Lis pede licença e vai até a bolsa para tentar falar com Luísa, mas ao pegar o celular, percebe que está descarregado.
— Droga! — ela diz, frustrada.
Jack, que está observando, resolve intervir.
— O que aconteceu?
Lis olha desconcertada para o aparelho inútil.
— Descarregou...", ela diz, com a cabeça baixa.— Você sabe o número? Ligue do meu...", ele estende a mão com o celular.Lis pega o celular, pois não tem alternativa, mas para ela já estava abusando demais da hospitalidade de seu chefe. Jack não tinha obrigação com ela. Além do mais, ela mal o conhecia e não sabia nada sobre ele. Ela liga para sua irmã, que já está muito preocupada, explica tudo o que aconteceu e diz que irá pegar um táxi para voltar para casa.Ao desligar, ela vê Jack massageando as têmporas, como se estivesse com dor. Ela estende a mão, entregando o aparelho, enquanto recolhe suas coisas.
— Agradeço mais uma vez, mas realmente tenho que ir. Vou ficar te devendo essa...", ela diz, já perto da porta de saída."— Calma aí, por que a pressa? Eu irei levá-la em casa...", ele diz, pegando as chaves do carro em cima de uma mesa de centro.— De jeito nenhum, não quero dar mais trabalho do que já dei...", ela responde, exasperada.— Não é trabalho nenhum, não se preocupe. Eu vou adorar levá-la, e não aceito um 'não' como resposta."Como não tem o que fazer, Lis aceita a oferta.
— Já vou avisando que moro longe daqui."— Onde você mora?"— Em West Village."— Não tem problema, está uma noite linda. Vamos apreciar a vista."Os dois descem e Jack conduz Lis até seu conversível. Ele é realmente um cavalheiro, abrindo a porta para ela entrar. Eles entram no carro e seguem para a casa de Lis. Durante boa parte do caminho, o silêncio impera. Lis está perdida em seus pensamentos, sentindo o vento em seus cabelos. Jack olha para ela de vez em quando, mas mantém os olhos na estrada, já que é uma noite de lua minguante e a luz é escassa. A estrada é iluminada apenas pelos faróis. Jack resolve quebrar o gelo.
— Pensei que você fosse casada!"— Ah, não. Quem é casada é a minha irmã. Eu moro com ela desde que minha mãe faleceu."— Meus sentimentos!", Jack fala, envergonhado.— Ah, não tem problema. Já faz alguns anos."Um momento de silêncio se estabelece e é logo quebrado por Lis.
— E você, nunca pensou em casar?", Lis pergunta, acanhada."— Sim, mas ainda não encontrei a mulher certa...", ele diz, com um sorriso malicioso.— Não encontrou? Então quer dizer que encontrou agora?", ela dá uma gargalhada.Jack também sorri. Lis agrada muito a ele, seu jeito de menina o encanta. Os dois conversam sobre vários assuntos até chegarem à casa de Lis. Sua irmã, ao ver o carro se aproximando, sai rapidamente para encontrá-la. Seu semblante mostra que ela chorou muito, abraçando Lis com força.
"Não faça mais isso comigo! Eu quase morri de preocupação."Lis pigarreia e Luísa nota a presença de Jack, que está agora encostado na lateral do carro.
— Me desculpe, moço, e muito obrigada por ter ajudado minha irmãzinha. Ela é muito importante para mim, e não sei o que faria sem ela...", ela diz, já chorando.— Não foi nada. Só fiz o meu dever de cidadão. Não poderia ficar de braços cruzados...", Jack diz.— Entre, por favor. Estamos em dívida com você. Coma alguma coisa...", Luísa o convida.— Não se preocupe, estou bem...", Jack fala, envergonhado.— Eu faço questão. Ainda mais pelo tempo que dirigiu até aqui. Mais de meia hora de viagem não é brincadeira. Você vai entrar e comer algo conosco...", Luísa fala, com o braço em volta do ombro de Jack, conduzindo-o para dentro de casa.Lis olha incrédula para Luísa equeria achar um buraco no chão naquele momento para se esconder e não passar por tamanha vergonha. Sua irmã a trata como se fosse uma bebê indefesa, e isso a deixa extremamente envergonhada na frente de estranhos. Ela faz umas caretas para Luísa, mostrando reprovação, mas Luísa não lhe dá ouvidos e continua conduzindo Jack até o interior da casa. Os três entram e Lis vê Lian no sofá, sentado, brincando com as crianças. As crianças correm em direção a Lis, abraçando-a.
