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Judith

A quietude do prédio me lança dentro de um passado de medo e de dor. As crianças do orfanato podem ser cruéis quando querem. Pensar nisso me faz lembrar da primeira vez que fui propositalmente esquecida dentro de um porão escuro. O medo de ficar sozinha se agigantou roubando o meu ar e o pânico sufocava a minha garganta como se tivesse dedos para apertá-la. As sombras dos galhos das árvores que invadiam a janela davam asas a minha imaginação fértil, dando vida para monstros que pareciam querer me devorar.

Sacudo a minha cabeça e dou graças pelas luzes acesas no longo corredor. Entretanto, ao aproximar-me do elevador, olho para o relógio no meu pulso.

— Merda, Thomas já deve estar apavorado com a minha ausência — resmungo. As portas se abrem, as luzes se apagam e eu grito no mesmo instante que uma lanterna de um celular se acende. E nervosa, dou um passo para trás.

— Judith? — A voz de Thomas me acalma e a minha vontade é de correr para a segurança dos seus braços, porém, não faç
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