Capítulo 4 Brian

2 anos depois da traição 

Hoje é mais um dia como outro qualquer. Nunca gostei de comemorar meu aniversário, dia 5 de maio para mim é um dia qualquer, só significa que estou ficando mais velho, bem que para um velho de 31 Anos até que estou bem, como dizem por aí, "tô gostoso", não estou com clima para comemoração, porém não posso fazer desfeita para minha mãe, DONA VIRGÍNIA me comeria vivo se não aparecesse para jantar com ela hoje.

Mas não estou com saco para aguentar as indiretas bem diretas de dona Virgínia hoje sobre “Como estou solitário" ou de "que preciso namorar sério” apresentar uma nora para ela, vira e mexe ela me empurra uma das filhas de suas amigas, todas patricinhas fúteis sem nada na cabeça, as vezes isso me dá nos nervos.

Falando nela, olha ela me ligando pela décima vez só agora pela manhã, suspiro fundo e atendo.

- Bom dia mãe, qual será o motivo da urgência? – pergunto já impaciente.

- Bom dia neném da mamãe.

- Mãe pelo amor de Deus! neném da mamãe (risos).

- Algum problema? Você pode ter a idade que for, você sempre será meu neném meu filho, quero apenas confirmar o horário do jantar as 20:00 está bom para você?

- Só me responda quem estará nesse jantar?

- Nossos amigos mais próximos.

- Isso inclui Letícia e cia?

- Ah meu filho o que tem a Letícia? Hum? Ela é de boa família, moça decente, linda e gosta muito de você.

- MÃE ESCUTE BEM PORQUE NÃO VOU REPETIR MAIS OK. Não estou atras de relacionamento, namoro, casamento ou qualquer outra coisa que envolve sentimentos, não quero envolvimento, então pare de empurrar essas garotas por favor! Isso está chato.

- Filho nem todas são a Olivia...

Nem a deixo terminar.

- Tchau mãe, estarei lá as 20:00... beijo.

Suspiro cansado dessa merda toda, minha mãe querendo me casar a todo custo, e eu correndo de casamento com o diabo foge da cruz.

Decido que por hoje já deu, pego o Telefone e chamo Jaqueline, minha secretária.

- Desmarque a agenda de agora a tarde, estou de saída e não volto mais hoje.

- Ok senhor! Precisa mais de alguma coisa?

Jaqueline pergunta com a agenda na mão e me olha com uma cara de safada, se aproxima passa a mão no meu ombro, nunca sai com funcionárias, temos uma política muito rígida quanto a isso, que me inclui inclusive.

Ela é muito bonita e muito boa no faz, só não a demitir ainda porque está muito difícil encontrar secretarias como ela, eficiente, decido deixar bem claro que nada vai rolar.

- Sim gostaria que você fosse mais profissional, gosto do seu trabalho então não faça demitir você entendeu?

Ela me olha assustada, se afasta e a baixa a cabeça, nesses últimos 2 anos me tornei um verdadeiro ogro, impaciente, sem conversa fiada.

- Desculpa senhor isso não vai mais se repetir.

- ASSIM ESPERO!

Ainda são 12 da manhã, decidi ir almoçar em um restaurante que descobrir por caso no centro, eles têm uma comida maravilhosa caseira.

Sigo para lá, hoje até que o trânsito está ajudando, quando estou perto de chegar, assim que viro no cruzamento uma mulher praticamente se j**a no meu carro, não tenho tempo de frear e bato nela, o impacto é forte o suficiente para jogá-la na calçada e ela bater a cabeça no meio fio, paro o carro bruscamente, assim que saio do carro, um homem com cara de marginal olha e sai correndo, deduzir que ela estava fingindo dele.

Pego meu celular para chamar a ambulância.

- Emergência em que posso ajudar?

- Uma mulher acabou de praticamente se jogar no meu carro, com o impacto bateu a cabeça no meio fio, por favor mandar uma ambulância rápido.

- Ok senhor, onde o senhor está?

- Na Avenida Do Futuro Próximo ao restaurante nosso sabor, por favor vem rápido.

- Tudo bem senhor já estamos encaminhando uma ambulância, peço que não saia do local ok?

- Sim, sim tudo bem!

Aguardo a ambulância chegar, graças Deus não demora muito, afasto para os paramédicos realizaram os procedimentos, um deles pergunta se conheço a vítima, conto tudo o que aconteceu, ele anota tudo e a colocam na maca para levarem, com toda a agitação não consegui prestar muita atenção na mulher, pois o cabelo cobriu boa parte do seu rosto, ela veste um blusão, calça de moletom e tênis, parecia mais um menino, só identifiquei que era mulher por conta do cabelo comprido, pergunto para onde vão levá-la e sigo para lá, obviamente que não deixarei a moça sozinha.

