Capitulo Três

Dinah o observou por uns longos dez minutos enquanto ele estava ali parado na sala espaçosa, cheia de quadros e espelhos, peças de artes e um sofá de couro. Em algumas vezes, ela gostava de observar as pessoas que esperavam para serem atendidas, apesar de não gostar do voyeurismo, mas era como se pudesse ler o corpo das pessoas e através disso, descobrir algo a mais.

Aquela noite, ela escolheu um vestido de tecido leve até a altura dos joelhos, o cabelos estavam soltos e levemente ondulados, perfumada e sem nenhum joia.

— Boa noite, Benicio. Bem-vindo a minha casa.

Dinah estava parada um pouco atrás dele, aproveitando o momento que ele distraidamente analisava um dos quadros.

— Boa noite e agradeço o seu convite, apesar de que estou um pouco curioso sobre o motivo do jantar.

— Sim, eu sei que está. Não gostaria de sentar?

Dinah indicou para que se sentasse, assim, fez o mesmo na outra ponta.

Lena, retornou à sala trazendo uma bandeja com champanhe dentro de um balde de inox e duas taças e se retirou rapidamente.

— O meu assunto pode parecer um tanto estranho, porém se me ouvir até o final e quando compreender melhor o meu convite, todo esse receio vai desaparecer.

Benicio a analisava e estava mesmo curioso, só não sabia se poderia confiar naquela bela e sedutora mulher.

— Então vamos ao seu assunto.

Dinah seria bem direta para derrubar toda aquela confiança que Benicio ali nutria.

— Você está livre?

Benicio apertou um pouco os olhos, inclinou a cabeça olhou para o lado e voltou a encará-la. Era como se não tivesse compreendido aquela pergunta.

— Eu não entendi muito bem, dona Dinah.

— Primeiro, não precisa me chamar de dona ou senhora, nada disso, e você entendeu o que eu quis dizer, Benicio. Gostaria de saber se aquela atriz que passou o verão ao seu lado, ainda é algo duradouro.

— Como sabe dos meus relacionamentos?

— Digamos que preciso me inteirar melhor das pessoas em minha volta.

— Ah… Isso deve ser uma espécie de brincadeira, o seu marido sabe deste jantar?

— Sou viúva.

— Sinto muito, eu não sabia...

— Não precisa sentir nada, apenas responda a minha pergunta, Benicio.

— Achei que fosse um jantar de negócios.

— E será, quando começarmos a conversar melhor.

Mesmo assim Benicio ainda não tinha relaxado nem um pouco.

— Benicio, naquela festa eu estava com um grupo de empresários e era uma noite importante para a empresa e nada poderia sair errado naquela noite. E hoje, você está aqui. Sei que não me conhece, mas eu sei um pouco sobre você e gostei do que li. E o que eu quero perguntar, ou melhor, a proposta que tenho pra você é rápida, simples e muito objetiva.

Benicio continuou em silêncio, mas a encarava.

— Eu quero você.

Ela foi direta, sem tremer a voz e o seu olhar sempre direto nos olhos daquele homem.

Benicio demorou para compreender, sentiu a boca secar e o seu olhar se perdeu por alguns segundos.

— Desculpe, acho que não entendi muito bem.

— Eu vou explicar. Eu não quero que trabalhe para mim, mas vou precisar de você, sou uma mulher muito ocupada, passo horas em reuniões, longos jantares e poucas viagens de lazer, mas eu preciso relaxar, existem alguns clubes ou serviços para isso, porém não sou adepta. Eu prefiro escolher e fazer uma proposta amigável.

— É um caso? Você quer ter um caso comigo?

— Exatamente.

Benicio ficou agitado, levantou-se e andou de um lado para o outro.

— Isso não tem sentindo algum, você não me conhece e eu não a conheço.

— Eu li algumas coisas sobre você. Sei que é filho de uma atriz de teatro, nasceu na Espanha, morou por aqui e saiu de casa muito jovem, já fez campanhas publicitárias e tem uma agência de publicidade chamada Dois Cubos. Nunca foi casado, não tem filhos e aparentemente está solteiro.

— Eu não estou a venda.

— Mas, a sua agência só tem dois fiéis clientes e eu posso mudar esse quadro. E outra coisa, não se trata de venda, é apenas um acordo, um tempo para que possamos nos conhecer, mas veja bem não é um namoro e sim um acordo de duas pessoas adultas e desprendidas.

— Sexo.

— Sim.

Os olhares cruzaram-se. De um lado o fogo de uma decisão e do outro, ainda com muitas dúvidas e uma leve ironia.

— Sinto muito, Dinah Fontanne, mas comigo. As coisas não funcionam assim. Daqui a pouco, você aparece com roupas de couro e um chicote na mão achando que sou um brinquedo para satisfazer as suas vontades sexuais.

Dinah riu, na verdade segurou a risada alta e divertida que há muito tempo não dava.

— Não, Benicio! Não, isso não é um contrato de dominante e submisso, fique tranquilo. Essa foi engraçada.

— Mesmo eu ter feito você rir, minha resposta ainda é não.

Dinah então respirou, ajeitou-se melhor no confortável sofá.

— Eu ainda não quero desistir de você.

— Isso é alguma brincadeira?

— Não é uma brincadeira, porém pode ser um bom acordo para os dois. Eu posso ajudar nos seus negócios.

—Você estaria me comprando.

— Digamos que posso ser uma conselheira de negócios e levar você ao lugar que tanto deseja e nunca, ninguém irá saber da gente. Seremos discretos e prometo não invadir o seu espaço.

Os olhos de Benicio escureceram.

— Você quer a mim e a outros homens também?

— Se caso você ficar comigo, só serei sua da mesma forma que espero que fique só comigo, mas depois de um tempo você estará livre.

— A sua proposta é muito indecente. Você é bonita, é rica e não precisa nada disso.

— Quem decide isso, sou eu.

— Você só tem relacionamentos assim?  Cercando, estudando e oferecendo coisas, isso é errado sabia?

— Benicio, eu só quero que fique um tempo ao meu lado, o que pode ser dias, semanas...  Deixa o tempo rolar e tenho certeza que quando menos esperar, você e sua empresa crescerá e muito.

— Uma troca, por sexo? É isso?

Dinah olhou para Benicio que agora estava em pé quase na sua frente.

— Eu diria uma troca de interesses incomuns. Vai ser divertido, Benicio, acredite.

— E o que eu teria que fazer? Por exemplo, agora?

— Fique sem roupa.

Benicio ficou olhando para Dinah, procurando uma resposta à altura, contudo não vinha nada à cabeça, pelo contrário, estava com raiva só que não diria as palavras pesadas que vieram em sua mente.

— Eu não estou a venda. Boa noite.

Benicio deixou aquele apartamento sem olhar pra trás— Era um absurdo!

Ele prometeu que esqueceria aquele incidente...

Horas, dias e semanas depois, Benicio pensava naquela loucura de proposta até começar sentir os efeitos da sua escolha.

Apesar de admitir que a loira era uma mulher atraente que de uma garota risonha passava para uma megera. Porém, Benicio não queria fazer parte de um catalogo de conquistas daquela jovem mulher que agora invadia os seus pensamentos a qualquer hora do dia

Que loucura! Quem aquela mulher pensa que é?!!

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo