O quarto estava mergulhado na escuridão quando Vivienne, com a tensão pesando em seus ombros, decidiu compartilhar com Vittorio as descobertas perturbadoras que Angélica havia revelado. Ela respirou fundo, escolhendo as palavras com cuidado, ciente do impacto que teriam.
— Vittorio, precisamos conversar. Paul Barker e Matthew estão tentando tomar tudo de nós. Eles estão manipulando, roubando, e eu não posso mais permitir isso.
Vittorio, normalmente sereno, sentiu uma ira crescente diante da traição. Os olhos faiscavam com uma intensidade que Vivienne nunca vira antes.
— Eu vou matar Matthew. Ele não vai sair impune depois disso.
Vivien
Quando Vivienne deixou o escritório recém-inaugurado com Benjamin, uma onda de náusea a atingiu, uma reação física à avalanche de informações que havia sido lançada sobre ela. Alguém havia assassinado seu avô, e essa revelação atordoante pesava em seu estômago como uma pedra. Com um suspiro pesado, ela se dirigiu ao carro, sentindo o peso do segredo que agora carregava sozinha.Enquanto entrava no carro, Vivienne começou a processar as informações em um turbilhão mental. A notícia de um possível assassinato em sua família era avassaladora, mas a necessidade de manter isso em segredo, ao menos por enquanto, a consumia. Ela dirigia pelas ruas da cidade, perdida em pensamentos sombrios que ameaçavam engolfá-la.Os flashes da formatura, aquele dia fatídico quando Richard faleceu em seus braços, inundaram sua mente. Ela revivia cada detalhe, desde os aromas envolventes até as vozes ao seu redor, a música daquela noite, e os sorrisos orgulhosos de sua família. O cheiro do perfume do avô, se
Vittorio, com a adrenalina correndo por suas veias, tirou Vivienne do carro desacordada e a carregou nos braços. Sua expressão era uma mistura de preocupação e determinação enquanto ele a levava em direção à calçada. Enzo, seu rosto ainda marcado pelo sono, apareceu na porta ao ouvir o barulho do acidente. Os olhos se arregalaram ao ver a cena, e ele imediatamente correu para ajudar.— O que aconteceu, Vittorio? — Enzo perguntou, enquanto o celular dele já estava em mãos, discando para a ambulância. — Rápido, precisamos de ajuda!A ambulância chegou em poucos minutos, as luzes piscando em uma sinfonia de urgência. Os paramédicos assumiram o controle da situação, colocando Vivienne cuidado
No quarto de hospital, Vivienne sentiu o peso de uma conversa séria pairando sobre ela. Olhando nos olhos do pai, Orpheus, ela disse com seriedade:— Pai, precisamos conversar.Orpheus, percebendo a gravidade na expressão de sua filha, concordou, preocupado:— Claro, querida. Sobre o bebê?Vivienne hesitou por um momento antes de balançar a cabeça.— Não, papai. É sobre algo muito mais grave. — Ela respirou fundo, preparando-se para compartilhar um segredo que a atormentava.Curioso e apreensivo, Orpheus perguntou:<
— Quero que todos recebam com aplausos a oradora da turma de Direito, Vivienne St James! O reitor de Harvard chamou seu nome e Viv levantou-se, arrumando a meca e caminhando em seus saltos Jimmy Choo preto com um laço de fita na parte de trás.A beca vermelha dos oradores combinava com o batom vermelho dos seus lábios. Despreocupada, ela subia ao palco e ia até o púlpito para iniciar o seu discurso.— Senhoras e senhores, queridos professores e colegas formandos, boa tarde. — Viv começava a falar, chamando a atenção dos presentes.Ela logo sorriu, notando seus pais, irmãs, o noivo e o seu adorado avô na primeira fila.— Eu gostaria de começar esse discurso agradecendo a pessoa mais importante que está presente aqui hoje, o meu querido avô, Richard St James. Sem os seus ensinamentos e sua tenacidade desde que eu era uma garotinha, eu não estaria me formando hoje. — Dizia, sorrindo para o avô.Viv continuava o seu discurso por vinte minutos, notando em meio aos alunos e professores, al
