A mulher na foto era inconfundível. Clarice estava olhando para outro homem, com uma expressão de ternura que Sterling jamais tinha visto antes. O rosto dele ficou sombrio instantaneamente.Teresa, ao perceber a mudança no semblante de Sterling, perguntou baixinho, fingindo preocupação:— Sterling, quem mandou a mensagem? O que dizia?Ela tinha visto a notificação rapidamente e, embora não tivesse conseguido identificar claramente quem estava na foto, sabia que era Clarice com outro homem. E era exatamente isso que queria que Sterling visse. Se Clarice estivesse traindo, Sterling finalmente pediria o divórcio. Era o empurrão que ela precisava dar para que isso acontecesse.Com a mente já tomada por um plano, Teresa manteve sua expressão inocente, esperando a reação dele.Sterling, sem dizer nada, rapidamente enviou a foto para o próprio celular e apagou a mensagem do aparelho de Teresa.— Mensagem de spam. Já apaguei para você. — A voz dele era fria e cortante.Teresa ficou surpresa co
— Relaxe, não fique tão tensa, senão não consigo fazer o exame direito. — A voz do médico era calma e acolhedora. — É normal ficar assim na primeira gravidez, mas não se preocupe tanto com o bebê. Eles são mais fortes do que imaginamos. Não é algo que vai causar um aborto espontâneo facilmente. Clarice ouviu as palavras do médico e, aos poucos, seu corpo começou a relaxar.O médico fez o exame com concentração, tocando delicadamente na barriga dela enquanto fazia algumas perguntas. Em seguida, disse:— Pode vestir a calça e descer da maca. Vou prescrever alguns remédios para você.Ele tirou as luvas, jogou-as no lixo, lavou bem as mãos e, depois de secá-las, sentou-se à mesa para escrever a receita.Clarice vestiu a calça e desceu da maca, mas ainda sentia uma leve dor no abdômen. Sentou-se cuidadosamente na cadeira, com uma das mãos pousada sobre a barriga, e perguntou com apreensão:— Doutor, o meu bebê está bem?Nesse momento, uma voz masculina suave veio da porta:— Clarinha, você
Sterling arqueou as sobrancelhas, sua voz fria e cortante: — Não! Asher apertou os lábios, lançou um último olhar para Clarice e, no fim, não disse nada. Apenas virou-se e foi embora. Ele não tinha medo de Sterling. O que o preocupava era que qualquer palavra a mais pudesse fazer com que Sterling descontasse sua raiva em Clarice. Ela já parecia abatida o suficiente, e Asher não queria piorar as coisas. Enquanto entrava no elevador, seus olhos recaíram sobre Clarice. Apesar do aperto no peito, ele sabia que precisava ir. Assim que Asher desapareceu de vista, Sterling avançou em direção a Clarice. Seu olhar carregava uma fúria contida, e a atmosfera ao seu redor parecia pesada. Clarice, por outro lado, estava ao telefone com Jaqueline, conversando sobre um grande projeto que Asher havia indicado. Sem perceber a presença de Sterling, acabou mencionando o nome dele. — Você nunca pensou em ficar com ele depois que se divorciar? — Jaqueline perguntou, curiosa. — O Asher é mil v
A última frase, Sterling praticamente cuspiu entre os dentes, com uma raiva que parecia prestes a explodir. Clarice, que inicialmente pensava em mostrar a receita médica e aproveitar para contar sobre as recomendações do médico, desistiu no instante em que ouviu aquelas palavras. Em silêncio, guardou a receita no fundo da bolsa, ergueu o queixo e forçou as lágrimas a voltarem para dentro. Quando olhou para Sterling novamente, seu rosto estava iluminado por um sorriso impecável, tão perfeito que não havia brechas para dúvidas. — Esses dias eu estava me sentindo enjoada, com vontade de vomitar. Achei que poderia estar grávida, então vim fazer um exame. Mas o médico disse que não é gravidez, é só um problema no estômago. Ele recomendou que eu tomasse remédios e me cuidasse por um tempo. — Sua voz era suave, melodiosa, e o sorriso em seu rosto brilhava como se ela estivesse contando a notícia mais trivial do mundo. Sterling soltou um riso seco. — Problema no estômago? E para isso p
