Capítulo 6- DecisÔes a Tomar.

Sienna Snyder

Faz alguns dias que nĂŁo vejo Vincent. Depois do nosso terceiro erro consecutivo, nĂŁo nos trombamos mais, o que Ă© um alĂ­vio, porque por mais que estejamos atraĂ­dos um pelo outro, nĂŁo quero levar a carreira dele pra baixo por minha causa.

Entro no carro rumo a faculdade e em poucos minutos chego. Amber vem ao meu lado. Ao que parece, todos estĂŁo comentando.

Entro na faculdade e as fofocas começam. Alguns me olham com raiva, outros com medo e alguns debocham. Sempre soube que se descobrissem sobre o assunto, isso seria assim.

— Tem certeza que tá bem?— Amber diz agarrada ao meu braço.

— Eu tî, amiga. Não se preocupe. Por maior seja a raiva de alguns por mim, eu não vou baixar minha cabeça para eles.

Ela acena e some do meu campo de visão. Estou em um corredor totalmente vazio, e agradeço por isso, quando um braço me puxa para uma sala.

— Vincent? — Olho pra ele e vejo que estamos no seu escritório.

Não tenho tempo de reagir quando ele avança e me beija profundamente. Sua língua começa a dançar e eu dou espaço a ela. Por maior que seja esse erro, é bom errar com ele.

— Sabe que não deveríamos
— digo sem fîlego.

— Mas eu não consigo evitar.— Ele encosta a testa na minha, enquanto nos recuperamos.

Ele começa a me roubar beijos, e por mais que eu adorei isso e eu precise afastå-lo, eu simplesmente não consigo.

— Por que está me deixando nessa posição? Sabe que pode estragar sua carreira se descobrirem.

— É só não descobrirem.

Ele volta a tomar meus låbios e logo meus dedos estão em seu cabelo. Suas mãos agarraram minha cintura e me colocaram facilmente sobre a mesa. Passo meus braços em volta de seu pescoço e me afundo no beijo. Suas mãos começam a explorar meu corpo, enquanto tento manter minha sanidade e não cometer uma loucura nesse escritório.

— É melhor pararmos por aqui.— Me separo dele.

— VocĂȘ estĂĄ certa.

Ele me då espaço e assim eu saio de cima da mesa. Agora meus pensamentos me perguntam o que isso significa.

— O que isso vai significar? Não podemos toda hora termos um ápice de atração e nos pegarmos.

— Concordo. Temos que resolver isso. O que acha de continuarmos com isso?

Olho totalmente surpresa para ele. Nunca pensei que o veria me oferecendo essa solução.

— VocĂȘ quer continuar com isso?

— Quero.— Ele vem em minha direção e me prende entre a mesa.— Por maior que sejam as consequĂȘncias, nĂŁo consigo evitar pensar no que hĂĄ entre nĂłs. VocĂȘ quer isso?

Estou procurando as palavras corretas para usar.

— Quero, mas sabes como tudo isso Ă© complicado e errado.

— Esquece isso de erro. Eu quero vocĂȘ.

Pisco algumas vezes atÎnita com essa declaração. Não é algo do tipo, casa comigo, mas estå me deixando impactada.

Agarro em seu rosto e deposito um beijo em seus lĂĄbios. Espero que ele saiba interpretar.

— Vou considerar isso como um sim.— Ele retribui e assim volta a devorar meus lĂĄbios, mas pra nossa alegria, alguĂ©m b**e na porta.

Me separo dele totalmente assustada e sussurro:

— Quem deve ser?

— Provavelmente o Jack. Ele viria buscar uns documentos comigo. Se esconde.

Ele me leva até um grande armårio e assim entramos os dois.

— Tá ficando doido? Achei que ia falar com ele.

— Se ele achar que não estou aqui, só irá pegar os documentos e sair rapidamente.

Ouvimos a porta sendo aberta e logo Jack entra. Olho para Vincent que ri da situação. Na minha opinião ele estå gostando bastante desse esconde esconde.

— Ele vai te ouvir.

Logo a porta Ă© aberta novamente. SaĂ­mos do armĂĄrio e Jack felizmente jĂĄ foi embora. Respiro normalmente novamente.

— Vou indo.

Antes que eu saia, Vincent me puxa de volta a ele e me beija.

— Tá gostando do perigo em?

— Talvez.— Ele diz enquanto deposita um beijo em meus lábios.

— AtĂ© depois.

Me despeço dele. Abro a porta do escritório e vejo se hå alguém no corredor e saio. Estou andando enquanto olho para todos os lados, quando trombo com Amber.

