Elena Evans Meus olhos varreram a floresta, os sentidos atentos a qualquer movimento. O cheiro estava ali, o som sutil dos passos também. Alguém estava me observando."Quem está aí?" minha voz soou firme.Então, ele surgiu. A mesma figura que vi na festa. Meu coração disparou."Você." murmurei, os olhos se estreitando. "O que quer aqui? Se acha que vou facilitar, está muito enganado."Me coloquei em posição de ataque, os músculos tensos, pronta para revidar.Mas ele apenas ergueu as mãos, num gesto de calma. "Eu não vim brigar, senhorita Evans." Sua voz era firme, mas não hostil. "Vim para avisá-la."Meu coração gelou."Sobre o quê?"Ele deu um passo à frente, e mesmo com a escuridão, seus olhos brilharam como os de um lobo. "Sua filha, Melissa, carrega sangue azul como você. Mas ao contrário de você, ela nasceu com isso. É algo que nenhuma matilha poderá ignorar."Minhas mãos se fecharam em punhos. "O que está querendo dizer?""Que quando Melissa crescer, os alfas vão atrás dela." E
Mason Blake.Os preparativos para o casamento estavam correndo bem. Minha cabeça estava cheia, muita coisa para resolver e pensar. Mas finalmente tínhamos paz."A venda está feita senhor Blake." a secretária entrou na minha sala.""Ótimo. "Agradeci."Eu havia vendido a mansão. Parte dos bens de meu pai, estavam no meu nome, e uma parte no de Madeleine. Mas eu iria dar seu valor referente a mansão.Essa cidade me fez muitas coisas boas.E no fim, o contrato foi feito, mas será que meu pai estaria orgulhoso do Alfa que me tornei? Eu não sei.Mas eu assumiria os negócios dele, e cuidaria de todo o seu legado.Antes que eu pudesse me perder ainda mais em pensamentos, a porta do meu escritório se abriu novamente.Gabriel entrou sem cerimônia, como sempre fazia. Seus olhos brilhavam com aquele misto de lealdade e humor despreocupado, mas eu conhecia bem o lobo ao meu lado. Ele não estava ali apenas para jogar conversa fora."Então é verdade?" Ele cruzou os braços, encostando-se à mesa. "Vo
Elena EvansO cheiro de álcool na clínica invadia meu nariz. Minhas mãos batiam na mesa sem parar, a ansiedade estava me consumindo.Meus olhos eram atraídos pelas cores da parede da clínica. Bege, marrom, eu não estava conseguindo me concentrar."Não fique nervosa, cunhada." Mad segurou minha mão. "Se você não estiver grávida, não precisamos contar isso para ninguém."Aquelas palavras me trouxeram um breve alívio, mas apenas por um momento.O que realmente me importava, o que realmente me corroía por dentro, era o que o exame poderia revelar. Eu sabia que, mais do que qualquer coisa, a questão da gravidez estava relacionada ao trauma que sofri.Respirei fundo e olhei para Mad. Ela sorria com uma tentativa de tranquilizar-me, mas eu sentia que, por dentro, ela também estava preocupada, e isso me fazia querer que as coisas saíssem bem ainda mais.A chance de engravidar após a tentativa de morte, as feridas no meu útero… um trauma que me deixava com apenas 5% de chance de ser mãe. Esse
Minha mão treme.Hoje era o dia do meu casamento. Eu jamais imaginei que estaria aqui, me casando novamente com Mason. Dessa vez, por amor.Eu vesti o vestido que ficou perfeito em meu corpo. Se esperássemos mais alguns meses, esse vestido não caberia em mim de forma alguma. Eu olhei para o espelho, e uma onda de emoções me tomou. Estava linda. Mas a beleza que eu via não era só o reflexo da aparência, mas o que estava por trás: a jornada, as lutas e, finalmente, a paz que encontrei ao lado de Mason.Madeleine estava ao meu lado, ajudando a ajustar os detalhes. Seus olhos brilharam quando me viu pronta. “Você está maravilhosa, Elena. Eu nunca pensei que veria esse dia, mas aqui estamos.”Sorri para ela, sentindo uma profunda gratidão por tudo o que passamos juntas. Ela sempre esteve ao meu lado, me apoiando em cada passo, desde o começo.“Obrigada, Mad. Eu não teria conseguido sem você.”Ela me abraçou rapidamente. “Não tem de quê. Só não se esqueça de que, após casada, o Mason vai se
