Enrico Narrando Tudo estava perfeito. A recepção tinha sido linda, e o carinho que recebemos das pessoas que realmente importavam para nós tornou tudo ainda mais especial. A noite ia chegando ao fim, e um a um os convidados começaram a se despedir.Meus irmãos já haviam ido embora, com exceção de um, que nem sequer apareceu. Algo que não me incomodava nem um pouco, já que ele deixou bem claro em nossa última conversa que não fazia questão de estar presente. Antonella e Dante, se aproximaram para se despedir.— Filha, foi tudo maravilhoso — Antonella disse, segurando as mãos de Thayla com carinho. — Você está linda.— E você, Enrico — Dante olhou para mim com um sorriso sincero — cuide bem da minha menina.— Sempre — garanti, apertando levemente a cintura de Thayla.Vi nos olhos dela o brilho de emoção ao abraçar os pais. Ela os ama muito e sabe que, independentemente de qualquer coisa, sempre terá o apoio deles.Depois de mais algumas despedidas, ficamos apenas nós dois e Vilma.— F
Thayla Narrando Acordamos em um domingo lindo de sol. Eu abri a janela e a brisa fresca entrou no quarto, trazendo o cheiro de terra molhada. O dia parecia perfeito, e eu mal podia esperar para aproveitar cada momento. Enrico, ainda meio enrolado nos lençóis, resmungou baixo, claramente querendo ficar de preguiça na cama.— Vamos lá, Enrico! Hoje é dia de relaxar, de piscina, nada de ficar na cama — falei animada, já indo para o banheiro.Ele bufou, parecendo não muito convencido com minha energia.— Não estou afim, queria só ficar aqui — disse ele, com a voz embargada de sono.— Eu também, mas eu preciso de um dia de diversão, de sol. E além disso, sua amizade com o meu pai é uma ótima desculpa para almoçar na casa dos meus pais — respondi, sorrindo, tentando convencê-lo.Enrico sorriu, porque se tem uma coisa que o meu noivo gosta, é de estar com meu pai, não é à toa que eles são amigos a décadas.Depois do café, fomos para a casa dos meus pais. Minha mãe já estava esperando com a
Thayla Narrando A nossa pizza chegou, meu pai a ofereceu para Vilma, mas ela recusou educadamente.— Estou cheia, já jantei — disse ela, sorrindo.Foi então que, meio sem querer querendo, soltei:— Já que está cheia, querida, devia ter acompanhado a sua amiga.Ela me olhou com um sorrisinho venenoso.— Estou atrapalhando?Meu pai me lançou um olhar sério, como se me repreendesse.— Não, Vilma, Você não está atrapalhando nada.Suspirei, incomodada. Olhei para minha mãe, que também estava desconfortável com a presença dela. Preferi ignorá-la e me concentrei em conversar com minha mãe, enquanto meu pai, Enrico e Vilma reviviam os velhos tempos de faculdade, trocando risadas e lembranças como se só existissem eles na mesa.Minha fome passou. Peguei apenas um pedaço de pizza, e mesmo assim o sabor parecia diferente. O estômago revirava, não por causa da comida, mas pelo ambiente sufocante que aquela mulher criava ao redor do meu pai e do meu noivo.Meus olhos percorriam a mesa, observando
Enrico Narrando A conversa com a Vilma estava tão divertida que até o Dante entrou no assunto. Ríamos, falamos de várias lembranças e, sem perceber, já estávamos discutindo projetos para a empresa.— Acho que podemos marcar uma reunião amanhã — sugeriu Vilma.— Boa ideia. Gostei bastante do seu projeto, é bem estruturado e pode ser muito lucrativo — respondi, animado.O tempo passou rápido, e eu simplesmente me deixei levar pela conversa. Esqueci completamente que Thayla estava ao meu lado. Só quando fiz menção de incluí-la no papo percebi que ela não estava mais ali. Olhei para sua cadeira vazia e reparei que nem sua bolsa e nem as coisas da Antonella estavam ali.Franzi a testa, confuso. Olhei para Dante.— Você viu a Thayla saindo?Ele deu de ombros.— Não reparei.Peguei o celular e liguei para ela várias vezes, mas só dava desligado.— Estranho — murmurei, começando a ficar preocupado.Dante pegou o próprio telefone e ligou para Antonella. Após alguns toques, ela atendeu.— Oi,
