sala. Vou até ele e, ao ver o nome de Phani na tela, ignoro a ligação. — Você quer alguma coisa para beber antes de ir? Catarina cruza os braços e me encara com um beicinho indignado. — Você realmente está me ex
《Sthephania》Quando completei dezoito anos, decidi estudar em Londres.A convivência com meu pai se tornava cada vez mais insuportável, especialmente por causa de Selma, minha madrasta. Além disso, ele jamais apoiou minha escolha profissional, insistindo para que eu cursasse Direito a fim de, um dia, herdar seu prestigiado e renomado escritório de advocacia em Nova York. Por dois anos, vivi presa a uma graduação que nunca desejei, até que, finalmente, fui aceita na Queen Mary University of London — a universidade dos meus sonhos. Essa foi minha chance de partir.Londres me acolheu exatamente como eu esperava. Longe da sombra do meu pai, pude, enfim, seguir meu próprio caminho. Formei-me em Engenharia de Software e Hardware, um campo que sempre me fascinou. Conquistar esse diploma por mérito próprio me proporcionou uma satisfação indescritível.Agora, anos depois, estou de volta a Nova York.---O som abafado das rodinhas da minha mala deslizando pel
《Sthephania 》 Chegamos ao meu apartamento. Fico parada por um instante, observando cada detalhe. Eu havia me esquecido de quanto esse lugar carrega lembranças. Minha mãe sempre contava, com orgulho, sobre como conseguiu adquiri-lo com muito esforço e trabalho. Vinda de uma família simples, sua realidade era completamente diferente da do meu pai, que nasceu em berço de ouro. Ela precisou economizar e se dedicar muito aos seus projetos para finalmente comprá-lo. Lembro-me do dia em que decidi morar aqui, no início da minha faculdade de Direito. Eu tinha apenas dezesseis anos, e meu pai ficou furioso, afirmando que jamais concordaria com essa mudança. Mas, determinada, peguei minhas coisas e vim do mesmo jeito. Apesar de não gostar nem um pouco, no fim, ele acabou aceitando. Passei momentos incríveis aqui e agora percebo o quanto sinto falta de cada um deles. Enquanto desfazemos as malas, Wendy conversa animadamente. — Estou tão feliz que finalmente foi transferida para mais perto