Depois de pensar por um momento, Sterling decidiu ligar para aquele número. No entanto, no instante seguinte, o som de ocupado ecoou pelo celular. Sterling franziu a testa e tentou ligar novamente. Ainda assim, o resultado foi o mesmo: ocupado. De repente, ele riu. Clarice, como sempre, nunca deixava de surpreendê-lo. Mesmo quando estava errada, ela conseguia ser incrivelmente confiante e cheia de razão. Já que ela tinha bloqueado o número dele, Sterling decidiu que não insistiria. Quando voltasse, resolveria isso pessoalmente. Neste momento, o celular dele começou a tocar. Quando Sterling viu que era o número de Túlio, ele apertou os lábios, pensativo. Clarice tinha ido reclamar com o avô de novo? Era isso? Túlio estava ligando para repreendê-lo? Da última vez que isso aconteceu, Sterling tinha saído com marcas das chicotadas que levou. E, como estava ocupado nos últimos dias, as feridas haviam inflamado, causando uma dor incessante. Depois de hesitar por um momento, Ste
— Isaac, fale! O que está acontecendo? — A voz de Sterling ficou mais firme, quase cortante. Isaac suspirou. Ele não teve escolha senão contar tudo o que sabia. Quando Sterling ouviu que a avó de Clarice havia falecido, ele ficou imóvel por um instante. Naquele dia, ele tinha ligado para Clarice exigindo que ela pedisse desculpas a Teresa, e ela mencionou que sua avó havia falecido. Mas ele não acreditou, disse que ela estava mentindo! Nos últimos dias, Clarice não ligou para ele, e Sterling achou que ela estava apenas se escondendo, evitando a obrigação de pedir desculpas. Nunca, nem por um segundo, ele tinha imaginado que a avó dela realmente havia falecido. E agora, ao perceber a verdade, Sterling ficou sem palavras. Um acontecimento tão grave, e ela sequer o procurou para contar. Talvez Clarice estivesse profundamente magoada, tão triste a ponto de não querer falar com ele. — Sr. Sterling... — Isaac chamou, percebendo o silêncio do outro lado da linha. — Eu já entendi.
Teresa deitou a cabeça contra o peito dele, ouvindo o som do seu coração. Por um instante, ela se sentiu tocada, e seus olhos se encheram de lágrimas sem que ela percebesse. Se ela não tivesse amado Sterling, teria aceitado imediatamente as palavras de Callum. Mas ela não podia. O silêncio de Teresa partiu o coração de Callum. Embora ele já soubesse qual seria a resposta, ainda havia uma pequena esperança, por mais tola que fosse. Talvez, quem sabe, ela mudasse de ideia e escolhesse ficar com ele. Mas... Era apenas ele se iludindo. — Callum... Eu... — Teresa sentiu o desconforto dele. Queria dizer algo, mas as palavras simplesmente não saíam. — Não precisa falar nada. Eu já sei. Teresa, não force a si mesma. Siga o que o seu coração diz. — Callum respondeu, resignado. — Mas, no futuro, talvez a gente não se veja com tanta frequência. Ele sabia que, uma vez casado, teria responsabilidades para com sua família. Era algo inevitável. — Callum, você vai me ignorar? — Teresa,
Clarice se levantou e fixou o olhar no horizonte, como se pudesse enxergar claramente o caminho desconhecido e desafiador que estava prestes a trilhar. Túlio permaneceu parado, observando em silêncio enquanto ela se afastava. Seu coração estava dividido entre a tristeza da despedida e a esperança pelo futuro que aguardava Clarice. A noite caiu, e a mansão voltou ao seu estado habitual de tranquilidade. No entanto, a decisão tomada naquela noite era como uma pedra lançada em um lago calmo, criando ondas que anunciavam o início de uma nova jornada. Quando Clarice voltou à Villa Serenidade, Catarina veio ao seu encontro imediatamente: — Senhora, o que deseja comer? Eu posso preparar algo! Clarice sorriu gentilmente e balançou a cabeça: — Obrigada, Catarina. Não estou com fome agora. — Então, quando quiser comer, é só me avisar! — Disse Catarina, com preocupação na voz. — Está bem, vou subir. Catarina observou a silhueta de Clarice desaparecer pelas escadas e suspirou. Cla
