《Matteo》 Deixo minha mãe em casa e, assim que chego ao prédio onde Melyssa e Phani moram, percebo que ambas estão dormindo. O silêncio dentro do carro só é interrompido pela respiração tranquila das duas. Melyssa insistiu para que Phani ocupasse o banco do carona comigo, mas ela se recusou, dizendo que minha mãe deveria ir à frente. No entanto, minha mãe também recusou e insistiu para que Phani fosse. Observo Phani por um instante. Seu rosto sereno, levemente iluminado pelos postes da rua, me prende mais do que deveria. Suspiro, afastando esses pensamentos, e finalmente decido acordá-las. - Meninas, chegamos. - Minha voz soa firme, mas não alta o suficiente para assustá-las. Phani desperta lentamente, piscando algumas vezes antes de me encarar com uma expressão sonolenta. Já Melyssa apenas resmunga algo incompreensível e se aninha ainda mais no banco, completamente alheia ao que acontece ao seu redor. Phani me olha e sorri. - Acho que você vai ter que subir com ela. Você sa
《Sthephania 》 Matteo me observa intensamente, dando um passo à frente, diminuindo perigosamente a distância entre nós. - Do que você tem tanto medo? - Sua voz soa baixa, quase um sussurro, carregada de algo que não consigo decifrar. Engulo em seco, sentindo meu coração disparar. Tento manter minha compostura, mas minhas palavras saem trêmulas. - Eu... eu não tenho medo. - Gaguejo, traindo minha própria mentira. Ele dá mais um passo, e eu me vejo incapaz de recuar. Meus pés parecem presos ao chão, enquanto o calor do seu corpo ameaça consumir o pouco de sanidade que me resta. - Você ainda sente algo por mim? - A pergunta vem carregada de um misto de curiosidade e provocação, e sua proximidade me deixa tonta. Meu instinto grita para fugir, mas quando tento me afastar, tropeço desajeitadamente nos próprios pés. O impacto iminente me faz arregalar os olhos, mas antes que eu atinja o chão, Matteo age rápido e tenta me segurar. O problema é que ele também perde o equilíbrio, e,
《 Sthephania》 ■ Manhã Seguinte Levanto-me tarde. O sono foi inquieto, repleto de pensamentos que se recusavam a me deixar em paz. O peso das lembranças ainda se faz presente quando, finalmente, decido sair da cama. O relógio já marca depois do meio-dia. Ao sair do quarto, encontro Mel na sala. Ela está sentada no sofá, descalça, folheando uma revista qualquer. Assim que me vê, sorri radiante. - Bom dia, flor do dia! - Sua voz animada preenche o ambiente. - Na verdade, boa tarde. - Minha tentativa de sorriso é forçada. Ela me observa por um instante, inclinando a cabeça de lado. Seu olhar analítico percorre meu rosto, e eu sei exatamente o que vem a seguir. - O que aconteceu com você? - Ela se levanta e se aproxima, estreitando os olhos. - Seus olhos estão inchados. Tento não desviar o olhar. Não posso permitir que ela descubra a verdade. - Eu estou bem, deve ser alguma alergia. - Minto, mas minha voz vacila levemente. Mel cruza os braços, desconfiada. - Hum... Se você não me
《Sthephania》 Preparamos nosso almoço juntas e, quando estamos quase terminando a série, alguém b**e na porta. Ao abrir, vejo Wendy com uma mala nas mãos, os olhos marejados e o rosto molhado de lágrimas. - O que aconteceu? - pergunto, puxando-a para dentro sem hesitar. Ela solta um soluço engasgado antes de conseguir falar. - Aquele idiota do Vini, ele... - A voz falha, e ela aperta a mala com força, como se tentasse conter a dor que transborda em lágrimas. - Ele estava me traindo. Melyssa se ajeita no sofá, a expressão se fechando na hora. - Como assim? Wendy respira fundo, enxugando as lágrimas rapidamente, mas sua voz ainda sai trêmula. - Eu vi as mensagens. Ele está com outra... e o pior é que se recusou a deixar o apartamento. O sangue ferve nas minhas veias. Fecho os punhos, sentindo a raiva crescer dentro de mim. - Aquele idiota vai se ver comigo. Deixa que eu mesma o expulso de lá. Mas Wendy balança a cabeça, sua determinação emergindo em meio à tristeza. - Deixa...
