Amara estava pronta para pagar a si mesma no início, já que planejava tratar aquilo como um presente para Théo. No entanto, não esperava que uma situação tão embaraçosa acontecesse.Ela gostou muito da roupa; a ideia de algo que deveria pertencer ao pequeno Théo acabar indo para alguém como Alice Merdian a deixava extremamente desconfortável. Por fim, decidiu tirar o cartão preto que Pitter lhe dera e pagar a conta.Assim que Amara apresentou o cartão, todos ao redor ficaram estáticos. A vendedora, experiente e atenta, reconheceu imediatamente o cartão. Já Alice Merdian e Melissa, apesar de nunca terem visto um exemplar real, eram socialites e sabiam muito bem do que se tratava: o lendário "Rei das Cartas", um cartão preto ilimitado e raríssimo.O limite desse cartão era exorbitante, e as taxas anuais eram chocantes. O privilégio associado a ele incluía serviços de primeira classe em todo o mundo. Apenas 1% dos portadores de cartões platinum recebiam um convite exclusivo para solicitá
Pitter não esperava que Amara fizesse tal pedido. Sua expressão ficou momentaneamente vazia antes de ele encarar as costas da garota. Seu tom saiu um pouco mais alto do que o habitual:"Por quê?"Embora estivesse surpreso, ele não podia negar a felicidade discreta de atender a um pedido como aquele.Percebendo o duplo sentido em suas palavras, Amara apressou-se a corrigir:"Por favor, não me entenda mal! Eu quis dizer exatamente o que disse, sem nenhum outro significado escondido! Uhm... na verdade, isso também soa estranho. Enfim, basicamente, eu comprei uma roupa para você enquanto fazia compras hoje. Gostaria que experimentasse. Se fizer isso agora, não precisará se trocar de novo depois. Viu? Estou sendo prática!"Pitter arqueou as sobrancelhas, surpreso:"Você comprou algo para mim?"Ele presumira que a compra fosse para Théo."Sim! Mas, hã... usei seu cartão para isso." Amara coçou o nariz, um tanto sem jeito. "A princípio, planejava usar meu dinheiro, afinal, é um presente para
“Tudo bem! Deixe comigo!” Amara deu um tapinha no peito com confiança. Quanto mais olhava para o adorável par — pai e filho, um alto e um baixo — mais animada ela ficava. “Ah, não consigo me segurar! Quero tirar algumas fotos de vocês dois! Vamos lá, fiquem juntos, um ao lado do outro. Isso, mais perto! Agora deem as mãos...”Sob suas instruções, Pitter e Théo obedeciam como modelos perfeitos, posando exatamente como ela mandava.Amara, completamente absorvida, tirava fotos sem parar no pequeno jardim da sacada do escritório. Sua empolgação a transformou em uma verdadeira fã.Pitter, de pé ao lado dela, inclinou-se levemente para espiar as fotos. Ele comentou, com um leve sorriso: “Muito bem tiradas.”Amara acenou modestamente. “Minhas habilidades fotográficas são mais ou menos. Só usei um celular! Mas, como vocês são modelos incríveis e o cenário ajuda, cada foto parece uma obra de arte! Ah, certo! Pitter, você tem uma rede social, não temt? Vou te adicionar e te mandar as fotos. Que
Depois de terminar o jantar, Amara hesitou por um longo tempo antes de finalmente decidir procurar Pitter.Na sacada tranquila, Pitter não a pressionou. Ele apenas ficou ali, silencioso, esperando pacientemente por sua resposta.Amara respirou fundo, virou-se para olhar o homem ao seu lado e finalmente tomou sua decisão. Com a voz firme, disse:“Pitter, pensei em tudo o que você disse. Prometo que ficarei por mais três meses. No entanto, quando esse tempo acabar, realmente preciso ir embora.”Mesmo que não houvesse nada entre eles, Amara sabia que permanecer na casa de um homem como uma mulher solteira poderia facilmente causar mal-entendidos desnecessários.“Obrigado.” Pitter demonstrou alívio, embora um brilho escuro e bem escondido tenha passado por seus olhos.“Você tem filmagem amanhã?” ele perguntou.Amara suspirou profundamente e assentiu. “Sim.”Notando a expressão desconfortável dela, Pitter perguntou com gentileza:“Por quê? As cenas de amanhã são difíceis de atuar?”Amara a
