Isabel Ferreira Quando fui chamada na direção eu sabia que havia acontecido alguma coisa, mas não estava esperando que minha sobrinha tivesse dado um soco em um menino, conversei com ela severamente, mas na verdade eu estava orgulhosa dela, já que esse tal de Paulo vem importunando Pietro desde o ano passado, conversei com o diretor, mas parece que o menino não entendeu, a noite chegou e depois que as crianças se alimentaram os coloquei na cama. Thiago ficou preso no escritório até tarde e quando chegou conversamos sobre os nossos dias. — Como assim Aninha socou a cara de um menino? – Ele perguntou rindo. — É o mesmo menino que perturbava Pietro e seus amigos no ano passado. — Gostei do que a Aninha fez, essa menina ganhou mais pontos comigo. — Só não diga isso pra ela. – Pedi a ele que riu. A noite avançou, e enquanto Thiago e eu conversávamos na sala, percebi que seu estômago roncou alto, indicando uma fome voraz. — Está com fome? — Estou faminto — Vem comigo, vou
Thiago Cavalcante O dia estava agitado no escritório, com inúmeras tarefas demandando minha atenção, mas meu pensamento continuava voltado para a conversa da noite anterior com Isabel. A sugestão de pensar na data do casamento pairava em minha mente como um quebra-cabeça sem solução. Por que Isabel parecia hesitante? Enquanto eu estava mergulhado em meus próprios pensamentos, Leonardo, entrou na sala com sua característica falta de cerimônia. — Thiago, por que essa cara de quem chupou um limão azedo? Algum problema? Suspirei, aliviado pela oportunidade de desabafar com alguém de confiança. — É a Isabel. Ela está relutante em marcar a data do casamento. Leonardo franziu a testa, claramente surpreso. — Por quê? O que aconteceu? Expliquei a situação, mencionando a hesitação de Isabel e meu próprio desconforto com a indefinição. — É normal, cara. A Isabel já se casou impulsivamente uma vez, lembra? E não foi exatamente um conto de fadas. João Lucas a traiu e a humilhou no final.
Isabel FerreiraEstamos aqui na feira de ciências e me sinto como se estivesse em uma feira de ciências da faculdade. Os pais das crianças investiram pesado, porém, tem algumas apresentações sem sentido. Por exemplo, há um grupo apresentando uma chapinha de cabelo que faz exatamente o que as chapinhas já fazem, sendo que o tema é sustentabilidade.— Bebel, isso é uma feira de escola para crianças com 10/11 anos? — Luana olhava para tudo, curiosa.— Eu também estou assustada. Lembra quando a gente só tinha que escrever em papel almaço e cartolina? — Ela confirmou.— Pois é, cadê o projeto das crianças?Levei minha irmã até o projeto delas, e ela ficou de queixo caído.— Fecha a boca, bebê.— Menina, que lindeza. – Minha irmã estava encantada por tudo que via. — Espera a apresentação que você vai ver a maravilha.Andamos pela feira enquanto esperava Thiago e Luiz chegarem. Thiago chegou primeiro, e um tempo depois, meu cunhado chegou correndo, perguntando se havia perdido alguma coisa
Subimos as escadas de mãos dadas e ao chegarmos no quarto, nos aconchegamos na cama. A noite estava tranquila, e as luzes suaves do quarto criavam uma atmosfera acolhedora.— Foi uma noite agradável, não acha? – comentei, olhando para Thiago.Ele sorriu, acariciando meu rosto.— Sim, foi. Adorei ver o quanto Pietro se divertiu. — Parece que o clima natalino contagiou até você. – Ele riu. — Confessa que foi pego por essa magia?— Você traz essa magia para nossa vida.A conversa fluiu suavemente, contei a ele algumas memórias de Natais passados e ele ouvia atentamente. Thiago, muitas vezes visto como cético, parecia relaxado e envolvido nas minhas histórias malucas.— Você gostou do filme, não é? Pode me dizer, prometo que manterei seu segredo comigo. — Eu gostei do filme. Foi uma boa escolha, Bel – admitiu, surpreendendo-me, pois achei que ele diria a mesma coisa que disse lá embaixo.Sorri triunfante.— Sabia que você iria gostar. Filmes natalinos têm um jeito especial de tocar nos
