— Clarice, eu sei que você me odeia, mas eu realmente quero conversar com você. Não precisa se preocupar, eu não vou fazer nada contra você! — Teresa disse, com um tom sério, quase convincente. Clarice curvou os lábios em um sorriso frio. — Tudo bem, então venha agora para o escritório do Sterling. Nós três podemos conversar juntos. Clarice sabia que Teresa não tinha boas intenções. Ela não era do tipo que usava truques baixos, mas, se fosse, Teresa jamais teria tido a chance de pisar nela como estava fazendo agora. — Você foi falar com o Sterling? O que você foi fazer lá? — Teresa perguntou, a voz subindo vários tons, claramente alarmada. — Fui fazer o que qualquer esposa faz com o próprio marido. Por que a pressa? — Clarice respondeu com desprezo, antes de desligar na cara dela. Não era difícil imaginar que Teresa tinha segundas intenções com aquele telefonema. Clarice jamais iria se encontrar com ela sozinha. Após guardar o celular, Clarice lavou o rosto com água fria.
Logo, Isaac abriu a porta e entrou no escritório. Sterling ergueu os olhos e olhou para trás dele, franzindo as sobrancelhas. — Onde está a Clarice? Isaac hesitou por um instante antes de responder: — Pedi para verificarem o banheiro feminino, mas ela não está lá. Assim que terminou a frase, o rosto de Sterling se fechou, suas feições ficaram sombrias. — Ligue para ela! Diga para voltar imediatamente! Caso contrário, ela vai arcar com as consequências! Isaac lançou um olhar para Sterling e, em silêncio, sentiu pena de Clarice. O que ela teria feito para deixá-lo tão furioso? — Ligue agora! — Sterling ordenou, impaciente, a voz cortante. Enquanto isso, Clarice estava sentada no jardim ao lado da empresa, falando ao telefone. O médico de sua avó lhe informava que haviam recebido uma semana de medicamentos experimentais e que a avó já havia começado o tratamento. Ele ainda mencionou que o estado dela parecia bem melhor, e ela estava mais animada. Ao ouvir isso, as lá
Clarice virou o rosto para ele e perguntou, com um tom tranquilo: — Por quê? Antes, ela amava Sterling tanto que não conseguia ficar longe dele nem por um minuto. Queria estar ao lado dele vinte e quatro horas por dia. Mas, depois de ouvir aquelas palavras cruéis, como poderia continuar agindo assim? Agora, tudo o que queria era se afastar o máximo possível dele. Isaac ficou desconcertado com a pergunta dela. Como poderia dizer que Sterling estava furioso? — O Sr. Sterling não está ocupado? Por que ele ainda não entrou no carro? Se quiser, podemos sair agora. — Clarice falou calmamente, com um tom indiferente. — Eu ainda tenho coisas para fazer mais tarde, preciso aproveitar o tempo. Com o remédio garantido para uma semana, ela teria um pouco de tranquilidade durante aquele período. Por isso, ela sabia que precisava ir até Teresa e pedir desculpas. Não importava o quanto odiasse a ideia, faria isso de cabeça erguida. Quanto às armações de Teresa, ela lidaria com elas no f
Teresa havia se metido em encrenca, e para Sterling, a culpa era de Clarice. O avô estava furioso e decidiu mandar Teresa para o exterior? Clarice também era a responsável. Tudo o que envolvia Teresa, na cabeça de Sterling, era culpa dela. O favoritismo dele por Teresa era tão óbvio que chegava a ser insuportável. Sterling ficou visivelmente irritado e, com uma voz baixa e carregada de raiva, ordenou: — Clarice! Me dê uma explicação decente agora! Clarice respirou fundo, tentando manter a calma. O sorriso que estava em seu rosto desapareceu, dando lugar a uma expressão fria. — Sterling, se eu digo que não liguei para o seu avô e você não acredita, o que mais há para explicar? Sempre que o assunto envolvia Teresa, Sterling parecia perder completamente o senso. Ele agia como se não tivesse cérebro, incapaz de raciocinar de forma lógica. Isaac, notando a tensão no ar, rapidamente levantou a divisória do carro e ligou o motor. Ele também achava injusta a forma como Sterling tra
