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CapĂ­tulo 4- SequĂȘncia de erros e um passado descoberto.

Sienna Snyder

Acordo para mais um dia. Os acontecimentos da noite passada rondam minha cabeça. Preciso conversar com Vincent e me desculpar. Nunca fui de fazer esses tipos de coisas, mas com ele
 Ah, com ele eu deixei me levar.

Faço minha rotina da manhã e vou para a faculdade. Antes da primeira aula aproveito para ir até a sala de Vincent. Bato na porta e logo uma voz atrås dela me permite entrar.

— Sienna. — Ele se levanta surpreso.

— Precisamos conversar.

Ele concorda e tranca a porta para que ninguém apareça.

— Eu queria me desculpar pelo que houve ontem. Eu não pensei e fui imatura.

— TambĂ©m quero me desculpar. NĂŁo sei o que deu em mim para ter feito aquilo. Sinto muito.

— Estou me retirando da sua aula.

Ele me olha esperando por uma explicação.

— Se descobrirem o que houve, podem achar que fui bem na sua matĂ©ria por conta disso. NĂŁo posso deixar que pensem isso.

— NĂŁo sei se Ă© o correto, mas tudo bem.

Dou as costas a ele e saiu da sala sem nem olhar para trĂĄs. Ficar perto dele estar me deixando doida e isso pode causar grandes problemas a ele.


..

— Sienna.

— Que? - Olho para Amber que me chama já brava.

— Faz duas horas que estou te chamando e vocĂȘ nĂŁo diz nada. Aconteceu alguma coisa?

Depois das aulas Amber e eu viemos caminhar.

— Se eu te contar, não vai acreditar.

— Não me deixa na curiosidade. Fala logo.

— Eu fiz uma enorme cagada ontem.

— Que merda vocĂȘ fez?

Ela me olha esperando que eu solte a bomba.

— Beijei o Vincent.

Olho para ela que estĂĄ totalmente chocada. Ela piscou diversas vezes como se estivesse processando tudo isso que disse .

— Tá me dizendo que beijou o nosso professor de aula extra?

— Aham.

— Então foi por isso que saiu da aula dele, safada.- Ela ri.

— Fale baixo. — Tapo a boca de Amber, que morde minha mão.— Que isso?

— Me deixe surtar com essa notícia.

— Não se anima viu. Isso não pode acontecer.

— E porque nĂŁo ? AtĂ© parece que nĂŁo quer pegar ele desde o primeiro dia.

— Amber!

— O que? Acha que nĂŁo vi vocĂȘ despir ele sĂł com o olhar. Tu tĂĄ caidinha por ele.

— Mas isso não pode acontecer.

Por mais que minha vontade seja provar novamente aqueles lĂĄbios, isso Ă© impossĂ­vel. JĂĄ deu minha cota de besteiras para um sĂł ano.

— Nada impede vocĂȘs agora, atĂ© porque vocĂȘ nĂŁo Ă© mais uma aluna dele.

— Mesmo assim.— Resmungo.

— Duvido que vocĂȘs dois nĂŁo vĂŁo ficar novamente. Vai ver que eu estou certa.

Ela diz e corre em direção ao prédio. Faço o mesmo.


.

Dia depois.

É de tarde e vou aproveitar a biblioteca aberta para trabalhar em um projeto meu. Vou atĂ© a faculdade. A biblioteca nĂŁo tem ninguĂ©m, entĂŁo aproveito. Faço minhas coisas quietas e tudo começa a fluir.

Concluo tudo e vou para casa.

No prédio, acabo esbarrando com alguém.

— Desculpe.— Ele diz e logo vĂȘ quem sou.

— Eu que peço desculpas.— Começo a procurar minha chave, mas parece que tudo está fluindo para dar errado.

Minhas coisas caem no chĂŁo e Vincent me ajuda a pegar. Olho para ele que estĂĄ bem prĂłximo a mim. Ah, se ele soubesse o quanto quero beijar ele novamente.

