“Vai ser o melhor evento de todos!” Jasmine falou. “Nem acredito que nossa matilha vai sediar um evento desses!”
“A gente merece! Com certeza! Olha o tanto que os guerreiros fizeram e também nossa Alpha é maravilhoso!” Rebeca também estava animada.
“Sim, nossa! Você tem toda razão!” Jasmine concordou.
“Meninas!” A voz da senhora Smith ecoou mais severa. “Sei que essa notícia é muito boa, mas precisamos terminar de entregar o jantar para os guerreiros e o resto da casa!”
A conversa então diminuiu e só tinha alguns cochichos, a quantidade de louça voltou a aumentar.
Simplesmente comecei a vagar dentro de minha própria mente, afinal de contas meu trabalho é bem manual e repetitivo, então não preciso realmente prestar atenção, não quando estou sozinha deste lado e até agora não brigaram comigo, pedindo para que eu fosse mais rápida.
As pessoas ficam animadas em relação a destinados, companheiros… Isso é algo que não é para mim, eu sei disso deste que me entendo por gente, porque sempre me falaram isso… É simples, um escravo não tem direitos… Se por ventura eu tiver algum companheiro destinado, então é pura sorte e 99% dos casos a outra pessoa rejeita o escravo…
A vida do escravo não muda… Ela só muda se o companheiro destinado quiser ficar com ele e ainda assim precisa pagar por isso.
Não é como se existissem muitos escravos, esta “honraria” era apenas para aqueles considerados traidores ou pessoas que cometeram atos horrendos, no meu caso eu simplesmente não sei… Talvez minha familia tenha sido de traidores, talvez minha família seja de torturadores, de pessoas que cometeram erros contra o Rei… Vai saber e é por isso que eu não tenho nome.
Um escravo não precisa de nome, um escravo só precisa fazer o próprio trabalho e continuar assim… Fiquei sabendo de lugares e matilhas que escravos podem comprar a própria liberdade, mas é muito raro…
Eu sequer posso dizer que esses boatos são verdadeiros ou não, porque eu só escuto pequenas conversas, nunca tive um treinamento correto… Sei ler apenas o básico, para identificar os produtos de limpeza e também não trocar as coisas enquanto estou guardando os objetos.
Eu nem sei dizer se ainda lembro como falar, já que parei de fazer isso há alguns anos, minha forma de me defender, alguns dizem que eu ainda sou orgulhosa, por não gritar… Mas acho que agora eles acham que eu sou muda…
Eu deveria rezar para tentar entender o que se passa comigo, como a minha pode ser assim quando existem Deuses? Ouvi falar de Selene, a Deusa da Lua e quem governa os lobisomens… Mas para mim é só uma decoração que vejo por ai, não representa nada para mim.
Se eu tenho raiva? Já deixei isso para trás, esse sentimento… Ter raiva do que? Para que? Vai mudar alguma coisa? Não, então para que sentir isso? Só para eu mesma me torturar… Não é só porque eu me acostumei com dor que eu goste dela… Quem é que gosta de apanhar todo dia? Quem é que gosta de ter que trabalhar com o corpo sangrando? Quem é que gosta de sentir o estômago revirar e não poder comer nada?
“Coisa! Presta atenção!” Escutei o grito da senhora Smith e logo depois o impacto de uma cintada em meu braço esquerdo.
Ergui o olhar e vi a sombra da mulher e seu cheiro agora estava mais forte.
“Agora que terminou aqui, vai lá varrer e deixar brilhando a dozinha!” A senhorita Smith falou.
Apenas concordei com a cabeça e fui em direção a porta que dava acesso a cozinha, o cheiro da comida ainda era bem intenso, mas sequer pensei em pegar algo para mim, não quando ainda tinha gente por ali.
Como sempre, vários ômegas que estavam ali logo saíram rapidamente quando me viram, como se eu fosse algum tipo de praga… Comecei da parte da mesa, retirando ainda as coisas que faltava lavar e colocando na pia que tinha mais do lado, eram itens mais delicados e por isso não ia no buraco em que eu lavava normalmente.
Quando terminei de limpar a cozinha já é de madrugada, como eu sei? Ao olhar pela janela posso ver a lua brilhante já fazendo o arco final, desta vez não consegui separar nenhum pedaço para comer…
Por isso me arrastei até o lugar em durmo, fica embaixo, no subsolo, debaixo da cozinha, desço dois lances de degraus e abri a porta do lugar que durmo, é um retângulo sem nada, com um colchão sujo, um cobertor fino e algumas peças de roupas dobradas.