— Titia que saudades, porque só chegou agora?", Leon fala acariciando o rosto de Lis.— Houve um imprevisto, mas o mais importante é que estou aqui agora."
Lian se levanta e vem até Lis.
— Lis, por que não pediu para eu buscá-la? Sabe que não seria incômodo nenhum. De hoje em diante, irei levá-la e buscá-la todos os dias, até você resolver aprender a dirigir e comprar um carro para si mesma.
— Eu acredito que já está mais do que na hora de você aprender a dirigir, Lis. Não há necessidade de estar se arriscando pegando ônibus. Além disso, já pensou no tempo que irá levar para chegar aqui?
— Eu sei, mana, mas você sabe que tenho medo de dirigir. Desde que o papai bateu com o carro quando éramos crianças... Lis tenta argumentar.
— Mas, Lis, isso já faz vários anos. Eu nem me lembrava mais. Pelo amor de Deus, garota, eu é que não vou ficar passando nervoso com medo de que aconteça algo com você. Lis não aguenta mais e resolve subir para tomar um banho, enquanto Luísa fica com seu convidado na sala, conversando. Quando desce, todos já estão à mesa.
— Até que enfim desceu... Luísa diz. A mesa é servida, e todos jantam enquanto conversam. Lis ainda está um pouco incomodada, pois ela sempre foi mais acanhada que sua irmã. Luísa tinha muita facilidade em lidar com as pessoas e fazia amizade rapidamente. Em poucos minutos, parecia que Luísa conhecia Jack há anos. A conversa fluía com muita naturalidade. Após o jantar, Jack se levanta e informa que tem que ir para casa, pois tem que acordar muito cedo.
— Já? A conversa estava tão boa. Quando virá aqui novamente? Jack olha para Lis, que se encolhe com vergonha.
— Assim que ela me convidar novamente, eu virei com certeza... ele abre um belo sorriso. Lis agradece mais uma vez pela ajuda de Jack e pede desculpas por sua irmã, explicando que ela é assim com todo mundo. Jack não se importou de forma nenhuma com o tratamento de Luísa, até gostou, pois já fazia um bom tempo que não sentia o calor de uma família.
Ele se despede, entrando no carro, e Lis volta para dentro.
— É sério isso, Lu? Pelo amor de Deus, não precisava de tanto. Ele é o meu chefe e agora já não basta ele ter me salvado daqueles imbecis, e eu morrer de vergonha por isso. Ainda tive que passar todo o jantar olhando para ele.
— Olha, sua boba, você tem mais é que agradecer que ele estava lá. Se não, o que teria acontecido com você? E pare com essa história de vergonha. Eu não fiz nada vergonhoso, apenas o convidei para entrar e comer conosco, em agradecimento ao que ele fez... Luísa fala subindo as escadas com Belinda nos braços, já adormecida.
Lis senta no sofá com os braços cruzados.
