Sienna Snyder
Acordo para mais um dia. Os acontecimentos da noite passada rondam minha cabeça. Preciso conversar com Vincent e me desculpar. Nunca fui de fazer esses tipos de coisas, mas com ele… Ah, com ele eu deixei me levar. Faço minha rotina da manhã e vou para a faculdade. Antes da primeira aula aproveito para ir até a sala de Vincent. Bato na porta e logo uma voz atrás dela me permite entrar. — Sienna. — Ele se levanta surpreso. — Precisamos conversar. Ele concorda e tranca a porta para que ninguém apareça. — Eu queria me desculpar pelo que houve ontem. Eu não pensei e fui imatura. — Também quero me desculpar. Não sei o que deu em mim para ter feito aquilo. Sinto muito. — Estou me retirando da sua aula. Ele me olha esperando por uma explicação. — Se descobrirem o que houve, podem achar que fui bem na sua matéria por conta disso. Não posso deixar que pensem isso. — Não sei se é o correto, mas tudo bem. Dou as costas a ele e saiu da sala sem nem olhar para trás. Ficar perto dele estar me deixando doida e isso pode causar grandes problemas a ele. ….. — Sienna. — Que? - Olho para Amber que me chama já brava. — Faz duas horas que estou te chamando e você não diz nada. Aconteceu alguma coisa? Depois das aulas Amber e eu viemos caminhar. — Se eu te contar, não vai acreditar. — Não me deixa na curiosidade. Fala logo. — Eu fiz uma enorme cagada ontem. — Que merda você fez? Ela me olha esperando que eu solte a bomba. — Beijei o Vincent. Olho para ela que está totalmente chocada. Ela piscou diversas vezes como se estivesse processando tudo isso que disse . — Tá me dizendo que beijou o nosso professor de aula extra? — Aham. — Então foi por isso que saiu da aula dele, safada.- Ela ri. — Fale baixo. — Tapo a boca de Amber, que morde minha mão.— Que isso? — Me deixe surtar com essa notícia. — Não se anima viu. Isso não pode acontecer. — E porque não ? Até parece que não quer pegar ele desde o primeiro dia. — Amber! — O que? Acha que não vi você despir ele só com o olhar. Tu tá caidinha por ele. — Mas isso não pode acontecer. Por mais que minha vontade seja provar novamente aqueles lábios, isso é impossível. Já deu minha cota de besteiras para um só ano. — Nada impede vocês agora, até porque você não é mais uma aluna dele. — Mesmo assim.— Resmungo. — Duvido que vocês dois não vão ficar novamente. Vai ver que eu estou certa. Ela diz e corre em direção ao prédio. Faço o mesmo. …. Dia depois. É de tarde e vou aproveitar a biblioteca aberta para trabalhar em um projeto meu. Vou até a faculdade. A biblioteca não tem ninguém, então aproveito. Faço minhas coisas quietas e tudo começa a fluir. Concluo tudo e vou para casa. No prédio, acabo esbarrando com alguém. — Desculpe.— Ele diz e logo vê quem sou. — Eu que peço desculpas.— Começo a procurar minha chave, mas parece que tudo está fluindo para dar errado. Minhas coisas caem no chão e Vincent me ajuda a pegar. Olho para ele que está bem próximo a mim. Ah, se ele soubesse o quanto quero beijar ele novamente. — Obrigada.— Agarro minhas coisas da mão dele e finalmente entro em casa. …. Estou jogada na cama, quando decido ir dar uma volta no parque. Coloco uma roupa e saio para caminhar. É de noite, e o céu está mais escuro que o normal. Não dá para ver uma estrela qualquer. O parque está vazio, apenas eu e uma brisa gostosa. Esses dias foram caóticos. Sinto que o que houve não incomoda apenas eu, como também Vincent. Não faço a mínima idéia se ele sente tanta repulsa por ter me beijado e está com medo que descubram, mas sempre que trombamos na faculdade, tudo fica estranho. E sinceramente, eu sei que é melhor nunca mais fazer o que fiz. Estou caminhando distraída, quando começa a chover. — Só pode ser brincadeira.— Falo comigo mesma, enquanto corro em direção a uma estrutura de madeira no meio do parque. Estou perto de me esconder na chuva, que acabou me desequilibro. Espero minha queda no chão, mas não acontece. Alguém está me segurando. — Vincent?— Vejo quem eu não gostaria de ver. Ele ajuda a me equilibrar e logo nós dois estamos cara a cara. Ficamos nos olhando, pedindo para que essa chuva passe, mas parece que vai demorar para acontecer. — Sienna, eu… — Não precisa se explicar. Nós dois erramos e sei o quanto está arrependido.