Dois meses depois, Vivienne e Matthew já tinham planejado o casamento dos sonhos. Ele estava sendo anunciado em todos os jornais e páginas de fofoca enquanto os direitos a herança estavam até então, congelados e a empresa da família, continuava a ser comandada pelo atual CEO que pelo visto, estava ciente de tudo e havia assegurado aos St James, que nada iria mudar. A questão é que Viv já tinha um emprego como associada na empresa desde o seu segundo período em Harvard e Jonathan Mayfield era um homem de confiança do seu avô, e jamais faria nada para prejudicar a empresa ou a família.O acordo era que Viv assumiria como advogada do escritório da empresa após retornar de sua lua de mel com Matthew, assim como ele que já era advogado do escritório há dois anos. Após o acordo pré-nupcial ter sido feito, o que deixou Matthew contrariado já que ele achava um absurdo a separação de bens, já que ele era tão rico quanto Viv, a organização do casamento estava indo como os conformes.Eles iria
Viv e Anna se instalaram no mesmo quarto do hotel. Inicialmente o quarto era para o senhor e a senhora von Allsburg, mas como o casamento tinha ido pelo ralo, as duas escolheram dividir o quarto e aproveitarem a lua-de-mel. Elas chegaram ainda pela manhã e Viv queria aproveitar o sol do Mar da Ligúria, o sol e tudo o que a sua família tinha pago para a lua-de-mel.Elas deixaram as malas no quarto que tinha uma bela vista para o mar.— Meu Deus, estou morta de fome! — Anna falou ao olhar Viv que já estava abrindo a mala e retirando um biquíni branco e minúsculo de dentro dela.— Vamos tomar café na praia, assim aproveitamos o dia todo de sol. — Ela respondeu, entrando no banheiro em seguida.Após trocarem de roupas, as duas desciam até a piscina e seguiam para a praia reservada ao hotel, deixando a bolsa na mesa e deitando em uma das espreguiçadeiras. Anna pediu o café da manhã para ambas e ele foi servido ali, com tudo o que elas tinham direito.Viv olhava o mar pensativa. A cor do m
Vittorio Gotti estava no evento, cercado por pessoas importantes e entediado com as conversas vazias sobre negócios e futilidades. Seu olhar se fixou em Vivienne assim que ela adentrou o salão ao lado de Anna. Era como se o mundo inteiro desacelerasse, e a presença dela se tornasse o único ponto de foco em meio à multidão.Ele ficou hipnotizado ao ver Vivienne entrar usando aquele vestido vermelho, exalando sensualidade e beleza por onde passava. Seus olhos não conseguiam desviar daquela figura exuberante e cativante que desfilava com tanta confiança. Seu coração acelerou e ele sentiu uma conexão instantânea, como se o destino tivesse cruzado seus caminhos naquele momento.Marco percebeu a mudança no semblante de Vittorio e deu um pequeno sorriso malicioso. Ele conhecia muito bem o amigo e sabia que aquele olhar significava problemas, principalmente quando se tratava de mulheres tão bonitas quanto aquela.— Parece que você encontrou algo interessante para apreciar, não é? — Marco prov
Anna e Marco nem se deram ao luxo de jantar com eles, tendo desaparecido da festa logo após Vivienne ir para a mesa com Vittorio. Ela recebeu apenas uma mensagem no celular avisando que estava bem e uma foto bebendo com Marco.Viv balançou a cabeça negativamente ao rir, finalizando o último pedaço de torta de limão.— Algum problema? — Ele perguntou curioso, chamando o garçom em seguida.Viv lhe mostrou a foto e Vittorio riu.— Acho que eles nos abandonaram. — Ele falou ao dar de ombros. — Quer outra fatia? — O senhor está tentando me comprar com doces? — Ela perguntou em tom de diversão, apoiando os braços na mesa e observando-o.— Bom, talvez. E se eu lhe pedir algo em troca? — Ele perguntou com aquele sorriso malicioso. — Dança comigo?A mulher riu ao escutá-lo, vendo a mão estendida dele para ela. Viv pegou a mão de Vittorio e levantou, sendo guiada por ele até a pista de dança onde alguns casais estavam.Ele tocou suas costas suavemente, a mão quente dele lhe deixando mole. A lo