Isabel FerreiraEstamos aqui na feira de ciências e me sinto como se estivesse em uma feira de ciências da faculdade. Os pais das crianças investiram pesado, porém, tem algumas apresentações sem sentido. Por exemplo, há um grupo apresentando uma chapinha de cabelo que faz exatamente o que as chapinhas já fazem, sendo que o tema é sustentabilidade.— Bebel, isso é uma feira de escola para crianças com 10/11 anos? — Luana olhava para tudo, curiosa.— Eu também estou assustada. Lembra quando a gente só tinha que escrever em papel almaço e cartolina? — Ela confirmou.— Pois é, cadê o projeto das crianças?Levei minha irmã até o projeto delas, e ela ficou de queixo caído.— Fecha a boca, bebê.— Menina, que lindeza. – Minha irmã estava encantada por tudo que via. — Espera a apresentação que você vai ver a maravilha.Andamos pela feira enquanto esperava Thiago e Luiz chegarem. Thiago chegou primeiro, e um tempo depois, meu cunhado chegou correndo, perguntando se havia perdido alguma coisa
Subimos as escadas de mãos dadas e ao chegarmos no quarto, nos aconchegamos na cama. A noite estava tranquila, e as luzes suaves do quarto criavam uma atmosfera acolhedora.— Foi uma noite agradável, não acha? – comentei, olhando para Thiago.Ele sorriu, acariciando meu rosto.— Sim, foi. Adorei ver o quanto Pietro se divertiu. — Parece que o clima natalino contagiou até você. – Ele riu. — Confessa que foi pego por essa magia?— Você traz essa magia para nossa vida.A conversa fluiu suavemente, contei a ele algumas memórias de Natais passados e ele ouvia atentamente. Thiago, muitas vezes visto como cético, parecia relaxado e envolvido nas minhas histórias malucas.— Você gostou do filme, não é? Pode me dizer, prometo que manterei seu segredo comigo. — Eu gostei do filme. Foi uma boa escolha, Bel – admitiu, surpreendendo-me, pois achei que ele diria a mesma coisa que disse lá embaixo.Sorri triunfante.— Sabia que você iria gostar. Filmes natalinos têm um jeito especial de tocar nos
Isabel Ferreira— O que você quer falar conosco? – Cami perguntou assim que cheguei.— Oi pra você também, eu vou bem. Obrigada! – Respondi com um sorriso enquanto me sentava. Pedi uma bebida ao garçom, e depois que ele se afastou, expliquei para minhas irmãs e minha cunhada sobre o convite de Thiago. Juliana foi a primeira a se animar, enquanto minhas irmãs, a princípio, resistiram.— Meninas, a minha sogrinha, que ela descanse em paz, tinha um grande sonho de viajar para Nova York no Natal. Vamos lá realizar o sonho dela.— Hum! Não sei, acho que seria muito abuso da nossa parte. – Cami estava irredutível.— Cami, Thiago pediu para convidar vocês e disse que a família dele já está preparando tudo para nos receber.Após um tempo, elas acabaram aceitando, e a empolgação começou a tomar conta. As conversas animadas sobre o que fazer, para onde ir, e a expectativa de passar o Natal em Nova York nos deixavam cada vez mais empolgadas.Decidimos que faríamos um planejamento detalhado da vi
A expectativa estava no ar enquanto nos preparávamos para embarcar rumo a Nova York. A ideia de passar o Natal na cidade que nunca dorme enchia nossos corações de animação. Thiago, Pietro, Luiz, Cami, Juliana, Luana, Aninha e eu, todos ansiosos para essa aventura especial.Ao chegarmos ao aeroporto, Luiz, como sempre, soltou um comentário que causou uma reação mista entre risadas e olhares chocados.— Sabe, eu sempre tive medo de viajar de avião. O que vocês acham daquele filme "Queda Livre"? – Ele disse, rindo consigo mesmo.Camila imediatamente o interrompeu.— Cala a boca, Luiz! Não seja supersticioso agora, estamos prestes a embarcar! Se não tem o que falar guarda a língua no cu. Todos rimos da inocente insensibilidade de Luiz, mas concordamos com Cami. Às vezes, ele podia ser um pouco distraído com suas piadas.A viagem, no entanto, transcorreu sem grandes incidentes. Após algumas horas e estipulando que o voo durou cerca de dez horas, o que fez com que o pessoal ficasse surpre