- Me viro e olho para a chuva. — Não é isso. Eu não consigo tirar o nosso beijo da cabeça. Me viro para ele totalmente perplexa. Na minha cabeça, eu acreditava que ele não gostou nada e se arrependeu muito do que tivemos. Até porque é a carreira dele em risco. — Não minta pra mim. — Não estou. Você tem algo que mexe comigo e desde o que houve, não consigo esquecê- la. — Eu sai da sua aula, para que caso descubram, não seja tão prejudicado. Não jogue sua carreira fora. Ele se aproxima de mim e sinto seu hálito contra minha pele. — Eu sei o quanto tudo isso é errado, mas não quer dizer que não quero cometer esse erro de novo. — Ah, Eu vou me arrepender por isso.— Digo com os pensamentos fluindo. — Pelo que? - Seus olhos caem sobre meus lábios. Peguei em sua camisa e o puxei até mim, e antes mesmo que reagisse, pressionei meus lábios contra os dele, que estavam convidativos. Nossas bocas logo se tornaram apenas uma, enquanto nossas línguas se entrelaçam. Senti a mão dele subindo por minha nuca, enquanto a outra está apertando minha cintura. Me peguei acariciando seu rosto, enquanto nossas bocas continuam juntas. O beijo é intenso e lento. As borboletas no meu estômago, agora estão voando. — Isso é muito errado …— Ele diz contra meus lábios. Não me preocupo em responder e apenas continuo a beijá lo. Depois de alguns minutos nos separamos. — Isso foi… — Muito bom, mas não devemos continuar com isso.— O que ele me diz me causa uma certa raiva e dor. — É, você está certo. Arrumo meus cabelos molhados e despenteados. — Olha, eu não queria causar isso… eu — Não, tudo bem.— Concordo. — Tenho noção que nada pode acontecer entre nós dois. Olho para o céu e para minha surpresa, a chuva parou de cair. Saio sem olhar para trás e vou para casa. ….. É tarde da noite e vejo uma mensagem de meus pais dizendo que um carro vira me buscar para me levar até o aeroporto. Eles querem que eu vá à inauguração de nosso primeiro hotel. Organizo minhas malas e logo estou em um voo a caminho de Miami. Olhar para o céu através dessa janela e só consigo me lembrar do que aconteceu entre mim e o Vincent. Depois de algumas horas o avião aterriza. Saio e logo me encontro no meio do aeroporto. Para minha "alegria", minha família não está aqui. Saio do aeroporto e pego um táxi para o hotel que vai ser inaugurado hoje. Minutos depois estão em frente ao grande Hotel. Entro no hall e para minha surpresa, meus pais e meu irmão estão lá. — Sienna.— Meus pais se referem sempre a mim pelo meu nome, nunca como filha. — Pai, mãe, irmão. — Achei que não viria mais.— Meu pai dá as costas e começa a andar. Faço o mesmo. — Meu voo atrasou. — A mesma desculpa de sempre. — Pai… Minha mãe olha para mim pedindo que não estenda a conversa. — Amélia, leve Sienna para o quarto dela. Daqui a algumas horas o hotel será aberto aos clientes. Preciso trabalhar. — Claro. Vamos, Sienna. Mamãe me leva até meu quarto e sai sem nem falar uma palavra. Entro e coloco as malas na sala, me jogo no sofá e fico olhando para o teto. Olho pro relógio que mostram que daqui algumas horas será a inauguração. Por mais que eu esteja feliz pela minha família, ainda dói ter toda essa rejeição deles. Em anos, eles nunca conseguiram me olhar da mesmas forma, desde o acidente, e por mais que eu quisesse a presença deles, é algo impossível. Meu pai já se vangloria o suficiente por me tirar de algumas confusões. Me levanto e aproveito para tomar um banho. Passo uma hora na banheira e logo ouço uma batida na porta. Coloco um roupão e atendo a porta, é uma das camareiras me trazendo algumas opções de vestidos. Agradeço e fecho a porta. Escolho um vestido cor esmeralda e começo a me arrumar. Um certo tempo depois estou totalmente pronta. Desço até o Hall, onde há diversas pessoas importantes. — A tempo, Sienna. — Meu irmão diz, enquanto se arruma. — Quando vai voltar para Los Angeles? — Provavelmente no mês que vem, irmãzinha. Sorrio. Por mais perturbada seja minha relação com meus pais, meu irmão é o único que às vezes demonstra afeto por mim. O discurso do meu pai começa e rapidamente a faixa é cortada, dando passagens a diversas pessoas que começam a explorar o hotel. — Vou tomar um ar. Meu irmão concorda e assim saio um pouco desse ambiente. Nunca gostei de ter que participar desses eventos. Estou indo pela frente do hotel, quando uma enorme quantidade de repórteres vem para