— Obrigada.— Agarro minhas coisas da mão dele e finalmente entro em casa.


.

Estou jogada na cama, quando decido ir dar uma volta no parque. Coloco uma roupa e saio para caminhar.

É de noite, e o cĂ©u estĂĄ mais escuro que o normal. NĂŁo dĂĄ para ver uma estrela qualquer. O parque estĂĄ vazio, apenas eu e uma brisa gostosa.

Esses dias foram caóticos. Sinto que o que houve não incomoda apenas eu, como também Vincent. Não faço a mínima idéia se ele sente tanta repulsa por ter me beijado e estå com medo que descubram, mas sempre que trombamos na faculdade, tudo fica estranho. E sinceramente, eu sei que é melhor nunca mais fazer o que fiz.

Estou caminhando distraída, quando começa a chover.

— Só pode ser brincadeira.— Falo comigo mesma, enquanto corro em direção a uma estrutura de madeira no meio do parque.

Estou perto de me esconder na chuva, que acabou me desequilibro. Espero minha queda no chão, mas não acontece. Alguém estå me segurando.

— Vincent?— Vejo quem eu não gostaria de ver.

Ele ajuda a me equilibrar e logo nĂłs dois estamos cara a cara. Ficamos nos olhando, pedindo para que essa chuva passe, mas parece que vai demorar para acontecer.

— Sienna, eu


— Não precisa se explicar. Nós dois erramos e sei o quanto está arrependido.- Me viro e olho para a chuva.

— NĂŁo Ă© isso. Eu nĂŁo consigo tirar o nosso beijo da cabeça.

Me viro para ele totalmente perplexa. Na minha cabeça, eu acreditava que ele não gostou nada e se arrependeu muito do que tivemos. Até porque é a carreira dele em risco.

— Não minta pra mim.

— NĂŁo estou. VocĂȘ tem algo que mexe comigo e desde o que houve, nĂŁo consigo esquecĂȘ- la.

— Eu sai da sua aula, para que caso descubram, não seja tão prejudicado. Não jogue sua carreira fora.

Ele se aproxima de mim e sinto seu hĂĄlito contra minha pele.

— Eu sei o quanto tudo isso Ă© errado, mas nĂŁo quer dizer que nĂŁo quero cometer esse erro de novo.

— Ah, Eu vou me arrepender por isso.— Digo com os pensamentos fluindo.

— Pelo que? - Seus olhos caem sobre meus lábios.

Peguei em sua camisa e o puxei até mim, e antes mesmo que reagisse, pressionei meus låbios contra os dele, que estavam convidativos.

Nossas bocas logo se tornaram apenas uma, enquanto nossas línguas se entrelaçam.

Senti a mĂŁo dele subindo por minha nuca, enquanto a outra estĂĄ apertando minha cintura. Me peguei acariciando seu rosto, enquanto nossas bocas continuam juntas. O beijo Ă© intenso e lento. As borboletas no meu estĂŽmago, agora estĂŁo voando.

— Isso Ă© muito errado 
— Ele diz contra meus lĂĄbios.

NĂŁo me preocupo em responder e apenas continuo a beijĂĄ lo. Depois de alguns minutos nos separamos.

— Isso foi


— Muito bom, mas não devemos continuar com isso.— O que ele me diz me causa uma certa raiva e dor.

— É, vocĂȘ estĂĄ certo.

Arrumo meus cabelos molhados e despenteados.

— Olha, eu não queria causar isso
 eu

— Não, tudo bem.— Concordo. — Tenho noção que nada pode acontecer entre nós dois.

Olho para o céu e para minha surpresa, a chuva parou de cair. Saio sem olhar para trås e vou para casa.


..

É tarde da noite e vejo uma mensagem de meus pais dizendo que um carro vira me buscar para me levar atĂ© o aeroporto. Eles querem que eu vĂĄ Ă  inauguração de nosso primeiro hotel.

