Assim que todos saíram da sala eu dei vazão ao meu ódio, quebrando todas as canetas que estavam sobre a mesa e rasgando alguns papéis.
Inferno! O que aquele idiota do Alexander queria ali de volta?
Ele ia atrapalhar todos os meus planos. Ia começar a fuçar de novo as contas da empresa, querer comparar números e fechar balancetes. Logo agora que as coisas iam muito bem e eu estava ganhando muito dinheiro. Ganhando e devendo também e não podia correr o risco de não ter de onde tirar dinheiro para pagar. Naquele negócio não se admitia dívidas e eu vinha honrando com as minhas, mesmo que tivesse que comprometer um pouco o dinheiro da empresa. Ela funcionava muito bem para lavar o dinheiro que eu não podia declarar.
Agora aquele moleque mimado resolve esquecer a bebida e atrapalhar meus planos? Claro que não. Precisaria agir de novo, como fizera a cinco a
Desde que meu amado Ramon se fora, que eu não me sentia tão sozinha como naqueles últimos tempos. Meus filhos estavam cada vez mais longe de mim, cada um por motivos diferentes. Felipe não era mais o mesmo e a gente se via cada vez menos e ele se mostrava muito distante e frio. Parecia evasivo, não respondia com coerência meus questionamentos e mentia claramente quando se tratava de dinheiro.Alexander estava se afundando em um mundo triste e sombrio. Se afastava de todos e só pensava em correr e beber. Ele era quem mais me preocupava pois eu sabia o quanto ele era uma pessoa boa e amorosa. Apenas o destino lançou uma carga um pouco pesada para ele carregar, mas eu o ajudaria a sair daquela tristeza.Por isso insistir para que ele voltasse a trabalhar na empresa. Para o bem dele e para a saúde financeira da Galvão Veículos. Naquele momento alguém sensato precisava tomar a frente do
Me olhei no espelho grande do banheiro do quarto de hospedes e me achei diferente. Na verdade estava tudo igual. Pernas, barriga, braços, cabelos... mas minha boca tremia e parecia queimar no lugar onde os lábios de Alexander tinham tocado os meus. Por que aquele calor subindo pelo meu corpo? Aquele frio na barriga. Não era a primeira vez que alguém me beijava, mas era a primeira vez que eu estremecia ao sentir o toque da boca de um homem. Foi apenas um leve encostar de lábios, mas parecia uma corrente elétrica me puxando para ele. E aquele olhar forte, intenso, cheio de promessas. E agora? O que fazer? Como se comportar quando ele voltasse? Na verdade o que eu queria mesmo era que ele me beijasse de verdade, que me deixasse sentir a língua dele tocando a minha, queria me perder naqueles braços musculosos. Mas ele tinha se afastado e não parecia querer se aproximar de novo. Então eu teria que suf
Estava chegando ao fim de semana e eu precisava viajar para o Rio de janeiro. Iria participar de uma competição importante de Motocross no sábado e no domingo e a vitória me daria o título de campeão nacional daquela temporada. E Jade ainda estava ali, na minha casa. O que minha mãe estava fazendo que ainda não tinha arrumado aquele apartamento? Precisava tirar aquela garota dali, ou eu iria ficar doido. Eu estava cada vez mais atraído por ela e estava sendo difícil me segurar. Eu evitava ficar perto dela mas morando na mesma casa era um pouco difícil. Ela era uma luz perto da minha escuridão. Do meu quarto ouvi ela cantando lá em baixo acompanhando uma música de axé em volume altíssimo.Desci as escadas e a encontrei em cima de uma cadeira pendurando umas roupas no varal.Apertei o botão e desliguei o som.Ela me olhou surpresa.- N&atil
