O coração bate descompassado, como se quisesse se libertar de dentro de mim. A dor e o medo se misturam em um turbilhão de emoções que me fazem sentir como se fosse capaz de desabar a qualquer momento. Cada batida no peito é uma explosão silenciosa, um grito que se perde no vazio da minha alma. Se Leonardo for embora agora, não sei o que vou fazer. Sinto que o chão pode se abrir sob meus pés, e não tenho forças para evitar a queda. A pressão é demais. Cada respiração é um esforço, como se estivesse submersa e tentando alcançar a superfície. Mas, por algum motivo, não consigo escapar dessa sensação sufocante.Omar entra na sala mais uma vez, e seus passos ecoam na minha mente como uma ameaça iminente. Ele é como um peso, sempre presente, sempre tentando manipular tudo ao seu redor. A cada movimento dele, algo dentro de mim se acende — talvez seja coragem, talvez seja desespero, ou uma mistura dos dois. Mas o que sei é que não posso mais ficar em silêncio, não posso permitir que ele me
Nesse momento, não há dúvidas, não há medos. Somos apenas nós dois. Corpo e alma entrelaçados. Qualquer outra coisa é insignificante.Somos corpo, alma e sensações.Como apagar Leo da memória?Impossível.Claro que tomei a decisão certa.A dívida?Daremos um jeito nisso. Não sei como, mas daremos.Seus lábios encontram meu pescoço, deslizando como um segredo. A sua boca desce pelo vão exposto do meu decote, revelado pelo tecido ousado do vestido. O meu corpo cede, arqueando-se para trás enquanto o meu coração parece querer escapar do peito. A respiração, já descompassada, me abandona.— Quero você, Leo.Ao ouvir minha confissão, Leonardo ergue os olhos, e neles vejo o reflexo da entrega absoluta que meu corpo e alma declararam. Ele ofega, puxando a camiseta para cima num gesto que parece urgente, mas contido. Admiração se mistura ao desejo enquanto as minhas mãos exploram seu peito quente, sentindo a textura dos pelos macios sob meus dedos. Quando nossos olhares se encontram novamente
O seu rosto, uma máscara de contenção, esconde a raiva e a frustração que ele tenta, em vão, esconder. O músculo retesado de sua mandíbula, no entanto, denuncia seu estado interno. Ele dá alguns passos para dentro da sala, seus olhos oscilando entre mim e Leonardo, carregados de um desprezo tão palpável que quase consigo tocá-lo.— Vocês se merecem — ele diz, sua voz fria, cada palavra carregada de amargor. Antes que eu tenha chance de responder, ele se vira, a porta batendo atrás de si com um estrondo que ecoa pelo ambiente.Solto o ar que nem percebo estar prendendo, como se finalmente pudesse respirar de novo. A tensão que me prende no lugar se dissipa um pouco, e então me viro para Leonardo. Seus olhos encontram os meus, e uma risada tímida, mas aliviada, escapa de nossos lábios quase simultaneamente. Ele me puxa para um abraço apertado, um gesto simples, mas que fala mais do que qualquer palavra poderia. Seus lábios tocam os meus novamente, desta vez com uma suavidade que parece
O resto do dia passa num turbilhão de sensações, um fluxo de momentos que já sabem que serão lembrados para sempre. A manhã segue leve, repleta de risos abafados, mas à medida que o tempo avança, a presença de Leo parece me envolver mais intensamente, como se estivéssemos numa bolha isolada de tudo o que está acontecendo ao nosso redor.Caminhamos pela praia, e a brisa suave do mar parece levar embora todas as dúvidas, trazendo uma sensação de liberdade rara. O som das ondas é como uma música que embala os nossos passos, e, ao mesmo tempo, reflete exatamente o que sinto por ele: algo imenso, que não se pode controlar, mas que é inevitável.Mais tarde, relaxamos na piscina, a água fria contrastando com o calor do sol, e rimos como se o tempo estivesse conspirando a nosso favor. O mundo, por um momento, desaparece. Tudo o que existe é eu e Leo, juntos, enquanto o resto do mundo parece não importar.Agora, depois do almoço, estamos na varanda. O mar continua lá, imutável, as ondas batend