“Droga porque essas coisas só acontecem comigo, logo no meu primeiro dia de trabalho, eu passar por uma dessas, também a burra aqui, ver que está tudo escuro e ainda segue em frente, e o que a Luiza falou realmente é verdade, eu tenho que agradecer que ele estava passando por lá, se não eu sei lá o que aqueles caras teriam feito comigo, ele é um verdadeiro Cavalheiro e não se aproveitou de mim em nenhum momento, isso eu não posso negar, além de ser lindo, isso eu também não posso negar” — lis pensa suspirando.— Lis como você esta? Eu disse a você que poderia te pegar na volta para casa, por que você não aceitou? Sabe que se tivesse acontecido alguma coisa com você a sua irmã teria enlouquecido, não sabe, iria colocar toda a culpa em mim. — liam fala chegando na sala.— Sei disso liam, mas você sabe que detesto incomodar, não é verdade, esse é o meu jeito cara, você já sai do escritório tão tarde, e sempre vem correndo para casa, por conta das crianças, eu não quero incomodar de jeito
Lis olha para Leon e ele para rapidamente de correr, atrás da Belinda, Lis tem bastante jeito com criança, principalmente com seus sobrinhos, que obedecem Lis mais do que até a própria mãe, só basta um olhar dela, para que eles parem na hora de fazer o mal feito, Luísa acha isso incrível nela, pois muitas vezes Luiza passa o dia todinho gritando com eles, mas eles continuam fazendo errado, mas com Lis é diferente e nem ela sabe o porquê eles obedecem desse jeito a sua tia.— O que foi que eu lhe disse, seu menino levado, que não é para você, está implicando com a sua irmã, ela é sua irmã mais nova Leon e precisa muito de você, você tem que cuidar dela, e não está correndo atrás dela ameaçando. — Lis diz o abraçando.— Nossa acho incrível como ele te obedece, eu passo o dia todinho falando com ele, e ele continua fazendo a mesma coisa, você só basta só olhar, e ele para na hora, me conta, aí vai que segredo é esse, vai por favor estou precisando saber urgentemente, pois não aguento mai
Lis se despede de Eva e segue para a lanchonete. Ela está com muita fome e não quer ficar sem comer. Como de costume, ao entrar, alguns médicos e enfermeiros a olham. Lis, sendo muito tímida, sente-se envergonhada e senta-se à mesa com a cabeça baixa, tentando evitar todos os olhares. Depois de um tempo, ela percebe alguém se aproximando e, achando que seja o garçom, levanta a cabeça para fazer o seu pedido. No entanto, ao olhar, percebe que é ninguém menos do que Jack! Seu coração acelera e começa a palpitar. Ela não entende por que está sentindo isso e pensa que pode ter algum problema no coração. Jack olha nos olhos de Lis.— Desculpe, não sou o garçom, mas se você desejar, posso fazer o seu pedido no balcão com prazer. É só você me dizer o que quer e eu vou lá agora mesmo!— Oh! Não precisa se desculpar. Achei que você fosse o garçom. Não se preocupe, eu mesma posso fazer o meu pedido. — Ela diz envergonhada.Jack olha para Lis e nota não haver ninguém sentado à sua mesa. Ele deci
Luísa termina o jantar bem a tempo, um pouco antes de Liam chegar. Ele sobe para tomar um banho, enquanto ela põe a mesa. Após o jantar, Lis está bem cansada, mesmo assim ela decide brincar com seus sobrinhos. Depois de brincar com eles, ela resolve subir para o seu quarto para descansar um pouco mais e dormir um pouquinho mais. Ao subir para o quarto, ela começa a lembrar daquele beijo que deu em Jack. Ela toca os dedos em seus lábios, lembrando dos lábios de Jack. Aquilo é como se fosse um sonho para ela, mas ela nunca imaginava se apaixonar por ninguém tão cedo, já que planejava estudar um pouco mais e fazer até uma especialização. Porém, como pensar em mais nada se aquele homem estava tirando toda a sua atenção? Ela suspira enquanto deita na cama e olha para o teto.— Ai, como eu queria ter você aqui agora em meus braços para a gente poder continuar aquele beijo. Fui uma boba em sair daquele carro correndo com medo do que pudesse acontecer. Sei que você é meu chefe, mas não posso
