— Sr. Sterling. — Isaac o cumprimentou com respeito. — O resultado da investigação do acidente de carro da Teresa já saiu? — Sterling perguntou em um tom grave. Uma enfermeira empurrando um carrinho passou pelo corredor e, sem conseguir evitar, lançou um olhar admirado para ele. Que homem bonito! — A polícia ainda está investigando. — Quero que você envie alguém para investigar agora mesmo e me dê uma resposta em meia hora! — Sr. Sterling, o senhor acha que o acidente da Sra. Teresa foi provocado? — Isaac, que trabalhava com Sterling há anos, conseguiu captar sua linha de raciocínio com apenas uma frase. — Estou apenas pedindo para você investigar. Não faço ideia do resultado. — Sterling respondeu com frieza. Ele havia escutado a conversa entre Teresa e Callum na porta do quarto e, por isso, decidiu agir. Se Callum estava disposto a descobrir a verdade, então Sterling precisava ser mais rápido e garantir que o resultado provasse que Clarice não tinha nada a ver com aquilo
— Descanse bem. — Após dizer isso, Sterling encerrou a ligação, colocou o celular sobre a mesa e pegou um arquivo para revisar. No entanto, por mais que tentasse se concentrar, não conseguiu terminar nem a primeira página. Sua mente insistia em voltar à conversa que havia escutado do lado de fora do quarto de Teresa. O som de batidas na porta interrompeu seus pensamentos. Sem desviar os olhos do documento em suas mãos, ele disse: — Entre! Isaac abriu a porta e entrou. — Sr. Sterling. Sterling ergueu o olhar, observando a expressão hesitante de Isaac. — O motorista da caminhonete disse que recebeu ordens para fazer isso. — Isaac falou, mas parou por um instante, como se estivesse indeciso sobre continuar. No fundo, ele não acreditava que Clarice fosse capaz de algo assim. Mas o motorista afirmou categoricamente que havia sido ela quem o contratou e até apresentou registros de transferência de dinheiro como prova. As evidências eram indiscutíveis. Isaac queria encontrar
Assim que entrou no saguão da empresa, Clarice foi imediatamente barrada. — Senhorita, desculpe, posso saber quem você procura? — Eu vim falar com o Sr. Sterling, o presidente. — Clarice respondeu, tentando manter a voz o mais gentil possível. — Tem agendamento? — A recepcionista a avaliou de cima a baixo, com um olhar carregado de desdém. Pela aparência dela, achou que fosse mais uma daquelas mulheres oportunistas tentando se aproximar de Sterling. Clarice entendeu na hora que, se não ligasse diretamente para Sterling, não conseguiria passar dali. Ignorando a recepcionista, pegou o celular e discou o número dele. Na primeira tentativa, a ligação foi desligada. Tentou novamente, e o resultado foi o mesmo. Sentindo a raiva subir, Clarice soltou um riso frio e decidiu ligar para Isaac. Dessa vez, a ligação foi atendida imediatamente. — Sra. Davis, boa tarde! — Isaac cumprimentou com polidez. — Estou no saguão do prédio. Venha me buscar. — Clarice respondeu com firmeza,
Clarice levantou-se de repente, sem hesitar, pegou o copo de água e jogou-o na cara de Sterling. — Três anos de casamento, dividindo a mesma cama todas as noites... Antes de vir aqui, eu ainda tinha a ilusão de que, mesmo sem provas, você acreditaria na minha inocência! Mas parece que eu me enganei. — Sua voz tremia de raiva, mas ela manteve o tom firme. — Se você realmente quer descobrir a verdade, pare de interferir nos bastidores! Eu vou te mostrar o que realmente aconteceu. Ela sabia que não deveria ter vindo ali. O certo teria sido ir direto ao hospital e dar uma surra em Teresa. Sterling limpou a água do rosto com as mãos e a encarou com um sorriso frio nos lábios. — Se você é tão competente assim, por que veio até aqui gritar? A ousadia de Clarice o pegou de surpresa. Quem ela pensava que era para jogar água nele? Os olhos de Clarice fixaram-se nos dele. Por dentro, seu coração já estava em pedaços. Era como se, naquele momento, algo dentro dela tivesse se quebrado p
