Capítulo 5 Maya Bellerose

Dias melhores virão! Só basta acreditar!

— Bom dia, dona Maria! Eu já falei que não precisa se preocupar. — Sei o quanto ela tem o coração bom, sempre pensando nas meninas.

— Bom dia! Maya, pare de bobagem, até parece que, como todas essas frutas sozinha, não custa nada trazer para comer com as meninas!

— Sei, a senhora pensar que me engana, dona Maria, sou grata pelo seu carinho com as minhas filhas, quem sabe um dia não possa retribuir de alguma forma. — Falo já colocando esse lembrete mentalmente dela voltar à cidade onde sua irmã vive, eu creio que um dia eu possa ajudar lá.

— Só em ver vocês felizes já é o bastante. — Quando ela fala assim, logo vem a lembrança da minha mãe.

— Então aproveite para tomar café com as meninas, e tenho uma novidade: hoje vou fazer uma entrevista mais tarde, se Deus quiser, vai dar tudo certo.

— Já deu certo, Maya, basta acreditar.

E assim foi nossa manhã animada, conversas, isso me ajudou a distrair um pouco, já que eu estava nervosa por conta da entrevista.

Com esse pensamento, finalizo o almoço, começo a me arrumar, as meninas esses dias não estão indo à escola, só na próxima semana, então elas vão ao parque ou à praça, ou ficam em casa assistindo a filmes com dona Maria.

O endereço que Ângela me passou é um pouco longe, tenho que apanhar duas conduções para chegar lá. Ela me mandou procurar por Senhora Margarida, ela ficará responsável pela minha entrevista, seja o que Deus quiser.

Estou tão ansiosa que cheguei meia hora antes, não poderia chegar tarde devido os horários dos ônibus, chego na parte da cidade de classe alta, a parada ficar distante da casa, vou andando e alguns moradores já me ensinam onde fica a casa, posso dizer que o bairro é muito lindo a casa por fora é linda imagina por dentro, me sinto perdida nesse bairro, o condomínio é muito seguro, nem me atrevo chamar de condomínio parece mais uma cidade de tão grande que é.

Chego no interfone e aciono, espero alguém responder.

— Boa tarde! Estou procurando por dona Margarida, é Maya Bellerose. Estou agendada para entrevista às 14h. — Falo suando frio.

— Boa tarde! Maya, vou autorizar a sua entrada, espere só um minuto.

Fico ali perdida olhando a casa, sou desperta pelo segurança me chamando.

— Senhorita Maya, por aqui.

Vou seguindo, olhando para todo canto da casa, muito grande e linda, vou acompanhando até chegar na entrada onde tem uma senhora à minha espera. — Ela é bem simpática e baixinha, mas com um olhar doce, me sinto até mais aliviada.

— Olá! Maya Bellerose, sou Margarida, governanta da casa, sou a responsável pela sua entrevista, aceita água, suco ou café? — Ela fala assim que chego em sua frente, e já vai me indicando para entrar.

— Olá! Dona Margarida, não obrigada, estou bem.

— Nada de dona Margarida, só Margarida, por favor, como você chegou antes, podemos começar? Você trouxe seu currículo.

— Está bem, Margarida, podemos, sim.

Entrego meu currículo, ela olha, eu fico nervosa porque eu não tenho experiência de carteira assinada para babá, já estou calejada de pessoas dizendo que não tenho perfil, me sinto até ansiosa com sua análise ao meu currículo.

— Maya, seu currículo é bom, mas você nunca trabalhou com criança? Você tem alguma experiência? — Ela me pergunta, olhando em meus olhos.

— Do… Margarida, eu posso ser sincera com a senhora?

— Deve, é assim que conhecemos as pessoas minha filha. — Fico até aliviada.

— Quando enviei o currículo era para atendente, mas não tinha visto que também estava precisando de babá, creio que eu não tenha especificado, e fui direcionada para a vaga de babá, eu não tenho experiência de carteira, mais posso garantir que darei o meu melhor, da mesma forma que faço com minhas filhas. — Resolvo me abrir e falar a verdade.

— Certo, não se preocupe, como você já tem filhas, então já sabe a base de muitas coisas, vamos lá, o senhor Eduardo está contratando uma babá para a pequena Elise, de 5 anos, ela é um amor de criança, mas não tenho pique para dar conta daquela pequena travessa. Você tem paciência? Pois ela é um amor de menina, mas quando ela sabe que não gosta dela, ela pode te deixar louca. — Ela diz rindo e eu fico até com receio, porque esse riso pode ser de nervoso.

— Sim, tenho experiência com criança, tenho paciência, não se preocupe, já de cara gostei dela, deve ser ruim ter pessoas cuidando que não goste, então irei conquistar o coração dela e darei o meu melhor, pode acreditar.

Assim que termino de falar, passa uma cabeleira loirinha correndo pela sala, chamando Margarida. Ela nem percebeu que tem gente na sala, deve estar em alguma brincadeira, por parecer eufórica.

— Margarida, eu não tenho mais força para correr, você tem que me achar.

— Meu amor, agora não posso, tenho que fazer uma entrevista com Maya, dê um oi para ela, pequena.

— Oi! Você gosta de brincar? — Ela pergunta e vem ao meu encontro.

— Quem é que não gosta de brincar? Você sabe brincar de pega-pega, amarelinha, ou pula-corda? — A Pergunto e vejo seus olhos brilharem com a minha pergunta.

