Isabella Souza Enquanto vejo o Théo brincar com os seus carrinhos na caixa de arreia do parquinho, eu fico pensando em tudo que o idiota do Damon me disse no café. - Oi... Bella, chamando, tem alguém aí? Balanço a cabeça e olho para a Electra, que sorri com um sorriso malicioso no rosto. - Já sei, estava pensando no sócio gostoso, né, safada? - Eu claro que não. - Você sabe que todo esse ódio é tesão recolhido, né? Ela cai na gargalhada e coloca a mão na boca para conter o riso. - Vivi para ver a dona Isabella, a fim de um cara, aleluia. Ela ergueu as mãos agradecendo a Deus. - Posso te confessar uma coisa? - É óbvio que sim. - Ele me tira do sério com suas provocações, mas ele me faz sentir algo que há muito tempo eu não sentia. - Isso se chama tesão, mulher, o cara é o pecado em carne e osso. - Para com isso, El, você anda muito assanhada ultimamente. - Não, amiga, eu só estou tentando sair do mundo sombrio em que fui jogada. Olho, com sentimentos de pena para ela,
Damon Muller Mas uma noite em que estou com várias mulheres a tiracolo, tomando meu Bourbon, com uma ruiva sentada do meu colo, enquanto uma linda negra beijava meu pescoço, hoje resolvi curtir. Max deixou um dos camarotes reservado para mim e também alguns amigos, fiquei de apresentar-lhes a melhor Boate de Las Vegas. Estão aqui essa noite, o meu advogado e também o programador de sistemas e, por fim, alguns dos seguranças mais chegados. Sempre tive uma boa relação com meus funcionários, e pude proporcionar uma noite relaxante e divertida de vez enquanto era top, claro todos estávamos por ali curtindo, uma boa música e também uma boa bebida. Chamei algumas meninas para subirem à parte vip comigo, quando retiro minha boca do perco da ruiva, que agora estava sentada ao meu lado, vejo que a chata da Isabella passar revirando os olhos. Quando começou a tocar uma música e as meninas que estavam comigo quiseram ir para a pista dançar, claro que, como bom anfitrião da noite, levei-
Isabella Souza A noite estava lotada, em todos os ambientes, eu estou dando uma conferida, se está tudo certo. Sem vontade nenhuma de me arrumar hoje, vesti a roupa mais confortável possível, também não estava a fim de usar as lentes de contato, então meu bom e velho óculos de armação que me acompanha há anos está comigo. Eu não pretendia sair dos bastidores hoje, mas meu amigo me informou meia hora atrás que, hoje, o engomadinho não vem para trabalhar, mas sim para acompanhar alguns funcionários da sua empresa, isso quer dizer que veio farrear com a mulherada como eu já vi. Assim, verifiquei as dançarinas da noite, desço até o bar, me parece que uma funcionária acabou se machucando, após socorrê-la até o pronto-socorro, para fazer pontos na mão, e deixar Liv em casa. Volto correndo para Boate, pois aquilo deve estar fervendo, sábado à noite sempre lota. Chego à área vip, dou de cara com ele sentado no sofá de couro preto ao fundo, com duas mulheres penduradas em seu pescoço.