A estrada à frente serpenteava pelas montanhas, e eu mantinha meus olhos fixos no caminho, mas o silêncio no carro dizia tudo. Elena estava ao meu lado, sua cabeça ligeiramente inclinada contra a janela, os olhos atentos ao cenário lá fora. O clima era perfeito para o que queríamos: tranquilidade, um refúgio longe de tudo e todos.Era surreal pensar que, depois de tudo o que passamos, finalmente tínhamos esse momento só para nós. Eu havia planejado a viagem com todo o cuidado, queria que ela tivesse a paz que merecia. Sabia que o que tínhamos, eu e ela, não poderia ser resolvido com simples palavras, mas com gestos. E aquele lugar, nas montanhas, era o que precisávamos.Ela soltou um suspiro baixo, e foi quando não pude mais ignorar o que estava em sua mente. "Eu sei que está tudo certo com Melissa, mas... uma mãe sempre fica preocupada", ela disse com um tom suave, quase hesitante.Eu a olhei rapidamente, minha mão tocando a dela no banco do carro. "Melissa está em boas mãos. Minha i
ElenaOs habilidosos dedos de Mason brincam escorregando pela minha barriga enquanto eu o encaro. Era bom ser amada. Sem dúvidas. Sem medos.Nossos olhos se encontram, e eu consigo ver o oceano neles, Mason é lindo. Másculo. E eu mal podia acreditar que ele era completamente meu.Sua testa encosta delicadamente na minha, e eu sinto o seu cheiro. É engraçado o quanto nós lobos somos atraídos pelo cheiro um do outro.No início, quando eu ainda era totalmente humana, isso não importava. Sua língua encosta na minha com suavidade, as mãos de Mason agarram meu cabelo, e eu cedo aquele desejo. Minhas mãos sobem por seu peito até sua nuca, puxando-o para mais perto. Eu cedo, como sempre cedo a ele, porque com Mason não existe medo, só entrega.Do teto de vidro da cabana, vejo o céu escuro salpicado de estrelas. Era ali que eu estava — entre o céu e ele.Eu nunca imaginei que paz tivesse cheiro, gosto ou toque. Mas agora eu sabia. A paz tinha o cheiro de Mason. O gosto do seu beijo. E o t
Ir embora daquela cabana me deixava estranhamente triste.Eu e Mason precisávamos daquele tempo a sós. Foi intenso, foi simples, foi nosso. Agora, com as malas no carro e o sol começando a nascer por trás das montanhas, eu observava minha mão e a aliança reluzindo discretamente sob a luz. Oficialmente casados. Por nossa escolha. Por amor.Mason fechou o porta-malas e entrou no carro, inclinando-se para depositar um beijo demorado no meu rosto antes de dar partida."Não estou acostumada a viver assim." murmurei, encarando meu reflexo no retrovisor enquanto ajeitava uma mecha de cabelo. "Helicóptero, jatinhos particulares… Tudo isso."Ele desviou um segundo o olhar para mim, com aquele meio sorriso de sempre."Acostume-se Evans." respondeu. "Tudo que é meu, é seu."Suspirei, mas um sorriso pequeno escapou."Você sabe que ser chamada de Evans me irrita, e continua fazendo.""Justamente, você fica linda irritada." Eu ainda me sentia deslocada naquele mundo, mas com ele… tudo parecia ter
Elena Evans O voo de volta para Brașov foi silencioso. Mason manteve minha mão entrelaçada à dele o tempo inteiro. O ataque em Nova York não tinha sido apenas uma emboscada — foi um aviso de que não tínhamos paz. Não havia mais espaço para despedidas ou para fechar ciclos. O passado tinha ficado para trás. Agora, o perigo nos rondava de perto.Quando aterrissamos, Atlas já nos esperava na pista, com a postura tensa e os olhos atentos."Vocês precisam ir direto para casa." ele avisou, assim que descemos. "Gabriel está lá. Descobriu quem eram aqueles homens."Meu peito se apertou. Eu já sabia o que viria.O caminho até a propriedade foi curto e silencioso. A cidade parecia diferente, como se o ar estivesse pesado demais, carregado de algo invisível.Assim que entramos, Gabriel nos aguardava na sala, braços cruzados, expressão dura."Bem-vindos de volta Alfa e Luna." ele disse, sem rodeios. "Recebemos confirmação. Os homens que atacaram vocês não eram apenas criminosos. Eram seguidores