Os dias correm em um piscar de olhos, é incrível como o mundo muda e os sentimentos quando são verdadeiros permanecem. Não é como se meu organismo se vive apenas para ela, na realidade cada pedaço em meu corpo vive normalmente; o único problema é aquele órgão que bate em meu peito, há! Ele sim trás um sério problema para continuar funcionando, o coração é a parte do corpo essencial para se ter vida, se ele parar todo o resto em questão de minutos deixa de funcionar; até o cérebro seria capaz de continuar por vários dias desde que o coração bombeie sangue para ele, o coração, no entanto uma vez parado, o ser morre para sempre. Júlia simplesmente havia roubado sem saber a capacidade do meu órgão funcionar, quando a via meu coração batia em um ritmo tão frenético que era capaz de ter um infarto fulminante ali mesmo, contudo se ela ficava horas ou dias sem falar comigo, meu coração acabava por bater tão lento que a necessidade de circular era notável em meus membros. Céus! Como isso é rea
Nunca me vi em uma situação tão inusitada, quando mais pensei receber forças de alguém, mais uma vez o destino me coloca contra a parede, e me esmurra a face, esperando que eu enfim acorde para a vida. E agora, eu estava parada diante de dois homens muito importantes para mim, enquanto eles trocavam ofensas e eu mal sabia o que fazer. Todas as minhas tentativas de me comunicar com ambos eram em vão, mesmo que estivessem falando sobre mim, era como se minha presença jamais existisse. Eles não viram eu me afastar, mas observei de longe enquanto guardas os expulsavam para fora devido à confusão. Olhares curiosos se seguiam em minha direção, fazendo com que me sentisse ainda pior, sem nem pensar muito chamei um carro, e quando menos esperei, como se não tivesse com todos os sentidos, já estava afundada no estofado do automóvel, perdida em meus pensamentos. Não era naquele restaurante que eu havia feito reserva para o Fernando ter sua reunião, e o que ele estava fazendo ali? Meus olhos ac
Daniel foi se afastando de perto de mim, seus olhos me olhavam, porém ele parecia não me focar de verdade, pareciam tão distantes quanto a sua presença. — O que eu queria Júlia? — sua voz começou a se elevar. — Eu queria muitas coisas, muita mesmo. Mas acima de tudo... Eu queria que você prestasse a atenção em mim. — Daniel começou a me olhar furiosamente, e andava de um lado para o outro, não parecia nenhum um pouco com o cara que conheci. — Mas não, você sempre coloca alguém a minha frente, sempre. — Eu nunca coloco ninguém a sua frente Daniel! Nunca coloquei! — gritei exasperada. Meu peito subia e descia freneticamente. — Não? Tem certeza? — Daniel se aproximou e eu me encolhi no mesmo instante, eu nunca o vi tão furioso. — E o Guilherme? E depois o Fernando? Nunca eu sou sua prioridade! Dei alguns passos para trás, como se Daniel tivesse me empurrado e me repelido para longe. Fiquei parada, piscando, buscando algo que seja luz em meu peito, mas a tristeza que começou a surgir
Existem dias dos quais simplesmente desejamos deixar de existir e se tornar cinzas, nessa última semana era esse o sentimento que eu nutria em meu peito, viver cada minuto o mais rápido possível apenas para que a morte chegue e me arranque deste destino infeliz ao qual me meti, ver Júlia todos os dias e fingir não me importar; tratá-la como uma simples funcionária que nunca esteve em meus pensamentos ou coração, sair com outras mulheres para substituí-la, queimar e apagar esse demônio de sentimento que pode se tornar uma tortura amarga. Infelizmente a cada passo para me afastar dela mais eu parecia preso e imerso, me preocupando com sua expressão triste, com a aparência doente que mostrava a cada dia; como pode ser possível existir um sentimento assim? Que nos afoga, mas com uma única palavra doce da parte dela é como se entra-se oxigênio em meus pulmões e eu pudesse respirar novamente, é doentio e torturante, o ápice foi no almoço de negócios onde percebi que ela realmente não estava
