Pietra
Na segunda-feira de manhã, a tensão na casa era palpável e meu nervosismo era quase insuportável. Tentei manter a calma, mostrar força para amparar minha irmã, mas por dentro, sentia-me prestes a desabar. Cada movimento parecia pesar o dobro, como se o peso do que estava por vir estivesse sobre meus ombros.
Mesmo com a mente tumultuada, segui minha rotina diária. Deixei Isaque na escola, onde ele ficaria até a tarde. O pensamento de que talvez eu não estivesse de volta a tempo para buscá-lo me atormentava, mas felizmente, Mirella, sempre pronta a ajudar, se ofereceu para buscá-lo e ficar em minha casa até que eu retornasse. Sua generosidade me deixou sem palavras. Não sabia como agradecer por esse apoio num momento tão difícil.
AntonSentei-me ao lado de Pietra e segurei sua mão com firmeza. Ela tentou se afastar no início, talvez para evitar qualquer gesto de conforto, mas não soltei. Eu me sentia péssimo. Nas últimas horas, todas as peças começaram a se encaixar, e a culpa me atingiu com força.Lembrei-me do dia em que descobri que Pietra estava trabalhando como acompanhante de luxo. Naquele momento, fui mesquinho e superficial, fazendo julgamentos que agora me envergonhavam. Nunca imaginei que ela estivesse enfrentando algo tão sério como a cirurgia da irmã. Eu não tinha a menor noção da gravidade da situação.Olhei para Anneliese, que estava um pouco mais afastada, observando tudo em silêncio. Ela fo
PietraApesar das palavras da médica sobre a cirurgia ter sido um sucesso, quatro dias depois do procedimento, Andressa ainda não tinha despertado, e eu estava à beira do colapso. A cada minuto que passava, a angústia me consumia mais. Anton estava tentando ficar sempre ao meu lado, me dar apoio, o rosto dele refletindo a mesma preocupação que eu sentia, mesmo quando eu o mandava voltar para a sua vida e o seu trabalho.Ele mal conhecia Andressa, tinha visto minha irmã apenas duas vezes, mas seu cuidado era genuíno. Eu me sentia grata por ele e Anneliese estarem tentando fazer parte disso, me apoiando. Mirella também estava ao meu lado sempre que podia, e isso me dava alguma força, mesmo que, por dentro, eu estivesse desmoronando.Na
AntonNa manhã de sábado, assim que acordei, a primeira coisa que fiz foi me preparar para ir até a casa de Pietra, como havia prometido na noite anterior. Após o jantar que preparei para ela — uma massa leve que, felizmente, ela aceitou comer —, fiquei mais tranquilo. Tinha me certificado de que ela estava se alimentando, o que era algo que ela vinha negligenciando há dias, por causa da preocupação com Andressa.Enquanto descia as escadas da mansão para sair, dei de cara com Anneliese. Ela me olhou com aquele sorriso esperto que sempre dava quando sabia que eu estava envolvido com algo sério.— Indo para a casa de Pietra? — perguntou, já sabendo a resposta.&mdash
PietraPassei todo o fim de semana com Andressa no hospital, observando cada pequena melhora dela, e sentindo um alívio crescente. Anton, sempre surpreendente, fazia chamadas de vídeo para que eu e Andressa pudéssemos ver Isaque. Cada vez que via o sorriso despreocupado do meu irmão, sabia que ele estava em boas mãos, e isso me dava uma tranquilidade que eu não esperava. Anton conseguia me surpreender mais a cada dia, sempre de forma positiva.Andressa, parecendo bem disposta e sempre esperta, comentou comigo sobre Anton. Ela estava observando tudo com olhos atentos e disse, com um sorriso no rosto:— Ele realmente parece estar apaixonado por você, Pietra. Por que você não dá uma chance a ele? AntonQuando vi Pietra se afastar, me dando espaço para entrar, pude perceber o nervosismo estampado em seu rosto. Ela tentou disfarçar, oferecendo-me um lugar para sentar, mas a hesitação em sua voz era clara. Eu sorri de leve, sem me sentar. Havia uma tensão no ar, uma energia palpável entre nós, e sentar naquele momento parecia errado. Ficar de pé, manter a proximidade, era o que eu queria.A forma como ela olhava para mim, a maneira como seu corpo reagiu, tentando, mas falhando em manter a distância emocional que ela tanto se esforçava para preservar.Me aproximei devagar, tentando não pressioná-la, mas incapaz de resistir à vontade de estar perto. Meus dedos encontraram seu cabelo, e eu enrolei uma mechMomento Perfeito
PietraAo ser carregada nos braços de Anton, enquanto ele me levava até o meu quarto, a realidade do que estava prestes a acontecer se chocou contra mim com uma força avassaladora. Minha mente estava a mil, lutando entre a razão e o desejo, mas meu coração, meu corpo, estavam decididos. Sabia que aquilo era uma grande loucura, que amanhã talvez me arrependesse de tudo, mas, naquele momento, eu não queria fugir mais.A cada beijo, a cada toque, algo dentro de mim quebrava. Eu vinha erguendo barreiras por tanto tempo, tentando me proteger de ser machucada novamente, de confiar em alguém como Anton, que sempre teve tudo o que quis. Mas agora, com ele tão próximo, tão intenso, parecia impossível continuar resistindo.
AxelDeitado na espreguiçadeira à beira da piscina, senti o sol aquecer minha pele, mas a mente estava longe, perdida em pensamentos que me atormentavam desde a noite anterior. Eu não conseguia parar de pensar na expressão de Aaron. Era óbvio que o meu irmão mais velho não estava feliz, apesar de todos ao redor acreditarem no contrário. Vovô estava simplesmente extasiado com a ideia de um bisneto a caminho. Para o patriarca, aquilo significava a continuidade da linhagem e, talvez, sua missão final como chefe da família Baumann. Anton? Ele nem tinha cabeça para notar algo errado com Aaron, tão cego de amores pela Pietra que mal enxergava o que estava à sua volta. E Anneliese? Ela estava aliviada, satisfeita de que o "trabalho sujo" de dar um herdeiro à família finalmente não recai sobre ela. Eu estava vendo tudo de fora, e o que eu enxergava me deixava preocupado: Aaron estava em crise.Mas o que me intrigava mais era por quê. Aaron sempre quis o poder, sempre almejou comandar o impér
PietraAndressa finalmente estava em casa, se recuperando de forma espetacular. Era assim que os médicos descreviam a recuperação dela sempre que íamos às consultas. Cada vez que ouvia essas palavras, um peso gigantesco saía dos meus ombros. Eu estava tão feliz, tão aliviada, que era difícil descrever em palavras. No entanto, eu não podia negar o papel importante que Anton tinha nessa história. Ele esteve ao meu lado durante toda a turbulência, e agora, estávamos namorando — ou pelo menos, era assim que Anton fazia questão de dizer, sempre que tinha a chance. E eu, bem, eu simplesmente seguia a correnteza.Foi assim que acabei indo parar em um hospital, acompanhando uma completa desconhecida. Eu estava ao lado de Anneliese, depois de termos ido ao shopping procurar um presente para Paolla, a cunhada de Anneliese, por causa da gravidez do sobrinho. Tudo parecia normal, até encontrarmos aquela garota que, de repente, passou mal na nossa frente. A situação rapidamente ficou séria, e ago