Enrico Narrando Pedi ao Dante para conversar apenas com a Antonella e também com o Yago. Eles não deixam de estar em perigo, já que a família do Dante também é alvo. Falei para ele que eu mesmo vou conversar com a Thayla hoje e, aproveitando o momento, perguntei por que ele não me falou que vai ser avô.Dante me encarou por alguns segundos, e eu sorri. Não teve como ficar sério com a careta que ele fez.— Como você sabe? — ele perguntou, estreitando os olhos.— Thayla foi na empresa me desejar feliz aniversário e me contou sobre o nosso filho.Dante soltou um suspiro e balançou a cabeça.— Foi uma decisão dela. Eu apenas respeitei.O clima mudou completamente. Havia algo em seus olhos, um misto de surpresa e um pouco de receio. Talvez estivesse preocupado com o futuro, com os perigos ao nosso redor, mas também sabia que, no fundo, estava feliz.Fui até o bar da sala e peguei uma garrafa de whisky. Peguei dois copos e os coloquei sobre a mesa. Dante me observava, cruzando os braços.—
Enrico Narrando Assim que parei o carro diante da entrada discreta do motel, abaixei o vidro sem precisar sair. O interfone brilhou com uma luz vermelha, indicando que estava pronto para atendimento. Pressionei o botão e aguardei.— Boa noite, bem-vindo ao Império — a voz feminina soou clara pelo alto-falante.— Boa noite. Quero a melhor suíte disponível — respondi sem hesitação, mantendo a mão firme no volante.Do meu lado, Thayla mexia nos próprios dedos, claramente ansiosa. Me lançou um olhar rápido, como se tentasse medir minha expressão. Eu apenas sorri de canto, tranquilizando-a.— Suíte Luxo — a atendente confirmou. — Entrada liberada. A chave estará na recepção.— Obrigado.O portão eletrônico se abriu à nossa frente, e avancei devagar, seguindo as discretas luzes que indicavam o caminho até o estacionamento privativo. O lugar era elegante, reservado, perfeito.Ao estacionar, desliguei o motor e soltei um suspiro.— Estamos aqui — murmurei, voltando meu olhar para Thayla.Ela
Thayla Narrando A noite havia sido perfeita. Enrico e eu aproveitamos cada instante, como se o mundo lá fora não existisse. Quando saímos do motel, o céu já começava a clarear, e nós dois estávamos exaustos. Preferimos ir para casa em vez de passar o resto da noite ali. Queríamos o conforto da cama dele. Assim que chegamos, deixamos nossas roupas pelo caminho e nos jogamos na cama, entregues ao cansaço e à satisfação. O calor do corpo dele contra o meu ainda me fazia arrepiar, mas o sono nos venceu rapidamente.Acordei sentindo beijos suaves em meu ombro, descendo lentamente pela minha coluna. Um arrepio percorreu minha pele antes mesmo de abrir os olhos.— Bom dia, minha princesa — Enrico murmurou contra minha pele, sua voz rouca e carregada de desejo.Sorri, me espreguiçando levemente, mas antes que eu pudesse responder, meu celular começou a tocar, quebrando o clima perfeito da manhã.Enrico soltou um suspiro frustrado enquanto eu estendia o braço para pegar o aparelho no criado-m
Enrico Narrando Hoje acordei cedo e com um sorriso no rosto. Nos últimos dias, a felicidade parece transbordar na minha vida. Eu tenho Thayla ao meu lado, nossa relação está mais forte do que nunca, e agora tínhamos dois motivos para comemorar. Ela não faz ideia do que eu estava prestes a anunciar, e eu queria que fosse uma surpresa inesquecível.Levantei da cama e observei minha noiva dormindo tranquilamente ao meu lado. O brilho do sol matinal iluminava seu rosto sereno, e eu não pude evitar um sorriso. Ela é a mulher da minha vida e, agora, carrega dentro de si nosso filho.Fui para academia, fiz duas horas de exercícios pesados, cansar os músculos, alivia a mente, essa não para, meus seguranças tem trabalhado incansavelmente, e já estou esperando o Cubano chegar em São Paulo. E vamos começar a brincadeira, Marcos e sua turma nem imaginam o que espera por eles.Voltei para casa, entrei no quarto e Thayla ainda estava na mesma posição. Me aproximei, dei um beijo suave em sua testa.