Deitei no colchão, que era melhor que deitar no chão de pedra gelado, fechei os olhos e comecei a sentir o desespero começar a tomar conta. Não tenho lágrimas nos olhos, mas esse sentimento de ser esquecida é pior de noite, ela aumenta muito quando eu tenho que dormir, porque simplesmente minha mente me força a ter “sonhos” que nunca vão se realizar… De uma vida que nunca será minha.
Muitos agradeceram de ter algum lugar para escapar, mas eu só me desespero mais, porque nesses sonhos eu sou livre e não preciso me preocupar com as coisas, inclusive tenho outros que me defendem…
O que é pior para um escravo do que sonhar com uma liberdade que nunca vai ter? Meu coração se aperta e esse desespero aumenta mais, eu não quero dormir, não quero ir para aquele maldito lugar… Porque acordar doi mais.
Dói saber que eu sequer consigo morrer… Se eu morresse teria uma segunda chance? Teria uma vida diferente? Ahh… Isso, isso é o pior…
Fechei com força meus olhos, querendo esquecer isso, desejando poder não sonhar, coloquei o cobertor sobre meu corpo e respirei fundo, tentando apagar minha mente.
….
“Acorda!” Escutei a voz de alguém gritando e em seguida o impacto de um pé contra minha barriga, o gosto de sangue invadiu minha boca.
Abri os olhos para dar de cara com Alpha Julius, seu filho Bernard e o Beta Patrick… Rapidamente me sentei ajoelhada no chão, com a cabeça baixa. O que esses três querem, eu não tenho a minima ideia, mas devem ter tido alguma ideia macabra para estarem aqui.
“Demorou para acordar!” O Beta me deu mais um chute, sequer tentei esquivar e apenas escutei o som de ossos quebrando.
Foi um chute lateral e consigo sentir a dor de meu pulmão sendo perfurado, ao mesmo tempo em que o gosto de sangue aumenta mais.
"Cuidado!” Alpha Julius falou. “Tsi…”
Mantive a cabeça baixa e engoli o sangue da melhor forma que eu conseguia.
“Ele pediu que ela fosse entregue o mais saudável possível." Alpha falou, posso perceber o tom de satisfação em sua voz. “Sabe, as pessoas podem achar que a forma que eu te trato é desumano, mas em compensação ao lugar que você vai… Isso aqui será o paraiso.”
Então os três riram, como os seres desprezíveis que são, afinal de contas eles gostam de maltratar as pessoas, mas de certa fiquei curioso, como eu posso ir para um lugar que é pior do que esse?
“Lord Hoff adora pegar coisas como você e testá-las… Quando comentei que eu tinha um brinquedo que não grita ele ficou interessado… Afinal de contas, pelo médico suas cordas vocais estão intactas…”
Alpha Julius se abaixou e então pegou meu queixo e só assim ergui o olhar para encontrar a expressão de satisfação dele.
“Lord Hoff é bem famoso por suas câmaras de torturas… Para aqueles que se negam a falar, ele os quebra em alguns dias…” Alpha Julius sorriu um pouco mais, provavelmente imaginando o que aconteceria comigo. “Eu só queria estar lá quando você gritasse… Seus gritos eram deliciosos.”
Ele acariciou brevemente minha bochecha e então soltou meu rosto, voltei a abaixar a cabeça.
“Vá se preparar!! A quero pronta o mais rápido possivel!” Alpha Julius ordenou e rapidamente me levantei e sai do quarto.
Corri em direção ao primeiro subsolo, onde tem algumas celas e também um banheiro, assim que entrei vi que já tinha um belo vestido ali, assim como água quente, sabão, sabonete e até mesmo algumas ervas.
Eu já conheço o procedimento, é a mesma coisa que acontece quando vou ser leiloada, demorei o tempo necessário para tirar toda a sujeira de meu corpo e dos meus cabelos, para desembaraçar eles, além é claro de eliminar os pelos indesejados.
Nas primeiras vezes eu me sentia tão humilhada por fazer isso, mas agora, tanto faz… Essa é a minha vida e pelo visto ela vai piorar.
Demorei algum tempo até finalmente estar limpa e vestida, tomei todo o cuidado para não sujar o vestido verde e coloquei o sapato preto. Assim que sai do banheiro vi a senhorita Smith ali.
“Vamos.” Ela falou e a segui.
Fomos até a cozinha, ela apontou para uma das cadeiras e tinha um prato feito ali, arroz, feijão, carne, salada e até mesmo alguns pedaços de fruta do lado, além disso tem um copo de suco ali.
Comecei a comer com cuidado, afinal de contas meu estômago não está acostumado a tanta comida, mas é bom poder me alimentar assim, raras as ocasiões, mas acontecem. Assim que terminei de beber o suco me senti mais revigorada, não era apenas suco de laranja, estava misturado com alguma outra coisa.
