Vivienne permaneceu mais uma noite no hospital sob a observação dos médicos. Eles controlavam seus sinais vitais e do bebê durante toda a noite enquanto Vittorio ficava sentado na poltrona ao lado da sua cama. Dois dos seguranças do italiano ficaram de guarda do lado de fora do quarto e nos corredores do hospital.
Era uma precaução maior após o acidente de Viv horas atrás.
Vittorio molhou as mãos de alguns médicos e Orpheus usou de sua influência para apagar os registros da gravidez de Vivienne, ao menos por enquanto.
Quando uma enfermeira bonita de cabelos ruivos entrou no quarto na manhã seguinte, Viv já estava acordada e descansava enquanto falava com Benjamin através de mensagens no celular.
— Bom dia, senhorita St James. Como está se sentindo hoje? — A enfermeira perguntou, sorrindo para ela enquanto ia
No dia seguinte, Orpheus insistiu para que Vivienne fosse para o apartamento da família, onde ficaria sob seus cuidados e não correria risco.Ela aceitou contrariada, mas como estava grávida e droga, de gêmeos ainda por cima, não podia passar por estresses e talvez ficar na casa dos pais fosse algo bom.No final do dia, até Vittorio e Nicola haviam mudado para a cobertura St James para ficarem perto dela.Viv estava deitada no sofá recebendo massagem nos pés de uma massagista particular, uma exigência de sua mãe, quando Vittorio chegou com Nicola e Enzo no apartamento, o mais novo trajado com o novo uniforme da St Julius, todo orgulhoso ao correr em sua direção.Nico para ao seu lado, os olhos brilhando de empolgação.— É verdade que eu vou ter dois irmãozinhos? — Perguntou todo animado com a novidade.Viv sorriu, pegando o menino no colo e colocando-o sentado em suas pernas. — Sim, eu estou esperando dois bebês. — Explicou. — Pode ser dois
Vivienne ergueu a cabeça ao entrar no escritório St James & Barker, mantendo a postura firme e confiante, como se o seu mundo não tivesse dado uma volta em 360º nos últimos dias.Ela repousava a mão na barriga suavemente, e por mais que soubesse que precisava de paz e que principalmente, não era aconselhável ela retornar ao escritório, ainda depois de ter descoberto as falcatruas de Paul, ela precisava se manter atenta e principalmente, estar dentro daquele ninho de cobras.A única pessoa que ela poderia confiar ali era Angélica. Ela foi os olhos e ouvidos do seu avô e agora era os seus. A única pessoa realmente honesta naquele escritório.Seu olhar varreu o ambiente assim que entrou, cumprimentando a equipe com um aceno leve de cabeça enquanto caminhava até sua sala. Nenhuma expressão de hesitação ou incerteza
Antes de chegarem a sala de Paul, Viv passou pela recepção onde Angélica estava aguardando novos clientes.Viv a olhou quase implorando, tentando não revelar as lágrimas de minutos atrás quando Matthew a atacou.— A senhorita está bem? — Angélica perguntou, a preocupação em sua voz logo após ver Matthew sair bufando na sala de Vivienne.— Angie, eu preciso de um favor urgente. — Pediu. — Você consegue o contrato do sr Gotti pra mim?Angélica notou a aflição de Vivienne, afirmando com a cabeça e saindo rapidamente da recepção. Viv ficou ali aguardando enquanto olhava o relógio de pulso, assistindo os minutos passarem mais rápido do que esperava.Faltando alguns poucos minutos, Angélica retornou com a pasta e a entregou a Vivienne, retornando ao seu posto.
Vivienne saiu do prédio da St James & Barker sem olhar para trás. O vento frio da tarde soprava contra seu rosto, mas o calor da adrenalina queimava sob sua pele. Seu coração ainda martelava no peito, mas era uma sensação de libertação. Depois de meses presa àquele escritório, a falta de caráter de Paul e as perseguições de Matthew, finalmente estava livre.Caminhando até a calçada, ela pegava o telefone na bolsa e discava rapidamente para Benjamin.— Viv? — A voz dele atendeu quase de imediato. — Está tudo bem?Ela respirou fundo, tentando acalmar as emoções.— Eu pedi demissão. — Disse, e pela primeira vez a realidade das palavras a atingiu como uma brisa fresca de verão. — Estou fora, Ben. E estou pronta para começarmos o novo escritório.— Voc&ecir
Os pneus do carro cantaram no asfalto quando Vittorio freou bruscamente na entrada do hospital. Antes mesmo de o veículo parar completamente, ele saltou, segurando Vivienne nos braços como se sua vida dependesse disso. O mundo ao redor parecia distante, abafado por uma névoa de desespero e fúria que martelava em sua cabeça. O peito dele subia e descia pesadamente, cada segundo parecendo uma eternidade enquanto olhava para o rosto pálido de Vivienne, seus cílios tremendo fracamente. — AIUTO! — Sua voz rugiu pelo hospital, um chamado carregado de urgência e pânico. — ALGUÉM ME AJUDE!
O quarto do hospital estava silencioso, exceto pelo som rítmico dos monitores cardíacos e da leve respiração de Vivienne. O local estava decorado com flores e várias mensagens em bilhetes que desejam a sua recuperação.Vittorio estava sentado ao lado dela, as mãos entrelaçadas às suas, o olhar fixo em seu rosto pálido. Ele mal comia ou ia para casa. Nicola ficou na casa dos pais de Vivienne que o receberam como se fosse realmente seu neto, mimando o menino enquanto tentavam se distrair da dor de ver a filha desacordada daquela forma.Fazia dois dias que ela estava desacordada.Dois dias que ele mal pregava os olhos, incapaz de sair do lado dela.Vivienne havia perdido muito sangue. A hemorragia tinha sido grave e a gravidez estava por um fio. Os médicos fizeram o possível para estabilizá-la, mas agora ela precisaria de repouso absoluto até o fim
A luz suave da manhã se infiltrava pelas cortinas do quarto espaçoso, trazendo um calor acolhedor ao ambiente. O aroma sutil do café recém passado e das flores frescas da Toscana misturava-se no ar, mas nada era mais reconfortante para Vivienne do que o calor do corpo de Vittorio ao seu lado.Ela estava recostada nos travesseiros macios, cercada por almofadas para seu conforto, enquanto Vittorio cuidava dela como se fosse feita de cristal, acariciando sua pele e depositando beijos por todo o seu rosto.— Você está confortável, amore mio? — Ele perguntou, ajustando cuidadosamente o cobertor sobre suas pernas.Vivienne riu suavemente.— Você realmente virou um enfermeiro agora? — Questionou, acariciando os fios dele suavemente.— Eu sou apenas um marido dedicado.Ela ergueu uma sobrancelha.— Você ainda não é meu marido.
A viagem para a Itália havia sido longa, mas necessária. Vivienne sentiu o alívio de respirar um ar novo, longe de todo o caos que havia engolido sua vida nos últimos meses.Todos foram no avião da empresa de Vittorio e em alguns momentos, Nicola vinha dormir em seu colo e ela, mesmo a contragosto de Vittorio e seu pai, aconchegava o menino e depositava alguns cafunés em sua cabeça até ele dormir. Ela amava ninar Nicola e cuidar dele como se ele fosse.. Não, ele era o seu filh