Enrico Narrando A reunião começou pontualmente, como sempre. Alguns acionistas já estavam acomodados na grande mesa de reuniões, enquanto Dante, meu braço direito, se sentava ao meu lado, atento a cada detalhe. O clima na sala era sério, como era de se esperar quando se tratava de negócios de grande porte.— Como vocês já sabem, os lucros deste trimestre superaram as projeções iniciais — iniciei, deslizando o relatório sobre a mesa para que todos tivessem acesso. — Mas ainda precisamos focar na expansão das filiais para manter esse crescimento sustentável.Um dos acionistas, um homem de meia-idade com olhar crítico, folheou os papéis antes de falar:— Enrico, concordo que a expansão é necessária, mas abrir novas unidades agora não pode comprometer nossa estabilidade? O mercado está instável.Dante, sempre preparado, interveio:— Nós fizemos projeções conservadoras e temos um plano estratégico sólido. Além disso, há investidores interessados em parcerias, o que reduz nossos riscos fin
Thayla Narrando Depois de fazer as pazes com o meu noivo, e que pazes deliciosa! Voltei para o meu setor com um sorriso nos lábios e a sensação de alívio no peito. Eu odeio brigar com o Enrico, mas amo como fazíamos as pazes. Ainda sentia a pele arrepiada só de lembrar de seus toques e beijos. Suspirei e sacudi a cabeça, tentando focar no meu dia.O que me tirou dos meus devaneios foi o pensamento naquela víbora que estava rondando o Enrico. Será que ele finalmente vai abrir os olhos? E vê que a Vilma não presta. Algo me dizia que ela não é confiável, mas ele já é um homem crescido, e eu não posso fazer nada além de alertá-lo.Assim que entrei no setor, as meninas vieram ao meu encontro, animadas.— Finalmente você apareceu, Thayla! — Natália falou com um sorriso malicioso. — Pensei que tinha sido sequestrada pelo chefe.— Que exagero! — revirei os olhos, mas um pequeno sorriso escapou.— Vamos almoçar todas juntas hoje — Camila avisou, ajeitando os óculos no rosto. — É aniversário
Enrico Narrando Comecei a gritar desesperado, pedindo ajuda, sem saber o que fazer. O desespero tomou conta de mim de uma forma que eu nunca havia sentido antes. Eu queria pegá-la no colo e levá-la eu mesmo para o hospital, mas as pessoas ao redor não deixaram.— Chamem uma ambulância! Pelo amor de Deus, alguém chama uma ambulância! — minha voz saiu rouca, trêmula, quase sem força, eu não posso perder a Thayla, não posso.Olhei para Thayla no chão, imóvel, seu rosto pálido, os lábios entreabertos. Meu coração martelava contra o peito, um medo sufocante tomando conta de mim. Várias pessoas ao redor já estavam com o celular na mão, ligando para o resgate. Eu queria fazer algo, qualquer coisa, mas me sentia impotente.Minha visão varreu ao redor, até que encontrei Vilma. Ela estava parada, olhando tudo, sem esboçar nenhuma reação além de um semblante surpreso.Avancei em sua direção, apontando o dedo para ela.— Pega o meu carro e leva de volta para empresa Agora, Vilma! — minha voz sai
Thayla Narrando O barulho insistente de um bip foi a primeira coisa que captei ao abrir os olhos. A claridade forte fez minha cabeça latejar, e eu precisei de alguns segundos para me acostumar. Meu corpo inteiro doía, um incômodo constante e pesado, como se tivesse sido atropelada por um caminhão.Foi quando tudo veio como um choque elétrico. O carro. O impacto. O asfalto quente. A dor.Minha respiração ficou presa na garganta ao lembrar da cena antes do acidente, Vilma tocando Enrico. O jeito como ela o olhava, como se ele se fosse um pedaço de carne a ser disputado. Ele não fez nada para afastá-la.Minha garganta fechou, e o desespero tomou conta. As lágrimas caíram antes mesmo de eu perceber, e em segundos, eu já estava soluçando.— Filha! — A voz aflita da minha mãe preencheu o quarto, e logo senti seus braços me envolvendo. Meu pai chegou em seguida, a raiva emanando dele como uma chama prestes a incendiar tudo.— Eu vou matar o Enrico! — meu pai rosnou, os punhos cerrados ao la