“Ótimo, você está até mais corada.” A voz da senhora Smith ecoou. “Essa poção realmente é bem potente.”
Eu realmente me sinto bem melhor, minhas costas não estão doendo, na verdade não sinto dor, o que é algo que jamais pensei existir. O que pela primeira vez, em muitos anos, comecei a sentir medo.
Eles tinham de dado uma poção de cura, eu tinha me limpado, comido uma refeição…
“Olha só, finalmente parece que você está entendendo o que vai te acontecer! AHahahA!” A voz da senhora Smith ecoou.
Logo depois várias outras risadas se seguiram.
Aviso: Este capítulo contém cena de est** com detalhes.A coisa POV“Vamos logo, coisa!” A senhorita Smith falou me puxando pelo braço, me fazendo levantar.Minha reação é um pouco lenta do que o normal, afinal de contas agora eu sei que as palavras de Alpha Julius são verdade.Rapidamente fui puxada até um dos quartos mais afastados e ela abriu a porta me empurrando para dentro e vi Bernard ali, ele está com pouca roupa, apenas uma camisa branca e uma bermuda, seu cheiro é mais forte e estremeço ao ver ele se aproximar.“Meu pai bem que falou que você é linda… Essa poção de cura realmente fez milagre…” A voz dele é cheia de animação. “E o melhor é que ela dura um tempo no corpo… O que significa que vou poder brincar por um bom tempo.”Estremeci e dei um passo para trás quando Bernand se aproximou, a risada dela penetrou pelos meus ouvidos e fechei os olhos com força.“Ahaha! Essa expressão! É tão bom ver alguma coisa no seu rosto.” Bernard então segurou meus braços e me jogou na cama
A coisa POVA porta foi aberta e imediatamente sinto um cheiro bem diferente de todos os outros, é o cheiro de um chão recoberto por folhas, folhas estas que estão molhadas, mas o líquido é sangue. O cheiro é tão intenso que eu consigo até ver esse chão e tento dar mais um passo para trás, mas me seguram pelos ombros e me empurram para dentro da sala.Assim que entrei percebo que o cheiro é intenso, mas ele é mais direcionado para a minha esquerda, percebo que tem três pessoas ali. Alpha Julian e dois desconhecidos e o esse cheiro vem de um deles.Se eu fosse alguém religiosa estaria rezando agora para que tudo isso terminasse, mas não sou, afinal de contas, os Deuses jamais me escutariam… Quando eu era criança eu tentei, mas não fui escutada… Então agora eu apenas tento aceitar o meu destino.“Ahhh! Aí está a coisa.” Alpha Julian fala.Escutei a porta sendo fechada, a senhora Smith tinha saído.“Lord Hoff sempre teve bons olhos.” Escutei uma voz profunda e estremeci…Essa voz me lemb
A coisa POVTomo coragem e saio do banheiro e imediatamente aquele cheiro de folhas molhadas em sangue me invade, foco meu olhar na direção do cheiro e encontro aqueles olhos que me fazem tremer, sinto minhas pernas ficarem mais fracas e minhas respiração se torna mais alterada, meu coração está batendo tão alto que consigo escutar ele em meus ouvidos.“Agora sim.” A voz dele é mais leve, mostrando sua satisfação com minha postura e roupas.Mais um vez sinto meu rosto ficar mais quente, uma coisa tão estranha, mas desde que o encontrei as coisas estão diferentes.Aquele homem se aproxima e sua aura é tão intensa e abro os lábios buscando ar, sentindo sua presença a minha frente, seu toque em meu rosto e aquelas breves fagulhas que me aquecem ainda mais.Eu já tinha ouvido falar sobre como era encontrar seu companheiro destinado, mas jamais achei que isso acontecer comigo, parece tudo um sonho… Ainda mais alguém que está me aceitando que não me rejeitou no primeiro olhar.“Você sabe qu
A coisa POVAcordei sentindo dores por todo o meu corpo, mas são dores boas, pois as lembranças do motivo de estar assim são maravilhosas, aprendi o que é prazer e acho que viciei. É simplesmente maravilhoso essa sensação.Agora entendo porque tantos buscam se satisfazer, sem se importar com o resto e eu era usada para isso, para que outros ficassem felizes, mas acho que isso não vai mais acontecer.O cheiro dele ainda é bem forte e sinceramente não quero levantar, só quero ficar nessa cama, sentindo nossos cheiros misturados e me sentindo tão bem por isso, até que sinto meu estômago fazer barulho, faço um esforço para conseguir me mover. Assim que coloco os pés no chão, ergo a cabeça escutando o som de uma porta se abrindo e o vejo sair do banheiro, há gotas de água ainda escorrendo por seu peito musculoso, uma toalha em sua cintura e uma nas mãos enxugando os cabelos. Posso sentir minha boca ficar molhada e meu corpo ficar mais quente.“Hum… Mal acordou e já está excitada, é?”Fique
