Thayla Narrando Acordei sobressaltada com o toque insistente do meu celular. Ao olhar a tela, vi o nome da minha mãe e atendi rapidamente, saí do quarto para não acordar o Enrico, que dormia tão sereno.— Oi, mãe. Bom dia.— Bom dia, filha. O que ainda falta para o jantar?Levei alguns segundos para lembrar do evento da noite. Respirei fundo antes de responder:— Preciso de uma equipe de buffet, mãe. Não quero sobrecarregar a empregada da casa.Do outro lado da linha, ela suspirou, e pela sua voz percebi que estava sorrindo.— Thayla, essas coisas se resolvem com antecedência.Sorri sem graça.— Eu sei. Mas pode me ajudar com isso?— Claro, deixa comigo. Vou resolver isso agora.Agradeci e, após desligarmos, fiz uma ligação para o escritório da equipe de decoração para confirmar os últimos detalhes. Assim que encerrei a chamada, senti Enrico se aproximar por trás e um arrepio percorreu meu corpo.Sem precisar de palavras, ele envolveu minha cintura e deixou um beijo em meu pescoço, i
Enrico Narrando Assim que nos arrumamos, fiquei esperando Thayla terminar os últimos detalhes. Quando ela apareceu na minha frente, meu coração disparou.Ela estava simplesmente deslumbrante. O vestido vermelho longo realçava suas curvas de uma forma que me deixou sem fôlego. A fenda na perna revelava a pele na medida certa para me deixar excitado só de olhar para ela. O decote acentuava sua feminilidade de maneira elegante, sem exageros. Meu olhar percorreu seu corpo, admirando cada detalhe.— Você está linda — murmurei, puxando-a para perto.— Gostou? — Ela sorriu de forma provocante.— Você não faz ideia do quanto.Segurei seu rosto e dei um beijo intenso, sentindo seu perfume envolvente. Se dependesse de mim, não sairíamos mais daquele quarto.Descemos de mãos dadas, e os convidados já começavam a chegar. Tudo estava impecável, do jeito que Thayla planejou. As velas aromáticas espalhavam um perfume suave pelo ambiente, os arranjos de flores estavam perfeitos, e a mesa posta com e
Thayla Narrando Meu Deus, que ódio dessa Vilma! Mas eu sabia que a amiga da Madeleine não ia me dar paz. Ela fazia questão de lembrar da defunta a cada minuto: no Salmão, na toalha da mesa, na vela, em tudo. Como se fosse um ritual para me lembrar de que Enrico já teve outra mulher antes de mim.E eu também não tinha engolido aquela pergunta sobre minha idade. Estava claro que ela só perguntou para ressaltar o óbvio, como se ninguém soubesse que sou mais nova que Enrico. Mas a palhaçada já estava indo longe demais.Olhei para Enrico, séria, deixando bem claro minha insatisfação. Achei que ele tinha percebido, porque seu olhar encontrou o meu por um instante, mas ele permaneceu ali, ouvindo Vilma falar sobre o passado como se Madeleine ainda estivesse sentada naquela mesa.Não aguentei mais.Me levantei no exato momento em que estavam falando da sobremesa e, claro, de Madeleine.— Com licença, vou ao toalete.Saí antes que alguém questionasse, subindo as escadas com um nó na garganta.