Isabel Ferreira— O que você quer falar conosco? – Cami perguntou assim que cheguei.— Oi pra você também, eu vou bem. Obrigada! – Respondi com um sorriso enquanto me sentava. Pedi uma bebida ao garçom, e depois que ele se afastou, expliquei para minhas irmãs e minha cunhada sobre o convite de Thiago. Juliana foi a primeira a se animar, enquanto minhas irmãs, a princípio, resistiram.— Meninas, a minha sogrinha, que ela descanse em paz, tinha um grande sonho de viajar para Nova York no Natal. Vamos lá realizar o sonho dela.— Hum! Não sei, acho que seria muito abuso da nossa parte. – Cami estava irredutível.— Cami, Thiago pediu para convidar vocês e disse que a família dele já está preparando tudo para nos receber.Após um tempo, elas acabaram aceitando, e a empolgação começou a tomar conta. As conversas animadas sobre o que fazer, para onde ir, e a expectativa de passar o Natal em Nova York nos deixavam cada vez mais empolgadas.Decidimos que faríamos um planejamento detalhado da vi
A expectativa estava no ar enquanto nos preparávamos para embarcar rumo a Nova York. A ideia de passar o Natal na cidade que nunca dorme enchia nossos corações de animação. Thiago, Pietro, Luiz, Cami, Juliana, Luana, Aninha e eu, todos ansiosos para essa aventura especial.Ao chegarmos ao aeroporto, Luiz, como sempre, soltou um comentário que causou uma reação mista entre risadas e olhares chocados.— Sabe, eu sempre tive medo de viajar de avião. O que vocês acham daquele filme "Queda Livre"? – Ele disse, rindo consigo mesmo.Camila imediatamente o interrompeu.— Cala a boca, Luiz! Não seja supersticioso agora, estamos prestes a embarcar! Se não tem o que falar guarda a língua no cu. Todos rimos da inocente insensibilidade de Luiz, mas concordamos com Cami. Às vezes, ele podia ser um pouco distraído com suas piadas.A viagem, no entanto, transcorreu sem grandes incidentes. Após algumas horas e estipulando que o voo durou cerca de dez horas, o que fez com que o pessoal ficasse surpre
Isabel Ferreira(Natal na casa dos Ferreiras)Em minha casa as festas natalinas eram super esperadas, tínhamos um calendário onde sempre marcavamos e decoravamos os dias até que chegasse a data mais esperada do ano, minha mãe dona Maria era uma pessoa apaixonada pelo natal e seu Antônio meu pai embarcava nas loucuras de mamãe, eu sempre gostei da relação entre meus pais e almejava ter uma relação idêntica à deles. O aroma de chocolate quente com canela invadiu nosso quarto e chamei as meninas, nessa época Cami estava com 19 anos, eu tinha 12 anos e Lua 11.Nesta época a nossa casa era modesta e bagunçada, pois meu pai estava aumentando a casa, criando mais dois quartos para que todas nós tivéssemos cada uma nosso próprio espaço. — Antonio eu falei que a gente não ia ter dinheiro para ampliar a casa até o natal, agora olha essa bagunça? – Minha mãe reclamava com meu pai que apenas concordava com a cabeça. — Antonio, estou falando com você homem. — E o que você quer que eu diga, mul
Isabel Ferreira As memórias rondavam a minha mente enquanto eu esperava Thiago acordar, meus pais fazem muita falta na minha vida. Sempre acreditamos que os pais nunca irão partir e quando isso acontece fica difícil de aceitar, porém ao mesmo tempo sabemos que é o ciclo da vida. Acabei de me lembrar de “Rei Leão”, minha mente é mais louca do que eu pensava. — Em que está pensando, Bel? – A voz rouca de Thiago trouxe-me de volta de meu devaneio. — Estava pensando sobre o Natal em família, sobre como as tradições e memórias são preciosas. – Sorri para ele, sentindo a nostalgia das lembranças me invadirem. Thiago, ainda deitado, passou os dedos pelos meus cabelos e me puxou delicadamente para um abraço. — Sua família tem muitas tradições? – Thiago perguntou e confirmei. — Você não faz ideia, como eu já te disse minha mãe adorava o natal, foi um baque muito grande ela ter partido próximo a sua data favorita. – Minha mãe faleceu um mês antes do natal, naquele ano eu passei o natal s