CAPÍTULO 70 Fernanda Antero Quando voltei a abrir os olhos, me deparei com a cena encantadora do Pietro todo torto numa poltrona que estava encostada na cama, e a sua cabeça apoiada sobre mim, enquanto ele dormia. Toquei levemente no seu cabelo e suspirei emocionada. — Você tinha razão... — ouvi uma voz baixinha de uma menina que conheço muito bem... — Rose! — ela se levantou de um sofá no canto do quarto e veio correndo me abraçar. — Eu nem havia percebido que estava ali no cantinho e estava acordada. — comentei baixinho para não acordar o meu grandão. — Eu estava cuidando de você, mas vi que o Don estava muito empenhado e não quis atrapalhar... acho que eu não saberia cuidar tão bem... — segurei na sua mão. — Aposto que saberia, sim! Mas, no que dizia que eu tenho razão, quando acordei? — ela olhou para o Don Pietro e depois pra mim. — Ele gosta de você! Eu o analisei a noite toda, e se ele não gostasse não cuidaria de você como cuidou. — olhou para a janela, e tive dúvida
CAPÍTULO 71 Fernanda Antero Quando fui buscar a caixa de primeiros socorros no escritório, percebi que havia um desenho de vestido de noiva na mesa do Pietro. Um modelo lindo, feito a mão e aprimorado algumas vezes, com um design pronto do vestido atual, e sorri satisfeita quando li num cantinho: vestido da Nanda. Me perdi em pensamentos por um momento, mas se ele não me contou é porquê seria alguma surpresa, então simplesmente fingi que não vi, e voltei para ajudá-lo com a mão queimada, muito satisfeita com o homem que tenho. Horas depois... — Os soldados nos informarão de tudo, sobre a Rose não é? — perguntei para o meu grandão, enquanto ele acariciava os meus cabelos, na rede da varanda. — Sim, pequena... fique tranquila quanto a isso, vamos saber de tudo. — deslizou os dedos suavemente sobre o meu rosto. — Sabe que as vezes tenho a impressão que te conheço de uma outra vida... — falei pra ele, o olhei nos olhos e r
CAPÍTULO 72 Rose Antero — Não estou te vendo, você não é o meu pai! — resmunguei com medo, me encostei mais no muro e ergui um pouco os pés. — Eu não morri, Rose! — tirou um óculos e reconheci os olhos, era mesmo o papai. O abracei forte com desespero, e ouvi um gemido. — Ai... — O que foi, papai? — Vamos, querida! Eu estou bem machucado ainda, e sinto dores. — Consegue andar? — Sim, mas vamos para outro lugar! Aqui não é seguro. — confirmei pra ele e fui andando ao seu lado, enquanto ele se apoiava na bengala. Papai ficava olhando para todos os lados, e do nada entramos numa portinha marrom que ficava numa rua ali perto. Não tinha portão, era só a porta direto na rua, e quando entrei era um corredor comprido. — Porquê está morando aqui, papai? — Um único amigo, me tirou de lá e me ajudou a se recuperar! Demorei para conseguir levantar, e só saí de casa porquê ele me falou da movimentação de hoje,
CAPÍTULO 73 Fernanda Antero Saímos apressados até Atenas. Pedi para a Pati que cuidasse do Cassino e olhasse as crianças que ainda não haviam sido levadas ao orfanato, pois eu mesma gostaria de ir lá, e ver as crianças que já residem no local. Quando chegamos na casa que cresci, não encontrei a Rose em lugar nenhum, então verifiquei que saiu pela porta dos fundos, haviam algumas marcas no muro que não é alto, e ela pulou com facilidade como da outra vez. Encostei na porta da cozinha, me lembrando de quantas coisas já vivi aqui, e percebi que recebi uma notificação no celular, era Rose. — “Nanda, eu estou bem. No final do dia vou te ligar para explicar tudo, pois os soldados devem ter me entregado para você e o Don, à essa altura!“ — O que ela está aprontando? — comentei com o Don, que fazia uma careta. — Podem ter pego ela, mas pela mensagem, acredito que não seja o caso... — Colocou rastreador no celular dela, também, né? — Sim,
