Isabel Ferreira(Natal na casa dos Ferreiras)Em minha casa as festas natalinas eram super esperadas, tínhamos um calendário onde sempre marcavamos e decoravamos os dias até que chegasse a data mais esperada do ano, minha mãe dona Maria era uma pessoa apaixonada pelo natal e seu Antônio meu pai embarcava nas loucuras de mamãe, eu sempre gostei da relação entre meus pais e almejava ter uma relação idêntica à deles. O aroma de chocolate quente com canela invadiu nosso quarto e chamei as meninas, nessa época Cami estava com 19 anos, eu tinha 12 anos e Lua 11.Nesta época a nossa casa era modesta e bagunçada, pois meu pai estava aumentando a casa, criando mais dois quartos para que todas nós tivéssemos cada uma nosso próprio espaço. — Antonio eu falei que a gente não ia ter dinheiro para ampliar a casa até o natal, agora olha essa bagunça? – Minha mãe reclamava com meu pai que apenas concordava com a cabeça. — Antonio, estou falando com você homem. — E o que você quer que eu diga, mul
Isabel Ferreira As memórias rondavam a minha mente enquanto eu esperava Thiago acordar, meus pais fazem muita falta na minha vida. Sempre acreditamos que os pais nunca irão partir e quando isso acontece fica difícil de aceitar, porém ao mesmo tempo sabemos que é o ciclo da vida. Acabei de me lembrar de “Rei Leão”, minha mente é mais louca do que eu pensava. — Em que está pensando, Bel? – A voz rouca de Thiago trouxe-me de volta de meu devaneio. — Estava pensando sobre o Natal em família, sobre como as tradições e memórias são preciosas. – Sorri para ele, sentindo a nostalgia das lembranças me invadirem. Thiago, ainda deitado, passou os dedos pelos meus cabelos e me puxou delicadamente para um abraço. — Sua família tem muitas tradições? – Thiago perguntou e confirmei. — Você não faz ideia, como eu já te disse minha mãe adorava o natal, foi um baque muito grande ela ter partido próximo a sua data favorita. – Minha mãe faleceu um mês antes do natal, naquele ano eu passei o natal s
Isabel Ferreira Nova York parecia um cenário de filme enquanto Thiago e eu continuávamos nosso passeio pelas movimentadas ruas. As luzes da cidade e a energia natalina criavam um ambiente mágico, mas essa magia foi momentaneamente interrompida por uma voz aguda chamando pelo Thiago.— Thiaguito! Meu Deus, quanto tempo!Ao me virar, deparei-me com uma mulher loira, toda produzida, com um nariz empinado e um excesso de silicone que desafiava as leis da natureza. Ela correu em direção a Thiago e o abraçou como se não o visse há anos.— Alexia, oi! Como você está?— Ah, estou ótima, querido! Mas o que é isso? – Ela rolou os olhos na minha direção. — Por que você está andando com a babá do seu filho?A observação dela me irritou, mas Thiago, sem se deixar abalar, prontamente nos apresentou.— Alexia, esta é Isabel, minha noiva.A expressão de surpresa no rosto dela foi quase cômica. Com um sorrisinho debochado, ela me olhou de cima a baixo, como se estivesse me medindo.— Ah, Thiago, você
Isabel Ferreira— Oi, Isabel, o trabalho de babá te cai muito bem. – Se ela acha que isso é alguma ofensa se fodeu comigo.— Olá, Alexia! Parece que estamos destinadas a nos encontrar.— Na verdade, fiquei sabendo que vocês viriam aqui e resolvi dar uma passadinha.Ela não se cansa mesmo, espero que Jessy não tenha passado pela mesma situação.— Vocês não irão me convidar para jantar?— Esse é um jantar em família, nos falamos depois, Alexia. – Thiago diz a ela que se despediu e saiu.O jantar prosseguiu com as crianças animadas, rindo e contando histórias. Pietro estava animado dizendo que estava esperando a neve cair mais forte para poder fazer um boneco de neve, olhamos para a janela e a neve estava caindo forte e decidimos esperar. Finalmente a neve deu uma trégua e decidimos levar as crianças de volta para casa, as crianças estavam eufóricas e enquanto elas conversavam com o Thiago se aproximou e sugeriu para darmos uma volta no jardim. O frio era intenso, mas o ambiente tranqui
