E com isso saí do escritório batendo a porta com firmeza atrás de mim. Preferi não ficar para ver como Guilherme reagiria a todas as palavras que vomitei bem a sua frente. Sentia-me com raiva o suficiente para cometer um assassinato, minha cabeça estava quente demais. Quando passei pelos dois homens que estavam na recepção aguardando para retornar ao escritório, tive a vontade de mostrar meu dedo do meio para eles, pois me encararam por tempo demais, mas fui apita o suficiente para controlar meu impulso premeditado. Só pensava em chegar em casa e esfriar minha cabeça, para que ela não explodisse com a dor que estava sentindo.Não compareci ao trabalho no dia seguinte, com a desculpa de a intoxicação alimentar que na verdade era uma virose. Não quis entrar em detalhes com mais ninguém, pois meu humor não estava dos melhores. Só contei para a Ana o que aconteceu com Guilherme que soltou vários palavrões que me eram desconhecidos, e evitei qualquer menção a esse nome depois disso. Até a
Frestas brilhantes entraram pelas minhas íris fechadas, um ardor se fez presente no mesmo instante, aos poucos os abri percebendo que o dia finalmente nasceu, pisquei tentando me acostumar com os raios de sol, tentei levantar, no entanto a dor pulsante que veio em minha cabeça no mesmo minuto me obrigou a deitar rapidamente, o que eu tinha feito durante a noite? Tentei recordar, sem sucesso, a dor retornou me impedindo de recordar qualquer coisa que fosse, respirei profundamente acalmando os meus pensamentos assim como a pulsação que eu sentia na fonte, assim que me senti melhor notei um aroma de café invadir os meus sentidos, era diferente daquele que eu fazia todas ás manhãs, era intenso, me lembrava de um passado distante quando ainda era adolescente, com esperanças e sonhos; observei agora o cômodo onde me encontrava, me recordava dessa decoração, como poderia esquecer? Me sentei no sofá em tom pastel agora encarando a figura de uma mulher em pé com um bebê no colo, em suma, sua e
Os dias que passaram foram rápidos e cheios, eram tantas coisas para se fazer, liberação de contratos, leitura de projetos, reuniões intermináveis além do clima estranho que se encontrava pairando entre mim e Daniel. Desde aquele dia meu irmão não falava comigo de outros assuntos se não o trabalho, ele sendo o mais velho muitas vezes trazia uma atitude imatura na minha visão; contudo deixei para resolver esse problema após a viagem que faria com Júlia na manhã seguinte. Já no aeroporto nós dois aguardávamos o meu avião particular; minha secretária trazia em seu semblante um sentimento de preocupação constatei que deveria ser pela Beatriz._ Com quem você a deixou? - Rompi o silêncio entre nós dois, ela me encarou mostrando um sorriso triste._ Deixei com os meus pais, não confio em mais ninguém além deles.. - Balancei a cabeça positivamente._ Então não há com que se preocupar.. - Sorri largamente para ela - Só com o fato de Bia não querer voltar para casa depois afinal os avós costum
Meus olhos dançavam completamente perdidos através de uma paisagem completamente escura que abitava além da janela do avião. Não sei definir se Fernando notou minha ansiedade em voltar para casa, mas ele não tem falado muito em nosso retorno assim como eu. Tento me manter remotamente afastada em meu espaço, tentando inutilmente entender o que aconteceu entre nós. Minha vontade era apenas falar que em minha vida não há espaço para mais ninguém, exceto a minha filha. Só que uma leve impressão toma conta de mim, que não era exatamente isso que ele queria ouvir, ou eu mesmo falar. Foi apenas uma coisa de momento, de euforia em ambas as partes. Simples assim. Um erro. Como meu chefe não procurou tocar nesse assunto desde então, estando até um pouco irritado. Apoiei minha cabeça no vidro gelado sentindo minha pele refrescar, quando o avião levantou voo, meus pensamentos já estavam muito distantes. Como naqueles lábios macios que há poucas horas estavam sobre os meus. Aquela sensação de me