CAPÍTULO 74 Maria Adélia (mãe da Fernanda e da Rose) Passei vários anos da minha vida com uma dor que parecia não ter fim... me enganaram, dizendo que a minha família toda, estava morta, depois de me raptarem em um acidente premeditado. E, agora eu fiquei sabendo que as minhas filhas não estão, mas infelizmente não pude ir com elas, pois o único que me ajudou e me tirou das mãos daquele homem asqueroso, está precisando de mim. Quando ouvi da Fernanda que a minha pequena Rose havia sumido, eu não aguentei, e viajei mesmo sozinha, para Creta. Cheguei já era de manhã, e a primeira que eu vi foi a Rose, estava no jardim, olhando para o céu, e como fui autorizada a entrar, corri ao encontro dela. — Rose! — a chamei ainda de longe, mas ela ficou me olhando sem muita reação. — Sou eu, a mamãe! — ela então, sorriu levemente e se levantou de onde estava para me abraçar. — Quase não te reconheci, mamãe... — ficou paradinha em mim, e as suas palavras
CAPÍTULO 75 Fernanda Antero — Eles estão demorando... — cochichei para o Pietro. — É normal, pequena... eles devem ter muito o que conversar. Eu no lugar do seu pai estaria furioso. Olhei para a Rose que também estava muito ansiosa puxando pedacinhos de grama sem parar. — Vá tomar um café, Rose... eles vão demorar. — me olhou por baixo. — Vou esperar, Nanda. Faz muito tempo que não temos a família reunida... — Rose... você sabe que as coisas estão um pouco complicadas, não sabe? — me sentei ao lado dela, e beijei o seu rosto a abraçando de lado. — A mamãe se casou de novo, eu sei... — Mais ou menos isso... — Olha, eu não queria assustar vocês, mas acho bom levar o seu pai até o hospital o quanto antes... você ouviu o que o médico disse, hoje bem cedo, né? Aquela perna precisa de cuidados, pode infeccionar. Mas, se ele pedir ficarei feliz em acabar com um ou outro para que ele fique livre com a sua mãe... — o Don
CAPÍTULO 76 Maria Adélia Já era noite, quando vi que a Rose não dormia, nem assistindo filme naquela sala. — Filha, deixa a mamãe conversar um pouquinho com o seu pai? — ela estava deitada no meu colo, com as pernas no Roberto. — Não vão embora, né? — Ela estava preocupada com isso. — Não. Hoje a mamãe vai passar a noite aqui. — Tudo bem... — ela levantou e se ajeitou no sofá, novamente e a cobri com a manta novamente. Notei que o Roberto estava com dificuldades em levantar. — Está tudo bem? — perguntei. — Aumentou bastante a dor. — Deixa que eu te ajudo. — segurei na mão dele para que levantasse, mas estava suando frio. Coloquei a mão na sua testa, e parecia com febre. — Vou ligar para a Fernanda... — Não precisa. Vem comigo? — levantou com o meu apoio e fomos até o jardim, mas ele mancava bastante. Só o segui até lá fora para que a Rose não ouvisse. — Quando pensa em ir ver essa perna, no médico?
CAPÍTULO 77 Fernanda Antero — Tem certeza que o Santiago está resolvendo a questão da Pati? — perguntei ao Don, quando nós saímos do quarto em que o meu pai estava. — Sim, o Roney está ajudando! Se consegue dar conta aqui, vou sair para resolver a situação da Soraia, preciso encontrá-la e dar um fim nisso, pois não quero ter nenhuma outra surpresinha! — encostou na parede, e me apoiei levemente, nele. — Claro, querido! A Rose também ficará aqui, parece que todos já estão acostumados com ela... — sorri levemente. — Ok, pequena. Se precisar me liga, estarei observando o celular. — ele disse me beijando, e retribuí. Voltei para o quarto e o papai não estava nada bem. Vão precisar fazer alguns procedimentos de raspagem e está com muita febre, e a Rose com um semblante apavorado me olhando. — Nanda... a mamãe não ligou quando chegou. — Rose comentou. — Provavelmente ela ligue, amanhã! Não se preocupe, criança. — Eu não sei