Eu estava sonhando? Eu poderia estar mesmo sonhando? Abri as pálpebras dos meus olhos vagarosamente, com medo do que encontraria logo em seguida. Medo de o que eu visualizasse fosse um quarto de hospital, e que a noite passada seguida da minha fuga fosse apenas mais um delírio. Não era. O quarto estava escuro, pelas cortinas pesadas que escondiam uma parede imensa de vidro, evitando que qualquer claridade chegasse até mim. Meus olhos estavam ardendo, e meu corpo inteiro gritava em protesto com cada movimento. Estava inteiramente dolorida, minha cabeça girava, e mesmo assim eu estava feliz. Finalmente eu tinha acertado as coisas com Fernando, depois de dias de tortura. Eu não conseguia ficar sem ele, precisava ouvir sua voz, sentir seu cheiro, do seu corpo e da sua presença. Não me lembrava como era estar apaixonada por alguém dessa forma, porém, eu não conseguia sequer suportar que houvesse outras interferências em nossas vidas.Eu precisava de Fernando em minha vida. Mais do que
— Você está bem? — Fernando colocou a mão que não estava segurando a minha, nas minhas costas. — Estou só que um pouco cansada. Apenas isso. A intensidade do seu olhar se suavizou, dando espaço para a preocupação. Ele abriu a boca para falar algo, mas eu o cortei antes que pudesse. — O médico disse que era normal, lembra? Fernando assentiu ainda meio perdido com tudo isso... Antes que ele pudesse protestar sobre como eu não estava inteiramente preocupada com a minha anemia, apertei a campainha do meu apartamento, e rapidamente a porta foi aberta. Soltei a mão de Fernando no mesmo instante, e ele franziu o cenho pela minha ação. Eu não queria que minha mãe soubesse sobre nós nesse momento, ainda mais quando nem tínhamos acertado o que éramos um para o outro, e qual seria o impacto que um relacionamento teria em nossas vidas. Ele era meu chefe, e seu irmão tinha se declarado para mim há poucos dias... Nós não podíamos simplesmente jogar essa bomba e deixar que ela explodisse na min
— Acho que ela sentiu sua falta. — sibilei para ele já me aproximando.Fernando me olhou com um sorriso travesso quando Bia começou a apalpar seu rosto. — Só ela? — Perguntou solenemente. Senti meu rosto enrubescer, quando minhas bochechas queimaram com seu olhar. — Você é muito convencido. — Revirei os olhos e segui para a cozinha. — Mas um convencido muito atraente, e carismático. E que você está muito afim. Isso não da para negar. Né Bia?Mesmo que eu quisesse evitar, soltei uma gargalhada. Tenho certeza que se me virasse nesse exato momento, iria o ver piscando para mim, e eu iria me derreter no mesmo instante. Minha filha soltou algum gritinho, com alguma palhaçada ou careta que Fernando deve ter feito. Peguei os pratos e arrumei a mesa, Fernando estava protestando para que eu parasse de me esforçar, porque eu já “havia feito coisas de mais hoje”, mas eu me sentia melhor assim; em movimento. Ainda mais depois de repousar o dia todo, com a tutela da minha mãe. Com ele aqui
Os raios de sol incomodavam discretamente os meus olhos ainda fechados, um bocejo escapou dos meus lábios preguiçosamente; me sentia bem e inexplicavelmente feliz, uma paz dominava meu peito de uma forma diferente, no entanto meu braço formigava e quando tentei mexe-lo senti um peso sob o músculo rígido, abri meus olhos encontrando a face da mulher mais linda do mundo; um sorriso calmo tomou conta da minha face enquanto minhas íris admirava e se deliciava com aquele sentimento quentinho. Julia adormecida com um sorriso leve, sua expressão mostrava que o sonho era bom, soltei um suspiro leve e por alguns minutos apenas me permiti observá-la atentamente, até que o braço começou a doer ainda mais então com delicadeza o retirei com cuidado; ela continuou ali adormecida sem se mover, resolvi que iria tomar uma ducha e preparar o café, e foi isso que eu fiz, porém escutei minutos após passar o liquido quente e escuro, murmúrios virem do quarto de Bia, andei até lá encontrando uma bebê comple