A noite finalmente se instalava, e o set de filmagens estava perfeitamente iluminado. A equipe havia montado o cenário com precisão, enquanto os atores se preparavam para suas cenas.Depois de vestir o figurino, Lenno Bráz parecia inquieto. Apesar de sua experiência, algo naquela noite o fazia suar. Afinal, mesmo tendo namorado Amara no passado, ele nunca sequer segurara suas mãos, muito menos a beijara. Era irônico que a primeira vez que isso acontecesse seria diante das câmeras, sob os olhares de todos.Enquanto tentava se recompor, um impacto repentino o atingiu nas costas. Vestida em uma fantasia elegante e com os cabelos presos em um rabo de cavalo alto, Amara se aproximou com um sorriso despreocupado, jogando um braço em volta dos ombros dele.— O que está fazendo, loirinho? Está nervoso?Lenno a afastou rapidamente, fingindo indignação:— Nervoso? Quem está nervoso? Eu já fiz mais cenas de beijo do que você comeu arroz na vida!Porém, o toque dela parecia deixá-lo em chamas, e
O calor parecia incinerar cada célula do corpo de Amara. Era um incêndio interno, ardente como lava, e a única chance de alívio estava no toque do homem à sua frente...Instintivamente, seus dedos se agarraram à pele fria e marmórea. A sobrevivência falava mais alto, eliminando qualquer resistência. A dor misturava-se ao prazer, crescendo devagar, intensificando-se como fogos de artifício iluminando o céu noturno de sua mente. Era como estar à deriva em um mar escaldante, subindo e descendo sem controle, completamente incapaz de escapar.“Ei, acorde... Está frio aqui, você pode pegar um resfriado.”Um toque em seu ombro fez Amara abrir os olhos ligeiramente. O olhar preocupado da enfermeira trouxe-a de volta à realidade. Ainda desorientada, ela sentiu o calor ruborizar seu rosto, como se tivesse sido pega em flagrante.Droga. Mesmo depois de tanto tempo, aquela noite, cheia de calor e descontrole com Asllan, continuava invadindo seus sonhos.Por estar bêbada a ponto de perder a consci
Cinco anos se passaram.No bar Eton, em um corredor isolado no último andar, Amara estava com a cabeça latejando após horas acompanhando alguns investidores. Procurando um lugar tranquilo para se recompor, ela encontrou um canto discreto. Porém, antes que pudesse relaxar, ouviu os passos determinados de Pillar, sua empresária, que a seguira até ali.Amara respirou fundo, reunindo energia para encará-la.– Pillar, o que você quer? – perguntou, visivelmente cansada.– Amara, deixe-me ser direta: você se inscreveu para o teste do papel principal feminino em Se Amar nas Estrelas? – Pillar cruzou os braços, a expressão carregada.– Sim. E daí? – respondeu Amara, erguendo uma sobrancelha.– Você não tem permissão para ir amanhã! – Pillar declarou com firmeza.Embora soubesse que deveria se surpreender, Amara apenas sorriu de leve.– E qual seria o motivo?– Agiu pelas minhas costas! Como sua empresária, eu já havia providenciado para Melissa fazer o teste.– Isso não impede minha inscrição,
Na sala de recepção do Eton Bar, o ambiente era sufocante.O chefe do bar, gerentes, seguranças e todos os funcionários relacionados estavam alinhados, com os rostos tomados pelo pavor. A tensão era palpável, pois o pequeno príncipe da Família Rideel, o precioso filho de Pitter Rideel, havia desaparecido dentro do estabelecimento.Sentado no sofá, Pitter permanecia impassível, com o rosto tão frio quanto mármore. Não demonstrava emoção alguma, mas a autoridade que exalava parecia sufocar todos na sala. As pernas de alguns tremiam visivelmente, e o suor escorria de seus rostos, como se estivessem à beira de um julgamento final.Diante dele, ajoelhado, estava Pietro, o irmão mais novo de Pitter, que chorava desesperadamente:— Irmão! Me perdoe! Foi culpa minha! Eu não deveria ter levado Pequeno Théo para um bar! Se algo acontecer com ele, eu não me perdoarei!Mal terminou de falar e Pitter desferiu um chute certeiro contra seu peito.O som do impacto ecoou, seguido de um leve estalo. Os