cima de mim. — É verdade que matou seu irmão em uma acidente de carro? Sinto meu mundo cair. Como é possível que essas pessoas saibam sobre isso? Meu pais fizeram questão de encobrir o caso. Um outro repórter então diz: — Ao que parece, você estava drogada e bêbada no momento do acidente. É verdade? Minha visão começa a escurecer. Meu corpo está ficando gelado e não há alguém para me socorrer. Não há ninguém além de mim mesma. Olho para o rosto dos repórteres com lágrimas nos olhos, tento empurrar eles. Foi em vão. Começo a sentir minhas mãos tremendo e uma falta de ar. Não vou conseguir sair daqui. Sinto minha visão finalmente apagando, mas antes que isso ocorra, sinto alguém me segurar. Isso é o que me lembro… Continua…Vincent Becker Me levanto para mais um dia de trabalho. Dias depois de cometer mais uma vez o mesmo erro, não consigo tirar da cabeça. Parece que os acontecimentos não saem da minha cabeça, e provavelmente eu quero que não saiam.Me lembro do seu cheiro inebriante, sua pele macia e seus lábios…. Que lábios. Seus beijos só confirmaram a mim mesmo que estou totalmente atraído por essa garota. Ela tem algo que me atrai diretamente para ela, mesmo que não queira.Tiro esses pensamentos e foco em meu trabalho.… É de tarde e estou me organizando para ir embora, quando ouço uns burburinhos no corredor.— Souberam da Sienna Snyder?— Não.— Ao que parece, saiu uma matéria sobre o acidente do irmão. Está rolando a notícia de que ela é a responsável pela morte do irmão.Será que esse é o motivo de Sienna não estar frequentando a faculdade? Por mais que meu cérebro me diga pra ficar longe dessa garota, ainda há algo que me atrai a ela.Saio da sala e vou para casa.….Estou em casa corrigindo
Sienna Snyder Faz alguns dias que não vejo Vincent. Depois do nosso terceiro erro consecutivo, não nos trombamos mais, o que é um alívio, porque por mais que estejamos atraídos um pelo outro, não quero levar a carreira dele pra baixo por minha causa. Entro no carro rumo a faculdade e em poucos minutos chego. Amber vem ao meu lado. Ao que parece, todos estão comentando. Entro na faculdade e as fofocas começam. Alguns me olham com raiva, outros com medo e alguns debocham. Sempre soube que se descobrissem sobre o assunto, isso seria assim. — Tem certeza que tá bem?— Amber diz agarrada ao meu braço. — Eu tô, amiga. Não se preocupe. Por maior seja a raiva de alguns por mim, eu não vou baixar minha cabeça para eles. Ela acena e some do meu campo de visão. Estou em um corredor totalmente vazio, e agradeço por isso, quando um braço me puxa para uma sala. — Vincent? — Olho pra ele e vejo que estamos no seu escritório. Não tenho tempo de reagir quando ele avança e me beija profundamente
Sienna Snyder Depois da faculdade, fiz questão de ir entregar alguns currículos. Por mais que minha criação tenha sido diferente, sempre soube que em algum momento da minha vida, teria de me virar sozinha.Demoro a chegar em casa, pois meu pai fez questão de mandar seu segurança buscar o carro, então terei de me virar usando o metrô.Entro no prédio. Vou passar em meu apartamento tomar um banho e depois vou ver Vincent. Queria dizer que não estou ansiosa para vê-lo, mas eu estaria mentindo. Estou no corredor do prédio do usando vejo Amber com as mãos nos olhos, enquanto a porta do apartamento de Vincent está aberta. — Amber, o que você tá fazendo aí? Amber se vira para mim já sacando o que está acontecendo. Vincent está apenas com uma toalha no corpo. Agarro ela e a levo pra minha casa. — Não me diz que vocês dois … — Estamos ficando. Ela cobre a boca chocada e logo começa a gritar. — EU DISSE. DISSE QUE VOCÊS IAM TER ALGO. — Fala baixo, Amber. — Por que não me contou?— E
Vincent Becker Depois que Sienna saiu, aproveitei para tomar um banho rápido e logo fui para a faculdade. Saber que irei vê-la todos os dias me anima, e por mais que não possamos deixar que as pessoas descubram sobre isso, é o que torna tudo mais gostoso.Chego na faculdade e logo no caminho para minha sala, vejo Sienna afastada dos outros alunos que a encaram. Vou me aproximando, quando percebo o quão estúpido isso pode ser, e também pois Amber foi até ela.Sigo meu caminho e logo o dia finalmente começa.….É de tarde e todos os alunos estão se dirigindo ao campo de futebol. O corpo estudantil também irá prestigiar os alunos. Saio da minha sala em direção ao campo, quando sou puxado para uma sala escura.— Surpresa.— Sienna pula em meu colo e eu a seguro.— Achei que estivesse no campo com os outros alunos.— Não, falei pros outros que iria embora, então podemos aproveitar esse tempo juntos. O que acha?— É uma ótima ideia. — Sorrio. Sienne me beija e a única coisa que posso fazer