Liz levanta da cama arrastando-se, com um olho aberto e outro fechado, e vai até o banheiro para tomar um banho e se despertar. Ela tira sua roupa e joga no cesto de roupa suja, ligando o chuveiro na água fria para acordar mais rápido. Liz entra rapidamente embaixo do chuveiro, dando um pequeno pulo devido à água fria que bate em seu corpo, enquanto reflete:“Talvez minha irmã tenha razão e eu seja apenas uma criança no corpo de um adulto. Olha só como tomo banho, pulo mais do que qualquer coisa, parece até a Berlinda tomando banho.” — ela sorri consigo mesma.Após terminar o banho, Liz pega a toalha, se seca e vai até o closet para escolher o look do dia. Ela opta por uma calça preta e uma blusa amarela, além de uma sapatilha para se sentir confortável. Liz penteia os cabelos e faz um coque alto. Em seguida, pega sua bolsa e desce correndo as escadas até a cozinha.— Bom dia, mana! Como você está? — Ela fala dando um beijo na bochecha de Luiza, que fica surpresa.— Você já acordou, g
Liz sai do consultório e segue em direção à cantina. Ela está muito cansada, pois seu trabalho foi dobrado, e terá a mesma quantidade de pacientes à tarde. Ela não esperava que Acácia fosse fazer isso com ela e se pergunta onde essa mulher está, já que nem apareceu no hospital. Ao chegar na cantina, Liz procura uma mesa mais reservada e se senta, aguardando o atendente chegar para fazer seu pedido de almoço. Ela olha para todas as mesas em busca de Jack, mas não o vê em lugar nenhum.“Que estranho! Ele sempre está por aqui, e hoje, por mais que eu olhei, não o encontrei em canto nenhum. Será que ele está junto com Acácia? Não é possível. Isso é coisa da minha cabeça. Agora é bem estranho nem Acácia aparecer, nem ele aparecer, como se os dois estivessem juntos em algum lugar”, pensa Liz, curiosa.O atendente chega, e ela faz o pedido. Em pouco tempo, seu almoço chega, e ela come rapidamente para poder descansar um pouco mais. Liz se levanta da cantina e decide dar uma volta pelo hospit
— Jack, agora preciso ir para o meu consultório. Já estou um pouco atrasada, e com certeza tem bastante paciente me esperando lá na frente.— Você sabe que não precisa ir, né? Eu já liberei você. Estou te dando o resto do dia de folga por causa da queda que você levou. Você precisa descansar um pouco. Vai fazer muito bem para você. Além disso, poderá pensar melhor na minha proposta. — Ele fala acariciando seu rosto.— Jack, sinceramente, eu prefiro trabalhar. Não se preocupe, vou pensar com certeza, mas agora eu preciso ir. — Ela desce da maca e vai em direção à porta.Jack vai rapidamente em sua direção, puxando-a pelo braço e dando-lhe mais um beijo. Liz sorri para ele e abre a porta, saindo em seguida. Ela vai até o seu consultório e encontra Eva que está se aproximando pelo caminho. Eva já está bastante preocupada, pois há muitos pacientes esperando na frente do consultório, incluindo os de Acácia, que estão dependendo de Liz para serem atendidos.— Meu Deus! Amiga, pensei que não
Sem perceberem, Luiza, que estava esperando Liz um pouco preocupada, sai de dentro de casa e vai até o carro de Jack, batendo no vidro.— Oi! Eu já estava preocupada com você, minha irmã. Você saiu mais tarde hoje e com certeza esqueceu de me avisar, não foi? Já estava pensando em mandar o Liam ir atrás de você, pois estava te ligando e o seu telefone só caía na caixa postal.— Me desculpe, mana. Meu telefone descarregou, e eu esqueci de colocá-lo para carregar novamente. Mas, de qualquer forma, você não precisa se preocupar comigo. Eu poderia pegar um táxi para vir para casa. Mas o Jack fez questão de me trazer até aqui.Luiza olha para Jack e sorri. Ela simpatizou muito com ele e adora ter a sua companhia.— Então, que tal você jantar conosco hoje, doutor Jack? Nós adoraríamos ter você aqui. Além disso, as crianças gostam muito de você e poderiam aproveitar para brincar mais um pouco, como naquele dia. O que você acha? Tem algum compromisso para hoje à noite?— Na verdade, não tenho