Isabel Ferreira(Natal na casa dos Ferreiras)Em minha casa as festas natalinas eram super esperadas, tínhamos um calendário onde sempre marcavamos e decoravamos os dias até que chegasse a data mais esperada do ano, minha mãe dona Maria era uma pessoa apaixonada pelo natal e seu Antônio meu pai embarcava nas loucuras de mamãe, eu sempre gostei da relação entre meus pais e almejava ter uma relação idêntica à deles. O aroma de chocolate quente com canela invadiu nosso quarto e chamei as meninas, nessa época Cami estava com 19 anos, eu tinha 12 anos e Lua 11.Nesta época a nossa casa era modesta e bagunçada, pois meu pai estava aumentando a casa, criando mais dois quartos para que todas nós tivéssemos cada uma nosso próprio espaço. — Antonio eu falei que a gente não ia ter dinheiro para ampliar a casa até o natal, agora olha essa bagunça? – Minha mãe reclamava com meu pai que apenas concordava com a cabeça. — Antonio, estou falando com você homem. — E o que você quer que eu diga, mul
Isabel Ferreira As memórias rondavam a minha mente enquanto eu esperava Thiago acordar, meus pais fazem muita falta na minha vida. Sempre acreditamos que os pais nunca irão partir e quando isso acontece fica difícil de aceitar, porém ao mesmo tempo sabemos que é o ciclo da vida. Acabei de me lembrar de “Rei Leão”, minha mente é mais louca do que eu pensava. — Em que está pensando, Bel? – A voz rouca de Thiago trouxe-me de volta de meu devaneio. — Estava pensando sobre o Natal em família, sobre como as tradições e memórias são preciosas. – Sorri para ele, sentindo a nostalgia das lembranças me invadirem. Thiago, ainda deitado, passou os dedos pelos meus cabelos e me puxou delicadamente para um abraço. — Sua família tem muitas tradições? – Thiago perguntou e confirmei. — Você não faz ideia, como eu já te disse minha mãe adorava o natal, foi um baque muito grande ela ter partido próximo a sua data favorita. – Minha mãe faleceu um mês antes do natal, naquele ano eu passei o natal s
Isabel Ferreira Nova York parecia um cenário de filme enquanto Thiago e eu continuávamos nosso passeio pelas movimentadas ruas. As luzes da cidade e a energia natalina criavam um ambiente mágico, mas essa magia foi momentaneamente interrompida por uma voz aguda chamando pelo Thiago.— Thiaguito! Meu Deus, quanto tempo!Ao me virar, deparei-me com uma mulher loira, toda produzida, com um nariz empinado e um excesso de silicone que desafiava as leis da natureza. Ela correu em direção a Thiago e o abraçou como se não o visse há anos.— Alexia, oi! Como você está?— Ah, estou ótima, querido! Mas o que é isso? – Ela rolou os olhos na minha direção. — Por que você está andando com a babá do seu filho?A observação dela me irritou, mas Thiago, sem se deixar abalar, prontamente nos apresentou.— Alexia, esta é Isabel, minha noiva.A expressão de surpresa no rosto dela foi quase cômica. Com um sorrisinho debochado, ela me olhou de cima a baixo, como se estivesse me medindo.— Ah, Thiago, você
Isabel Ferreira— Oi, Isabel, o trabalho de babá te cai muito bem. – Se ela acha que isso é alguma ofensa se fodeu comigo.— Olá, Alexia! Parece que estamos destinadas a nos encontrar.— Na verdade, fiquei sabendo que vocês viriam aqui e resolvi dar uma passadinha.Ela não se cansa mesmo, espero que Jessy não tenha passado pela mesma situação.— Vocês não irão me convidar para jantar?— Esse é um jantar em família, nos falamos depois, Alexia. – Thiago diz a ela que se despediu e saiu.O jantar prosseguiu com as crianças animadas, rindo e contando histórias. Pietro estava animado dizendo que estava esperando a neve cair mais forte para poder fazer um boneco de neve, olhamos para a janela e a neve estava caindo forte e decidimos esperar. Finalmente a neve deu uma trégua e decidimos levar as crianças de volta para casa, as crianças estavam eufóricas e enquanto elas conversavam com o Thiago se aproximou e sugeriu para darmos uma volta no jardim. O frio era intenso, mas o ambiente tranqui