Luana FerreiraDesde que fiquei doente tenho perdido muitas coisas, mas não escolhi isso pra mim, quando descobri o câncer me senti em um limbo sem fim, graças a ajuda das minhas irmãs e do meu marido estou aos poucos me reerguendo. A proximidade da cirurgia tem me trazido sentimentos ruins que eu deveria esquecer, mas é impossível. — O que houve amor? – Luiz perguntou sentando ao meu lado.— Pode me contar, estou aqui pra te ajudar. Respirei fundo algumas vezes e por fim contei tudo o que estava me afligindo, Luiz apenas me observava sem dizer uma palavra. — Amor, me promete uma coisa? – Peço a ele que assentiu com a cabeça. — Se eu morrer você promete que se casará novamente e será feliz. — Luana não diga uma coisa dessas. — Por favor, Luiz prometa. – Peço mais uma vez. — Pare de bobeira, você irá se recuperar e...— Luiz. — Tudo bem, se é para sua paz de espírito, eu prometo, mas eu acredito na sua recuperação assim como Cami e Bebel.— Obrigada por estar nesse momento ao
Isabel FerreiraApós a cirurgia da minha irmã, voltei para casa, e ao chegar Aninha me interceptou e perguntou como havia e eu disse que as coisas deram super certo e que amanhã iríamos ver a sua mãe, minha sobrinha me abraçou contente e correu para dar a notícia a Pietro. Assim que ela saiu fui para cozinha tomar um pouco de café.— E então Bebel, como foi a cirurgia da sua irmã? – Berta perguntou visivelmente preocupada. — As coisas correram bem. — Mas se as coisas correram bem, por que você está com essa cara? — Por que eu chamei o médico para conversar e ele me confidenciou uma coisa que me deixou preocupada. — E o que seria? — Ele disse que durante a cirurgia houve complicações e agora eles irão aguardar ela acordar amanhã e submetê-la a uma bateria de exames para saber se ela sofreu algum trauma. Berta olhou para mim por alguns e encheu a minha caneca de café novamente. — Creio que não será nada, fique tranquila. — Obrigada. Tomei o meu café e subi para ajudar as crian
(Três meses depois) Na velocidade da luz chegamos quase ao meio do ano, e aqui estamos mergulhados em muita confusão de caixas, fios e muitos outros materiais, as crianças estão a meses trabalhando no projeto da feira de ciências, estava acostumada com as feiras que eram promovidas na escola em que eu trabalhava onde, o aluno precisava apenas de cartolina e um pedaço de isopor. Na escola das crianças eles precisam demonstrar os efeitos e tals, e por isso estamos esse tempo todo.— Aninha você ligou o fio errado. — Não Mário você que é daltônico e ligou o amarelo no vermelho. Preciso ficar de olho nesses dois o tempo todo, parece até um casal de velhos discutindo. — Pietro e Carlos, dão um jeito no amigo maluco de vocês.— Tia Bebel, dá um jeito na sua sobrinha chata. — Ahhh! Calem a boca, ou eu quem vou enlouquecer. — Qual o nome do projeto mesmo? Toda hora esqueço. – Carlos perguntou e todos se viraram para ele. — Se no dia eu passar vergonha por sua causa Carlos eu vou te soc
Pietro Cavalcante Acordei animado e resolvi pedir um favor ao meu pai, então entrei em seu quarto sem bater e vi Bebel dormindo na cama do meu pai, quando ela me viu ficar sem graça e olhou para Thiago. — Pietro, você não sabe bater na porta? – Meu pai ralhou comigo. — Desculpa pai, eu queria te pedir um favor, mas depois eu falo com você. Fechei a porta e fui para o quarto de Aninha e bati em sua porta. — O que você quer xarope? Ainda tá cedo. – Essa menina é chata às vezes, não sei por que o Mário gosta tanto dela. — Acabei de entrar no quarto do meu pai e ele estava dormindo com a Bebel. — E o que tem isso? Peraí, você entrou no quarto deles sem bater? — Foi sem querer. Eu quero pedir a ele um favor e não sabia que a Bebel estava lá. — E o que tem a minha tia está no quarto do seu tio, meus pais dormem no mesmo quarto também. — Você não entendeu, eu posso ter um irmão em breve e finalmente vou deixar de ser filho único. – Estava realmente empolgado com essa possibi