— Teresa está sozinha e grávida. O que tem de errado em ajudá-la? — Sterling respondeu, indiferente. Teresa já havia salvado sua vida no passado. Agora que ela estava passando por dificuldades, ele sentia que tinha a obrigação de ajudá-la. Clarice, por outro lado, sempre fazia questão de discutir quando se tratava de Teresa. Para ele, isso era um sinal de mesquinhez, algo que o irritava profundamente. Clarice observou o rosto despreocupado de Sterling e percebeu que não valia a pena insistir. — Tudo bem. Então só precisamos ir ao cartório para resolver o divórcio. Depois disso, você pode ajudá-la ou até se casar com ela, tanto faz. — Clarice disse com um tom tranquilo. Ela já tinha decidido sair sem nada, literalmente abrir espaço para eles. Não havia outra mulher naquele círculo social tão generosa quanto ela. Sterling deveria estar agradecido. Sterling a encarou e soltou uma gargalhada fria. — Clarice... Antes que ele pudesse continuar, o toque do celular interrompeu su
Sterling massageava as têmporas, mas seu olhar inevitavelmente recaía sobre Clarice, que estava ao seu lado. Ele nunca conseguiu entender por que o avô tinha tanta preferência por ela. As ações do Grupo Davis? Ele entregou para ela sem pestanejar. O antigo tesouro de família? Presenteado como se não tivesse valor algum. Para Sterling, Clarice era uma mulher astuta e cruel. O que ela tinha de especial? — Estou quase chegando no hospital. Algumas coisas a gente resolve pessoalmente. — Ele fez uma pausa antes de acrescentar. — Clarice está comigo. Do outro lado da linha, a voz de Túlio mudou instantaneamente, suavizando-se. — Tudo bem, vou esperar por vocês. Sterling desligou a ligação e respirou fundo. O fato de Túlio querer mandar Teresa para o exterior de repente não era algo simples. Havia algo por trás disso. E se ele descobrisse que Clarice tinha algum envolvimento, ela podia se preparar. Ele não teria piedade. O carro logo parou em frente ao hospital. Sterling desceu
A voz de Asher soava suave, quase tranquilizadora. Clarice ficou imóvel por um instante antes de perguntar: — Que tipo de prova? Seria algo relacionado ao acidente de Teresa? Mas ela nunca havia contado isso a ninguém, nem mesmo a Jaqueline. Como ele poderia saber? — Provas sobre o acidente da sua cunhada. A mente de Clarice explodiu. Era exatamente isso! Mas como Asher sabia? — Fique tranquila, as provas foram obtidas por meios legais. Nada de métodos ilícitos. — Asher sabia como Clarice pensava e apressou-se em esclarecer, embora nunca fosse revelar os métodos que usou para conseguir o que tinha. — Agora estou ocupada com outra coisa. Podemos conversar sobre isso mais tarde? — Clarice respondeu, já consciente de que, mesmo se mostrasse as provas para Sterling, ele jamais acreditaria que Teresa tinha algo a ver com o acidente. Ele apenas diria que era tudo forjado. Não era hoje que ela havia descoberto o favoritismo cego de Sterling. — Claro, fico esperando seu retorno
— Está bem. — Clarice respondeu com um sorriso nos lábios, seus olhos brilhando de leve.Túlio, satisfeito, deu meia-volta e saiu do quarto sem se preocupar com o que Sterling pudesse fazer. Para ele, o que importava era a felicidade de Clarice.Assim que Túlio saiu pela porta, Teresa lançou um olhar insinuante para Sterling e disse:— Sterling, sai um pouquinho. Quero falar umas coisas mais íntimas com a Clarice.Sterling abriu a boca para responder, mas Clarice foi mais rápida:— Não, ele fica. Pode ser nossa testemunha.Clarice sabia como Teresa funcionava. Aquela mulher tinha tantas artimanhas que, se depois negasse que ela havia se desculpado, Sterling acabaria voltando para pressioná-la. Melhor não arriscar.Sterling fixou os olhos negros no rosto de Clarice, tentando decifrá-la. O que ela queria com aquilo?Clarice ajeitou o cabelo atrás da orelha com um gesto elegante e caminhou até a cama de Teresa. Seus passos eram firmes, e seu olhar altivo pairava sobre a outra mulher. Com