— Clarice, eu já disse que posso explicar o que aconteceu nesses últimos dias. Você não pode ficar? Me escuta antes de ir! — Sterling tentou conter a irritação em sua voz, forçando-se a soar mais calmo. Ele havia corrido de Cidade F para chegar a tempo, não para ver Clarice partir. Ele queria explicar tudo, pedir desculpas. Desta vez, ele sabia que tinha errado. Clarice segurava firmemente o cabo de sua mala, com uma expressão indiferente enquanto olhava para o rosto de Sterling. Era o homem que ela amou por dez anos, o homem que ela acreditava que amaria por toda a vida. Mas agora, finalmente, ela havia desistido. Ela não se arrependia de amá-lo no passado, nem tinha medo do futuro incerto que a aguardava. Tudo o que ela queria era seguir em frente, acreditando que o destino lhe reservava algo melhor. — Sterling, as chances que eu tinha para te dar já acabaram. Desta vez, eu não vou ficar! — Disse ela, com um tom sereno, sem qualquer emoção aparente. Depois da morte de sua
Clarice já havia decidido que ficaria em Encanto do Vale. Quando Túlio mencionou isso, ela não fez objeções: — Vovô, eu entendi. Mas agora já está tarde. Volte para casa e descanse, tudo bem? Assim que eu estiver instalada, vou até você. — Está bem! — Respondeu Túlio, olhando para o rosto pálido e cansado dela. Seu coração doía. Que menina maravilhosa, e agora estava indo embora... Ele realmente não queria deixá-la partir. Mas ele sabia que não podia ser egoísta. Não podia mantê-la presa ali para que continuasse sendo machucada por Sterling. "Espere e verá. Esse garoto, Sterling, um dia ainda vai se arrepender disso!" pensou ele. Clarice puxou sua mala e começou a caminhar. Ela não olhou para trás nem uma vez. Já que havia decidido ir embora, precisava ser firme. — Clarice! — Sterling tentou ir atrás dela, mas Túlio levantou sua bengala e bateu na perna dele. — Fique onde está! Não ouse ir atrás dela! — Vovô... — Sterling começou, mas foi interrompido. Ele não conseguia
A mão de Sterling que segurava a xícara de café pareceu ser subitamente agarrada por uma força invisível, junto com seu coração, que apertou de forma inexplicável. Do lado de fora, a noite era tão escura quanto tinta, enquanto a luz amarelada do interior não conseguia iluminar a confusão de emoções que tomava conta dele. Será que Túlio também havia contado isso a Clarice? Caso contrário, por que ela estaria tão decidida a pedir o divórcio? — Eu já te avisei inúmeras vezes para não se envolver tanto com os assuntos da Teresa, mas você ignorou completamente as minhas palavras! — A voz de Túlio era grave e carregada de autoridade. Cada palavra parecia um golpe direto no coração de Sterling. Ele sabia que Túlio não mencionaria Cidade F e Teresa sem motivo. Aquilo não era uma acusação vazia. Ele certamente havia investigado tudo. E se Túlio sabia, será que Clarice também sabia? Sterling permaneceu em silêncio, sem responder. — Teresa, aos olhos dos outros, parece frágil, simples
Enquanto pensava nisso, o toque do celular soou, e Simão arqueou as sobrancelhas.Será que Jaqueline finalmente tinha se dado conta e estava voltando com a comida para jantarem juntos? Se ela tivesse um bom comportamento, talvez ele até pegasse leve com ela mais tarde.Com esse pensamento, ele pegou o celular do bolso, mas ao olhar para a tela, viu que era Sterling ligando.Por que Sterling estava ligando de repente? O que será que tinha acontecido?Após um momento de hesitação, ele atendeu a ligação. Sterling foi direto ao ponto:— Vamos beber.— O que está acontecendo? — Simão perguntou, achando tudo muito estranho. Será que Sterling estava de mau humor? Por que outro motivo ele o chamaria para beber?— Perguntas demais. No mesmo lugar de sempre. — Respondeu Sterling, antes de desligar o telefone sem esperar por outra palavra.Simão guardou o celular, pegou os talheres e terminou de comer a única porção de vegetais que estava na mesa. Só depois disso, saiu de casa.Ao chegar no clube