Depois de quatro horas de estrada chegamos ao hotel por volta do meio dia.- Vamos Jade, é só o tempo de tomar banho e almoçar. A corrida começa ás 16:00h.Tomei um banho rápido e bati na porta do quarto dele.- Entra.Ele estava vestindo um macacão preto com listas amarelas nas pernas e nos braços.As botas pareciam pesadas e iam até o joelho.- Pega essas luvas aí e coloca na mochila.Ele estava lindo demais e meu coração palpitava dentro do peito. Eu sentia como se ele tivesse uma ligação comigo e estar ali com ele era muito natural.Depois do almoço fomos direto para a pista de corrida em uma área meio afastada do centro. Havia toldos e barracas por todo lado e muita gente circulando pela área.Por onde Alexander passava havia uma infinidade de pessoas que falavam com ele como se fosse um ídol
AlexanderO que estava acontecendo comigo? O que era aquele redemoinho de emoções que se passava dentro de mim? Nos últimos cinco anos eu estava morto e de repente a chegada de Jade tinha mexido tanto com meus sentimentos. Eu já não me sentia mais tão culpado por desejar outra mulher e desde o momento que a beijei que não pensava em outra coisa que não fosse estar perto dela. Não queria pensar que ela tinha apenas vinte anos e que talvez para ela as coisas não fosse vistas com aquela intensidade, mas naquele momento eu não queria ver aquilo como um empecilho.Quando a convidei para vim ao Rio comigo, já imaginava que tudo poderia acontecer, mas nada tinha me preparado para a emoção daquele primeiro beijo de verdade. Venci aquela competição mais pensando nela do que em mim. Queria ver o olhar de admiração dela e mostrar que eu era b
JadeEntão fazer amor era aquilo? Aquela sensação de sentir dor, prazer, medo. Uma vontade incontrolável que acabe logo, mas que ao mesmo tempo dure para sempre. Seria assim com qualquer pessoa ou por que foi com ele?Abrir os olhos e vi que ele ainda dormia ao meu lado, uma perna sobre a minha e a mão descansava em minha barriga. Eu ainda era a mesma, mas por dentro algo tinha mudado. Alex tinha me feito mulher, tinha me tocado, me beijado, me amado da forma linda que uma mulher pode imaginar.Os poucos namorados que eu tive não me fizeram sentir nada igual ao que vivi ali naquela noite. Apenas com um beijo Alex foi capaz de me mostrar que eu estava preparada para aquele momento e foi lindo sentir o corpo dele se fundindo ao meu com carinho e a forma como ele conduziu aquele primeiro contato foi muito especial.Ele se mexeu na cama e abriu os olhos.- Bom dia, minh
JadeO natal estava se aproximando e eu geralmente ficava triste naquela época do ano. Em casa, o natal sempre fora um período de festas, de muita comida e bebida e pouco amor. Carlos adorava ostentar e convidava amigos políticos para jantares pomposos e eu quase sempre ficava trancada no quarto ou conversando com Rian. Presentes? Tinham muitos. Roupas caras, relógios, celulares, mas a atenção da minha mãe era voltada para os convidados ilustres que ela recebia. Por isso aquela época do ano não era das minhas preferidas. Este ano no entanto, as coisas pareciam diferentes.Fazia um mês que eu estava na casa de Alexander. Ele não deixou que eu me mudasse para o apartamento que a mãe dele arrumou e ali estava eu, ainda naquela casa e na cama dele. Estávamos namorando? Difícil responder, por que ele as vezes parecia distante e pensativo
FelipeQue saco aquele jantar de Natal!Eu com tanta coisa para fazer e tinha que ficar ali fazendo cara de feliz com a família linda reunida. E o pior de tudo era ver a cara do babaca do Alex olhando apaixonadamente para aquela garota irritante. Observei de longe a forma como ele segurava a mão dela, e como a olhava quase com adoração idêntico como fora com a Erica. Alex era sempre meio idiota quando o assunto era mulher e só namorava se estivesse apaixonado. Até minha mãe parecia ter caído nas graças da pirralha, pois bajulava a moça como se ela já fosse da família.Comecei a pensar de que forma aquele relacionamento poderia me ajudar. O relacionamento ou o fim dele, porque Alexander parecia feliz e mais forte ao lado daquela garota. Até tinha diminuído a bebida. E um Alex forte e sóbrio era tudo que eu n&atil