Clarice olhou para o rosto dele e deu um leve sorriso. — Além da Jaqueline, eu tenho outros amigos? O que ela estava discutindo com ele era sobre a Jaqueline. Por que ele insistia em colocar outra pessoa na história? Estaria ele se referindo a Asher? — Você sabe mais do que eu. — Sterling retrucou, com um olhar afiado, esperando que ela explicasse sua relação com Asher. Mas, como sempre, ela desviou o assunto, fingindo não entender. Para ele, isso só podia significar que ela tinha algo a esconder. Clarice sustentou o olhar dele e respondeu calmamente: — Asher era meu vizinho. Hoje em dia, é só uma pessoa que eu conheço. Não há nada entre nós. Ela se perguntava se essa explicação seria suficiente para Sterling. Ele riu de leve, com uma expressão que misturava ironia e sarcasmo. — Ouvi dizer que você era a nora dos sonhos dos pais dele. Clarice o encarou, tentando decifrá-lo. Mas Sterling era um enigma, escondendo seus pensamentos tão bem que ela não conseguiu descobrir
O cheiro frio e penetrante dele invadiu o nariz de Clarice. Ela se lembrou das palavras do médico, e seu coração disparou. Num impulso, empurrou-o com as mãos e gritou: — Sterling, não aperta minha barriga! Tá doendo! Na noite anterior, só de ele tê-la pressionado um pouco mais, ela já tinha sentido desconforto no ventre. Não queria passar por isso de novo. Sterling franziu a testa, inclinando-se para encará-la. O rosto dela estava corado, e ele sabia que ela sentia algo por ele. Mesmo assim, continuava a rejeitá-lo. Era como da última vez, quando ela preferiu resolver “a situação” com as mãos a se entregar completamente. Ele não acreditava por um segundo sequer que essa mulher não tinha algo a esconder. Clarice, ao perceber o olhar intenso dele, sentiu um calafrio percorrer a espinha. Tentou justificar-se rapidamente: — Eu… Eu tô com dor na barriga. — Ontem você também disse que estava com dor na barriga. Hoje de novo. Amanhã vou pedir ao Isaac que chame um médico para t
— Sterling, estou cansada, vamos dormir. — Clarice piscou aqueles lindos olhos e, ao cobrir a cabeça com o edredom, sua voz saiu macia, quase manhosa, como se estivesse tentando conquistá-lo.Enquanto falava, pensava consigo mesma: “Se a Teresa não ligar logo para o Sterling, eu não vou aguentar mais.”Sterling subiu na cama com o pijama na mão, puxou o cobertor e empurrou Clarice mais para frente. O movimento fez o corpo dela rolar e, no processo, o cobertor acabou se desarrumando.Assustada, ela rapidamente segurou o pijama, pensando: “Pronto, agora ferrou. Não vou conseguir segurar mais. Teresa, sua inútil!”— Sterling... Clarice ia dizer algo, mas antes disso, sentiu o braço do homem a puxar. Ele a levantou e a colocou em seu colo, perguntando com um tom direto:— Quer que eu te ajude a trocar ou prefere trocar sozinha?Era claro que ele não ia desistir. Clarice mordeu o lábio, lançou-lhe um olhar sedutor e perguntou baixinho:— Não dá pra deixar assim?Clarice tinha um plano: sed
— Por que você escondeu da família o acidente da Teresa? Você sabe muito bem que ela agora está grávida, e o bebê que ela carrega é do seu irmão mais velho! Se algo acontecer, acha que a Clarice vai conseguir arcar com as consequências? — Virgínia falava em um tom acusador, os olhos fixos em Sterling.Sterling franziu o cenho, a voz fria: — Ela sofreu um acidente, mas não aconteceu nada grave. Por que sair espalhando isso? Ele havia dado ordens claras para que Isaac mantivesse o assunto em segredo. Então, como sua mãe havia descoberto? — Não quer espalhar porque está protegendo a Clarice! Não pense que eu não sei o que você está tentando fazer. — Ao mencionar Clarice, o tom de Virgínia ficou ainda mais azedo. Sterling respondeu com firmeza: — Não se meta nos meus assuntos. Se está tão preocupada com a Teresa, mande mais empregados para cuidar dela. O acidente de Teresa ainda era um mistério para ele. Sterling estava investigando, mas, pelo comportamento de Clarice, não pare