Enrico Narrando Tudo estava perfeito. A recepção tinha sido linda, e o carinho que recebemos das pessoas que realmente importavam para nós tornou tudo ainda mais especial. A noite ia chegando ao fim, e um a um os convidados começaram a se despedir.Meus irmãos já haviam ido embora, com exceção de um, que nem sequer apareceu. Algo que não me incomodava nem um pouco, já que ele deixou bem claro em nossa última conversa que não fazia questão de estar presente. Antonella e Dante, se aproximaram para se despedir.— Filha, foi tudo maravilhoso — Antonella disse, segurando as mãos de Thayla com carinho. — Você está linda.— E você, Enrico — Dante olhou para mim com um sorriso sincero — cuide bem da minha menina.— Sempre — garanti, apertando levemente a cintura de Thayla.Vi nos olhos dela o brilho de emoção ao abraçar os pais. Ela os ama muito e sabe que, independentemente de qualquer coisa, sempre terá o apoio deles.Depois de mais algumas despedidas, ficamos apenas nós dois e Vilma.— F
Thayla Narrando Acordamos em um domingo lindo de sol. Eu abri a janela e a brisa fresca entrou no quarto, trazendo o cheiro de terra molhada. O dia parecia perfeito, e eu mal podia esperar para aproveitar cada momento. Enrico, ainda meio enrolado nos lençóis, resmungou baixo, claramente querendo ficar de preguiça na cama.— Vamos lá, Enrico! Hoje é dia de relaxar, de piscina, nada de ficar na cama — falei animada, já indo para o banheiro.Ele bufou, parecendo não muito convencido com minha energia.— Não estou afim, queria só ficar aqui — disse ele, com a voz embargada de sono.— Eu também, mas eu preciso de um dia de diversão, de sol. E além disso, sua amizade com o meu pai é uma ótima desculpa para almoçar na casa dos meus pais — respondi, sorrindo, tentando convencê-lo.Enrico sorriu, porque se tem uma coisa que o meu noivo gosta, é de estar com meu pai, não é à toa que eles são amigos a décadas.Depois do café, fomos para a casa dos meus pais. Minha mãe já estava esperando com a
Thayla Narrando A nossa pizza chegou, meu pai a ofereceu para Vilma, mas ela recusou educadamente.— Estou cheia, já jantei — disse ela, sorrindo.Foi então que, meio sem querer querendo, soltei:— Já que está cheia, querida, devia ter acompanhado a sua amiga.Ela me olhou com um sorrisinho venenoso.— Estou atrapalhando?Meu pai me lançou um olhar sério, como se me repreendesse.— Não, Vilma, Você não está atrapalhando nada.Suspirei, incomodada. Olhei para minha mãe, que também estava desconfortável com a presença dela. Preferi ignorá-la e me concentrei em conversar com minha mãe, enquanto meu pai, Enrico e Vilma reviviam os velhos tempos de faculdade, trocando risadas e lembranças como se só existissem eles na mesa.Minha fome passou. Peguei apenas um pedaço de pizza, e mesmo assim o sabor parecia diferente. O estômago revirava, não por causa da comida, mas pelo ambiente sufocante que aquela mulher criava ao redor do meu pai e do meu noivo.Meus olhos percorriam a mesa, observando
Enrico Narrando A conversa com a Vilma estava tão divertida que até o Dante entrou no assunto. Ríamos, falamos de várias lembranças e, sem perceber, já estávamos discutindo projetos para a empresa.— Acho que podemos marcar uma reunião amanhã — sugeriu Vilma.— Boa ideia. Gostei bastante do seu projeto, é bem estruturado e pode ser muito lucrativo — respondi, animado.O tempo passou rápido, e eu simplesmente me deixei levar pela conversa. Esqueci completamente que Thayla estava ao meu lado. Só quando fiz menção de incluí-la no papo percebi que ela não estava mais ali. Olhei para sua cadeira vazia e reparei que nem sua bolsa e nem as coisas da Antonella estavam ali.Franzi a testa, confuso. Olhei para Dante.— Você viu a Thayla saindo?Ele deu de ombros.— Não reparei.Peguei o celular e liguei para ela várias vezes, mas só dava desligado.— Estranho — murmurei, começando a ficar preocupado.Dante pegou o próprio telefone e ligou para Antonella. Após alguns toques, ela atendeu.— Oi,
Enrico Narrando A reunião começou pontualmente, como sempre. Alguns acionistas já estavam acomodados na grande mesa de reuniões, enquanto Dante, meu braço direito, se sentava ao meu lado, atento a cada detalhe. O clima na sala era sério, como era de se esperar quando se tratava de negócios de grande porte.— Como vocês já sabem, os lucros deste trimestre superaram as projeções iniciais — iniciei, deslizando o relatório sobre a mesa para que todos tivessem acesso. — Mas ainda precisamos focar na expansão das filiais para manter esse crescimento sustentável.Um dos acionistas, um homem de meia-idade com olhar crítico, folheou os papéis antes de falar:— Enrico, concordo que a expansão é necessária, mas abrir novas unidades agora não pode comprometer nossa estabilidade? O mercado está instável.Dante, sempre preparado, interveio:— Nós fizemos projeções conservadoras e temos um plano estratégico sólido. Além disso, há investidores interessados em parcerias, o que reduz nossos riscos fin