Estava escuro quando abri os olhos, e uma sequencia de batidas vinha da porta. Levantei-me e olhei no relógio, já estava perto do horário de partida. Franzi o cenho e girei a maçaneta, encontrando um Fernando sem graça me encarando, seus olhos se demoraram nos meus e depois me analisaram rapidamente. Me permiti por um segundo fazer o mesmo, e observei o quanto ele estava charmoso nesse seu terno limpo, caro e bem passado. Fernando já estava pronto para a nossa partida.- Quer ir jantar comigo antes de irmos? - seus olhos brilharam por um segundo, e meu estomago revirou com a oferta. Não tinha comido nada desde o almoço, onde só pude degustar a entrada dos pratos, e nada mais. Mas aquela cena grotesca de Fernando com Heloise foram o suficiente para abalar meu apetite mais uma vez. - Não, obrigada, não estou com fome. - a expressão de Fernando era de decepção, mas pela minha própria sanidade resolvi ignorar, dando uma desculpa esfarrapada. - Preciso arrumar minhas coisas. - Tudo bem e
Eu não sei quando esses sentimentos iniciaram, pode ser quando nos beijamos, ou quando a vi no evento de caridade linda e espetacularmente charmosa; até mesmo quando nos conhecemos, apenas sei que essas sensações percorriam todo o meu corpo e se inflavam em meu coração, como uma chama ardente e feroz. Uma chama incapaz de ser apagada, durante o meu almoço de negócios com Heloise, tudo o que vinha em minha mente era o momento em qu Júlia apareceria, me perguntava se deveria agir formalmente com ela após aquele beijo? Decidi por ser profissional, afinal de contas durante uma reunião de negócios somos chefe e secretária, após o expediente poderíamos agir de modo informal, sinceramente a loira a minha frente era insuportável; suas palavras sarcásticas sobre as pessoas ao nosso redor eram ignoradas por mim, não contei quantos copos de suco tomei um seguido do outro, ela fazia piada, e eu respondia com uma risada completamente falsa apenas por educação, afinal o meu objetivo era realmente f
- Bom dia. - A voz rouca de Fernando ressoou muito próximo ao meu ouvido quando seus braços me envolveram, enquanto estava de costas para ele. Senti um leve tremor em meu corpo. - Bom dia para você também. - sussurrei me virando para o homem que me abraçava e me olhava como se eu fosse a joia mais preciosa do universo.Como se ele já não tivesse me visto naquela manhã.Nossos olhos se encontraram, e os lábios de Fernando encontraram os meus rapidamente. Vorazes e sedentos, como se todos os beijos e caricias que trocamos na noite anterior não tivesse bastado. Pelo visto não bastou, pois agora suas mãos deslizavam pelo meu corpo, enquanto um forte arrepio percorria toda a minha extensão corporal. Estava praticamente entregue a esses sentimentos, quando a coerência voltou a minha mente, e eu comecei a rir afastando meu chefe com uma mão em seu peito. - Qual é a graça? - Fernando perguntou me puxando mais para si agora, apoiando seu maxilar na curva do meu ombro. - A graça é que você v
O homem ao meu lado ainda estava olhando para minha filha, ainda mais distante que antes. E depois que ela mamou, ele simplesmente se voltou para mim com uma única pergunta que eu não esperava: - E o pai da Bia? - seus olhos eram inquisidores. No mesmo instante já me senti na defensiva. - O que tem ele? - Puxei minha filha mais para mim. Como se ela pudesse me proteger de qualquer coisa que viesse a seguir. Fernando viu minha expressão assustada, e ele mesmo suavizou o olhar em minha direção, procurando o registro do que mais me incomodava em meus olhos. Depois de um longo suspiro, ele ofereceu os braços para a minha filha que praticamente se jogou em seu colo. - Ele sabe sobre a existência da filha? - Não sei dizer o que passou em minha expressão depois dessa pergunta. Mas eram raras as pessoas que realmente pareciam se importar com verdadeira resposta. Era muito comum hoje em dia uma mãe criar um filho sozinho hoje em dia. Mas mesmo assim... - Sabe... - Me levantei para guardar