Chego junto com a ambulância e já havia pessoas aguardando, entro junto, levam ela para emergência, e dali não posso mais passar, fico aguardando na recepção e vem uma enfermeira em minha direção, ela tem a mesma reação de toda mulher quando me vê pela primeira vez, me olha com luxúria, quase reviro os olhos.

- Boa tarde você é o quem atropelou a moça – a enfermeira pergunta me medindo dos pés à cabeça.

- Não, não atropelei ninguém, ela se jogou no carro – explico-me pela decima vez.

- Ok, tudo bem, mas você conhece a vítima?

- Olha enfermeira - olho o nome dela no jaleco- Cinthia Oliveira certo?

- Sim certo!

- Pois bem, não conheço a moça, não sei nada sobre ela, estou aqui fazendo a minha parte socorri e estou esperando notícias.

- Ok, assim se tiver notícias venho avisar senhor?

- Brian Scott.

- Ok senhor Scott.

Ela se vira e sai. Passo a maior parte da tarde naquela recepção, por ser um hospital público tudo era mais demorado, já quase são 7 da noite quando um médico aparece para dá notícias.

- Alguém da moça atropelada?

- Aqui!

- Boa noite senhor?

- Scott.

- Bem, a moça teve um traumatismo craniano leve, o impacto não foi forte o suficiente para uma lesão grave, mas teve um pequeno sangramento na região afetada, ela está em coma induzindo, por conta da lesão, ficará por mais alguns dias, conforme o quadro for apresentando melhoras iremos diminuir a medicação e ela irá acordar.

- Aqui ela terá todos os recursos necessários?

- SIM.

- Ok.

Peço para vê-la médico assente e pede para segui-lo, entramos em quarto onde tem várias camas uma ao lado da outra, todas com pacientes.

Só então a vejo, mesmo pálida parecendo sem vida, ela é linda.

Observo-a, ela tem traços delicados, cabelo muito comprido castanho quase loiros, pele branquinha parece que nunca tomou sol na vida, para uma pessoa que mora no RJ isso é estranho, como será que se chama?, deve ter uns 18 anos pela aparência, uma menina ainda, olho relógio já são quase 20 horas, então lembro-me do jantar de aniversário, suspiro já sentindo o estresse chegando, olho para a desconhecida deitada no leito, observo ao redor e a única certeza que tenho é de que tenho que transferir ela para um hospital particular, sou sócio de um hospital, faço uma ligação e com tudo pronto para a transferência, saio atrás do médico.

- Enfermeira onde posso entrar o doutor que está atendendo a moça do atropelamento? – pergunto a enfermeira.

- O senhor segue aquele corredor ali, vira à direita e ele atende na segunda porta à esquerda.

- Ok obrigado.

Sigo então pelo caminho indiciado, ao chegar na sala tinha algumas pessoas aguardando atendimento, umas me olham atravessado achando que vou furar a fila, a porta é aberta e uma senhora sai, o doutor aparece chamado o próximo, mas assim que me vê pede para entrar e as pessoas da fila reclamam, entro e sento onde ele indica.

- Doutor gostaria de saber, se a moça está apta para uma transferência, já que fui o causador, quero o melhor tratamento.

- Senhor Scott o quadro da paciente não é caso de morte, mas ainda é considerado levemente grave, pois teve um traumatismo craniano, as primeiras 48 horas são essenciais para sabermos se a paciente terá sequelas, então uma transferência agora não é indicada, sugiro aguardar a paciente acordar ou pelo menos o inchaço diminuir e se ainda quiser manter a transferência, faremos sem problemas.

- Tudo bem, entendo, assim que passar essas 48 horas solicite a transferência para o hospital São Lucas da Barra já está tudo pronto, como não é necessário acompanhante nesse primeiro momento, aqui está meu cartão, você pode ligar ou pedir para alguém me avisar sobre qualquer mudança no quadro da moça ok. Amanhã virei novamente, também deixei meu número particular de contato na ficha dela caso aconteça algo pode ligar a qualquer horário.

- Tudo bem Sr. Scott, avisaremos sim.

- Ok obrigado!

Dou uma última passada na sala onde a moça está, o que deve ter acontecido para ela se jogar em frente ao carro? Com essa pergunta sigo em direção ao estacionamento, me sinto diferente, mas não sei dizer o que é, não ligo muito para essa sensação, verifico as horas e já são 20 horas e tinha várias ligações da minha mãe, não dá tempo de ir em casa então sigo direto para Copacabana, sempre tem uma muda de roupa na casa de dona Virgínia, lá tomo um banho rápido.