Enrico Narrando Passei o dia inteiro no escritório, mas minha concentração não era das melhores. O motivo? Thayla. Não imaginei que seria tão difícil assim ter ela nas minhas a todo momento, cada sorriso dela conseguia me desestabilizar. Eu tentava manter o foco, mas sempre que ela olhava para mim e abria aquele sorriso, era como se o mundo ao meu redor ficasse em segundo plano.No almoço, sentamos com a equipe de Marketing para discutir os detalhes do projeto. Thayla se enturmou rapidamente com eles, e não demorou para que o ambiente ficasse mais descontraído. Ela sempre teve esse jeito leve, que tornava qualquer situação mais agradável. Enquanto ela falava com a equipe, observei como seus olhos brilhavam de animação.De volta ao trabalho, tentei me concentrar nos contratos que precisava revisar, mas minha atenção voltava para ela sempre que ouvia sua risada baixa ou via seu sorriso. Na terceira vez que vi ela olhando pra tela com aquele sorriso lindo, me peguei distraído, resolvi p
Thayla Narrando Assim que Enrico voltou da reunião, percebi imediatamente que algo estava estranho. Ele entrou na sala com um semblante fechado e foi direto pegar suas coisas, sem sequer me olhar direito.— Vamos embora, Thayla — ele disse, a voz séria, enquanto fechava a maleta com um movimento brusco.Franzi o cenho, confusa. Ainda há pouco, ele estava tranquilo, e agora parecia aflito para sair dali.— O que aconteceu? — perguntei, tentando entender o motivo da pressa repentina.Ele passou a mão pelos cabelos e soltou um suspiro pesado.— Esqueci que eu e seu pai tínhamos uma reunião importante — respondeu, já pegando as chaves do carro.Me virei para meu pai, que estava na porta, observando tudo com um pequeno sorriso no rosto, como se aquela situação não fosse nada demais. O olhar dele encontrou o meu, e ele apenas assentiu, confirmando o que Enrico disse.Ainda desconfiada, mas sem querer insistir, resolvi não prolongar a conversa. Me levantei, pegando minha bolsa, e caminhei a
Enrico Narrando Assim que descemos do carro, senti a tensão no ar. O local combinado ficava na parte de fora da Ferroviária, um lugar discreto e estratégico para negociações como essa. O cheiro de ferrugem e óleo queimado impregnava o ambiente, se misturando ao barulho distante dos trens passando nos trilhos. Dante, ao meu lado, se mantinha atento, a postura rígida e a expressão fechada. Ele sabia que qualquer detalhe poderia fazer a diferença nessa conversa.À nossa frente, já nos esperando, estavam três homens. No centro, o Cubano, um sujeito de estatura mediana, pele bronzeada e olhar astuto. Ele vestia uma jaqueta de couro preta e segurava um charuto entre os dedos, tragando com calma, como se tivesse o controle absoluto da situação.Assim que nos aproximamos, não perdi tempo.— O que você quer? — perguntei diretamente, cruzando os braços.O Cubano sorriu, mostrando os dentes amarelados pelo fumo.— Preciso do seu apoio para sair do país com Vilma — respondeu ele, lançando um olh
Thayla Narrando Acordei sentindo um toque suave em meu rosto. Ainda sonolenta, pisquei algumas vezes antes de abrir os olhos completamente. Assim que minha visão se ajustou à luz suave do quarto, vi Enrico ali, me observando com um sorriso discreto. Meu coração aqueceu instantaneamente.Sorri para ele, e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, seus lábios encontraram os meus em um beijo calmo e suave. Era o tipo de beijo que me fazia esquecer do tempo, como se o mundo ao redor não importasse.— Até que horas foi a reunião? — perguntei, minha voz ainda rouca de sono.Ele sorriu de leve antes de responder:— Terminou de tarde. Foi uma reunião com investidores cubanos.Assenti, sentindo um orgulho silencioso do trabalho dele. Enrico sempre se dedicava ao máximo aos negócios, e eu sabia o quanto essas reuniões eram importantes. Sentei-me na cama e o envolvi em um abraço apertado, sentindo seu cheiro familiar e reconfortante.Foi então que olhei para o relógio na parede do quarto. Meu