Toda a família estava eufórica ao descobrir que seriam tios e avós de três lindos bebês. Beatriz ainda estava totalmente surpresa, pois o tempo todo achava que seriam gêmeos. Agora, saber que eram três bebês fez a alegria em seu coração crescer ainda mais. Ela não via a hora de ir para o quarto e ver os bebês.Frida estava radiante, quase não cabendo de alegria. Assim que soubera que era realidade, um sorriso terno se formou em seus lábios, e ela sentiu uma esperança renovada em seu coração. Agora, viveria para seus netos, que eram um pedacinho do seu filho que se foi. Mas, de alguma forma, ele deixara um pedaço dele para que ela pudesse se dedicar a isso.— Será que já podemos ver as crianças? — Frida perguntou, com os olhos brilhando. — Como médica, sei que, por terem nascido com quase oito meses, não vão para o quarto tão facilmente. Com certeza, estão abaixo do peso e ainda um pouco pequenos. Geralmente, o pulmão não está totalmente desenvolvido, e os médicos não seriam tolos de c
Beatriz fica totalmente indignada e, com os braços cruzados, se encosta em uma das paredes, olhando de cara feia para Samuel. Embora sempre tivessem se dado muito bem, agora ela está completamente contra ele, ao saber que suas intenções com a cunhada são de tomá-la para si. Em sua cabeça, isso é uma traição à memória de Jack. Luiza, por sua vez, acha que a vida deve seguir seu curso e que não é porque Jack morreu que Lis deve ficar chorando sua morte para o resto da vida. Luiza acredita que sua irmã merece um novo recomeço e, por mais que Beatriz ache que ela deve ficar sozinha para sempre, Luiza pensa o contrário, pois sabe muito bem como é bom dividir a vida com alguém. Quando sua irmã estiver bem velhinha, precisará da presença de alguém ao seu lado. Liam não quer se meter em nada, pois não quer perder a amizade com a família Peterson, muito menos brigar com a sua mulher. Então, ele prefere ficar neutro e esperar pela decisão de Lis, que é única nesse meio todo e realmente pode diz
— Claro que não é isso que eu quero. Eu quero que os meus netos fiquem perto de mim, para que eu possa amá-las, dar carinho, amor e atenção, tudo o que elas merecem. Também gosto muito da Lis e não quero que ela se afaste de nós novamente. Você não sabe o quanto eu sofri duplamente, tanto pela perda do meu filho quanto pelo afastamento da Lis. — Frida diz com pesar.— Então, querida! Se é isso mesmo que você quer, você tem que aceitar o que a Lis decidir para a vida dela. Querendo ou não, a gente não pode mandar nas vontades dela, nem no que ela decidir. Ela sabe o que é melhor para ela. E se realmente ela quiser refazer a vida, melhor que seja com o Samuel, do que com outro homem estranho, que não conhecemos, e que, com o tempo, queira afastá-la de nós. Você não acha, vendo por esse lado? O Samuel é como se fosse um filho para nós, e tenho certeza de que jamais ele tentaria afastar a Lis ou as crianças de nós. Então, realmente, é algo que deveríamos ponderar. Por mais que a gente ach
Acácia percebeu a confusão no olhar de Jack.— Você sofreu um acidente há alguns dias, amor — Acácia falava com cautela, pois não sabia das condições neurológicas de Jack. Levá-lo para um hospital estava fora de cogitação. O melhor era torcer para que as sequelas daquele coma não tivessem causado muitos danos. — Você sofreu um acidente de carro, causado por uma desmiolada, uma ex sua. — Acácia viu que Jack se assustou com aquela informação e se prontificou a continuar a falar para observar sua reação. — Mas não se preocupe, ela irá pagar por tudo o que fez.Quanto mais Acácia falava, mais confuso Jack ficava. Ele não entendia o que havia acontecido, o porquê de não estar em um hospital e o porquê seus pais não estavam ali.— Meus pais... — a voz de Jack saiu como um sussurro. Logo, Acácia pegou um copo com água e o ajudou a tomar um gole devagar. Jack sentiu um grande alívio e então resolveu perguntar novamente:— Meus pais... — sua voz saiu um pouco mais firme.— Eu poderia enrolar v