Sterling apertou os lábios e respondeu com indiferença: — Certo. — Quando a Clarice me pedir desculpas, eu mesma irei à delegacia retirar a denúncia contra ela. Sterling, você acha que está bom assim? — Teresa perguntou, com um tom nitidamente cheio de tentativa de agradá-lo. Sterling lançou um olhar para Clarice e respondeu de forma breve: — Entendi. Por enquanto, deixemos assim. — Sterling... — Teresa hesitou, como se estivesse guardando algo, tentando decidir se deveria ou não falar. — O que você quer dizer? — Sterling perguntou, sua voz baixa e carregada de impaciência. Clarice não conseguiu evitar e lançou um olhar para ele. A camisa dele estava molhada, grudando no peito, destacando seu corpo com uma sensualidade séria e contida. Sem querer, ela se lembrou da primeira vez que o viu, anos atrás. Naquele momento, ela havia sido completamente arrebatada pela beleza quase irreal dele. Agora, pensando nisso, percebeu o quanto tinha sido superficial naquela época. Do
Enquanto a verdade por trás daquele incidente não fosse revelada, todas as evidências apontavam para Clarice como a mandante. Para todos os efeitos, ela era culpada. Teresa só precisava denunciá-la e, inevitavelmente, ela teria que enfrentar as consequências legais. Agora, Sterling só estava pedindo que ela fosse pedir desculpas a Teresa. Por que tanta resistência? Clarice cerrou os dentes, lutando contra a raiva, e disse, pausadamente, como se cada palavra fosse cortada a ferro e fogo: — Sterling, você já parou para pensar que, se continuar me machucando assim, pode chegar o dia em que eu simplesmente vou embora? Sterling deu uma risada curta, desdenhosa. — Se você fosse capaz de ir embora, já teria feito isso há muito tempo. Não teria esperado três anos. — Seu tom era carregado de sarcasmo. As palavras dele bateram como um soco no peito de Clarice. Ele estava certo. Ela realmente não tinha conseguido ir embora. Mesmo sendo ferida uma vez após a outra, ela sempre encontr
— Clarice, eu sei que você me odeia, mas eu realmente quero conversar com você. Não precisa se preocupar, eu não vou fazer nada contra você! — Teresa disse, com um tom sério, quase convincente. Clarice curvou os lábios em um sorriso frio. — Tudo bem, então venha agora para o escritório do Sterling. Nós três podemos conversar juntos. Clarice sabia que Teresa não tinha boas intenções. Ela não era do tipo que usava truques baixos, mas, se fosse, Teresa jamais teria tido a chance de pisar nela como estava fazendo agora. — Você foi falar com o Sterling? O que você foi fazer lá? — Teresa perguntou, a voz subindo vários tons, claramente alarmada. — Fui fazer o que qualquer esposa faz com o próprio marido. Por que a pressa? — Clarice respondeu com desprezo, antes de desligar na cara dela. Não era difícil imaginar que Teresa tinha segundas intenções com aquele telefonema. Clarice jamais iria se encontrar com ela sozinha. Após guardar o celular, Clarice lavou o rosto com água fria.
Logo, Isaac abriu a porta e entrou no escritório. Sterling ergueu os olhos e olhou para trás dele, franzindo as sobrancelhas. — Onde está a Clarice? Isaac hesitou por um instante antes de responder: — Pedi para verificarem o banheiro feminino, mas ela não está lá. Assim que terminou a frase, o rosto de Sterling se fechou, suas feições ficaram sombrias. — Ligue para ela! Diga para voltar imediatamente! Caso contrário, ela vai arcar com as consequências! Isaac lançou um olhar para Sterling e, em silêncio, sentiu pena de Clarice. O que ela teria feito para deixá-lo tão furioso? — Ligue agora! — Sterling ordenou, impaciente, a voz cortante. Enquanto isso, Clarice estava sentada no jardim ao lado da empresa, falando ao telefone. O médico de sua avó lhe informava que haviam recebido uma semana de medicamentos experimentais e que a avó já havia começado o tratamento. Ele ainda mencionou que o estado dela parecia bem melhor, e ela estava mais animada. Ao ouvir isso, as lá