"Sim."Amara coçou a cabeça, sentindo-se estranha. “Isso... não é um pouco inapropriado? Posso vir a qualquer hora se Théo quiser me ver!”Pitter massageou a testa com cansaço. “Há muitos fatores desconhecidos, especialmente à noite. Seria perigoso se tivéssemos uma situação de emergência e você viesse aqui em alta velocidade na sua moto novamente. Com minha identidade, não é conveniente trazer Théo para visitar você com frequência. Sei que esse pedido pode parecer um incômodo, mas, como pai de Théo, estou sinceramente pedindo. Espero que possa considerar.”Amara sentiu uma dor de cabeça chegando.Ela teria recusado imediatamente se Pitter estivesse usando sua autoridade para forçá-la. Mas ele estava sendo honesto, quase implorando, e era difícil dizer não diante daquele rosto tão extraordinariamente bonito.Pietro, que assistia de canto, olhava para seu irmão com admiração.Incrível! Não esperava que Pitter usasse uma técnica tão refinada. Ele transformou uma desvantagem em uma oport
No canto da sala de estar, o velho mordomo observava atentamente a interação entre Amara e Théo. Ele notou que, durante toda a manhã, Amara não fez qualquer esforço para se aproximar deliberadamente de Théo. Em vez disso, manteve-se concentrada em seus roteiros, enquanto o garoto seguia sua rotina habitual, lendo livros ou desenhando.Apesar da aparente normalidade, o mordomo percebeu um detalhe: ocasionalmente, Théo lançava olhares discretos na direção de Amara. Havia uma expressão de serenidade e animação em seu rosto, algo raro de se ver.Embora essas interações trouxessem certa tranquilidade, o mordomo não conseguia afastar suas preocupações. Desde que soubera da confiança que Pitter depositava em Amara e da aparente aprovação de Pietro, o irmão de Pitter, ele mantinha sua guarda alta. Lembrava-se bem de como, há dois anos, um incidente terrível quase levou o pequeno Théo ao extremo. Desde então, tornou-se extremamente cauteloso com qualquer pessoa que tentasse se aproximar do men
Amara engasgou, incapaz de encontrar palavras.– Pitter! Seus funcionários sabem que você está usando a marca pessoal da sua empresa para ajudar artistas da concorrência?Era evidente que não. Lecks, o famoso maquiador, claramente não fazia ideia de quem ela era, dado o quão desconhecida Amara era no mundo artístico.Amara queria ajoelhar-se diante de Pitter. A Stellar Entertainment era, afinal, uma das subsidiárias da Riddel Corporation! Mesmo que Pietro estivesse atualmente gerenciando a Stellar e outras produtoras, o verdadeiro chefe nos bastidores era Pitter Riddel.A corporação havia se envolvido na indústria do entretenimento há cinco anos, adquirindo a Stellar Entertainment e transformando-a em um império capaz de rivalizar com as grandes concorrentes, incluindo a qual Amara pertencia, que até então era líder no setor. A competição entre as duas empresas era feroz. Seus funcionários, de artistas a maquiadores, raramente se misturavam. Em qualquer set que houvesse representantes
Edich olhou para os repórteres com um sorriso malicioso, deixando transparecer um ar de antecipação. "Esperem para ver", ele disse, com confiança.Assim que os jornalistas se voltaram para a direção indicada por Edich, o burburinho cessou. Todos ficaram paralisados, como se o tempo tivesse parado.Amara surgia no início do tapete vermelho, vestindo um deslumbrante vestido magenta de renda. O tecido abraçava sua silhueta com perfeição, destacando sua cintura marcada e uma gola que revelava graciosamente sua clavícula. A cor, tão ousada e difícil de ser usada sem parecer extravagante, tornava-se mágica nela. Era como se o vestido tivesse sido criado exclusivamente para realçar cada detalhe de sua beleza.Quando o estilista sugeriu o vestido, nem Amara acreditou que conseguiria usá-lo com confiança. No entanto, agora, caminhando pelo tapete vermelho, ela parecia uma verdadeira rainha. O estilista, conhecido como a "Mão Milagrosa" da Stellar Entertainment, tinha um talento inegável para e