Sterling se aproximou e percebeu que havia algo errado com Clarice. Ele se sentou na beira da cama, inclinou-se e tocou sua testa. Estava coberta de suor, mas sem febre. — Clarice, o que aconteceu? Onde está doendo? — Perguntou ele, arqueando a sobrancelha. Há pouco, quando desceu, ela estava perfeitamente bem. Como, de repente, havia ficado assim? Clarice ouviu a voz dele e, instintivamente, se aconchegou em seu peito. Sua voz saiu fraca, quase suplicante: — Sterling, minha barriga... Está doendo muito. Quero ir ao hospital. — Vou te levar agora. — Sterling respondeu prontamente, pegando-a no colo e levantando-se para sair. De repente, Clarice despertou do torpor. Seus olhos se arregalaram de pânico, e ela disse, apressada: — Me coloca no chão! Eu não quero ir ao hospital! Se fosse ao hospital, sua gravidez seria descoberta, e ela sabia que Sterling jamais permitiria que ela mantivesse o bebê. Isso estava fora de questão! Sterling franziu o cenho. Vendo-a suando de d
Clarice assentiu rapidamente, quase sem pensar: — Sim, não dói mais. Tudo o que ela queria naquele momento era que Sterling fosse embora. Mesmo que a dor estivesse insuportável, ela jamais admitiria. Sterling apertou os lábios, inclinou-se e a colocou no chão. — Volte para o quarto sozinha. Eu estou indo. Sem mais palavras, ele virou-se e saiu. Clarice observou o homem se afastar e, assim que ele desapareceu de vista, levou a mão à barriga. Sussurrou com carinho: — Fica calminho, bebê. Mamãe já vai te levar ao hospital. Catarina saiu de seu quarto e, ao ver Clarice no corredor, apressou-se em sua direção, visivelmente preocupada: — Sra. Clarice, você está bem? Clarice respirou fundo, tentando disfarçar a dor, e balançou a cabeça. — Estou bem. Mas o rosto pálido e a expressão de sofrimento dela contavam outra história. Catarina insistiu: — Tem certeza? Você não parece nada bem. Clarice balançou a cabeça novamente. — Estou bem, mas preciso sair agora. Se o S
“Sterling, esse moleque ingrato, trata a esposa melhor do que trata a própria mãe!” Virgínia pensou consigo mesma, cheia de amargura. Mas, claro, ela jamais diria isso a Teresa. — Ele realmente disse isso? — Teresa sentiu uma pontada no peito, como se o coração tivesse sido apertado. Seus olhos se arregalaram, incrédulos. “Não! Sterling não pode estar apaixonado por Clarice! E mesmo que esteja, eu nunca vou permitir que fiquem juntos!” Teresa pensava, a respiração acelerada. — Disse, sim. — Respondeu Virgínia, sem paciência. — Agora já está tarde. Vá descansar. Virgínia não queria continuar a conversa. Antes que Teresa pudesse responder, desligou o telefone. Enquanto guardava o celular, Virgínia começou a refletir sobre o comportamento de Teresa. Ela está interessada demais na vida do Sterling. Isso não me parece certo... Será que...Ela balançou a cabeça, afastando os pensamentos. Não queria seguir por aquele caminho. …Do outro lado da linha, Teresa ficou furiosa. Jogou
Nesse momento, Jaqueline despertou repentinamente, dando de cara com um par de olhos cheios de ódio. Seu corpo reagiu antes mesmo de sua mente processar, e ela gritou a plenos pulmões:— Socorro! Alguém ajuda!O homem, pego de surpresa, não teve tempo de abafar o grito dela. Ao perceber que seu plano havia falhado, ele calculou rapidamente suas opções e fugiu pela porta em disparada. Na pressa, deixou cair no chão uma seringa e uma agulha.Jaqueline olhou para os objetos no chão, e algo em sua mente clicou. Sem pensar duas vezes, correu até Clarice e arrancou a agulha do soro presa à mão dela.Clarice, que havia acabado de acordar, observou a cena com um olhar confuso.— Jaqueline... O que foi?Jaqueline apanhou a seringa e a agulha do chão, virou-se para Clarice e explicou:— Aquele homem que entrou agora injetou alguma coisa no seu soro. Não importa o que seja, é melhor não correr riscos. Vamos mandar isso para análise antes de continuar com a medicação.Jaqueline havia crescido test