Estava quase amanhecendo quando Jack se levantou, bateu as mãos sobre as roupas para tirar a sujeira e começou a caminhar de volta. Sentia-se exausto; sua cabeça parecia querer explodir e suas costas estavam o matando de dor. Arrastou seus pés de volta e só se deu conta da presença de Acácia quando estava subindo os degraus para a área de lazer. Ele se virou e a encontrou o encarando, sem demonstrar nenhuma emoção.— Não vai me desejar bom dia, querido? — Acácia tentou beijar Jack, mas ele virou o rosto. Para ele, não parecia certo beijar aquela mulher. Apesar de não lembrar de algumas coisas, tinha a certeza de que jamais se casaria com ela. Fora as imagens e vozes que teimavam em o assombrar, Jack tinha certeza de que Acácia tinha algo a ver com seu acidente, mas não tinha provas. E ainda havia a questão de estar nesse lugar, do qual não fazia ideia de onde estava.— Gostaria de ligar para minha irmã, Beatriz — Jack já estava ciente da resposta, mas agora queria observar melhor as e
Beatriz não aguentava ver Samuel perto de Lis. Ficava enjoada, achando que ele estava traindo sua memória ao querer ficar com Lis. Então, resolveu sair do quarto antes que falasse algo e deixasse sua cunhada mal, pois ela precisava de repouso e tranquilidade.— Beatriz, preciso falar com você. — Liam chamou sua atenção.— Se veio aqui falar que Samuel faz bem em investir na Lis, dispenso. — Ela não estava disposta a ouvir mais aquilo e, o próximo que falasse aquilo, ela não iria responder por si.— Na verdade, quero falar sobre Jack. — Aquilo a pegou desprevenida. Não esperava que o conteúdo da conversa fosse esse. Liam fez um movimento com a cabeça para que Beatriz o seguisse, e ela foi, intrigada com o que Liam tinha a dizer.Já fazia mais de dez minutos que os dois estavam sentados no jardim do hospital, e Liam não dizia uma única palavra.— Liam, dá para começar a falar? Está me deixando agoniada. O que você quer falar sobre meu irmão? — Beatriz estava impaciente, e Liam não sabia
Beatriz olha para Samuel com ódio mortal, pois agora, mais do que nunca, sabe que seu irmão não está morto e de maneira alguma pode admitir que ele tenha algo com Lis. Embora ainda não possa falar nada para ela, Samuel está todo bobo com uma das crianças no braço, parecendo até mais o pai, o que faz Beatriz ir até ele.— Você precisa me dar o meu sobrinho! Tá vendo que não está pegando nele direito? Pelo amor de Deus, vai acabar derrubando um deles no chão desse jeito. Nossa! Homem realmente não tem jeito para pegar em crianças. Me dê ele logo aqui antes que você derrube, porque é isso que pode acontecer. — Ela fala, tomando o seu sobrinho do braço de Samuel.— Calma, Beatriz, não precisa tratar o Samuel assim desse jeito. Meu Deus, parece até mais que ele te fez algo muito ruim. O Samuel é médico, Beatriz, e tenho certeza de que ele tem muito jeito com crianças. Até pegou o Calebe direitinho. Você é que está sendo cuidadosa demais dessa vez. Tomara que não fique igual à dona Frida, j
Jack continua em pé, enquanto olha para o jardim. Ele fica indignado com tudo o que está acontecendo com ele e não imaginava que um homem forte e saudável poderia se encontrar naquela situação, agora refém de uma mulher totalmente louca. Era o que estava parecendo, que Acácia era. Jack anda de um lado para o outro do quarto e sente novamente a sensação terrível de falta de ar, que aperta seu peito. Ele esfrega o peito, tentando aliviar essa sensação horrível, mas, por mais que tente, parece crescer cada vez mais. As gotículas de suor começam a tomar conta de seu rosto e de boa parte do seu corpo. Ele cai de joelhos, enquanto desabotoa a camisa, tentando se libertar dessa sensação que vai ficando cada vez mais devastadora. Jack respira profundamente, tentando puxar o ar, mas não consegue. Ele se vê lavado de suor e, por mais que tente, se sente preso em uma gaiola, com muito pouco espaço. Coloca as mãos sobre os joelhos, tentando aplacar a falta de ar que o consome, mas está muito difí