“Melissa, Amara é sua caloura. Você tem algo a dizer sobre ela atuar em um papel como Lívia Spiritih?” perguntou um repórter, claramente tentando criar tensão.Melissa recuperou imediatamente sua expressão serena e confiante. Com um sorriso impecável, respondeu com sinceridade fingida: “Amara tem talento de sobra para isso. Tenho certeza de que ela não vai decepcionar ninguém.”Para os desavisados, parecia um elogio generoso. No entanto, Amara conhecia bem as intenções de Melissa. Aquilo não era apoio; era uma armadilha cuidadosamente montada para elevá-la a um pedestal antes de derrubá-la com força. Melissa queria inflar as expectativas ao máximo para que qualquer falha se transformasse em um desastre monumental.Amara, porém, não era ingênua. Cinco anos acumulando experiência e construindo seu arsenal tinham fortalecido sua confiança. "Quer me fazer cair, Melissa? Vamos ver quem realmente tropeça," pensou ela, determinada.Quando as entrevistas com a mídia finalmente terminaram, Ama
Ainda havia quem comentasse, como piada, os episódios humilhantes envolvendo Amara, filha de Mitter Leds: o infame caso da água com limão usada para lavar o rosto e o vestido falsificado em um banquete. Esses eventos, embora enterrados no passado, eram cicatrizes que nunca se apagavam. Se alguém decidisse cavar a verdade, como ele manteria sua posição nesses círculos sociais?Amara sentiu o sangue fugir de seu rosto ao ouvir as palavras de Mitter.Naquela noite... Aquele estranho... Aquela criança que não viveu...Esses pensamentos eram seu calcanhar de Aquiles. A família Leds encobriu o incidente para evitar escândalos, e Melissa jamais mencionara a história por medo de que a verdade viesse à tona. Contudo, aquele episódio era um pesadelo constante na mente de Amara.“Estou lhe dando a chance de sair de cena por vontade própria. Se não aproveitar, não me culpe por ignorar qualquer resquício de laço entre pai e filha.”Amara riu amargamente. “Laço entre pai e filha? Isso realmente exi
No carro, Théo segurava o telefone com um olhar de ansiedade e sofrimento. Sua expressão infantil revelava uma mistura de desespero e teimosia enquanto esperava uma resposta que parecia nunca chegar.Pitter desatou o cinto de segurança e disse em tom firme:— Vou dar uma olhada. Espere aqui.Théo, no entanto, agarrou a ponta da camisa do pai, indicando silenciosamente que queria ir junto.— Se ela estiver bêbada, só posso carregar um de vocês — explicou Pitter com paciência.Théo inflou as bochechas em um protesto mudo, claramente insatisfeito. Ele não precisava que ninguém o carregasse!A expressão de Pitter endureceu.— Infelizmente, minha confiança em você está no nível mais baixo desde o incidente da última vez. Não posso correr o risco de você se perder novamente. Entendeu?Com um suspiro resignado, Théo abaixou a cabeça, parecendo muito mais jovem do que realmente era. Percebendo que havia sido duro demais, Pitter esfregou gentilmente os cabelos do garoto.— Já volto — disse ele
“Quem eles pensam que são?” Amara levantou o punho de forma agitada. Se Pitter não tivesse reagido rapidamente, sua mandíbula teria sido deslocada por aquele soco.“Meninas não devem xingar,” Pitter franziu as sobrancelhas, embora não pudesse deixar de achar adorável o jeito que ela parecia ao fazer isso.Amara, completamente embriagada, relaxou nos braços dele. Sentia o calor e a segurança que ele transmitia. Sem malícia, ela começou a balbuciar enquanto se acomodava no colo dele: “É só porque sinto que está abaixo de mim… Caso contrário... com esse rosto... eu poderia achar alguém... um apoio bem melhor... Você acha que pode me suprimir? Eu vou achar um agora… já!”Pitter levantou a sobrancelha levemente. Segurou gentilmente a mão dela com sua palma áspera e colocou-a em sua própria coxa, dizendo: “A maior perna da capital está bem aqui. Onde mais você vai encontrar algo melhor?”Amara tocou aquela coxa tonificada e, sem hesitar, gritou: “Não é grande o suficiente! Não é grande de j