Isabel Ferreira Quando fui chamada na direção eu sabia que havia acontecido alguma coisa, mas não estava esperando que minha sobrinha tivesse dado um soco em um menino, conversei com ela severamente, mas na verdade eu estava orgulhosa dela, já que esse tal de Paulo vem importunando Pietro desde o ano passado, conversei com o diretor, mas parece que o menino não entendeu, a noite chegou e depois que as crianças se alimentaram os coloquei na cama. Thiago ficou preso no escritório até tarde e quando chegou conversamos sobre os nossos dias. — Como assim Aninha socou a cara de um menino? – Ele perguntou rindo. — É o mesmo menino que perturbava Pietro e seus amigos no ano passado. — Gostei do que a Aninha fez, essa menina ganhou mais pontos comigo. — Só não diga isso pra ela. – Pedi a ele que riu. A noite avançou, e enquanto Thiago e eu conversávamos na sala, percebi que seu estômago roncou alto, indicando uma fome voraz. — Está com fome? — Estou faminto — Vem comigo, vou
Thiago Cavalcante O dia estava agitado no escritório, com inúmeras tarefas demandando minha atenção, mas meu pensamento continuava voltado para a conversa da noite anterior com Isabel. A sugestão de pensar na data do casamento pairava em minha mente como um quebra-cabeça sem solução. Por que Isabel parecia hesitante? Enquanto eu estava mergulhado em meus próprios pensamentos, Leonardo, entrou na sala com sua característica falta de cerimônia. — Thiago, por que essa cara de quem chupou um limão azedo? Algum problema? Suspirei, aliviado pela oportunidade de desabafar com alguém de confiança. — É a Isabel. Ela está relutante em marcar a data do casamento. Leonardo franziu a testa, claramente surpreso. — Por quê? O que aconteceu? Expliquei a situação, mencionando a hesitação de Isabel e meu próprio desconforto com a indefinição. — É normal, cara. A Isabel já se casou impulsivamente uma vez, lembra? E não foi exatamente um conto de fadas. João Lucas a traiu e a humilhou no final.
Isabel FerreiraEstamos aqui na feira de ciências e me sinto como se estivesse em uma feira de ciências da faculdade. Os pais das crianças investiram pesado, porém, tem algumas apresentações sem sentido. Por exemplo, há um grupo apresentando uma chapinha de cabelo que faz exatamente o que as chapinhas já fazem, sendo que o tema é sustentabilidade.— Bebel, isso é uma feira de escola para crianças com 10/11 anos? — Luana olhava para tudo, curiosa.— Eu também estou assustada. Lembra quando a gente só tinha que escrever em papel almaço e cartolina? — Ela confirmou.— Pois é, cadê o projeto das crianças?Levei minha irmã até o projeto delas, e ela ficou de queixo caído.— Fecha a boca, bebê.— Menina, que lindeza. – Minha irmã estava encantada por tudo que via. — Espera a apresentação que você vai ver a maravilha.Andamos pela feira enquanto esperava Thiago e Luiz chegarem. Thiago chegou primeiro, e um tempo depois, meu cunhado chegou correndo, perguntando se havia perdido alguma coisa
Subimos as escadas de mãos dadas e ao chegarmos no quarto, nos aconchegamos na cama. A noite estava tranquila, e as luzes suaves do quarto criavam uma atmosfera acolhedora.— Foi uma noite agradável, não acha? – comentei, olhando para Thiago.Ele sorriu, acariciando meu rosto.— Sim, foi. Adorei ver o quanto Pietro se divertiu. — Parece que o clima natalino contagiou até você. – Ele riu. — Confessa que foi pego por essa magia?— Você traz essa magia para nossa vida.A conversa fluiu suavemente, contei a ele algumas memórias de Natais passados e ele ouvia atentamente. Thiago, muitas vezes visto como cético, parecia relaxado e envolvido nas minhas histórias malucas.— Você gostou do filme, não é? Pode me dizer, prometo que manterei seu segredo comigo. — Eu gostei do filme. Foi uma boa escolha, Bel – admitiu, surpreendendo-me, pois achei que ele diria a mesma coisa que disse lá embaixo.Sorri triunfante.— Sabia que você iria gostar. Filmes natalinos têm um jeito especial de tocar nos