— Sr. Sterling. — Isaac o cumprimentou com respeito. — O resultado da investigação do acidente de carro da Teresa já saiu? — Sterling perguntou em um tom grave. Uma enfermeira empurrando um carrinho passou pelo corredor e, sem conseguir evitar, lançou um olhar admirado para ele. Que homem bonito! — A polícia ainda está investigando. — Quero que você envie alguém para investigar agora mesmo e me dê uma resposta em meia hora! — Sr. Sterling, o senhor acha que o acidente da Sra. Teresa foi provocado? — Isaac, que trabalhava com Sterling há anos, conseguiu captar sua linha de raciocínio com apenas uma frase. — Estou apenas pedindo para você investigar. Não faço ideia do resultado. — Sterling respondeu com frieza. Ele havia escutado a conversa entre Teresa e Callum na porta do quarto e, por isso, decidiu agir. Se Callum estava disposto a descobrir a verdade, então Sterling precisava ser mais rápido e garantir que o resultado provasse que Clarice não tinha nada a ver com aquilo
— Descanse bem. — Após dizer isso, Sterling encerrou a ligação, colocou o celular sobre a mesa e pegou um arquivo para revisar. No entanto, por mais que tentasse se concentrar, não conseguiu terminar nem a primeira página. Sua mente insistia em voltar à conversa que havia escutado do lado de fora do quarto de Teresa. O som de batidas na porta interrompeu seus pensamentos. Sem desviar os olhos do documento em suas mãos, ele disse: — Entre! Isaac abriu a porta e entrou. — Sr. Sterling. Sterling ergueu o olhar, observando a expressão hesitante de Isaac. — O motorista da caminhonete disse que recebeu ordens para fazer isso. — Isaac falou, mas parou por um instante, como se estivesse indeciso sobre continuar. No fundo, ele não acreditava que Clarice fosse capaz de algo assim. Mas o motorista afirmou categoricamente que havia sido ela quem o contratou e até apresentou registros de transferência de dinheiro como prova. As evidências eram indiscutíveis. Isaac queria encontrar
Assim que entrou no saguão da empresa, Clarice foi imediatamente barrada. — Senhorita, desculpe, posso saber quem você procura? — Eu vim falar com o Sr. Sterling, o presidente. — Clarice respondeu, tentando manter a voz o mais gentil possível. — Tem agendamento? — A recepcionista a avaliou de cima a baixo, com um olhar carregado de desdém. Pela aparência dela, achou que fosse mais uma daquelas mulheres oportunistas tentando se aproximar de Sterling. Clarice entendeu na hora que, se não ligasse diretamente para Sterling, não conseguiria passar dali. Ignorando a recepcionista, pegou o celular e discou o número dele. Na primeira tentativa, a ligação foi desligada. Tentou novamente, e o resultado foi o mesmo. Sentindo a raiva subir, Clarice soltou um riso frio e decidiu ligar para Isaac. Dessa vez, a ligação foi atendida imediatamente. — Sra. Davis, boa tarde! — Isaac cumprimentou com polidez. — Estou no saguão do prédio. Venha me buscar. — Clarice respondeu com firmeza,
Clarice levantou-se de repente, sem hesitar, pegou o copo de água e jogou-o na cara de Sterling. — Três anos de casamento, dividindo a mesma cama todas as noites... Antes de vir aqui, eu ainda tinha a ilusão de que, mesmo sem provas, você acreditaria na minha inocência! Mas parece que eu me enganei. — Sua voz tremia de raiva, mas ela manteve o tom firme. — Se você realmente quer descobrir a verdade, pare de interferir nos bastidores! Eu vou te mostrar o que realmente aconteceu. Ela sabia que não deveria ter vindo ali. O certo teria sido ir direto ao hospital e dar uma surra em Teresa. Sterling limpou a água do rosto com as mãos e a encarou com um sorriso frio nos lábios. — Se você é tão competente assim, por que veio até aqui gritar? A ousadia de Clarice o pegou de surpresa. Quem ela pensava que era para jogar água nele? Os olhos de Clarice fixaram-se nos dele. Por dentro, seu coração já estava em pedaços. Era como se, naquele momento, algo dentro dela tivesse se quebrado p