Ele me beija novamente, sua boca suave e úmida, deliciosa como sempre. Suas mãos passeiam por cada curva minha, alternando carícias leves e intensas, arrancando de mim suspiros e gemidos. Sua língua brinca no meu lábio inferior, e eu gemo, puxando-o para mais perto.Leo sorri contra minha pele, mordiscando minha boca e descendo para meu pescoço. Meus gemidos são baixos, mas satisfeitos, quase um ronronar.— Você é linda... — ele murmura, rouco, sua voz como uma carícia em meus ouvidos.Meu corpo vibra por ele, ansioso, faminto. Conheço agora essa mágica do prazer, essa ânsia quase insuportável de ser preenchida por ele. O sentimento e o desejo se entrelaçam como uma sinfonia que apenas nós podemos ouvir.Quando sua boca toca minha intimidade, um gemido escapa involuntariamente.— Leo... — gemo seu nome, quase como uma prece.Meu corpo reage instintivamente, arqueando-se contra a cama. A tortura doce que ele me impõe é deliciosa e insuportável. Puxo-o para cima, desesperada.— Quero vo
O dia 25 chegou envolto em uma bruma fina, como se a natureza quisesse abafar qualquer resquício das tensões que marcaram os últimos dias. O relógio ao lado da cama marcava 7h30, mas o mundo parecia ainda suspenso em um silêncio acolhedor. O braço de Leonardo estava jogado sobre minha cintura, e sua respiração calma aquecia minha nuca. Por um momento, não pensei em Omar, nem nas dívidas, nem no que estava por vir. Apenas fechei os olhos, absorvendo a sensação de paz que aquele instante trazia.Leonardo se mexeu, apertando-me levemente contra si.— Bom dia — ele murmurou, a voz rouca, ainda carregada de sono.— Bom dia — respondi, virando-me para olhá-lo. Seus olhos verdes brilhavam mesmo na penumbra, e um sorriso suave brincava em seus lábios.Ele se inclinou para me beijar, o gesto lento e preguiçoso, mas cheio de ternura. Não precisávamos de palavras naquele momento; o toque de seus lábios dizia tudo.Acordamos juntos, sem pressa, e descemos para a cozinha. O cheiro de café recém-pa
— Está tudo bem? — ele pergunta, sua voz grave e suave, como um rio calmo fluindo em direção ao oceano.Demoro alguns instantes para responder, perdida no brilho de seus olhos verdes, que parecem conter o próprio mistério do mar.— Está, sim. — Sorrio, sentindo o peso e a verdade das palavras que surgem em seguida. — Só estava pensando em como tudo mudou tão rápido… e, mesmo assim, como parece certo estar aqui com você.O sorriso que surge em seus lábios é devagar, quase tímido, mas tão desarmante quanto uma brisa fresca em um dia quente. Ele se inclina em minha direção, e o toque de seus lábios nos meus é suave, delicado como uma promessa silenciosa. Logo, o beijo se aprofunda, e naquele instante sinto que todas as palavras não ditas estão sendo transmitidas entre nós, de alma para alma.Suas mãos firmes me envolvem, e meu corpo inteiro desperta, respondendo ao calor dele. Sem uma única palavra, nos levantamos, guiados por uma conexão que dispensa explicações. A caminhada até o quart
Ele saiu do quarto, e o ar ao meu redor, antes aquecido pela proximidade dele, pareceu se esfriar um pouco. Aproveitei aquele momento de solidão para ajeitar os sapatos na mala, meus dedos tocando as bordas das peças como se tentasse preservar cada pequeno detalhe da casa que logo deixaria para trás. Apesar de tudo, uma ponta de tristeza se aninhava em meu peito. Era difícil. A casa tinha sido palco de tantos momentos da minha vida, com todos os altos e baixos, as memórias que agora pareciam se perder entre as paredes. Era aqui que eu havia crescido, onde tudo começara.De repente, os passos mudaram. Não eram os de Leonardo, mais leves, mais confiantes. Os passos eram firmes, quase hesitantes, e imediatamente soube quem era. Levantei os olhos e encontrei Omar parado na porta. Ele estava ali, parado, mas parecia carregar algo importante, algo que não podia ser dito com palavras simples.— Já está indo? — perguntou ele, sua voz calma, mas com um tom que não combinava com a leveza do mom