Isabel FerreiraCarreguei Malu para o quarto onde as meninas estavam se arrumando e a apresentei para as meninas. — O Léo finalmente arrumou uma namorada que presta. – Manu diz a ela que sorri sem graça.— Tadinha deixa a menina. – Minha cunhada cumprimenta Malu. — Bebel, faz aquela trança embutida em mim? Sabia que Juli iria pedir isso, pedi para ela sentar na cadeira e iniciei o penteado, quando finalizei, minhas irmãs vieram pedindo penteados e demorei um tempo para finalizar. — Adorei seus penteados, faz um em mim? – Manu pediu. — Claro que ela faz, Bebel desde pequena gostava de pentear das bonecas. — Cami, não sabia a definição de penteado até que eu comecei a fazer ela de cobaia. Camila gargalhou e relembramos momentos de quando éramos crianças e eu a chamava para brincar de salão de beleza, onde depois que ela perdia alguns fiapos de cabelo ficava bonita. — Sei que você não gosta de make, mas maninha, você vai passar um pouquinho de maquiagem, juro que farei uma make b
Manuella Cavalcante Estava ansiosa pra contar a novidade a minha família, sei que deveria contar a Harry primeiro, mas vou contar para todos de uma vez. Sou uma pessoa pessoa que não sei guardar segredo e por isso está sendo difícil. — Querida a que estamos brindando? – Harry perguntou sorrindo. — As novidades. – Brindamos a isso e depois começamos as trocas de presentes, eu queria muito entregar logo o meu, porém esperei pacientemente. Assim que todos haviam trocado seus presentes foi a minha vez, entreguei uma caixinha para cada um cada um e quando eles abriram ficaram felizes e minha mãe começou a chorar.— Quer dizer que terei um sobrinho? – Thiago pergunta. — Ou sobrinha. – Bebel completou. — Parabéns pelo bebê Manu e Harry. Isabel nos abraçou e em seguida fomos abraçados pelos demais. Meus pediram para servir mais uma taça de champanhe, quando peguei uma taça, todos ralharam comigo menos Bebel que disse que uma tacinha não faria mal. — Me diga que também é médica? – Isab
Isabel FerreiraNão consegui dormir direito essa noite, Thiago dormia igual a uma pedra e o invejei por isso, resolvi descer e como sabia que não haveria ninguém acordado uma hora dessas me sentei ao pé da escada para pensar. Estava completamente absorta em meus pensamentos quando senti alguém sentar ao meu lado. Manu e eu conversamos por um longo tempo, e quando já estávamos na cozinha tomando chocolate quente dona Laura surgiu nos mandando ficar prontas para sairmos, na verdade ela recrutou todas as mulheres, até Eliane e Aninha para irem junto, quando eu tentei recusar, ela me deu um olhar que rapidamente me fez repensar o “convite”Quando já estávamos andando incansavelmente de loja em loja finalmente ela resolveu dar uma parada para descansar. Avistei uma exibição de carros antigos e chamei as meninas para entrarem, enquanto olhávamos os carros lembrei do meu pai, ele com certeza iria adorar.— Aqui meninas, aquele carro da série famosa. – Malu nos chamou.— Qual o nome da série
Thiago CavalcanteMinha mãe estava a todo vapor, correndo de um lado a outro e não demorou muito para sentir falta das garotas. — Onde estão as meninas? – Ela perguntou para nós. — Elas deram uma saída, por que? Precisa de algo? — Precisava delas, mas parece que as pestinhas fugiram de mim. — Fugiram dos seus gritos, querida. – Minha mãe encarou o meu pai e em seguida nos mandou fazer que nem elas e sumir por um tempo e foi o que fizemos.Saímos de casa e decidimos dar uma volta pela cidade, aproveitando o clima agradável. As ruas estavam movimentadas, com pessoas se preparando para as celebrações de final de ano.Caminhamos por uma praça movimentada, onde havia uma feira de artesanato local. Barracas coloridas exibiam uma variedade de itens, desde jóias feitas à mão até roupas exclusivas. O ambiente estava animado, com música ao vivo e risadas ecoando ao nosso redor.— Olhem essas esculturas, são incríveis! – comentou Harry, apontando para uma banca que exibia belas obras de art