Damon Muller Parado, ali, sem entender o que acabou de acontecer, abro e fecho os olhos, para que eu saia do transe, olho para o Max e a cara com que ele me olha não é nada boa, tenho a sensação de que ele quer me matar nesse momento. As meninas me olharam com cara de decepção e saíram atrás da irmã. — Mas você é muito burro, né, Damon? Ele passa a mão pelos cabelos e se vê alterado com que falei. — Mas… Eu não. — A mãe delas morreu atropelada, e a Bella estava junto no acidente. Cara, ultimamente está sendo um idiota. Depois do que a Sarah fez com você, eu não estou conseguindo entender algumas das suas atitudes. No momento em que escuto o que o Max fala, eu fico puto com meu comportamento, passando a mão pelo pescoço exasperado. — Que droga! Mas eu… Eu não sabia! — Mas agora você sabe, se eu fosse você, dava um jeito de encontrar elas e pedir desculpas, porque se ela já tinha implicância com você, pode ter certeza de que se não fizer a coisa certa agora, ela nunca ma
Isabella Souza O ódio que eu sentia naquele momento não me deixa pensar em nada após ouvir que minha mãe não tinha me dado educação. Tudo se apagou da minha cabeça, como reação, eu o esbofeteei. Não disse mais nada, eu só precisava sair, passo correndo entre os clientes que nesse momento nos encaravam. Entrei no elevador e, quando dei por mim, eu já estava no estacionamento. No momento em que apalpei os bolsos, encontrei minha chave e, ainda com as mãos tremendo, abro o carro. Eu só queria ir para casa e deixar aquele idiota para trás. — Bella? Espera. — Irmã, você não pode ficar assim! Vejo que as lágrimas começam a cair no rosto delas também, elas chegam mais perto e me abraçam, não controlo meu choro, fazia um bom tempo que eu não chorava assim por causa dela, eu havia prometido ser forte. Então escuto passos vindo em nossa direção e, quando levanto meu rosto, ele está ali. Só queria que ele sumisse, mas a forma com que ele me olha parece estar desconcertado com tu
Damon Muller Depois de toda conversa que tive ontem com a Isabella, quase não consegui dormir, tudo aquilo ficou martelando na minha cabeça, ela é uma mulher incrível, meio pinscher raivoso, mas entendi o que ela quis dizer com mecanismo de defesa. Ela só ataca as pessoas, por medo de ser machucada primeiro. Decidimos diminuir as provocações, eu também darei um pouco de espaço a ela. Acordo tarde, descido correr, estou na metade do trajeto para casa quando meu telefone toca, tiro do bolso e sorrio para o nome que está na tela. Então eu atendo. — Fala! E aí, como está o cara mais poderoso da Itália? Quem responde do outro lado da linha é um grande amigo que fiz em Milão, nesses anos que vivi lá. Drakko Bianchi, dono de vários estabelecimentos, inclusive o La Pasta. Melhor restaurante que já fui. Sem falar que o cara é de uma das famílias mais poderosas de toda a Itália. — Oi, Damon! Tudo certo, você está em Las Vegas, né? — Claro, por quê? — Estou com alguns problemas,
Isabella Souza O que foi que acabou de acontecer? Eu ainda estava meio brava com ele no sábado, e agora estou com minhas pernas bambas, meu coração está tão acelerado, que parece que saltará para fora do peito. No momento em que vi ele parado, um arrepio passou pela minha coluna. Achei que é agora, que ele descobre que sou a Dama da Noite, não tive tempo de raciocinar, quando ele entra no elevador e eu recuo, mas não tenho para onde correr. Em seguida, sinto o metal frio nas minhas costas. Então, ele está sussurrando no meu ouvido. — Te achei! Fala com aquela boquinha gostosa, não eu, quero, mas, ao mesmo tempo, não consigo. Com os braços acima da minha cabeça. — Você vai fugir de mim novamente? E eu só consigo negar com a cabeça, porque se eu falar alguma coisa, ele vai saber que realmente eu sou. Posso estar ficando completamente doida, mas eu não consigo resistir, ele é tão lindo, cheiroso, há tanto tempo eu não sinto esse fogo, essa loucura, essa pressão está me matando. El
Damon Muller Hoje ficamos de ter a noite da cerveja como antigamente. Mas preciso passar no café antes de ir para casa, pois o Thomas está sem o seu carro, deu um probleminha na bomba de injeção, então deixou na mecânica, e ele ainda precisa passar no Estúdio de Dança para pegar o ursinho que o Theo esqueceu na casa da nervosinha. Entro no café já às 19:00, o Max está sentado, esperando o irmão fechar o caixa e vejo que a Angel não está ali. — Thomas e a Angel? Sempre venho, é ela que está no caixa. — Oi, para você também, Damon. Bom, hoje é noite das meninas, elas sempre se reúnem na segunda, é sagrada, elas fazem isso desde que vieram para os Estados Unidos. Fico surpreso com a revelação. — Elas não são daqui? — Não! Diz o Max, já se levantando e vindo em nossa direção. — Elas são brasileiras. — Oooh, Faço com a boca. — Está explicado o porquê de Isabella ser tão… — Ei, cara, olha o que você fala das minhas brasileirinhas, mexe com elas não, o Max com cara de bravo. — Tá