Chego lá por volta de 20:30, minha mãe continua ligando, mas não atendo, tento entrar sem ser percebido só que não, a primeira a aparecer no meu campo de visão é Letícia parece até que já estava me esperando, praticamente corre na minha direção.

- Parabéns Brian – ela tentar me abraçar, mas me esquivo.

- Obrigado, vou subir e tomar um banho não tive tempo de ir em casa, com licença.

- Oh! Desculpe, tudo bem vai lá estamos aqui te esperando.

- OK!

Subo depressa, não encontro minha mãe no caminho, agradeço por isso, amo muito minha mãe, mas depois da morte do papai o foco dela sou e isso me irrita grande parte do tempo. Entro no meu antigo quarto e tomo um banho super-rápido, quero passar logo por esse martírio e chegar em casa para comemorar apropriadamente com um bom uísque e sexo. Enquanto me visto já vou logo dando uma olhada na agenda telefônica e escolher a gostosa da noite, desde o término com Olivia nunca mais quis relacionamento, virei um safado de carteirinha, não que saia enganando a mulherada por aí, claro que não, mas a mulher para estar na minha cama tem que estar ciente que é somente isso, sexo, não espere no outro dia flores ou um pedido de casamento.

Já arrumado, perfumado, dou uma olhada no espelho, envio um zap para Lia, que me confirma na hora, passo para pegar ela as 23:00, hoje à noite promete.

Conheci Lia, em uma festa de swing, ela estava conhecendo o lugar, em busca de sexo sem compromisso, e eu também, começamos a conversar rolou química e transamos ali mesmo, ela é gostosa para caralho e linda, mas além disso ela é gente boa, não é pegajosa e sabe que o que temos é apenas sexual.

Quando estou descendo as escadas, escuto minha mãe falar com Letícia, elas não me percebem.

- Minha filha no que depender de mim Brian já é seu.

Oiiiii como assim? Estou sendo doado pela minha mãe, não acredito que ela está prometendo coisas que nunca vai poder cumprir.

- Mas não depende só da senhora Virginia, Brian também tem que querer, todos nós sabemos que depois daquela vadia da Olivia ele pegou repulsa por relacionamento, agora pouco mesmo quando chegou o parabenizei tentei uma aproximação, mas ele como sempre se esquivou.

- Ele devia estar cansando, já que veio direto do trabalho, mas não vamos desistir, você é minha nora ideal.

- Será? A senhora sabe que sempre fui apaixonada pelo seu filho.

- Lógico que sei, sei também o quanto você é de boa família, a mulher perfeita para Brian começar sua própria família.

- É tudo o que mais quero Virgínia!

Ouvindo ali aquela conversa sem pé nem cabeça, fico me sentindo um boi (literalmente já que tenho até chifre tenho) no abate, sem opção, só esperando a morte. Surpreendo as duas que com susto ficam mais branca que o Gasparzinho, não queria entrar numa discussão com minha mãe logo no dia do meu aniversário, então relevo tudo que escutei.

- Já mãe! Estou aqui vamos logo começar esse jantar, meu dia foi estressante, tudo que mais quero é a minha cama e relaxar.

- Brian não vimos você aí, faz tempo que está aí? – ela pergunta preocupada.

- Não mãe, acabei de descer - minto descaradamente - não tenho hábito de escutar conversa.

- Não disse isso filho, mas você já falou com a Lety?

- Sim mãe, vamos para a mesa.

- Vamos filho, vem Letícia acompanha o Brian.

Suspiro e a deixo engatar no meu braço, seguimos pra sala de jantar, as horas passam rápido graças a Deus, a todo momento Letícia puxa assunto, e tento ao máximo ser gentil, converso amenidades com os pais dela, perto das 23 horas digo que estou de saída, mamãe mais uma vez tentar me empurrar Letícia, mas corto logo o mal pela raiz.

- NÃO MÃE, já tenho compromisso.

- Como assim meu filho? Você disse que estava cansado e iria para casa relaxar, qual o problema de Letícia lhe fazer companhia?

- Mãe!! Pelo amor de Deus já disse não vou sair com Letícia, já tenho uma pessoa específica para relaxar ok.

-  Você está namorando e não me disse nada?

- Não dona Virgínia, não estou namorando ninguém, é só sexo.

Minha mãe fica pasma e b**e no meu braço e diz.

- Não me interessa sua sexual, vou fingir que não ouvir isso.

Solto uma gargalhada gostosa a primeira do dia, lhe beijo a testa e me despeço.

- Bença Mãe, amanhã lhe ligo ok.

Agora sim minha verdadeira comemoração vai começar.

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