Aviso: Os próximos cap terá cenas de tortura em detalhe, se você tem problemas com agulhas, é melhor ler com atenção.A coisa POVApós isso meu Senhor terminou de se alimentar e se ergueu, eu apenas me ergui quando ele me deu permissão e voltei a ficar um passo atrás dele, não ousei arrumar meu vestido, pois nada havia sido dito nesse sentido, então conforme andamos parte da minha bunda está exposta, mas mantenho meu olhar as costas de meu Senhor.O que percebo é que logo um outro homem se aproxima dele, ficando do seu lado, ele tem cabelos pretos espetados, usando um terno preto, a pele é mais escura e sua aura é um tanto assustadora, mas sequer chega perto da aura de meu Senhor.Os dois caminham em silêncio, ou então conversando via mensagem mental, paramos então em frente a um quarto diferente da de meu Senhor, vejo o homem abrindo a porta, meu Senhor passa e eu o sigo, a temperatura é mais baixa e sinto um arrepio de frio, além do mais os cabelos de minha nuca levantam, é meu inst
Nota: O capitulo continua com a sessão de tortura, inclui agulhas, choque e acidoA coisa POVNão demorou para que cada seio tivesse seis agulhas, elas fazem um circulo ao redor do mamilo e gotas de sangue escorrem, ele havia colocado as agulhas mais fundo. Sim doi, arde e eu quero arrancar, mas eu sequer consigo fechar as mãos, pois as agulhas nas pontas dos dedos me lembram e arranham a minha palma, então isso me machuca de duas formas, porque sinto as agulhas entrarem um pouco mais e a outra ponta corta minha palma.Minha respiração está mais acelerada e um tanto irregular, afinal de contas estou sofrendo muita informação e começo a agradecer a todos esses anos que sofri nas mãos da matilha em que vivo, se não fosse isso eu com certeza estaria pedindo clemência.Percebo que Lord Hoff se afasta um pouco, provavelmente para apreciar o que ele já tinha feito.“Dura na queda… Muitos teriam implorado logo nas primeira agulhas.” Lord Hoff fala, sua voz está um tanto estranha, parece que
A coisa POVOlhando para baixo vejo no meu corpo as marcas que foram deixadas pelo o que aconteceu, não estão completamente fechadas e devem deixar cicatrizes… Essas serão as marcas para eu não esquecer que até mesmo para meu companheiro destinado, não sou nada além de um objeto.Então apenas fico olhando para o chão, esperando pela próxima ordem, sem falar nada, sem emitir nenhum som que não seja de minha respiração. Percebo então a aproximação dele, sua mão entra em meu campo de visão, ele toca meu queixo e levanta meu rosto, eu não resisto.Encontro com seus olhos, que antes para mim eram minha segurança, sua expressão é um misto de vários sentimentos, culpa, dor, ressentimento, raiva, ódio e muitos outros. Coisas que ele pode se dar ao luxo de sentir e que não ouso mais tentar qualquer outra coisa que não seja o que eu já tinha aprendido.“Eu deixei as coisas irem longe demais.” Meu Senhor falou e acariciou de leve minha bochecha com o polegar.Eu posso sentir as fagulhas calorosa
A coisa POVVejo meu Senhor me olhar com desprezo, com raiva e fico apenas esperando pelo golpe, só que isso nunca aconteceu.“Vá se limpar!” Ele ordena.Caminho até o banheiro, sentindo meu corpo mais leve, um peso tinha sido retirado de mim… Saber que sua fera se importava é algo que aquece meu coração e que a dor que senti e o grito que soltei foi libertador, diferente de todos os outros.Tomei um banho rapido, para tirar todo o resquicio do que tinha acontecido mais cedo e ao me olhar no espelho, enquanto me seco, vejo que as marcas da tortura ainda estavam visiveis, mas não estou mais com dor. Sorri e suspirei, então me voltei e vi a roupa que eu deveria usar.É a de uma empregada, um vestido preto, com alguns detalhes em branco, novamente sem nenhuma lingerie e um sapato de salto quadrado baixo, em tom preto. Me visto rapidamente e volto para o quarto. Meu Senhor também trocou de roupa e está usando uma jaqueta preta de couro, com alguns detalhes em dourado, uma camiseta preta,