Organizo minhas malas e logo estou em um voo a caminho de Miami. Olhar para o céu através dessa janela e só consigo me lembrar do que aconteceu entre mim e o Vincent.

Depois de algumas horas o aviĂŁo aterriza. Saio e logo me encontro no meio do aeroporto. Para minha "alegria", minha famĂ­lia nĂŁo estĂĄ aqui.

Saio do aeroporto e pego um tĂĄxi para o hotel que vai ser inaugurado hoje. Minutos depois estĂŁo em frente ao grande Hotel.

Entro no hall e para minha surpresa, meus pais e meu irmĂŁo estĂŁo lĂĄ.

— Sienna.— Meus pais se referem sempre a mim pelo meu nome, nunca como filha.

— Pai, mãe, irmão.

— Achei que não viria mais.— Meu pai dá as costas e começa a andar. Faço o mesmo.

— Meu voo atrasou.

— A mesma desculpa de sempre.

— Pai


Minha mĂŁe olha para mim pedindo que nĂŁo estenda a conversa.

— AmĂ©lia, leve Sienna para o quarto dela. Daqui a algumas horas o hotel serĂĄ aberto aos clientes. Preciso trabalhar.

— Claro. Vamos, Sienna.

Mamãe me leva até meu quarto e sai sem nem falar uma palavra. Entro e coloco as malas na sala, me jogo no sofå e fico olhando para o teto.

Olho pro relógio que mostram que daqui algumas horas serå a inauguração.

Por mais que eu esteja feliz pela minha família, ainda dói ter toda essa rejeição deles. Em anos, eles nunca conseguiram me olhar da mesmas forma, desde o acidente, e por mais que eu quisesse a presença deles, é algo impossível. Meu pai jå se vangloria o suficiente por me tirar de algumas confusÔes.

Me levanto e aproveito para tomar um banho. Passo uma hora na banheira e logo ouço uma batida na porta. Coloco um roupão e atendo a porta, é uma das camareiras me trazendo algumas opçÔes de vestidos. Agradeço e fecho a porta.

Escolho um vestido cor esmeralda e começo a me arrumar. Um certo tempo depois estou totalmente pronta. Desço até o Hall, onde hå diversas pessoas importantes.

— A tempo, Sienna. — Meu irmão diz, enquanto se arruma.

— Quando vai voltar para Los Angeles?

— Provavelmente no mĂȘs que vem, irmĂŁzinha.

Sorrio. Por mais perturbada seja minha relação com meus pais, meu irmĂŁo Ă© o Ășnico que Ă s vezes demonstra afeto por mim.

O discurso do meu pai começa e rapidamente a faixa é cortada, dando passagens a diversas pessoas que começam a explorar o hotel.

— Vou tomar um ar.

Meu irmĂŁo concorda e assim saio um pouco desse ambiente. Nunca gostei de ter que participar desses eventos. Estou indo pela frente do hotel, quando uma enorme quantidade de repĂłrteres vem para cima de mim.

— É verdade que matou seu irmão em uma acidente de carro?

Sinto meu mundo cair. Como Ă© possĂ­vel que essas pessoas saibam sobre isso? Meu pais fizeram questĂŁo de encobrir o caso.

Um outro repĂłrter entĂŁo diz:

— Ao que parece, vocĂȘ estava drogada e bĂȘbada no momento do acidente. É verdade?

Minha visão começa a escurecer. Meu corpo estå ficando gelado e não hå alguém para me socorrer. Não hå ninguém além de mim mesma.

Olho para o rosto dos repórteres com lågrimas nos olhos, tento empurrar eles. Foi em vão. Começo a sentir minhas mãos tremendo e uma falta de ar. Não vou conseguir sair daqui.

Sinto minha visão finalmente apagando, mas antes que isso ocorra, sinto alguém me segurar. Isso é o que me lembro


Continua


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