Capítulo 9- Sienna Snyder Acordo sentindo o peso de um enorme braço sobre mim. É estranho essa sensação de acordar ao lado de Vincent, mas também é muito boa. Tento levantar o braço dele, que é em vão, quando ele me puxa para ele.— Pensando em escapar?— Ele diz com o rosto em meu pescoço. Sua barba passa pela minha pele causando um enorme efeito sobre mim.— Isso sequer passou pela minha cabeça. — Me viro em direção a ele, que mantém seus olhos em meu rosto. — Só não queria te acordar já que a faculdade está em recesso.— Bom, ao menos fiquei comigo na cama.— Ele sorri de lado.— Apenas um pouco.— Por que um pouco? Tem algum outro compromisso?— Só um café com Amber, por que a pergunta?— O que acha de aproveitarmos a oportunidade para um passeio?— Ele diz como se estivesse escondendo algo.— Sabe o quão perigoso é se formos pegos— digo receosa.— Não vamos, eu prometo.— Certo.Ele agarra o meu rosto e me beija com vontade. Logo meu corpo está sobre o dele, enquanto sinto suas mão
Sienna Snyder. Estou abrindo os olhos e observo a face que está comigo. Vincent está dormindo calmamente ao meu lado neste sofá. Ele é tão fofo dormindo. Ergo minha cabeça e vejo pela janela que está quase se pondo o sol. Me viro na tentativa de acordar Vincent. — Vin, acorda. — Aconteceu algo? — Ele diz repleto de sono de um jeito fofo. — Dormimos demais e eu queria ver o pôr do sol. Ele se vira para as enormes janelas que mostram a bela paisagem do mar. — Vamos, então. Me levanto me arrumando e Vincent faz o mesmo. Saímos rapidamente em direção à praia, pois não podíamos perder a oportunidade de ver algo tão lindo. Vincent se senta na areia e me puxa para o seu colo. — Desculpa te acordar, mas isso é muito lindo.— Admiro a paisagem à minha frente com alguém na qual estou criando uma conexão incrível. — Não se preocupe, estou gostando disso. Passamos um belo tempo admirando o pôr do sol. Voltamos para dentro da casa, mas me lembrei que teria de procurar um empr
Vincent Becker Depois da loucura de ontem, Sienna e eu concordamos em sermos mais transparentes dentro e fora da faculdade. Pois se tem alguma coisa que eu desejo, é que as pessoas descubram por nós, não por fofocas. Estou andando pelos corredores e a única coisa que se ouve é sobre a garota misteriosa. A nossa sorte é que não dá nem ao menos para ver a cor do cabelo de Sienna na imagem, ou provavelmente já teríamos sido descobertos. Entro na minha primeira aula e os alunos já começam a cochichar. Naomi, uma de minhas alunas, ergue a mão. — Professor, então quer dizer que o senhor está namorando? Me viro em direção aos alunos. — Pelo que eu sei, está é uma aula sobre matemática avançada, não sobre meu relacionamento fora deste lugar. Os alunos se calam diante da minha resposta e assim começo a minha aula. O tempo passa rapidamente e dá o horário da minha aula. - Bom, é isso, pessoal. Até a próxima aula. Saio da sala antes que eles queiram saber mais sobre terem me v
Vincent Becker. Já se passaram duas semanas desde o incidente com a Sienna e até o momento, ela não voltou. Amber passa dias indo ao apartamento dela na esperança de encontrar a amiga, mas é em vão. Pelo que eu sei Sienna entrou em contato com ela deixando claro que irá ficar fora por um tempo, mas pelo que eu vejo, isso só afeta a melhor amiga dela. E por mais que eu não goste de demonstrar, eu sinto a falta dela, e mesmo que eu saiba que ela está bem, isto não muda vontade de ir vê-la seja lá onde ela deve estar. — Já teve alguma atualização de Sienna?— Paro Amber no corredor do prédio. Ela me olha com os olhos cansados. — O de sempre. Ela não sabe quando volta e se volta. Eu só espero que ela esteja bem. Amber começa a sumir de vista, mas antes disso ela se vira e diz: — Mas não precisa se preocupar, quando for a hora ela vai voltar para nós. E assim eu fico de mãos atadas sem saber se vou voltar a vê-la. Se vou voltar a tê-la em meus braços. ______ …. Quant