— Tá atrasada, Sienna.

— Vou cabular essa aula. Tî sem tempo pro julgamento de todos.

— Não pode ligar pro que falam— Ela tenta me tranquilizar..

— Eu nĂŁo ligo Amber.— Volto a andar.— O problema Ă© que vou acabar arrumando briga com alguĂ©m.

Estou dizendo exatamente isso, quando alguém b**e nos livros que estão na minha mão. Olho para alguém que não conheço e que sai andando como se nada tivesse acontecido.

— Sienna, se acalma.

— Me acalmar. Eles são adultos e agora querem praticar bullying comigo.

Amber olha pra mim como se quisesse se desculpar por algo que nĂŁo tem nada a ver com ela. Mas com minha volta, eu sabia que coisas desse tipo aconteceriam.

Pego os livros que caíram e volto a caminhar. Se acham que vão começar a me intimidar, estão totalmente errados. Guardo minhas coisas no armårio e saio para a biblioteca.

As pessoas ainda me olham com repulsa, como se isso fosse me afetar. Para alguém que foi abandonada pela própria família, isso não muda nada.

Amber me olha antes de voltar a sua aula e eu apenas preciso de espaço e não hå lugar melhor que a biblioteca. Vou para um canto abandonado da biblioteca e pego meu caderno de desenhos.

_________________________________

Vincent Becker

Termino minhas aulas e vou para meu escritório. Agora não consigo olhar para essa sala sem me lembrar do meu momento com Sienna mais cedo e isso é algo que quero que não saia da minha cabeça.

Estou sentado em minha cadeira, quando o diretor entra.

— Professor Becker.

— Diretor.

— Preciso que mantenha a ordem em relação ao nome da senhorita Snyder. Os alunos estão ficando revoltados e pedindo a expulsão dela, pois afirmam não querer estudar com uma assassina.

— Estão pedindo isso?

— Sim, infelizmente. Já deixei os outros professores avisados, porque isso pode se tornar algo muito maior.

— Pode deixar, diretor.

Ele acena antes de sair da minha sala. Eu sabia que o que houve traria coisas negativas em relação a ela, mas exigir uma expulsão é muito. Saio da sala em busca de Sienna enquanto os outros alunos estão almoçando.

Entro na biblioteca a procura dela, e se eu estiver certo, ela estĂĄ aqui. A procuro por todo lado e nada. Estou prestes a desistir, quando vejo uma pequena luz vindo de um lugar isolado da biblioteca.

— VocĂȘ estĂĄ aqui.

— Me procurando? — Ela olha para mim com um brilho diferente nos olhos, talvez seja tudo o que está acontecendo.

— Sim, infelizmente as coisas nĂŁo estĂŁo boas em relação a vocĂȘ.

— EstĂŁo querendo que eu saia da faculdade, nĂ©?

Confirmo com a cabeça. Seria errado mentir pra ela em relação a isso, até porque ela é o foco central do assunto.

— Talvez eles não estejam errados.— Ela se levanta e começa a guardar suas coisas.

— Sabe que isso nĂŁo Ă© da responsabilidade deles, decidir se vocĂȘ deve ou nĂŁo sair.

— Mas eles vão fazer isso acontecer. Podem durar dias, semanas, mas vai acontecer.— Ela sorri sem graça.

Seguro seu rosto e olhos dentro de seus olhos que me atraĂ­ram desde o primeiro dia.

— VocĂȘ nĂŁo pode se torturar. A faculdade nĂŁo vai permitir que nada aconteça.

— AlguĂ©m pode nos ver.

— Estão todos comendo.

Ela sorri e me beija. Eu retribuo, pois pode ser que ela precise disso. Por mais que não nos conheçamos a muito tempo, desde a primeira vez que a vi, senti algo em relação a ela.

— Quer se encontrar hoje?— Pergunto ansioso por sua resposta.

— Claro. Nós nos vemos depois.— Ela me beija e sai andando.




É de noite e estou finalmente liberado da faculdade. Entro em meu apartamento e arrumo tudo. Aproveito para tomar um banho.

Estou ainda de toalha enrolada na cintura, quando uma batida ressoa na porta.

— Sienna.— Abro a porta, mas para a minha surpresa nĂŁo Ă© quem eu esperava.

— Professor?— Amber diz tapando os olhos.

Olho para o lado e vejo Sienna chegando.

Continua


Leia este capĂ­tulo gratuitamente no aplicativo >

CapĂ­tulos relacionados

Último capítulo