— Meu pai, ele não gosta muito de brincar, essas brincadeiras eu não sei, pode me ensinar? — Ela pergunta animada.

— Claro que posso, Margarida, posso mostrar-lhe? — A pergunta já que ela está me olhando de uma forma diferente.

— Claro, mas essas brincadeiras podem ser no jardim, assim fica melhor para você ensinar.

Elise pega na minha mão e sai me puxando. Comecei a rir, com sua ansiedade de conhecer novas brincadeiras é muito grande.

— Qual você quer primeiro? — A Pergunto e ela coloca a mãozinha no queixo, como se estivesse pensando em qual ela quer brincar primeiro.

— Pula a corda. — Ela diz animada.

— Margarida tem alguma corda, pode ser fina para ela aprender.

— Tem, sim, esperem que vou conseguir para vocês. — Margarida sai e me deixa com Elise.

— Podemos brincar de outra, até Margarida vim. — Ela diz, quanta energia.

— Podemos brincar de pega-pega, eu vou ser o pega e você tem que correr para não te alcançar certo, então vou contar até 10, é o tempo que você corre, está bem? — A pergunto.

Nem chego a terminar de falar para contar e ela já começa a correr. Comecei a contar devagar para dar tempo para ela correr quando acabo, eu falo. Já vou eu!

Começo a correr atrás da pequena travessa, ela é bem esperta tenho quase certeza de que ela já brincou, pois, ela se esquiva de um jeito que me deixa cansada, mas não paro ouço as gargalhadas que me contagia, ela se esquivando quando consigo pegar a gargalhada é ainda mais alta caímos nós duas na grama começo fazer cócegas nela para deixar ela fraquinha, porque se eu correr mais um pouco meu coração sai pela boca, estou ficando velhinha.

— Você é rápida, Maya! Cansei, posso descansar um pouquinho aqui no seu colo? — Seu pedido me deixa sem graça, mas acabo pegando em meu colo, começo a fazer carinho em seus cabelos dourados. — Você vai ser minha nova babá? — Ela me pergunta e sinto seu olhar um pouco triste.

— Se tudo der certo, sim, mas preciso que Margarida finalize as entrevistas.

— Você parece legal, eu ia ficar feliz, se você fosse minha babá, eu ia brincar muito com você!

— Oh, meu amor, eu também, sabe quando minhas filhas tinham sua idade? Elas me deixavam louquinha pelas brincadeiras, mas não tenho tanto pique, estou ficando velhinha.

Ela acaba gargalhando com minha confissão, ela é esperta, tenho certeza de que ela já aprontou muito e nem parece ter 5 anos.

— Suas filhas são grandes? — Ela pergunta curiosa.

— Sim, elas são gêmeas, elas fizeram 15 anos, umas mocinhas.

— Será que elas vão gostar de brincar comigo algum dia? — Ela me pergunta com curiosidade, acredito que ela não tenha muito contato com crianças.

— Quem sabe um dia, eu marco, para brincarmos nos quatro!

— Estou vendo que se deram muito bem, já cansou Elise? — Margarida fala animada pela minha conquista.

— Sim, corri muito, agora estou ganhando um carinho da Maya. — Ela fala de um jeito como se ela não ganhasse um carinho assim, e isso parte meu coração.

— Ainda vão querer a corda?

— Sim, vou mostrar a ela como pula-corda tem duas maneiras, uma sozinha e a outra com mais duas pessoas. Faço sozinha, depois mostro com duas pessoas.

Começo a mostrar como é pular sozinha, ela fica rindo, ajusto a corda para ficar do seu tamanho e começo a ensinar para fazer o mesmo que eu. Até ela conseguir duas voltas completas, comemoramos juntas mais uma conquista da brincadeira.

Como ela conseguiu amarrar a corda numa árvore que tem aqui no jardim, estou segurando a outra ponta e ensinando ela pular. Ela não é de desistir fácil, só sossega quando consegue. Ele tenta uma, duas, três vezes. Na quarta, ela consegue duas voltas. Como prêmio, Margarida vai à cozinha lanchar e a deixa na cozinha. Na hora em que estamos indo para a sala para finalizar a entrevista, Elise sugere que eu lanche com ela, já que foi por mim que ela conseguiu. Fico sem graça, apesar de que eu tenha almoçado cedo, e o cheiro do bolo está maravilhoso.

Acabamos por lanchar até que Margarida nos faz companhia. Fico rindo com a forma de mocinha com que ela se porta na mesa, não precisa da ajuda de ninguém, come sozinha, acho muito linda. Elise é muito abençoada.

— Maya, estou vendo que ela gostou muito de você, mas tenho que falar com meu chefe, mas por mim e pela Elise a vaga é sua. Após a confirmação dele, fará um contrato para você assinar e os dias que você terá folga, assim fazendo um cronograma para ficar tudo certinho.

— Obrigada Margarida, eu gostei muito da Elise.

Agradeci a cozinheira que tem o momento de gargalhada com Elise brincando, ela ficou triste, pois teria que ir embora, mas até posso dizer que fiquei também, já que ela iluminou o meu dia com seu sorriso e até suas gargalhadas, eu estava precisando disso, mas teria que esperar o pai dela para poder confirmar se iria ficar ou não com a vaga de babá eu estava muito confiante.

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