《Sthephania》A noite está apenas começando quando chegamos ao local. A nova boate, cuja inauguração é um dos eventos mais aguardados da temporada, brilha sob letreiros neon vibrantes, refletindo-se na calçada molhada pela garoa recente. Há uma fila extensa na entrada, repleta de pessoas bem-vestidas e ansiosas para conferir o novo point da cidade.No entanto, não precisamos esperar.Wendy, sempre confiante e dona de uma presença marcante, ergue o convite VIP que recebeu do jornal de sua mãe e o exibe ao segurança na entrada. Ele analisa rapidamente o documento antes de nos conceder passagem, abrindo caminho por uma entrada lateral exclusiva.Assim que cruzamos as portas duplas, somos envolvidas por um espetáculo de luzes e música. O ambiente é sofisticado e moderno, com uma mistura perfeita de glamour e energia bruta. Lustres geométricos de LED pendem do teto alto, enquanto o piso de mármore reflete os tons azulados e dourados do jogo de iluminação. O c
《 Matteo 》Assim que entro no carro, puxo o celular do bolso e ligo para Felix. Minha mente ainda está um caos, e só ele pode me ajudar a organizar os pensamentos - ou ao menos me ouvir reclamar.A chamada mal dá o segundo toque antes de sua voz descontraída surgir na linha.● Chamada📱- Já está com saudades, amigo?Solto um suspiro, recostando-me contra o banco. Meu coração ainda está acelerado pelo que aconteceu momentos atrás.- Não é isso... Eu a beijei.Há uma breve pausa do outro lado, seguida por um tom mais atento.- Você beijou a Phani?Engulo em seco e passo a mão pelo rosto. Só de lembrar, meu corpo aquece de novo.- E isso não é tudo. Nós dois quase... - Expiro pesadamente, escolhendo as palavras. - Você sabe.Felix não hesita.- Por que "quase"? O que aconteceu?- Catarina me ligou - digo, a voz carregada de frustração. - E eu acabei voltando a mim.Felix bufa do outro lado.- Tinha que ser. Já falei que você devia impor limites nes
《Matteo》A noite chega, e depois de buscar Catarina, seguimos para a inauguração da boate. O local ainda não abriu para o público quando chegamos, mas Danilo, seu primo, nos recebe com um sorriso confiante e nos apresenta cada canto do espaço. O ambiente é sofisticado, com iluminação estratégica, um bar imponente ao fundo e um mezanino que oferece uma visão privilegiada da pista de dança. Tudo foi pensado para impressionar, e parece que Danilo conseguiu.Assim que as portas se abrem, o local enche rapidamente. A música começa a pulsar, os bartenders trabalham a todo vapor. - Fico feliz que tenham vindo. Espero que estejam curtindo o lugar. - Ele me encara com interesse. - Não sabia que Catarina ia trazer o namorado. Gostei bastante de você.- Nós não somos namorados, somos apenas amigos. -Digo, cortando qualquer mal-entendido.- Pois é, ele sempre faz questão de deixar isso bem claro. - Ela comenta, levando sua bebida à boca.Ignoro a provocação e s
《 Sthephania 》 Me perco totalmente tentando encontrar o banheiro. Maldita hora em que decidi vir a esse lugar. A música alta reverbera pelas paredes, as luzes piscantes dificultam ainda mais minha orientação, e o fluxo incessante de pessoas torna impossível pedir ajuda sem ser ignorada. Por sorte, uma funcionária percebe minha expressão confusa e me dá instruções rápidas sobre como chegar ao banheiro. Eu ouço atentamente e sigo suas orientações, mas, por mais que tenha certeza de que tomei o caminho correto, o banheiro continua fora do meu alcance. Em vez disso, acabo me afastando ainda mais da multidão, entrando em um corredor mais isolado e mal iluminado. Solto um suspiro frustrado e decido voltar, mas, ao me virar, esbarro em alguém. Meu coração dispara com o impacto, e, antes mesmo de levantar o olhar, sinto um arrepio percorrer minha espinha. Ao reconhecer o homem diante de mim, o frio na barriga se transforma em puro desconforto. Ele é um dos caras para quem Wendy acenou na